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Ma belle


Marcel não tinha uma única palavra boa o suficiente para descrever o que sentiu quando a viu descer as escadas até o salão. Em sua visão ela tinha a aparência etérea de uma deusa, como se viera diretamente de um lugar onde nenhum mortal poderia alcançar, flutuando sobre a nuvem de sua existência apaixonante.

Não era, nem de longe, a mulher mais esperada da noite naquele salão, contudo era a mais esperada por Marcel. No fim das contas causou tanto impacto em todos quanto no próprio francês. Porque Ofélia, o dragão da corte, a Dama de Ferro, nunca mostrara seu lado mais enfeitado desde que chegara ali. Naquela noite, quando resolvera realçar sua beleza, roubou o ar de muitos pulmões desavisados.

Estava, em uma rara situação desde muitos anos antes, vestida quase que completamente em branco, não fossem por alguns detalhes azuis de tom escuro, ela se pareceria com uma noiva. Os cabelos louros de Ofélia estavam enfeitados com flores que a própria Camila fizera costurando com agulhas, uma por uma. A bengala em sua mão era azul como os detalhes do vestido, também idealizada por Camila.

Por um momento Marcel realmente esqueceu como respirar de tão vidrado que estava. O coração pulava no peito, não porque a mulher estava toda ornada, mas por ela sorrir para ele. Somente para ele. Um sorriso de genuína alegria. E ele só via Ofélia descendo as escadas, despretensiosa, degrau por degrau. O burburinho daqueles que estavam a sua volta, surpreendidos, passou despercebido. Marcel abriu espaço entre as pessoas e foi receber Ofélia ao pé da escada. O coração bateu descontrolado quando viu os olhos emoldurados por uma bela máscara forrada de flores miúdas, tão pequenas que não chegavam a ter um centímetro de comprimento. A máscara também tinha sido idealizada por Camila.

— Você é a mais perfeita criatura de todo o mundo, ma belle. — Marcel disse, completamente encantando.

A máscara do homem era preta, forrada de veludo, ornada com fios dourados e valorizava os traços de seu maxilar e os lábios. Os elogios de Marcel saíam macios graças ao tom baixo e suave. A mulher nem saberia dizer como ouviu as palavras dele tão altas apesar do barulho da conversa. As danças ainda não tinham começado e a música que preenchia o ambiente era meramente um fundo para que as conversas se desenrolassem com maior conforto, principalmente as obscenas, que careciam do manto do segredo para se manterem.

— Além de generoso em seus elogios, você faz com que eu queira sair dessa festa e trocar carícias indecentes em minha carruagem. — Ofélia sussurrou chegando mais perto do que o normal. Era uma noite atípica e as línguas afiadas estavam conscientes de cada detalhe.

— Não diga isso, Ofélia. — Marcel se aproximou demais do ouvido dela, quase encostou os lábios na orelha da mulher. Ofélia conseguiu sentir o hálito quente e o cheiro do perfume do homem. Ficou arrepiada até em partes que estavam soterradas pelos tecidos. — Se eu entender algo assim como um convite, me torno um predador.

Marcel se afastou.

— Pois me cace e devore. — Ofélia soprou as palavras de modo que Marcel mais leu os lábios dela do que ouviu.

— Tens sorte que meu apreço por sua irmã é grande. — Marcel deu o braço à mulher. — Por nada eu estragaria a festa da pobre sumindo com a irmã mais velha e começando um escândalo.

Ofélia apenas sorriu. E naquele momento muitos dos homens do salão começaram a cobiçar a mulher, como outros a cobiçavam quando era mais jovem. Não poupavam olhares diretos e de expressões que demonstravam a inveja que sentiam de Marcel. Muitas pessoas chegaram a acreditar que aquela não era Ofélia Weirtz, pois a máscara cobria metade de seu rosto, mas era inegável. Os olhos aquosos, os cabelos louros, e principalmente a bengala, eram inconfundíveis.

Ofélia foi conduzida até o lugar onde já estavam Sorte e Azarado. A marquesa se via sentada em um estofado muito macio, regalia posta ali somente para ela. Os demais que quisessem descansar as pernas precisariam ir à sala das senhoras ou dos senhores.

Azarado estava sentado ao lado da esposa, mas em uma cadeira.

— Vossas Graças. — Ofélia cumprimentou aos marqueses.

— Você está absolutamente linda, minha amiga Ofélia. — Sorte elogiou alto chamando atenção de algumas pessoas que ainda estavam descrentes na identidade da mulher misteriosa. — Sente-se aqui.

Sorte tirou o vestido do assento para que Ofélia se acomodasse e a amiga aceitou.

— Estamos todos muito bem apessoados hoje. — Ofélia devolveu o elogio.

— Agradeço pelo elogio. Caso queira dançar estarei disponível. — Azarado avisou.

— Hoje não tenho intuito de matar as senhoras de inveja. — Ofélia respondeu em tom de piada, mas era inegável que sentiam inveja de Azarado ser tão acessível para a ex esposa. E com despeito, falavam muito desse fato.

— Oh, que fardo é ter um bom marido. — Sorte ironizou. — Às vezes é difícil suportar tamanha sorte.

— Infelizmente você carregará a presença desse paspalho até a morte. — Marcel ajudou na ironia.

— Ao menos sou um paspalho casado e feliz. — Azarado retrucou cheio de vaidade.

— Em breve eu também serei. — Marcel replicou e sorriu largo.

Sorte olhou para Ofélia, que por sua vez pisou no pé de Marcel.

— Não seja linguarudo. — A mulher repreendeu. — Não é momento de revelar tais coisas.

— Pode me bater, futura noiva. — Marcel fitou os olhos da mulher. — Cada pancada será devolvida de outra forma, mas em mesma intensidade.

— Sosseguem o facho. — Azarado repreendeu e Sorte riu.

— Deixe-os, meu amor. Quando anunciarão o namoro? — A marquesa perguntou a quem respondesse.

Marcel deixou Ofélia replicar e ela nada disse, pois não tinha certeza.

— Deixarei que Ofélia anuncie quando sentir que deve. — Marcel quebrou o silêncio.

— E isso será nunca, mas nós entendemos. — Ícaro surgiu ao lado de Marcel com Clementine segurando em seu braço. — Ela se envergonha de amar esse traste que é meu cunhado. — O homem se abaixou e sussurrou. — Não se preocupe, Ofélia querida, nós entendemos você.

— Ícaro, deixe disso. — Clementine censurou.

— Ora esposa, eu não menti. — Ícaro deu de ombros fazendo cara de inocente.

— Vossas Graças. — Clementine e Ícaro cumprimentaram Sorte e Azarado.

— Vocês nos cansam com esses cumprimentos formais. — Sorte reclamou.

Azarado se levantou e cumprimentou o casal que tinha chegado. Gostava muito de Ícaro desde que o conhecera.

Pelo salão as pessoas comentavam sobre o marido mestiço de Clementine Desfleurs. "Um negro entre nós", "onde chegaremos com tais liberdades" comentavam a boca miúda. E os comentários foram ouvidos por uma senhora que chegava ali acompanhada de seu marido. A mulher fez questão de contrapor a quem quisesse ouvir.

— Ora, como não senti saudades das companhias enfadonhas nos salões. Mal posso esperar pelo momento de comer, pelo menos justificará minha presença. — Disse a senhora de queixo erguido.

Muitos se horrorizaram, porém, quando viram quem pediu a benção à mulher, resolveram guardar suas opiniões sobre ela.

— Sente-se aqui, mãe. — Azarado ofereceu a cadeira à dona Bianca.

— Agradeço por sua ilustre presença no aniversário de minha irmã, senhora Bianca Almeida. — Ofélia agradeceu. Devia muito àquela mulher.

— Gosto daquela menina. — Bianca decretou. — Ainda acho que ela vai nos surpreender. Tem o pensamento aguçado, nossa Mirtes. Posso ver nos olhos dela.

— Pensamos o mesmo. — Pedro foi quem falou em concordância com Bianca. Ele e Adália tiveram um pouco de dificuldade de passar pelas pessoas que, de forma disfarçada, se aglomeravam para ouvir a conversa daquele grupo.

— Agora que estão aqui todos que Mirtes queria ver em sua festa, pedirei para que a chamem. — Disse Marcel, já se retirando para agir.

— Esse rapaz... — Bianca comentou quando Marcel sumiu. — Eu também gosto dele. Sabe minha filha — direcionou as palavras para Ofélia —, algumas poucas vezes os libertinos descarados e sem futuro se tornam bons maridos. Poucas vezes, quando eles amam com toda sua alma.

Ofélia, em silêncio, absorveu aquelas palavras.

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Ma belle: Minha linda; Querida.

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