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24 - O Mestre das Armas

Hana seguiu seu rumo sozinha. Com o dinheiro que tinha arrumou um local para ficar e começou a coletar informações sobre o Hiei e sua organização.

Hiei em sete anos dobrou o número de integrantes de sua organização e era deles o comando da fronteira de Yokohama. Contrabando de armas era o forte, e mantinham-se escondidos das demais organizações, por isso era tão difícil rastrear.

Hana teria que pesquisar sobre tudo a respeito sozinha, já que não podia contar com a ajuda nem de Dazai e muito menos de Chuuya.

O Maldito mafioso, Hector/Hiei era dono de metade dos prostíbulos da região e trazia a maioria de suas garotas contrabandeadas em seus navios. A alternativa de Hana nesta ocasião seria uma abordagem diferente, ao invés de bater de frente, ela ia começar a destruir aos poucos, destruindo os pontos principais.

Hana descobriu através de fontes seguras que toda semana chegava um carregamento de drogas pelo porto sobre o nome de um supermercado localizado na área central da fronteira, que tinha o nome de K-Market. Hana havia conhecido muita gente nos últimos anos. Um deles era o especialista em bombas que tinha o apelido de Katsu, um apelido muito sugestivo em se tratando do que fazia. O homem morava no coração de Suribachi e fornecia armamento pesado para quem pagasse mais caro. Alto, magro, cabelos loiros espetados em um penteado bem ousado. Tinha olhos avermelhados e um sorriso largo, além de um corpo musculoso. Hana entrou discretamente em sua casa, ele já o aguardava porque só recebia pessoas previamente anunciadas.

-Hachi! Minha querida! Há quanto tempo?

-Uns 6 meses... - Hana disse tirando o capuz.

-A Última missão foi um estouro!

-Me poupe de seus trocadilhos. Preparou o que eu pedi?

-Trouxe minha grana? - Ele disse secamente.

Ela jogou uma pequena mochila em cima da mesa. O jovem abriu a mochila e verificou nota por nota.

-Temos isso em comum não é, Hachi? Sempre trabalhamos pelo melhor preço.

-São os ócios do ofício. - Ela deu de ombros

-Vai derrubar o que com essa quantidade explosivos? Uma missão grande imagino.

-Digamos, que seja pessoal.

-Hachi... Não sei o que você vai fazer, mas com essa quantidade de C4 vai ser um estrago.

-Não tenha dúvidas. Eu vou precisar de granadas e umas armas. - Ela disse verificando todo o armamento.

-As granadas eu arrumo. Nem te cobro a mais. Mas, as armas você vai ter que ir atrás do Mestre das Armas.

-Hum, pensei que ele tinha parado...

-Para a maioria sim, mas você é um caso especial. - Katsu deu uma piscadela.

-Vejamos.

-Boa sorte Hachi!

-Não se trata de sorte Katsu, mas mesmo assim obrigada.

O Mestre das Armas era o pseudônimo de um veterano de guerra que contrabandeava armamento pesado para vários integrantes da Máfia. Devido ao seu nome ficar famoso, tornou-se perigoso o ramo de atividade e decidiu agir na surdina. Somente os mais chegados tinham acesso a ele.

Para ter acesso a ele não era uma tarefa fácil. Por isso só os mais chegados tinham acesso mesmo a ele. Hana caminhou até uma livraria num bairro modesto e tranquilo (coisa rara em Yokohama) e parou em frente a porta. Entrou discretamente e andou pelas prateleiras como se estivesse procurando por um livro específico. Um dos livros escolhidos tinha uma pequena faixa dourada marcando a capa. Hana caminhou até a atendente e colocou sobre o balcão.

-A arte da guerra? - A atendente perguntou olhando em seus olhos.

-Sim. Quero comprar este.

-Este não está a venda. É uma edição comemorativa.

-Ah por favor, eu insisto. Pago o preço que for. - Hana mantinha os olhos fixos na atendente.

-Eu deixo você levar, se me disser a frase favorita do dono desta livraria.

-"Conheça seu inimigo e conheça a si mesmo, e você nunca será derrotado."

A atendente ficou séria e depois continuou.

-Seu nome?

-Diga ao Mestre que é Hachibu.

Ela parou por um instante como se estivesse esperando por uma resposta. Hana percebeu que ela tinha um ponto no ouvido quase imperceptível.

-Ele está te aguardando. Primeira porta a esquerda e depois desça as escadas.

-Obrigada.

Hana entrou na porta guiada pela atendente e seguiu rumo ao Mestre das Armas. O porão tinha um acesso agredido e claustrofóbico. O homem já velho, de cabelos grisalhos estava sentado numa mesa cheia de computadores, o rosto do mesmo era iluminado apenas pela luz dos monitores. Ele era -um velho conhecido de Hachi. Estava sentado vestindo um velho yukata. Ele encarou a jovem e disse com a voz rouca.

-Hachiko! - Ele exclamou o nome era algo como "pequeno oito" que dependendo do Kanji pode ser lido como bambu quebrado Hachikō é conhecido em japonês como chūken Hachikō ou "cão fiel Hachikō", hachi que significa "oito" e -kō que se origina como um sufixo usado para antigos duques chineses; assim, Hachikō poderia ser traduzido aproximadamente como "Senhor Oito".

-Mestre das Armas.

-A que devo a honra da sua visita? - Ele disse cruzando as pernas.

-Preciso de armamento pesado.

-Está indo para uma guerra? - Ele deu um sorriso fino.

-Digamos que sim.

-Pois bem, se for o que estou pensando vai precisar de um exército. - Ele disse de levantando da cadeira.

-O que você sabe?

-As notícias chegam até mim. Você finalmente descobriu? Sobre o Alacran?

-Você sabia? - Hana disse espantada.

-Sim. Sou um homem velho Hachiko. Ei sei de muitas coisas.

-Poderia ter me dito.

-E de que adiantaria?

Ela sabia que era verdade. E por isso não pôs nenhuma imposição.

-O que você vai precisar? - Ele perguntou abrindo um grande compartimento na parede.

-Armas de longa distância, pistolas, rifle, armas de calibre pesado...

-Humm. Ak47, .12, semi-automática.

-Quanto vai custar tudo isso? - Ela disse ao ver o homem separando o armamento.

-Eu conheci seu pai Hachiko. Homem bom, justo. Não mereceu o destino que teve. Você dar cabo daquele miserável é uma forma de eu também pagar a minha dívida com seu pai e seu avô. Isto aqui, não lhe custará nada.

-Você sabe que estou sozinha. Né?

-Ele te ensinou a usar seu poder de forma correta?

-Já nem sei Mestre.

-Se eu bem me lembro, o Shinigami era uma manifestação de poder.

-Como um ser vivo?

-Digamos que sim, o Shinigami é a forma materializada do seu poder.

-Mas, meu pai poderia ter usado para escapar.

-E quem disse que o poder era de seu pai? - Ele disse olhando por cima dos óculos.

-Como? Ele me disse que era... - Hachi parou por um instante. - Era mentira também...

-Ele viu uma vez. Achou que era do seu pai. Mas, era sua mãe a portadora do Shinigami. E ela sempre estava junto com seu pai. Ela passou o poder para você uns dias antes do atentado.

-Caramba... eu não sei nada sobre a minha família.

-Canalize o poder, e utilize da forma correta. Vai precisar de força total.

-Então, tenho que treinar.

-Leve tudo o que precisar. Quando trouxer os Mantos Negros de volta, farei questão de ser seu braço direito.

-Se eu sobreviver... - Hana disse desanimada.

-Tenho certeza que vai. Aliás, sua mãe aprendeu a usar o poder com uma mulher muito próxima de sua família.

-E como vou encontrar?

-Eu tenho o endereço dela.

-É como se você estivesse esperando por isso... - Ela disse desconfiada.

-Eu estava. Eu era leal a sua família. E serei até o meu último dia de vida.

-Obrigada Mestre...Tem minha eterna gratidão.

Hana começou a perceber que de alguma maneira não estava sozinha. A guerra contra os Chacais iria começar.

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