17 - Um passeio por Suribachi
Aviso de gatilho.
Contém insinuação de tentativa de estupro
Hiei Miura, ou melhor Hector Ramirez, nasceu na Cidade do México. Cresceu na periferia e foi recrutado por um mafioso local chamado Lobo, um traficante de drogas e armas que mandava e desmandava na cidade e não tinha piedade de ninguém. Hector aprendeu tudo com ele. Porém, quando se cresce em meios a serpentes é normal que você se torne uma. Um dia misteriosamente, Lobo apareceu morto com uma picada de escorpião.
Depois disso Hector acabou assumindo a organização Matilha e começou a dominar cidades vizinhas e logo ficou famoso no país inteiro. Porém, existe um ditado antigo que diz que tudo que se planta, colhe. O filho do Lobo que morava em Miami voltou ao país para averiguar os fatos sobre a morte do pai. E logo descobriu através de outros membros que não concordavam com a situação o que de fato havia acontecido. A cabeça de Hector foi colocada a prêmio e não restou outra alternativa a não ser fugir do país, para o lugar mais longe possível. Acabou chegando no Japão e pediu abrigo a um dos mafiosos mais respeitados da época: Ryu Sihadeko, o Lorde Sihadeko. Trabalhou com ele por muitos anos, e normalmente matava as pessoas com um veneno de escorpião, daí surgiu a alcunha: Alacran.
Aprendeu o idioma rápido, fez muitas amizades e teve muita influência, mas, quando o Lorde Sihadeko estava próximo da morte nomeou seu único filho, Yusuke como novo chefe dos Mantos Negros. Isso despertou o ódio de Hector, que começou a conspirar contra Yusuke. Quando ele descobriu a conspiração expulsou Hector e disse que não o mataria por respeito à seu pai.
O resto da história, foi o massacre da família Sihadeko.
(...)
Yokohama, 7 anos atrás
Yusuke estava sentado à mesa, lendo o jornal do dia. Na mesa uma xícara de café preto que era a única coisa que ele tomava de manhã. Era um homem alto de cabelos castanhos, a esposa, Momo, de cabelos brancos, veio da família principal, porém, por ser mulher ela não podia assumir a liderança do clã. Então, casou-se com seu primo de segundo grau para manter a linhagem da familia. Uma esposa adorável, uma mãe amorosa. Ela estava sempre à frente de programas sociais. Juntos eles tiveram cinco filhos: Eijiro, o mais velho com 22 anos casado com Nana e pai dos gêmeos Tomoe e Yuji, de 1 ano. Sayuri, 8 anos, Sakura, 11 anos, Izumi 17 anos e Hana, de 15 anos, dos 5 filhos só Hana tinha os cabelos brancos da mãe. A casa era muito movimentada. A mansão ficava no alto em um condomínio fechado de luxo.
Naquela época Hana, ainda era uma menina inocente. Havia acabado de entrar no ensino médio e estudava em uma escola muito conceituada de Yokohama. Ela desceu as escadas com o uniforme de colegial, os cabelos eram longos e cortados numa franja reta. Platinados como os da mãe e os olhos mais azuis que os dela.
-Papai! Bom dia. - Ela disse alegremente.
-Bom dia meu anjo. Acordou cedo.
-Eu preciso passar na casa da Himeno.
-Vou pedir para o motorista te levar. - Yusuke tomou um gole de seu café.
-É mesmo necessário?
-Claro que é! Nós somos de uma família muito conhecida, é perigoso andar por aí sozinha. - o pai insistiu.
-Tá bom papai, já vou indo! - Deu um beijo no rosto do pai e saiu.
-Não vai esperar seus irmãos acordarem?
-Não posso! - Ela disse já saindo pela porta.
Hana saiu correndo. O motorista a levou sozinha antes mesmo das sete da manhã. Parou diante da casa de Himeno, uma amiga de infância de Hana. Ela desceu rapidamente e disse ao motorista:
-Pode ir, Sato!
-Seu pai me disse para te esperar e levar vocês para a escola!
-Não precisa, o pai da Himeno vai levar a gente!
-Ok. - Sato disse desconfiado
Hana não era uma garotinha tão doce quanto aparentava. Sempre gostou do perigo e da adrenalina. Himeno, não era diferente. A jovem de cabelos curtos e pretos desceu pela janela de seu quarto e foi de encontro a Hana.
-Vamos! Você está atrasada! - Himeno disse acenando para Hana.
-Desculpa, acordei atrasada.
-Vamos logo!
-Tem certeza que é seguro? Eu ouvi coisas horríveis sobre Suribachi. - Hana disse receosa.
-A gente só tem que se misturar. Trouxe outra roupa?
-Sim. - Hana disse apontando para a mochila.
-Vamos nos trocar.
Suribachi era uma cidade construída dentro de uma cratera resultante de uma enorme explosão, alguns anos antes. A área era composta em sua maioria por pequenos assentamentos. Fazia fronteira com o assentamento de Yokohama, que era uma zona de conflito. Nesta cidade, por não haver legalidade, qualquer pessoa poderia construir em seu território, e se tornava um prato cheio para atividades ilegais, principalmente pela Máfia do Porto.
Era uma área muito perigosa, porque estava longe dos radares das autoridades.
As duas jovens inconsequentes queriam experimentar a adrenalina de conhecer um local diferente do que conheciam. A ideia foi de Himeno, eram duas meninas de família rica querendo ver como a ralé vivia.
Elas trocaram de roupa e foram sentido a Suribachi. A cidade era um amontoado de barracos dentro de uma cratera. Hana tinha mais medo, mas Himeno se sentia a vontade. As pessoas ao redor não tinham cara de bons amigos. Mas, eram pessoas de diversas nacionalidades, falando vários idiomas. Pessoas em situação de rua pedindo esmola e uma movimentação frequente de pessoas de índole duvidosa.
-Himeno, eu quero voltar. - Hana disse com medo.
-Não seja medrosa Hana!
Elas pararam num fliperama, jogaram vídeo game, depois foram para uma lanchonete perto e pediram um crepe. A dona do estabelecimento olhou para as duas garotas bem vestidas e disse:
-Vocês não são daqui.
Hana engoliu seco.
-Estamos só de passeio! - Himeno disse sorridente.
-Quem passeia em Suribachi? - a velha deu uma gargalhada.
-Eu te disse que era uma má ideia. - Hana disse receosa.
-Cala a boca! - Himeno deu um sopapo em Hana.
-Vocês estão longe de casa. Pelas roupas são de boa família. Se eu fosse vocês dava meia volta agora e voltava para o conforto de vocês. Além do mais, aqui é território das Ovelhas...
Hana encarou a mulher.
-É algum tipo de piada? - Hana disse confusa.
-Não! Ovelhas são uma organização. - Himeno disse sussurrando.
-Tipo...máfia?! - Hana disse espantada.
-Isso! Fala baixo! - Himeno a repreendeu.
-Vamos embora Himeno!
-Não! Nós já chegamos até aqui.
-Meu pai vai ficar furioso. - Hana estava com um mau pressentimento.
-Medrosa! Vamos logo.
-Obrigada Senhora! Pelo aviso e pelo crepe! - Hana disse se curvando.
-Não se curve menina, é só um crepe. - A senhora disse sorrindo.
Himeno saiu puxando Hana pelo braço. morena estava decidida. Hana tremia de medo.
Elas ainda andaram por um longo período, quando foram abordadas por um grupo de homens mal encarados.
-Longe de casa, hein princesas? - o primeiro disse se aproximando das duas.
Hana tremia sem parar. Himeno engoliu seco e se pôs diante de Hana.
-A gente está indo encontrar nossos namorados.
-Duas granfinas namorando alguém aqui de Suribachi? Qual é? - o segundo disse passando a mão no cabelo de Hana. - Olha só... branquinho como a neve.... - Hana se sentiu enojada.
-É verdade! - Himeno tremia.
-Eu não tô nem aí. Segurem as duas, a gente vai se divertir hoje. - um dos homens disse.
Eles seguraram as duas. Um deles saiu puxando Hana pelos cabelos até um local mais escuro.
-Me solta! Por favor! - Hana se debatia.
-Hana! - Himeno tentava se soltar para ajudar a amiga.
-Himeno! Me ajuda! - Hana estava em pânico.
O homem arrastou a menina e rasgou a blusa dela, deixando os seios a mostra. Hana fechou os olhos e praticamente implorava por um milagre acontecer.
Então é assim? Minha primeira vez, vai ser aqui? Deste jeito?
Ela pensava enquanto o homem passava a mão em seus cabelos. O homem tentou beijá-la, ela cerrou os olhos e os punhos e se contorceu até perder as forças, o estômago revirava. Ela ficou em estado de letargia, na esperança de não sofrer tanto, até que um estrondo a fez voltar a si.
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