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16 - Ensina-me a matar e depois a morrer

Hachi seguiu Dazai pelas ruas de Yokohama silenciosamente. A mente dela parecia estar em colapso. Pensava em tantas hipóteses tantos nomes, rostos. Havia esperando 7 anos por aquele momento e quando chegou a hora ela não sabia o que fazer. O encontro foi marcado no restaurante da agência, o Vórtice. Dazai entrou com Hachi no restaurante, Kunikida ficou vermelho ao ver a jovem, Rampo estava sentado sem esboçar reação.

-Quem é essa moça Dazai? - Kunikida disse ajeitando os óculos, visivelmente irritado.

-Essa é a Hachi. A nossa contratante. Ela está morando lá em casa.

-Seu cretino! - Kunikida o segurou pela gola da camisa.

-Invejoso... bem voltando, essa é a Hachi. Hachi, estes são Kunikida e Rampo.

-Muito prazer. - Ela se curvou.

-Você está pronta? - Ele disse percebendo a ansiedade da moça.

-Sim, esperei 7 anos por isso.

-Rampo, comece por favor.

Rampo tirou do bolso os óculos e colocou no rosto. Ele chamava sua dedução de "dedução ultra" e começou a falar.

-Bem, sua família era a chefe da Máfia dos Mantos Negros. A não ser o seu pai ninguém da família sabia sobre isso. Naquele dia de dezembro, a segurança foi trocada de última hora porque os membros ficaram doentes misteriosamente, depois de uma intoxicação alimentar. O horário escolhido foi no fim da tarde, justamente no horário de troca de turno. Os homens tinham o acesso a uma planta da casa e sabiam exatamente onde ficava o bunker. Alguém hackeou os telefones e mandou mensagens para todos da família se passando por alguem da família solicitando que chegassem todos mais ou menos no mesmo horário. Eles trancaram a casa e cercaram as rotas de fuga, depois homens fortemente armados levaram todos para o bunker, trancado por fora, eles atearam fogo na casa inteira. A polícia e os bombeiros previamente avisados demoraram a chegar ao local e quando chegaram fizeram vista grossa. Todos muito bem recompensados depois. Até aqui era óbvio, mas faltava uma coisa. A filha que não estava no local. Um homem chega ao local misteriosamente e leva a menina de lá alegando que veio para te salvar. Provavelmente disse que era um amigo da família e que havia ido lá para protegê-la. E cuidou dela pelos próximos 7 anos, e dedicou a vida para treinar a pobre moça para se vingar do homem responsável pela sua fatalidade, o homem mais temido da Máfia do Porto na época, Dazai. Uma história muito bonita. Mas, algumas pontas estavam soltas. Os Mantos Negros e a Máfia do Porto eram aliados e Dazai, no mesmo dia estava resolvendo um problema fora da cidade. E ficou lá por 5 dias. Aí, faltava o nome do homem que cuidou de você, que nunca foi revelado por você, porque ele ficou os últimos 7 anos lhe torturando psicologicamente dizendo que estava em perigo constante. Eu procurei pelo nome dele, mas não havia registros que o vinculasse a máfia. Até porque o nome que ele usa é de um homem que morreu a 40 anos. Aí, descobrimos que ele de fato trabalhava para o seu pai. Um estrangeiro vindo do México, que trabalhava com seu avô nos bons tempos do Manto Negro. Quando a liderança foi passada para o filho, ele o dispensou alegando que os métodos usados pelo estrangeiro era cruéis demais. O homem perdeu o cargo de confiança e foi expulso da organização após bater de frente com a liderança. Então, ele disseminou a discórdia dentro da organização, mesmo estando de fora. Dizendo que o novo líder era fraco demais para isso. Com isso, ele reuniu o maior número de pessoas e planejou a morte da família Sihadeko, para que não houvesse sucessores. Ele mesmo forneceu as plantas da casa e programou a troca forçada da segurança. Mas, devido a um erro dos homens comandados por eles que se esqueceu da filha que não estava na casa, teve que mudar de planos. Ele mesmo viu a jovem chegar chorando ao ver a casa em chamas. Com isso, ele fez a única coisa que podia naquele momento, se apossou dela. A menina frágil, inocente, ferida e sem rumo. Plantou a semente na mente dela e resolveu usá-la. E é aí onde o Dazai entra: ele esperava que Dazai a matasse. Com isso criou uma história, manteve a jovem por perto e comandou de longe a nova organização que surgiu com a queda dos Mantos Negros: Os chacais. O líder, Hector Ramirez, conhecido pela alcunha de Alacran. Mas, você o conheceu pelo nome de Hiei Miura.

Hachi ficou em choque. As palavras sumiram de sua boca e sua mente fervilhava. Tudo veio a sua cabeça de uma só vez e ela começou a perder o ar. Ela respirava, mas o ar parecia não entrar e o pulmão pesava como se alguém sapateasse em cima do seu corpo. Ela levou a mão ao peito e caiu no chão respirando pesadamente.

-Hana! - Dazai tentou ajudá-la.

-Moça, tenta respirar. Precisamos levá-la. Acho que ficou em choque. - Kunikida disse apavorado.

Hachi viu um filme passar em sua mente e se culpava por ter sido tão tola. Como Hiei havia a enganado tão cruelmente? Hachi acabou apagando. Acordou deitada na cama em dos quartos de tratamento da Dra. Yosano. Dazai estava sentado ao lado dela.

Ela levou o braço cobrindo o rosto e as lágrimas rolavam sem parar. Os lábios tremiam.

-E-ele me enganou este tempo todo! Eu achei que ele era uma pessoa boa! Como pude ser tão burra? No fim ele só queria que você me matasse!

-Ele se aproveitou de um coração bom e de uma jovem inocente. - Dazai tentou aliviar a dor de Hachi de certa forma.

-Ele acabou com a minha vida e não satisfeito brincou comigo até o final.

-Ele provavelmente deve estar planejando dar cabo com a sua vida neste momento. - Dazai disse sem qualquer expressão.

-Como você sabia sobre ele?

-Eu, coloquei uma escuta em você. Eu queria que você me contasse... mas...

-Por isso você... ah... eu sou muito ferrada mesmo! - Hachi levou as duas mãos a cabeça.

-Eu não posso mentir sobre isso para você.

-Você me usou. - Hachi disse entristecida.

-Não é bem assim... foi divertido, não foi? Eu queria só te persuadir. O nosso envolvimento foi um bônus.

-Eu mereço também né? Afinal estava com você e o Chuuya ao mesmo tempo. - Ela abaixou o olhar sem graça.

-Isso é verdade.

Ela se levantou e ficou olhando para as próprias mãos. Ela tremia.

-O que você vai fazer, Hana? - Dazai disse analisando a jovem.

-Eu vou cumprir minha promessa.

-Ele tem um exército. Sozinha você não poder fazer nada.

-Eu vou fazer. Eu o matarei ou morrerei tentando. Vou arrancar o coração dele! Aquele maldito! - Ela disse decidida.

-Você pode morrer.

-Eu sei. Mas, não posso deixar que a memória deles seja manchada.

-Neste caso, se você morrer, quero que saiba, não importa como, eu morrerei com você. - ele disse segurando firme a mão dela.

Ela chorou ainda mais, depois o puxou para um abraço e chorou no ombro dele.

-Não seja bobo!

Depois disso, ele iria a luta. Sozinha. Pela honra da família Sihadeko.

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