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08 - Alacran

Dazai procurou por mais pistas que indicasse sobre o incêndio. Segundo informações do policial aposentado, os bombeiros também estavam envolvidos. Kunikida foram até os bombeiros atrás de alguma informação.

-Dazai, o homem já morreu. O que vamos procurar? - Kunikida disse ajeitando os óculos.

-Tenho certeza de que ele não foi o único. Um grupo de bombeiros sai ao local. Eram 5 homens no dia. Desses, um morreu, o outro se aposentou, um mudou de país, o outro se acidentou e segue em coma e apenas um ainda trabalha no mesmo local. E nós vamos fazer perguntas a ele. - Dazai disse empolgado.

-Ele ainda trabalha lá?

-Sim, o novo tenente-coronel dos bombeiros.

Eles chegaram ao local pela manhã, o corpo de bombeiros não ficava nem a 30 minutos do local do incêndio. O local onde ficava a Mansão Sihadeko tinha um tipo de memorial dedicado a família. Eles chegaram ao local e o tenente-coronel os recebeu com cara de poucos amigos.

-Sentem-se. - o Homem parrudo, de corte de cabelo militar ordenou.

-Tentente-Coronel Yamaha. Somos da agência de Detetives Armados. - Kunikida começou a falar.

-Em que posso ajudá-los? - O homem não tinha paciência com os convidados.

-Estamos pesquisando sobre um caso de 7 anos atrás. O incêndio na Mansão Sihadeko.

O homem arregalou os olhos.

-O incêndio foi acidental. - Ele disse secamente.

-Ainda nem comecei as perguntas... - Kunikida disse calmamente.

-E não fará. O incêndio foi acidental e pronto. Sei como vocês daquela agência agem!

-Por que tanta hostilidade? - Dazai perguntou apoiando os cotovelos na mesa.

-Não vou cair nas suas gracinhas. Sei bem quem você é! - Ele disse se referindo a Dazai.

-Se sabe. Então, porque não abre o bico antes que as coisas piorem? - A expressão de bobo de Dazai mudou para um olhar frio.

-Está ameaçando um oficial? - O homem cerrou os punhos.

-Hey, Dazai. Vai com calma. - Kunikida disse apaziguador.

-Senhor Tentente-Coronel, se me conhece tão bem, sabe que eu tô me lixando para sua patente. Já fiz coisas bem piores, com gente muito mais importante. Então, por favor comece a falar.

-Não pode ameaçar um oficial, mandarei te prender. - O Tenente ameaçou.

-Kunikida me espera lá fora. - Dazai disse secamente.

-Dazai! - Kunikida disse preocupado.

-Vai Kunikida. Lá Fora.

Ele viu o parceiro sair e depois voltou ao seu alvo com uma cara de deboche.

-Bem, vamos falar uma língua que você entende. Nós vamos negociar.

-Não negocio com gente como você.

-Você vai... eu sou um ex-executivo da Máfia do Porto, disso, claro você já sabe ne? Você sabia, que os Sihadeko eram o clã da Máfia dos Mantos Negros?

-Sim. Eu sabia.

-Então, sabia que eram aliados da Máfia do Porto?

O homem engoliu seco.

-A organização que mandou você fazer vista grossa no incêndio é poderosa. Mas, conheço pelo menos umas 3 aliadas aos Mantos Negros, que tinham negócios importantes na época.

-O que quer dizer?

-Que eu deixei cartas prontas endereçadas a eles, se tentar me matar, fugir ou qualquer gracinha, eles saberão de tudo que eu já descobri e eles vão querer retaliação. - Dazai não mudava o tom frio da voz em nenhum instante.

-Não fode! - O homem esmurrou a mesa.

-Não se você colaborar. Se me ajudar, farei com que tenha uma aposentadoria tranquila. Você pedirá dispensa alegando cansaço e se mudará daqui.

-Essa é minha alternativa? Morrer pela máfia ou aposentar drasticamente?

-Sim! Olha que gentileza!

-Droga!

-Lembrando que sua escolha afetará sua família. Sua esposa Mayu, sua filhinha Toru...

-Monstro!

-Ah que lisonjeiro! Agora fala logo! - A intimidação de Dazai era fria.

O homem suspirou, sabia que não tinha escolha. Olhou para os lados e depois verificou a janela e depois começou.

-Foi uma ligação. Anônima. Um homem estrangeiro, acho que mexicano. Se chamava Alacran. Fez uma proposta irrecusável a mim e meus companheiros. Chegamos ao local com 40 minutos de atraso, alegamos que havia sido acidente e omitimos o fato que os corpos estavam num cômodo só.

-Foram amarrados e colocados num local só? Alguém chegou antes, assassinou as vítimas? E as colocou em um único lugar e ateou fogo?

-Não. A porta estava trancada do lado de fora, com um móvel pesado, obstruindo a passagem, não havia janelas. Eles não estavam amarrados. Foram...

-Queimados vivos? - Dazai arregalou os olhos.

-Aparentemente. - O homem abaixou a cabeça.

-Nada disso está nos relatórios.

-Nós omitimos tudo que fosse relacionado a um crime.

-E os vizinhos?

-O cômodo era um tipo de Bunker subterrâneo.

-Ninguém ouviria. Não havia a menor chance de fugir. Que doentio. E você sabia de tudo isso e não disse nada.

-Era o acordo.

-Espero que assombre seus pesadelos. Não sentiu culpa nem quando viu os corpos das crianças. - Dazai o encarou com desprezo.

-Eu me arrependo. De verdade. - o Homem mantinha a cabeça baixa

-Se você estivesse mesmo arrependido, teria feito o certo. A humanidade é podre.

Dazai saiu enojado com a situação. Quanto mais sabia sobre o caso, mais asco ele tinha das pessoas de modo geral. Agora precisava pesquisar sobre o Alacran. Um homem mexicano move todas as peças para encobrir um crime. Só restava saber quem e porque.

Dazai voltou para casa e se surpreendeu ao perceber que Hachi não o esperava como de costume. Ela estar ali começou a se tornar um hábito.

Ele deitou-se sobre o futon e ficou procrastinando até anoitecer. Já passava da meia noite quando ouviu alguém bater na porta.

Ele abriu a porta e se deparou com Hachi caída no chão, ensanguentada. Se assustou ao ver a cena a e checou o pulso rapidamente. Ele a puxou para de dentro e a colocou sobre o sofá e analisou o ferimento. Um objeto perfurante, provavelmente um punhal, a pessoa que golpeou era forte e destra. Queria mais assustar do que matar. Não acertou nenhum órgão vital. Ele limpou a ferida e fez um curativo.

Ele manteve a jovem deitada no sofá. E começou a pensar sobre a situação. Ele estavam chegando perto da verdade. Então era hora de continuar até o fim.

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