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Dama de Ferro


Se possível Ofélia evitaria todas as ocasiões sociais porque as pessoas pareciam fazer questão de serem absolutamente desagradáveis com ela. Além disso, nos círculos da alta sociedade era comum ver os escravagistas, pessoas as quais ela não suportava e que também não nutriam nenhuma simpatia por si.

Mirtes queria almoçar no restaurante de um hotel porque todas as meninas de sua idade relataram suas idas lá. O local estava se tornando um lugar da moda. Era inevitável que comentar sobre um lugar da moda fosse comum nos círculos mais privilegiados, e, não conhecer tais lugares equivalia a ser excluída do assunto.

Apesar de ela não reclamar, e de só ter pedido para ir lá uma única vez, Ofélia sabia bem que aquilo era importante para inserção em sociedade. Sobretudo Ofélia não queria que aquelas crianças abusadas começassem a chamar a irmã de reclusa apenas porque ela não tinha frequentado um maldito hotel.

A mulher já estava recuperada de sua última desventura, e naquele dia em especial apresentava muito bom humor. Na verdade não tão bom assim, mas suficiente para que pudesse acompanhar a irmã.

— Ofélia, me empreste seu... Nossa! — Mirtes parou na porta do quarto e ficou de queixo caído.

— Pois sim? — A irmã mais velha se virou como se nada tivesse acontecido. — O que você quer que eu empreste?

— Seu pente de gemas cor de rosa. — Mirtes piscou rápido algumas vezes sem acreditar em seus próprios olhos. — Você está linda, Ofélia!

A menina vibrou onde estava dando gritinhos e se sacudindo.

Tinha perdido a conta de quanto tempo fazia que a irmã não se arrumava mais daquele jeito. Ofélia tinha os cabelos postos em um simples, porém jeitoso, coque com cachos. O vestido azul claríssimo tinha decote que deixava ver o colo claro. A mulher tinha até mesmo se dado ao trabalho de colocar alguma pintura na face, a fim de valorizar suas maçãs do rosto e os olhos.

— Sou grata por seu elogio. — Ela sorriu para a irmã. Não usaria o tapa-olho naquele dia. — Você está bonita como sempre.

Mirtes usava um belo vestido de cor alaranjada com babados de renda branca. Não mostrava o colo como o de Ofélia. Na verdade ia até o pescoço, onde ela tinha ornado com um camafeu de marfim.

— Posso saber qual a inspiração de tal bom humor? —A menina ergueu as sobrancelhas, espantada, enquanto pegava o pente de prata na caixa e jóias da irmã.

— Nem eu mesma o sei, Mirtes. Apenas vi o vestido guardado e resolvi que já era tempo de usar. — Ela respondeu.

— Que bom, então. Como eu gostaria de ter um retratista aqui nesse momento. — A menina suspirou enquanto olhava no espelho e colocava o acessório no cabelo. — Para eternizar esse momento.

Ofélia se levantou e pegou a bolsinha.

— Está pronta, Mirtes? — Perguntou para a irmã enquanto se olhava uma última vez.

— Sim, deixe-me apenas pegar minha bolsa. — A menina pediu e saiu. O ar ficou com o cheiro de rosas que ela tinha.

Ofélia e Mirtes seguiram de coche até o restaurante do hotel que tinha fachada de pedra com algumas esculturas de faces de querubins. A menina estava visivelmente animada com aquele passeio, principalmente porque via a irmã sorrir com frequência naquele dia. O rosto de Ofélia sempre ganhava um ar mais leve quando ela sorria.

O condutor do coche em questão, no dia, era Julião. O homem ficou impactado em ver que a mulher tinha usado de algumas vaidades.

As irmãs Weirtz entraram no restaurante após uma curta viagem em seu carro e foram recebidas por um senhor de meia idade que as conduziu até uma das mesas no salão. O lugar estava bastante movimentado, as mesas eram relativamente próximas. A amálgama de conversas estava alta.

Ofélia e Mirtes se sentaram à mesa e receberam o cardápio. A mais velha escolheu rápido porque não se importava muito com o que iria comer, mas Mirtes estava com dúvidas, já que as outras moças tinham avaliado de maneira positiva vários dos pratos que eram servidos ali. Enquanto ela olhava para a lista, a irmã observou os arredores.

Viu que muitas pessoas olhavam para si sem o menor pudor, nenhuma vergonha de parecerem grosseiras. Ofélia automaticamente apertou mais a bengala branca com detalhes dourados que estava repousada sobre seu colo. Sentia-se desconfortável, e essa era uma reação automática.

Até que começou a prestar atenção no que as pessoas a sua volta cochichavam. "Ela está bonita hoje", "a Dama de Ferro tirou a armadura" e outras coisas do gênero, eram ditas e repetidas entre cochichos.

Aquilo a deixava um pouco nervosa, entretanto quando olhava para Mirtes, tentava se conter para não sair dali. E como se tudo já não estivesse muito ruim e opressor, assim que Ofélia olhou na direção da entrada do salão, viu que Marcel entrava de braço dado com Honorinha Cunha. Ela, Ofélia, não queria sentir ciúmes. Repreendeu a mente e o coração porque sentiu uma pontada de dor aguda diante daquela cena incômoda.

Distraído, Marcel riu para a acompanhante que usava um vestido vermelho de tom escuro. Um pouco inadequado para as etiquetas do dia a dia, mas ninguém podia negar que ela estava belíssima.

Marcel disse algo para a mulher e ela deu um tapa no braço dele, quase se derretendo até se espalhar toda pelo chão.

Ofélia desviou o olhar e suspirou. Perguntou a si mesma por que aquilo a machucava tanto. Era horrível se sentir mal na presença de Marcel com uma acompanhante, e, pensando melhor, ela não tinha presenciado aquilo muitas vezes. Sim, ela tinha pedido um pouco para ver aquilo quando ficava procurando por ele nos salões de festa, ou quando visitava a casa de amigos e seu olhar se demorava nele. Entretanto, aquele incômodo imbecil era castigo demais para o pouco pecado de sempre observar o homem.

— Veja, é o senhor Desfleurs. — Mirtes sussurrou quando finalmente terminou de escolher o que comeria.

Ofélia chamou o garçom para anotar seu pedido antes de olhar para a direção que Mirtes apontava.

— Mirtes, não seja deselegante, não encare as pessoas. — Ofélia repreendeu com voz calma enquanto se virava para olhar Marcel como se ainda não o tivesse visto ali.

O homem tinha se sentado a duas mesas de distância e estava de perfil para ela. Ele sorria de modo simpático enquanto dava batidinhas leves na mão de Honorinha. Já ela, parecia se escangalhar de tanto gargalhar. Em uma postura de conquista a mulher passou as mãos de forma charmosa pelo próprio cabelo.

— Ele tem companhia. — Ofélia fingiu concluir em voz alta o que já sabia. Depois virou o rosto na direção da irmã. — Então, me conte sobre o sarau dos Lobato.

— Tereza convidou-me para o sarau. Ou melhor, a nós. Ela disse que caso seja de minha vontade, posso fazer uma apresentação. — Mirtes contou animada. Recebia poucos convites de meninas e muitos de rapazes, os quais ela – naturalmente – não aceitava.

Os saraus eram ocasiões para demonstrar os próprios talentos e os donos da casa que tinham filhas em idade de casar quase sempre as exibiam como vacas de bom valor.

— Você aceitou? — A mulher perguntou interessada. O que os Lobato queriam? Não eram como os demais que falavam mal dela?

— Não. — A alegria de Mirtes parecia ter desmaiado. — Como poderia aceitar um convite sem sua permissão?

— Está correta. Caso queira, pode aceitar. — Ofélia permitiu e viu os olhos da irmã brilharem de alegria. Claro que ela gostaria de exibir um de seus inúmeros talentos.

— Tem certeza? Sei que você não é das mais afeitas a tais eventos. — Mirtes queria uma confirmação para não ficar de consciência pesada.

— Claro que sim. — Ofélia deu um gole no vinho que já tinha chegado.

— Pois responderei hoje mesmo ao convite e também precisamos de uma visita na modista...

Mirtes se delongou em observações sobre o preparo para o tal evento. Ela pensou que poderia apresentar uma poesia ou uma dança, mas não conseguia se decidir. Ofélia simplesmente acenava com a cabeça, fazendo o possível para se prender a empolgação da irmã, mas pelo canto dos olhos ainda conseguia ver o par na outra mesa.

Mentalmente se obrigava a se desprender daquilo. Admitiu mais uma vez, em silêncio e segredo, que era apaixonada por Marcel Desfleurs, mas não podia prendê-lo a si.

Estava tão imersa em tais reflexões que nem percebeu quando Mirtes parou de falar para olhar alguém que tinha parado atrás de si. Acabou se sobressaltando assustada quando uma pessoa pousou a mão em seu ombro.

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