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Quatorze


Mirtes estava nervosa com aquela ocasião. Sozinha no quarto da casa de Marcel que tinha sido preparado para si, ela olhou no grande espelho que o homem pedira para colocarem ali.

A menina observou uma última vez os detalhes do vestido que tinha algumas camadas como pétalas de uma rosa. As camadas eram coloridas, mas as cores tinham tons suaves. Eram as mesmas cores de uma borboleta e o modelo no busto fazia lembrar as asas.

A mocinha sorriu para o espelho. Muitas partes de sua vida eram diferentes daquelas das outras meninas de sua idade e ela não se ressentia da irmã por isso. Sabia que, mesmo que Ofélia se empenhasse para que ela tivesse uma vida comum, a sociedade não a aceitaria. Na verdade a irmã mais velha a protegia das mágoas e ela sabia disso.

Porque Mirtes tinha recebido da vida algo que tem sentido dúbio, sendo dádiva ou maldição: A maturidade precoce.

A maturidade precoce não fazia com que ela entendesse o todo da vida ou aquilo que por força da idade ainda não tinha acessado, mas, fazia com que se tornasse dolorosamente consciente de seu entorno. Sempre se defendendo de alguma forma. Havia aquilo que a feria e que guardava para si porque não queria perturbar mais a irmã.

O sorriso se desmanchou e ela suspirou agradecendo mentalmente a Marcel por proporcionar aquela oportunidade de, só uma vez, ser como as demais meninas de sua idade e mesma posição social. Na verdade pensou bem que não era como elas, portanto era mais feliz que elas, pelo menos naquela noite. Tinha menos obrigações porque a irmã não a criara para ser a prenda de alguém, uma mercadoria vendida sob pretexto de uma união estável abençoada pela Igreja. Um dote não seria suficiente para tirar Mirtes do seio de seu lar.

Naquela noite ela brilharia sua felicidade em festejar seus anos e não estaria em exibição para possíveis maridos, apesar de as línguas maldosas dizerem que em breve ela se casaria com Marcel.

Alguém bateu na porta e entrou, era Camila, a moça que sempre auxiliava Mirtes em seus rituais diários para se arrumar.

— Você é a moça mais bonita de toda a corte. — Camila elogiou e pegou nas mãos de Mirtes.

— Minha amiga, um de meus maiores desejos é que você pudesse ir para aquele salão comigo. — Mirtes se lamentou.

— Quem sabe um dia essa realidade mude, Mirtes. — Camila sorriu. Não queria estragar a festa da menina com sua desesperança. — Por enquanto os pretos não entram nos salões dos abastados, somente alguns mestiços que são vistos como brancos.

— Sinto que é como uma traição que você não esteja lá. — Mais uma vez a moça suspirou melancólica.

— Se quer saber, há lá algumas pessoas que não suporto, portanto, para mim é uma alegria não estar em companhia deles. A melhor parte do festejo são as bebidas e as comidas, e isso o senhor Desfleurs deixou livre para todos que estão trabalhando aqui hoje. — Camila contou animada.

— Todos? — Mirtes perguntou de olhos arregalados.

— Sem exceção. — Camila afirmou.

— Isso significa que vocês vão festejar sem minha presença? — A aniversariante sabia que sim.

— Até o raiar do sol. Não contem conosco nem para o menor dos serviços, pois amanhã estaremos todos de folga. — Camila soltou a mão de Mirtes e esfregou as mãos.

A aniversariante sorriu.

— Você veio do quarto de Ofélia? — Mirtes se lembrou que Camila tinha ajudado a irmã a vestir a criação dela.

Camila fez que sim com os olhos brilhando de emoção.

— Ela está tão bonita! Fico mais feliz do que se eu mesma estivesse usando aquela criação. Nunca antes pude trabalhar com tecidos tão nobres e caros, foi a primeira vez e senti como um sonho. — Descreveu empolgada. — Sua irmã confiou muito em mim ao me deixar escolher cortes caros, ainda fiquei com as partes que sobraram porque ela não foi como as outras senhoras que aproveitam cada palmo do tecido por ser caro. Ela sabia que eu queria, pude sentir. Com as partes que não usei posso fazer um vestido lindo para eu mesma usar. E, ela pagou muito bem pelo meu serviço, o preço que a modista cobria.

— Mal posso esperar para ver. — Mirtes sabia do talento de Camila.

— Meu sonho é ser modista um dia, apesar de ser difícil alcançar esse patamar. — Camila confidenciou.

— Então esse será meu desejo de aniversário. — Mirtes disse com seriedade, olhando nos olhos de Camila. — Desejo que minha amiga Camila seja uma grande e reconhecida modista, com muitas clientes.

— Que bobagem. — Camila repreendeu. — Use seu desejo para si.

— Já tenho tudo, Camila. O amor de família que vem de minha irmã, amigos gentis que me dão apoio e tantos mimos que nem posso contar. Meu maior desejo era que minha irmã fosse mais feliz, mas ultimamente ela me parece bem animada, então não tem mais nada que eu queira. — A mocinha disse.

— Sua irmã não está entusiasmada. Não exatamente isso, na verdade. — Camila sorriu. — Ela está apaixonada. Viu como às vezes ela suspira pelos cantos?

— Sim! Já a surpreendi sorrindo para o espelho enquanto se penteava. — Fofocou.

Camila riu.

— Me pergunto se um dia me apaixonarei também. — Mirtes refletiu.

— Quem pode saber? — Camila deu de ombros.

Uma pessoa bateu na porta e Camila abriu. Era alguém avisando para Mirtes descer finalmente. A menina colocou a máscara dourada em forma de asas de borboleta. Que fossem bem vindos seus quatorze anos de idade.

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