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15 - Uma situação complicada

Hachi ainda seguia pelo porto. As informações podiam ser difíceis naquela região. Passou perto de um dos bares próximos e parou para tomar alguma coisa. Já fazia um tempo que ela tentava manter-se sóbria. Antes que pudesse entrar Chuuya parou diante dela com uma moto carmesim, a presença dele chegava lhe dar um frio na barriga.

-Você por aqui de novo. - Ele disse sorrindo

Esses dois vão acabar comigo. Ela pensou enquanto admirava o rosto de Chuuya.

-Chuuya. Que bom ver você.

-Você gosta de sumir no meio da noite ou é só comigo que você faz isso? - Ele disse diretamente. A objetividade dele era o que ela mais admirava.

-Desculpa, pelo menos deixei um número para você ligar! - Ela tentou justificar.

-Não liguei. Não vou correr atrás de você! - Ele disse secamente.

-Você ficou bravo comigo?

Ele desviou o olhar com um bico.

-Não.

-Eu não quero magoar você. - Ela disse se aproximando.

-Então não magoe... mas, você pode se redimir, saindo comigo hoje.

-Hum, que tentador. - Ela sorriu maliciosa.

-Ah, eu tenho algo para você. Você saiu correndo aquele dia. - Ele desceu da moto e levou a mão ao bolso e tirou um pequena caixa vermelha.

-Que isso?

-Abre.

Ela abriu e se deparou com um colar de ouro branco com um pequeno rubi.

-Uau! Não posso aceitar. Isso deve ser uma fortuna.

-Por favor, eu insisto. - Ele pegou o colar e colocou no pescoço dela.

-Como você...?

-Eu sou o Rei das Joias. - Ele disse quase sussurrando no ouvido dela.

Ele era literalmente o rei das joias. O departamento dele, por assim dizer, era justamente o contrabando de pedras preciosas.

Hachi ficava cada vez mais confusa. De um lado um homem misterioso ex-mafioso e sedutor do qual ela nunca sabia sobre o que pensava, do outro, um mafioso excêntrico e furioso, que a tratava como uma rainha. Ela não sabia mais o que fazer, porque se tivesse que escolher. Escolheria os dois.

-Quer que eu te leve a algum lugar? - Ele disse tocando de leve no rosto dela com as costas das mãos.

-Não. Eu tô no meio de uma missão. Eu-

Uma explosão interrompeu a conversa deles. Havia sido não muito longe de onde estavam.

-Sobe aí! Eu vou ver o que está acontecendo. - Ele disse saltando na moto rapidamente.

-Mas... - Ela ficou confusa com a situação.

-Não vou deixar você sozinha aqui!

Ela obedeceu. Eles saíram em alta velocidade até o local. Um embate havia acontecido no local. O investigado de Hachi havia sido descoberto por um dos Detetives da agência, e Kunikida, Atsushi e Dazai estavam no local. A Máfia do Porto acabou envolvida porque o contrabandista havia sequestrado a filha de um dos membros da Máfia do Porto.

Chuuya parou a moto, Hachi desceu e ficou numa terrível situação, porque Dazai estava lá. Ela foi saindo de fininho.

-Então você está aqui seu Merda? - Chuuya disse fazendo cara de poucos amigos para Dazai.

-Olha só. Acho que tem alguém falando , mas não vejo ninguém! - Ele disse olhando ao redor, já que Chuuya era 21 cm mais baixo que Dazai.

Hachi ligou os pontos. Lembrou-se que de fato eles se conheciam. Ela levou as mãos à cabeça.

Porra!

Ela ficou vendo os dois discutirem e se afastou. Quando ela finalmente conseguiu se afastar, viu o contrabandista tentando fugir em meio a confusão. Hachi ficou frente a frente com ele. Ele partiu para cima dela, Hachi ativou o seu poder e o Shinigami surgiu. Devido a situação ela acabou descobrindo uma ramificação de seu poder, o homem ficou paralisado e seu nariz começou a sangrar, com isso Hachi teve acesso às suas memórias como um flashback de sua vida, o homem estava sendo julgado. O Shinigami ergueu a foice e o golpeou, o homem não morreu, porém não saiu do lugar.

-Hachi? Você está bem? - Dazai veio na direção dela acompanhado de Chuuya.

-Você tem poder? - Chuuya disse olhando para o Shinigami.

-De onde você a conhece? - Dazai perguntou olhando com cara de poucos amigos para Chuuya.

-Vocês não eram inimigos? - Chuuya retribuiu o olhar.

Merda!

-Então. Eu estou trabalhando com o Dazai... em uma investigação... E o Chuuya eu conheci no bar. É isso.

-Então, eu sou seu amigo de bar? - Chuuya respondeu extremamente chateado.

-Eu... - Hachi ficou numa situação complicada. Os dois se conheciam, eram um tipo de amigos/rivais e para piorar ela estava ficando com os dois. Na mesma época. - Eu preciso ir! A gente se fala depois.

-Hachi! - Chuuya disse furioso. - Volta aqui!

Ela saiu correndo e pulou sobre os containers. Não tinha como explicar a situação naquele momento.

-Então... Vocês dois... - Dazai disse analisando a situação.

-É... - Chuuya disse constrangido.

-Você sabia que eu também... - Dazai disse com uma expressão safada.

-Nem termina essa frase ou eu mato você! Você sabia né? Fez isso para me irritar!

-Não, eu não sabia. Não que era você. Acho que temos um gosto bem similar para mulheres.

-Dazai, um dia eu mesmo vou matar você!

Dazai ficou triste por um instante e depois olhou para o rival que também se sentiu mal com a situação.

-Você gosta dela? - ele perguntou calmamente ao ruivo.

-Isso não é da sua conta. - Dazai respondeu rispidamente.

-Eu conheço você a bastante tempo. Não adianta mentir.

-E seu gostar? - Chuuya o encarou.

-Então vamos ter que disputar pelo amor dela. Mas, nos já estamos acostumados a rivalizar né? - Dazai disse num tom debochado.

-Seu... - Chuuya cerrou os dentes. - Você é um mulherengo, um maníaco suicida! Não gosta dela! Não gosta de ninguém.

-Isso não é verdade. Eu gosto de muita gente, só não gosto de você.

-Seu cretino! Eu não vou abrir mão dela! - Chuuya disse olhando para Dazai com determinação.

-Que vença o melhor então! - Dazai se assustou ao ver a expressão de raiva. Naquele momento ele percebeu que Chuuya realmente gostava mesmo dela.

Dazai voltou de sua analise e perguntou

-E a respeito do que eu te pedi?

Chuuya levou a mão ao bolso do casaco e tirou um envelope pardo.

Dazai abriu e leu atentamente. E depois deu um leve sorriso de canto.

-Agora faz sentido.

-Tem a ver com ela, né? - Chuuya perguntou se referindo a Hachi.

-Sim.

-Então, ela está com sérios problemas. - Chuuya disse pensativo.

(...)

Hachi ficou o resto do dia fora. Quase cogitou não voltar ao apartamento e sumir do mapa. Estava morrendo de vergonha.

O celular dela tinha 35 chamadas perdidas de Chuuya. Ela ligaria para ele. Mas, não agora. Ela abriu a porta do apartamento receosa. Dazai comia uma porção de carne de caranguejo e tomava saque.

-Oi... - ela disse sem graça.

-O Chuuya? - Ele disse com certo desdém.

-Me desculpa. Eu devia ter me lembrado que vocês se conheciam. Eu conheci ele num bar há dois anos logo depois que você me deixou no beco.

-Tudo bem. Mas, não tinha opção melhor? Francamente.

-Me desculpe. - Ela disse de cabeça baixa.

-Mas, agora preciso falar sério com você.

-Ok... - ela ficou confusa.

-Amanhã quero que vá na agência. - Ele disse em tom sério desta vez.

-Ir na agência?

-Sim. Nós descobrimos o assassino.

Hachi ficou em choque. Depois desta frase não ouviu mais nada.

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