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22 - Prelúdio de um confronto inevitável

Chuuya acordou e mais uma vez não encontrou a amada do lado dele. Aquilo estava virando um hábito. Pelo menos desta vez havia um bilhete e um número de telefone.

Chuuya,

Você é um homem incrível. Eu te amo de todo o meu coração. Mas, eu não posso me livrar do sentimento de vingança.

Com amor,

Hana

P.s.: comprei um celular, segue meu número.

Ele levantou chateado e cogitou ligar para ela. Porém, ele não ia correr atrás dela. Além, do mais, tinha trabalho a fazer. Pegou a moto e saiu para uma volta pelo porto, havia tido alguns relatos de desordem no local e ele foi averiguar.

Como o destino não cansava de brincar com ele, a jovem de cabelos platinados, estava mais uma vez rondando por ali.

-Chefe! - Alguém o chamou pela escuta.

-Fala.

-Tem uma mulher que anda investigando aqui com frequência, rosto bonito, cabelos platinados. Abate?

-A minha ordem é a seguinte: qualquer maldito que encostar um dedo nela, vai se ver comigo.

-C-como preferir chefe.

Ele acelerou e foi direto para Hachi/Hana.

-Você por aqui de novo. - Ele disse parando a moto perto dela.

-Chuuya. Que bom ver você.

-Você gosta de sumir no meio da noite ou é só comigo que você faz isso?

-Desculpa, pelo menos deixei um número para você ligar!

-Não liguei. Não vou correr atrás de você! - Ele disse com cara de bravo.

-Você ficou bravo comigo?

Ele desviou o olhar com um bico.

-Não.

-Eu não quero magoar você.

-Então não magoe... mas, você pode se redimir, saindo comigo hoje.

-Hum, que tentador.

-Ah, eu tenho algo para você. Você saiu correndo aquele dia.

Ele desceu da moto e levou a mão ao bolso e tirou um pequena caixa vermelha. O rubi que ia presenteá-la a sete anos.

-Que isso?

-Abre.

Ela abriu e se deparou com um colar de ouro branco com um pequeno rubi.

-Uau! Não posso aceitar. Isso deve ser uma fortuna!

-Por favor, eu insisto. - Ele pegou o colar e colocou no pescoço dela.

-Como você...?

-Eu sou o Rei das Joias.

Ele queria mesmo era ficar com ela por toda vida. Um colar de rubi, não valia nada para ele, se não fosse para ficar com ela.

-Quer que eu te leve a algum lugar? - ele tentava ser mau, mas era um cachorrinho quando se tratava de Hana.

-Não. Eu tô no meio de uma missão. Eu-

Uma explosão interrompeu a conversa deles. Havia sido não muito longe de onde estavam.

-Sobe aí! Eu vou ver o que está acontecendo.

-Tá... e eu...

-Não vou deixar você sozinha aqui!

Ela obedeceu. Eles saíram em alta velocidade até o local. Um embate havia acontecido no local.

Chuuya parou a moto, Hana desceu e tentou se manter longe do local. Até porque Dazai estava lá. Chuuya sentiu a raiva começar assim que viu o eterno rival.

-Então você está aqui seu Merda? - Chuuya disse fazendo cara de poucos amigos para Dazai.

-Olha só. Acho que tem alguém falando , mas não vejo ninguém! - Ele disse olhando ao redor, Chuuya odiava as piadinhas com sua altura.

Chuuya não gostou de ver Dazai ali. Ele o incomodava de uma maneira que não podia descrever. A discussão deles terminou com o embate de Hana com o contrabandista. Os dois correram até ela.

-Hana? Você está bem? - Dazai veio na direção dela acompanhado de Chuuya.

-Você tem poder? - Chuuya disse olhando para o Shinigami.

O poder era novidade para Chuuya.

-De onde você a conhece? - Dazai perguntou olhando com cara de poucos amigos para Chuuya.

Chuuya se incomodou ao ver eles tão próximos e começou a pensar até onde ia a intimidade deles.

-Vocês não eram inimigos? - Chuuya retribuiu o olhar.

-Então. Eu estou trabalhando com o Dazai... em uma investigação... E o Chuuya eu conheci no bar. É isso. - Hana disse, mas não convenceu nenhum dos dois.

-Então, eu sou seu amigo de bar?- Chuuya ficou terrivelmente ofendido. Principalmente depois da conversam que tiveram antes.

-Eu... preciso ir! - Hana fugiu.

-Hana! - Chuuya disse furioso. - Volta aqui!

Ela saiu correndo e pulou sobre os containers. Chuuya ficou chateado com a situação.

-Então... Vocês dois... - Dazai disse analisando a situação.

-É... - Chuuya disse constrangido.

-Você sabia que eu também... - Dazai disse com uma expressão safada.

-Nem termina essa frase ou eu mato você! Você sabia né? Fez isso para me irritar!

-Não, eu não sabia. Não que era você. Acho que temos um gosto bem similar para mulheres.

-Dazai, um dia eu mesmo vou matar você!

Dazai ficou triste por um instante e depois olhou para o rival que também se sentiu mal com a situação.

-Você gosta dela? - ele perguntou calmamente.

-Isso não é da sua conta.

-Eu conheço você a bastante tempo. Não adianta mentir.

-E seu gostar?

-Então vamos ter que disputar pelo amor dela. Mas, nos já estamos acostumados a rivalizar né?

-Seu... - Chuuya cerrou os dentes. - Você é um mulherengo, um maníaco suicida! Não gosta dela! Não gosta de ninguém.

-Isso não é verdade. Pode não parecer, mas eu gosto dela. De verdade.

-Eu não vou abrir mão dela. - Chuuya disse olhando para Dazai com determinação.

-Eu também não.

-Que vença o melhor então! E a respeito do que eu te pedi?

Chuuya levou a mão ao bolso do casaco um envelope pardo.

Dazai abriu e leu atentamente. E depois deu um leve sorriso de canto.

-Agora faz sentido.

-Tem a ver com ela, né? - Chuuya perguntou se referindo a Hana.

-Sim.

-Sabe, eu a conheço há bastante tempo. E ela é muito importante para mim. Por favor, eu sei que não somos amigos, mas... não permita que ela se machuque. - Chuuya abaixou o olhar.

- Você a ama de verdade né? - Dazai disse olhando a expressão de Chuuya.

-Achei que nunca amaria ninguém assim. Mas, amo demais.

-Hum. - A expressão de Dazai foi fria. - Que ironia horrível, não é Chuuya? Eu sinto a mesma coisa.

Depois daquele momento, os dois seguiram caminhos opostos. Chuuya amava Hana e queria ter uma vida com ela. Dazai, era um incógnita. E quanto a Hana, os sentimentos eram confusos, misturados ao sentimento de vingança.

(...)

Depois da terrível revelação sobre Hiei, Hana ficou um tempo tentando processar toda a informação. Sentada em frente ao túmulo de sua família, olhou o celular e viu as chamadas de Chuuya. Ele realmente se importava muito com ela.

Queria conversar com ele. Precisava disso. Principalmente pelo que ela iria fazer. Talvez, não voltasse viva de lá, e tinha muitas coisas para dizer a ele.

Hiei havia tirado tudo dela, incluindo suas escolhas, sua vida. A jogou no submundo e a deixou lá para morrer. Ainda brincou com ela, com seus sentimentos. Ela realmente não conseguia imaginar no quanto ele era cruel.

Pegou ou celular, ligou para Chuuya.

-Chuuya... desculpa.

-Você desapareceu! - Ele disse furioso do outro lado da linha.

-Eu precisava pensar.

-Onde você está? - Ele disse preocupado.

-No cemitério, você vem me buscar? Preciso muito falar com você.

-Chego aí em 10 minutos.

Ela desligou o celular. As lágrimas rolavam como pedras. Era o prelúdio triste de um embate inevitável.

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