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˖࣪ ❛ A DIVERSÃO DE WANDINHA
— O9 —
[Este na gif representa o Xavier Thorpe]
WINNIE FICOU GRATA quando o vendedor deu a ela as balinhas que ela comprou para que ela não ficasse tão entediada esperando por Wandinha em sua sessão de terapia, Tyler não estava na cafeteria, então ela teve que planejar outra distração.
As balinhas eram as melhores, principalmente as de morango.
Ela voltou para o local onde estava Wandinha e continuou esperando do lado de fora, tentando ignorar as pessoas que passavam à sua frente e lhe lançavam olhares. Ao mesmo tempo, ela tentou não esbarrar em nenhum dos três garotos da última confusão.
— Winnie?
Ela parou o chiclete no meio do caminho e virou a cabeça.
— Tyler. — ela sorriu quando percebeu, aliviada por não ser alguém que ela não queria. Tyler ficou ao lado dela.
Tyler olhou para trás, observando o lugar.
─ Você também vem ver a Dra. Kinbott?
Winnie balançou a cabeça, um tanto intrigada ao ver que ele estava indo.
─ Surpreendentemente não. ─ o mais alto olhou para ela confuso e a ruiva encolheu os ombros, debatendo se deveria dizer isso ou não, mas não havia nada a perder em fazê-lo. ─ Eu teria que ir, mas já fiz isso no passado, não teve muita evolução então meus pais acharam que era melhor eu fazer sozinha, que assim era melhor. Algumas pessoas lidam melhor sozinhas. E felizmente eu fui uma dessas, estou progredindo mais do que quando tinha psicólogos até embaixo da cama.
Tyler assentiu, um tanto pensativo se perguntava ou não.
─ Posso saber por quê? Se você não se importar em falar sobre isso, é claro.
Winnie olhou para baixo, ela não achou que demoraria muito para que Wandinha aparecesse. Ela também não queria desabafar tão profundamente, não conhecia Tyler o suficiente para confiar nele e não sabia como ele iria pensar ou vê-la depois de contar a ele. Além do fato de que ele foi o primeiro cara com quem ela se sentiu confortável, ela não queria perdê-lo.
— Talvez outra hora. — ela sorriu um pouco forçado, Tyler assentiu em compreensão e não tocou no assunto novamente até que Winnie se sentisse pronta. — Pode falar o que pensa. ─ perguntou ao perceber que ele queria falar alguma coisa.
─ Eu... ─ ele ficou em silêncio por alguns segundos. ─ Quando vocês foram embora do festival eu não entendi nada, e quando ouvi, foi uma coisa... Doida. Me arrependi de não ter ido atrás de vocês.
─ Sim... Ninguém acredita em nós, inclusive seu pai. Pela primeira vez me dizem que sou louca ou que estou inventando coisas para sair com Wandinha, e juro que não é verdade. Eu sei que Wandinha emite vibrações um tanto... Diferentes e que eles podem interpretar mal as coisas, mas ela nunca mente, ela sempre diz o que pensa e se nós duas 'vermos as coisas' seria um tanto... Incoerente que fosse exatamente o mesmo. Eu...
─ Ok. ─ Winnie piscou ao sentir mãos parando as dela sem perceber que ela as movia tão rápido por causa de seus nervos, Tyler a olhava com um sorriso tranquilizador. — Eu acredito em você. Eu acredito em vocês duas.
Winnie não respondeu, apenas olhou para as mãos unidas. Ela não entendia por que de repente não se sentia desconfortável com o contato físico.
Com Tyler tudo mudou.
A porta atrás deles se abriu e os dois separaram as mãos, vendo Wandinha sair com o olhar fixo neles. Winnie sorriu e foi perguntar como foi, dessa vez ela não tinha fugido.
Mas Wandinha continuou com a lembrança de tê-los visto de mãos dadas e Winnie se sentindo confortável. Como ela odiava aquela sensação, não esperava a hora dela acabar.
─ Dessa vez você não escapou, como foi? — ela a seguiu um tanto confusa quando Wandinha começou a andar ignorando Tyler completamente, quando ela claramente sabia que ele sabia que ela estava ali.
— Como todos os outros. — ela respondeu entredentes. — Ela acha que eu só quero atenção e te arrasto comigo.
Winnie fez uma careta.
─ Que pena. Se meus pais descobrissem, eles me tirariam daqui sem pensar duas vezes.
— Bem... Eu acredito em vocês. — Tyler disse, tentando ajudar.
Wandinha revirou os olhos com a presença dele. Ela não queria o ver nem pintado.
─ Como se sua palavra pudesse ajudar em alguma coisa. ─ ela olhou para ele com o canto do olho e continuou andando.
— Bem... Talvez não, mas pelo menos tem o apoio de alguém. — ele tentou amenizar a situação.
★
Winnie e Wandinha chegaram a Never More e procuraram por Enid, notando ela e duas outras meninas pintando uma canoa. Winnie se interessou e as duas caminharam em sua direção.
— Senhoras, animem-se. — ouviram Enid dizer. — Mais esforço, mais raiva! Este gatinho não fará prisioneiros. Se Bianca Barclay vencer novamente este ano, vou literalmente arrancar meus olhos!
— Eu pagaria muito para ver isso. — disse Wandinha, e Enid virou-se alegremente, ignorando o fato de que segundos antes ela estava prestes a explodir.
─ Olá, colegas de quarto! Estou feliz que vocês decidiram ficar.
Winnie sorriu sabendo que alguém queria que ela ficasse e não incomodasse.
— Eu pensei que você iria querer seu quarto de volta.
Enid fez uma careta. — Eu realmente não gosto de morar sozinha, e o Mãozinha me deu uma massagem. Gosto de ver a Winnie se conectar com a Lua, me acostumei com a rotina dela. Todas ganham. E... Por que vocês ficaram?
— Nós nos recusamos a jogar o peão no jogo corrupto de outra pessoa.
─ Quer dizer o que, Rowan?
— Na verdade, nós vimos ele ser morto, Enid. — disse Winnie, não querendo que ela pensasse que elas também eram loucas, embora pensasse que era.
─ Todos nós o vimos pela manhã e ele estava... Não tão morto.
— Eu sei. — disse Wandinha. — Isso nos leva a pensar que perdemos a sanidade. ─ ela baixou os braços um tanto aborrecida. ─ Não é tão divertido quanto eu esperava. Você é a rainha da fofoca, qual é a história de Rowan?
─ Além de estranho e solitário, sem ofensa. ─ Wandinha a olhou séria. ─ Xavier Thorpe é seu colega de quarto, se você tivesse um celular poderia escrever para ele e perguntar. ─ ela virou a cabeça e foi em direção às meninas. ─ Yoko, o que você está fazendo?! Penteie esses bigodes. A Copa Poe não poupa ninguém.
─ O que é a Copa Poe? — Winnie perguntou, e Enid voltou-se para elas .
─ É a minha única razão para viver agora! Parte corrida de canoa, parte perseguição. Sem regras. Cada quarto escolhe uma história de Edgar Allan Poe como inspiração. Por que vocês não se apegam à sociedade?
— Eu não sou boa nisso. — Winnie negou.
— Eu gosto da parte de 'sem regras'. — Wandinha inclinou a cabeça. — A parte da sociedade não muito. Também economizará tempo de escrita.
— Calma. — concordou Enid. — Mas vocês têm que estar no lago torcendo por nós para vencermos a corrida! — Winnie deu um meio sorriso e Wandinha continuou a olhá-la séria, Enid fez uma careta. — Ou podem parecer desconfortáveis. O que quer que funcione para vocês. — ela piscou.
★
─ E? — Winnie perguntou quando Wandinha saiu do escritório da Diretora Weems.
─ Rowan partirá hoje. ─ respondeu a mulher de cabelos negros, suspirando. Ambas começaram a descer as escadas. — E Weems me deu um papel com atividades que teremos que suportar e anotar para sempre. Como se não bastasse aturar todos eles por algumas horas e todos os dias.
─ Bem, eles tornam as coisas difíceis para nós, mas não acho que seja uma coincidência que Rowan vá embora a qualquer momento. A menos que ele seja imortal além de ter telecinesia. Mas não acho que as atividades sejam tão ruins. Vejamos. ─ Wandinha entregou-lhe o papel e ela leu. ─ Tem arco e flecha, talvez eu fique com esse.
─ Você já é boa no tiro com arco, por que continuar com isso?
─ Eu prefiro isso a ir com abelhas. Coro não, eu não gosto de cantar. Ah, mas tem com a professora Thornhill, pensei que ela só era chefe de quartos e não de plantas, com certeza eu ficarei lá.
★
Depois que Wandinha pediu a Mãozinha para vigiar Rowan e elas tiveram uma experiência ruim com a atividade de 'tons rudes' por causa de Bianca, elas se dirigiram ao arco e flecha onde viram Xavier.
Que não teve um bom tiro.
─ Vocês realmente vieram. ─ Xavier riu quando as notou. ─ Vocês sabem usar arcos e flechas?
Winnie assentiu, só Wandinha iria falar se ela quisesse. A ruiva não teve uma primeira impressão muito boa com ele, embora não seja como se ela não gostasse dele apenas por ignorá-la. Ela apenas... Percebeu que sua atenção estava mais em Wandinha.
— Só com presas vivas. — Xavier ergueu as sobrancelhas com a resposta dela.
─ Ok... ─ ele pegou outra flecha e encaixou no arco. ─ Postura quadrada. Coloque a seta assim, com o lado amarelo para fora. Três dedos. Aí você atira e... ─ a flecha estava quase saindo do alvo. ─ Deixa ela voar. Alguma dúvida?
─ Quando foi a última vez que você viu seu colega de quarto Rowan?
— Você quer dizer aquele que foi morto por um monstro? — ele pegou outra flecha e Winnie procurou um arco para se distrair. ─ Foi no festival. Não falei com ele depois, mas suas coisas estavam arrumadas esta manhã. Rowan sempre foi estranho, mas... Nas últimas semanas ele foi mais. Sim, a telecinese pode afetar sua mente. Ele começou a me assustar. ─ disparou outra flecha, ainda errando o alvo. ─ E entre você e Tyler?
Wandinha olhou para ele. Xavier deu de ombros.
─ Oh, desculpe, você é a única que pode fazer perguntas que não sejam sobre arco e flecha?
─ Não é nada. Ele estava nos fazendo um favor, estava nos levando para fora da cidade.
— Aqui. — ele estendeu o arco. — Eu vou te dar alguns conselhos. Fique longe dele.
─ Com licença? — Winnie interrompeu, finalmente com um arco na mão. — Por que devemos ouvi-lo?
— Ele e seus amigos são idiotas. — respondeu ele. — Eles não suportam o fato de que esta escola é a única que mantém sua cidadezinha suja.
─ Não se envolva, como se sua vida não tivesse sido servida em uma bandeja de prata. Nem todo mundo tem esse privilégio, sabia? — ela revirou os olhos, Wandinha ergueu as sobrancelhas como se estivesse se divertindo com a resposta de Winnie.
─ Vejamos, isso não tem...
— Tem muito a ver. Além disso, que tal nos encontrarmos com Tyler? Ou te incomoda que Wandinha esteja com ele em vez de você? ─ Xavier ficou indignado, Wandinha olhou para ela percebendo uma mudança nela que ela nunca tinha visto. ─ Você é muito óbvio.
Winnie se acomodou e mirou, Wandinha jogando uma maçã pronta para assistir Winnie humilhar Xavier. A flecha acertou no alvo e enfiou na fruta. Xavier soltou um 'ai' ao ver e baixou a cabeça, constrangido. E como se isso não fosse muita humilhação, a flecha de Wandinha caiu bem ao lado da de Winnie.
Winnie olhou por cima do ombro e fixou os olhos nos de Xavier.
★
Ambas chegaram à colmeia. Muitas abelhas ao redor, mas nenhuma pessoa à vista. Winnie estava segurando a manga de Wandinha, tentando se segurar em algo para não fugir. Ela temia que a qualquer momento eles a picassem.
─ Vocês estão interessadas na antiga arte da apicultura? ─ as duas se viraram para ver uma criança, ele parecia mais jovem para elas, Winnie sorriu instantaneamente enquanto lhe dava boas vibrações. ─ Eugene, Eugene Ottinger. ─ as duas apertaram a mão dele. ─ Fundador e presidente dos fundadores do Never More.
─ Wandinha, Wandinha Addams.
─ Winnie Cowen.
─ Estamos atrasadas ou você é o único? — Wandinha olhou para os lados.
─ A vida em seu auge não é para todos. Muitos temem o veneno dos insetos. Vocês estão dispostas a sentir a picada?
Wandinha estava interessada em sua resposta, com um sorriso muito pequeno, enquanto Winnie balançava a cabeça com medo. Mesmo assim, ambas acabaram com a roupa adequada para a ocasião, saindo da pequena cabana onde estavam as coisas.
— As abelhas produziram mel da mesma forma por cento e cinquenta milhões de anos. — explicou Eugene. — A comunidade perfeita da natureza, eles trabalham juntos para alcançar um objetivo comum. ─ as duas olharam para Mãozinha que tentava se livrar de uma abelha. ─ Curiosidade: também é um dos poucos ecossistemas onde as fêmeas dominam. Da Abelha Rainha ao trabalhador. Não há patriarcado na colmeia. — Eugene se virou, mas as duas tinham desaparecidos.
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