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Sobre o adeus

A vida é um jogo no qual sempre perdemos. Não uma, ou duas coisas, mas muitas até que por fim perdemos nossa própria vida. Na ânsia de salvar a vida de outros, Ofélia e outras pessoas morreram. Assim como na ânsia de lucrar sobre a vida de outros, muitos traficantes de pessoas morreram. Quase todos tinham família e amigos. Lares para onde voltar.

Todos tinham vida, mas as escolhas de cada um os levaram até lá. Aqueles que morreram lutando pela liberdade, foram heróis. Os demais teriam sorte de fossem esquecidos pela história, o que aconteceria uma vez que ambas as empreitadas foram feitas pelas sombras.

Sendo a vida um jogo onde a perda máxima é a vida, se torna necessário despedir das pessoas o tempo todo. Dizer o que precisa ser dito, amar a quem deve ser amado e não adiar as decisões que são realmente importantes.

Marcel sonhara em se casar com Ofélia, porém aquilo nunca aconteceria porque ela estava em algum lugar do oceano.

Depois daquela expedição o clima de luto pesava sobre os corações, e não havia Deus ou Diabo que consolassem ninguém ali, enfim essa não era a pior parte. O pior foi voltar para casa, olhar para o rosto de uma jovem de quatorze anos, e dizer que a última família de sangue que a amara estava morta.

Mirtes sentiu o coração parar de bater. O ar faltou aos pulmões. As pernas não conseguiam mais sustentar o pouco peso de seu corpo. A dor era tamanha que Mirtes não conseguia dizer nada. Enquanto Marcel tentava ajudar a menina a se levantar, Azarado acudia Sorte que tinha desmaiado. O marquês chorava.

Por mais que quisesse, Marcel também não conseguia segurar as lágrimas.

Mirtes sentia que tinha perdido tudo, porque a irmã era seu tudo, sua família, a pessoa que fizera o possível e o impossível para salvar seu futuro. Ela não queria dizer adeus a Ofélia, sem nem mesmo um corpo para o qual desabafar o quando achava que a vida seria horrível sem ela.

Marcel abraçou Mirtes enquanto pedia perdão por não ter protegido a família dela.

— Eu sinto tanto. — O homem falou. — Tanto.

Mirtes só conseguia chorar, assim como Marcel.

E o choro foi forte nos dias que se passaram, nos quais a tristeza os rondava. Mirtes ficou com Sorte e Azarado. Marcel foi para a própria casa, trancou tudo e nos três primeiros dias chorou como nunca havia chorado em toda sua vida. E toda aquela casa trazia a recordação de Ofélia. Quando dormia sonhava com ela, sorrindo, dançando, ralhando com alguém. Quando estava acordado se lembrava dela e não queria acreditar que a mulher tinha morrido, mas o mar é cruel.

No quarto dia foi até a missa de despedida de Ofélia, feita sem um corpo. Tudo fora preparado pelo marquês de Diamantais.

Naquele dia Marcel acordou e chorou. Depois se barbeou, colocou uma roupa adequada e foi para a missa onde encontrou com os amigos e com Mirtes. Controlou-se, como tinha aprendido a se controlar por toda a vida. Chorou em silêncio enquanto Mirtes chorava ruidosamente com o coração tão partido que talvez nunca se recuperasse.

Mais tarde, depois da missa, Marcel chegou à casa de Azarado e Sorte.

— Onde Mirtes está? — Marcel perguntou para o amigo em cujos olhos podia se ver refletido.

— No quarto dela, mais uma vez não quis se alimentar. — O marquês contou preocupado. — Se continuar assim ela vai definhar até a morte.

— Irei convencê-la. — Marcel afirmou com convicção.

— Meu amigo... — Azarado não sabia o que dizer.

— Se tem algo que aprendi com Clementine é que quando uma pessoa morre, outra pessoa tão importante quanto precisa de amparo. — O francês falou enquanto olhava nos olhos do amigo e travou o maxilar. — Essa pessoa é Mirtes.

— Ofélia nomeou Sorte como tutora de Mirtes caso algo ocorresse a si. —Azarado revelou. — E nós já a consideramos de nossa família, ela não ficará desamparada.

— Sei que vocês são bons, mas me permita que pergunte a ela se deseja viver comigo. — Marcel pediu.

— Certamente, Marcel. — Azarado acenou na direção das escadas.

O francês foi conduzido até o quarto de Mirtes e pôde ouvir que ela chorava. Fez um sinal para Azarado que deu a entender que ela chorava sempre. Marcel sabia que fazia parte do luto e era inevitável. Ouviu um movimento dentro do quarto, inspiração profunda e logo Mirtes abriu a porta. Estava ainda com o vestido preto.

— Posso entrar? — Marcel perguntou enquanto sentia um aperto no coração por ver os vermelhos e inchados olhos de Mirtes. Toda a alegria fora sugada e ela até mesmo parecia mais magra.

Mirtes não falou, apenas permitiu a entrada com um aceno de cabeça. Andou cabisbaixa até a própria cama e se sentou. Marcel sentou no banquinho cor de rosa da penteadeira, o homem olhou para o chão enquanto procurava as palavras certas para começar a falar. Enquanto isso a mocinha olhava para os dedos cruzados sobre o próprio colo.

— Eu... — O homem olhou para ela. — Vim propor que moremos juntos, como uma família. Teríamos sido uma. Eu, você e Ofélia. Contudo com o que aconteceu...

Marcel não conseguiu terminar a frase porque sentiu um nó na garganta.

— Não se sinta culpado. — Mirtes falou com um fio de voz. — Ela sabia que era arriscado, mesmo assim foi. Não precisa se sentir responsável por mim, senhor Desfleurs. Não choro porque sinto raiva, mas por saudades e por saber que ela nunca mais vai estar aqui.

Marcel se ajoelhou no chão, na frente se Mirtes, e segurou sua mão.

— Não é por culpa, Mirtes. — Disse olhando nos olhos da mocinha. — Eu, você e ela, nós teríamos sido uma família. Eu e você também podemos ser uma.

— Senhor Marcel, não me tomes por negativa ou arrogante, mas você é jovem e terá vontade de se casar cedo ou tarde. — A menina explicou seu ponto de vista. — Eu não quero entrar na vida de mais gente desconhecida. Sinceramente eu só quero ir para minha casa, que Ofélia tanto lutou para que tivéssemos a fim de viver em paz, e continuar minha vida, que ela tanto quis que eu vivesse. Eu queria ficar perto das paredes que guardam o sorriso dela e dos cantos que ainda tem seu cheiro.

— Você é tola como sua irmã. — Marcel riu fraco. — Eu passei anos sem amar alguém, depois anos amando de longe e mais um bom tempo em amor contemplativo. Aliás, meu único arrependimento é não ter falado com ela antes. Eu não vou me casar com ninguém, Mirtes. Eu conheço a natureza dos seres humanos e por isso eles devem me temer, e conheço minha própria natureza. Conheço o bastante para saber que eu não vou amar outra pessoa e não quero dividir minha vida com mais ninguém.

A mocinha pensou bastante antes de responder. Não queria atrapalhar a vida de Marcel, porém a situação de Sorte era mais delicada. Ela estava prestes a ser mãe e seria preciso que se dedicasse. Azarado estava fazendo o trabalho de ambos para manter os negócios no tino. E Mirtes queria muito voltar para a própria casa. Aquela casa que simbolizava a liberdade dela e de Ofélia, assim como sua vida incomum.

— Podemos morar na minha casa? — Mirtes perguntou.

Apesar de não ter vontade de viver com as lembranças tão nítidas de Ofélia, Marcel queria que Mirtes pudesse seguir a vida da melhor forma possível.

— Sim. — Marcel balançou a cabeça em concordância. — Você pode me ver como um irmão mais velho.

— Espero que Sorte concorde. — Mirtes falou.

Sem aviso a porta se abriu e Sorte enfiou a cabeça pela brecha aberta.

— Concordo se for te fazer bem. — A mulher falou. — E sim, eu estava escutando atrás da porta. Não faça isso, é feio.

A repreensão de Sorte fez Mirtes rir pela primeira vez em dias.

— Eu sei que você também está aí, Azarado. — Marcel estreitou os olhos.

— Acabo de aprender a lição com Sorte. — Só a voz de Azarado pôde ser ouvida.

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