Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Mal-me-quer, mal-me-quer...


Marcel sentiu o coração doer ao abrir o guarda-roupa de Ofélia e ver que tinha ali um aparelho de roupas masculinas, que apesar de limpas, demonstravam sinal de uso. Ele não se incomodou em ficar oculto atrás de um biombo para trocar as próprias peças, simplesmente tirou as roupas molhadas ali mesmo, na frente de Ofélia, e as substituiu pelos panos secos que ficaram um pouco largos em sua silhueta.

O coração da mulher acelerou quando ela viu a nudez das nádegas e das costas do homem. Marcel não era do tipo muito forte, mas era abençoado pela natureza. Pelo menos aos olhos dela.

Ofélia guardou para si a pequena dor que sentiu ao ver no olhar do francês a decepção por ela ter oferecido as roupas de Julião. Mesmo que ele não tenha dito algo, aquilo tinha mexido consigo. Todavia, apesar de lamentar pela melancolia dele, a mulher não pediria desculpas por ter vivido e nesse processo ter estado nos braços de outros homens. Da mesma forma pensou que ele não devia algo a si, nem mesmo uma menção de satisfação.

Quando terminou de calçar a bota, Marcel foi até a beira da cama e a olhou. Estava sério ainda, Ofélia pensou que precisava dizer algo para aliviar aquela tensão, mas então Marcel sorriu. Aquele sorriso carismático e enganador que fazia com que os olhos dele brilhassem como se ele tivesse um plano.

— Vejo que ficará bem, mon coeur. — Marcel beijou as costas de uma das mãos da mulher e ela sentiu um arrepio. — Descanse.

Ele ia sair do lado da cama, entretanto Ofélia segurou a mão que ainda a tocava.

— Obrigada, Marcel. — Ela agradeceu com intensidade no olhar enquanto apertava a mão dele com toda a força que tinha. — Do fundo de meu coração, eu agradeço.

O homem se inclinou sobre a cama e segurou o queixo dela para fitar nos olhos daquela mulher. Marcel sentiu que seu coração dava pinotes no peito.

— Sendo grata ou não, por você eu morreria. — Marcel falou e nem deu tempo de ela reagir, soltou a mão dela e saiu do quarto o mais rápido que pôde.

Ofélia ficou na cama desconcertada, sem saber exatamente o que fazer ou pensar. Ela não podia e nem devia nutrir aquele amor que sentia pelo francês, mas o coração era teimoso. Depois de tanto tempo em repouso, voltara a ficar alvoroçado. O sentimento queimava por ele desde que vira o homem em Flor Bonita.

— Irmã. — Mirtes chamou da porta, com os olhos bem abertos. Sem dúvidas ainda tinha medo de que a irmã ainda estivesse mal.

— Venha aqui, minha pequenina. — Ofélia chamou com a mão.

Já fazia algum tempo que a irmã não era mais tão pequena, mas gostava de tratá-la daquela forma.

Mirtes se aproximou e sentou no colchão macio da cama larga. Depois acabou deitada sobre a colcha enquanto se aninhava ao corpo da irmã e começava a chorar. Ofélia acariciava os cabelos da irmã menor ao passo em que se lembrava daquela situação anterior, pensou no quão traumatizante devia ter sido para Mirtes.

— Eu estou bem. — Ofélia a tranquilizou.

— Se eu estivesse sozinha não teria visto você no quintal, irmã. — A mais nova falou porque de certa forma se sentia culpada.

Mirtes estava já deitada para dormir quando Marcel fechava a janela de seu quarto, que ela por descuido deixaria aberta. Foi quando ele viu Ofélia caída debaixo da chuva de granizos. Tudo que aconteceu em seguida foi rápido e assustador.

A menina chorou muito enquanto esperava na sala, porque um único pensamento martelava em sua mente: "E se Marcel não estivesse aqui?".

Ofélia fez a irmã se levantar e olhar em seus olhos.

— Nós daríamos um jeito. — Ela assegurou. — Em algum momento minha dor iria passar e eu conseguiria entrar na casa para pedir ajuda. Sempre fomos nós contra o mundo, e sempre ficamos bem.

Mirtes soluçou e passou a mão pelo rosto de Ofélia.

— Você ficaria muito doente. — Ela já estava crescida o suficiente para saber as consequências de uma exposição a um tempo daqueles.

— Eu me recuperaria. — Ofélia sorriu para Mirtes. — Não pense que você terá tanta facilidade em herdar nossa fortuna.

A mais nova revirou os olhos.

— Você é boba, Ofélia. — Replicou sorrindo enquanto cutucava com a ponta do indicador o espaço entre os seios da irmã. — Afinal, o que aconteceu?

— Dor e cãibra. — Ofélia disse e apertou os lábios com certo desgosto.

Mirtes apenas acenou com a cabeça. Sabia que aquele assunto nunca deixava a irmã mais feliz porque algumas vezes ela se sentia inválida, então preferia respeitar os limites de Ofélia.

— O que Marcel fazia aqui até àquelas horas? E no seu quarto... — Ofélia questionou em tom de repreensão.

— Ele viu que eu ficaria completamente sozinha e inventou uma atividade para me distrair enquanto eu jantava. — Mirtes contou e sorriu. — Ele pensa que não percebi.

— Eu quis voltar mais cedo para não te deixar sozinha tanto tempo. — Ofélia sentiu um aperto no coração. — Acho que vou parar de ir por um tempo, não sabia que a solidão te incomoda tanto.

— Não, Ofélia. — A irmã mais nova estendeu uma mão espalmada. — Não faça mais nada por mim. Eu quis que ele ficasse porque sinto uma amizade pelo senhor Desfleurs. Ele não é como os rapazes que vem me visitar, cujos olhos me vêem como moça para casar. Senhor Marcel é gentil, me faz rir, como um irmão mais velho e protetor.

Ofélia ergueu uma sobrancelha, surpresa por aquele discurso.

— E o que vocês fizeram para se distrair? — Ela estreitou os olhos.

— Doce de leite! — Mirtes falou com energia.

— Não creio. — Ofélia estava boquiaberta. — Eu quero!

Mirtes sabia que ela iria querer.

— Só depois do jantar. — Mirtes falou já se levantando para buscar a comida.

— Mirtes... — Ofélia ia reclamar.

— "Mirtes" nada, Ofélia. Eu só pude comer depois de jantar, você não será diferente de mim.

Ofélia riu da irmã que saiu de queixo erguido. Marcel criou um monstro, mas ela deixaria a mais nova vencer aquela batalha porque ela tinha razão.

Enquanto isso tudo, Marcel entrava emburrado na casa de Sorte e Azarado. Decidiu-se naquele momento que deveria começar a morar sozinho, já estava em tempo. O palacete dos Almeida era realmente opulento, luxuosamente decorado e tinha muito espaço, mesmo assim o francês queria um pouco mais de privacidade.

Azarado estava na sala de estar lendo quando viu Marcel chegar.

Estranhou as roupas que o homem usava.

— Não que eu tenha algo que ver com isso, mas... Creio que estas peças de roupa não são suas. — Fitou o amigo.

Marcel deixou o corpo cair pesadamente em um dos sofás e bufou.

Malchanceux, pensez-vous que jês suis um homme laid? — Marcel questionou enquanto olhava para o lustre elegante.

Azarado somente franziu o cenho enquanto abandonava o livro ao lado de si. Estava pronto para ouvir as lamentações de seu velho amigo Marcel.

— Eu sei que não sou feio, muito pelo contrário, as damas faltam arrancar as calçolas por minha causa. — Marcel falou pesaroso como se estivesse em um enterro. — Eu também me acho irresistível, mas por que Ofélia me rejeita tanto?

Azarado apoiou um cotovelo na coxa e o queixo sobre a mão em punho.

— E como posso saber, Marcel? — Questionou ao francês.

— Não sei. Você já foi casado com ela. — Marcel exprimiu sua dor colocando uma mão sobre o coração.

— Ela também não me quis. — Azarado soltou uma gargalhada profunda e grave.

— Todavia ela quis alguém. — Marcel virou a cabeça para o lado de Azarado e os cabelos lhe caíram sobre a testa. Ele puxou o tecido da camisa mostrado o vestígio de que alguém fora do agrado da mulher. — É dele, seja lá quem for.

— Estranho. Ninguém dá notícias dela se relacionando com alguém. — Azarado aprumou a coluna. Os olhos verdes refletiam o quanto ele estava pensativo.

— Claro, a mulher é um túmulo de trancada. — Marcel bateu uma mão na coxa.

— Não te incomoda? —Azarado indagou. — Saber que ela teve outro... Você fala com tanta naturalidade.

— Certamente me faz ferver o sangue, contudo ela não é minha propriedade. Nem mesmo tivemos um namorico, como posso reivindicar qualquer coisa? — Marcel disse aborrecido. — Só queria saber o que ele tem que eu não tenho.

—Talvez o "charuto" dele seja maior. — Azarado riu saliente.

Marcel jogou uma almofada no rosto do amigo.

— Ela nunca me provou, então não tem como me comparar nesse sentido. — O francês replicou.

— Quem pode entender Ofélia? —Azarado virou as palmas das mãos para cima. — Ela é um mistério.

— Talvez a marquesa. — Marcel respondeu. — Onde está Sorte?

— Dormindo. Finalmente... — Azarado suspirou. — Ela se mexe muitas vezes na cama até achar uma posição confortável. Queria poder fazer algo, mas não há muito ao meu alcance.

— Quando o bebê nascer você pode cuidar enquanto ela dorme por esses tempos que não pode descansar tranquilamente. — Marcel sugeriu.

— É o que pretendo fazer. — Azarado falou. — Ela trabalha tanto ultimamente e não descansa. Tenho medo. Quando nosso filho nascer, veremos se ela terá escolha.

— Os negócios dela vão de vento em popa. — O francês comentou.

— Ela é melhor que eu. —Azarado deu de ombros.

— Já escolheram os nomes para a criança? — Marcel questionou. Meses e meses de gravidez e eles não tinham se decidido.

— Eu queria Bonança, porém ela disse que já chega de nomes diferentes demais. — Azarado fez bico.

Marcel gargalhou.

— Uma mulher sensata. — Ele se levantou e bateu no ombro do amigo. — Vou dormir.

— Vá jantar, Marcel. — Azarado voltou a pegar o livro.

—Não estou com fome. — O francês falou enquanto apanhava uma flor em um vaso.

E saiu despetalando ela enquanto dizia:

— Mal-me-quer, mal-me-quer...

***************************************

Mon coeur: Meu coração

Malchanceux, pensez-vous que jês suis um homme laid?: Azarado, você acha que sou um homem feio?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro