𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐅𝐈𝐕𝐄
TESTE DE CORAGEM
Eu não estava mais aguentando essa viagem, e acho que todos estavam na mesma situação que eu. Não sabia dizer, exatamente, qual a pior parte, se era ter que acordar cinco e meia da manhã para treinar, se era depois estar morrendo e ainda ter que cozinhar ou se era o fato de que meu corpo estava sempre indo tão até o extremo que saia sangue pelo meu nariz, pelos olhos e pelas orelhas quase que constantemente, o que gerou muita raiva em mim já que Kaminari estava sempre olhando para o estado que eu ficava e gritando em desespero como se eu fosse um monstro saido de filmes de terror.
Mas era um saco! Meu exercício diário era tentar entrar na mente de Mandalay, que era telepata e sua individualidade consistia em entrar na mente dos outros e enviar mensagens, e conseguir fazer ela mandar uma mensagem que eu queria. O que, sinceramente, não era nada fácil, já que ela era realmente muito forte e conseguia bloquear todas as minhas tentativas. Além disso, eu tinha que entrar na mente de Mandalay enquanto mantinha pedras flutuando ao nosso redor, para conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo já que eu não conseguia usar a minha telepatia e telecinese ao mesmo tempo. Sim, estava sendo um puta de um desafio díficil, porque eu tinha que equilibrar bem as duas vertentes da minha individualidade sem deixar que uma pendesse para um lado mais que a outra. Aizawa sensei tinha sido bem meticuloso ao colocar esse como o exercício que eu tinha que praticar.
Era apenas o terceiro dia e eu já sentia como se minha alma fosse sair do meu corpo. Sinceramente, ao mesmo tempo que era bom treinar tão intensivamente, também fazia eu terminar o dia tão acabada que não conseguia nem erguer a cabeça direito, me tornando quase que inútil na hora de fazer a comida, o que era verdadeiramente vergonhoso, não que os outros ligassem muito para isso. E a classe B estava exatamente na mesma situação que nós, todos destruídos e se solidarizando um pelo outro. Nosso ânimo não melhorou nem mesmo quando Pixie-bob disse que ao anoitecer, teriamos um momento de diversão com o teste de coragem. Quer dizer, o meu humor não melhorou, pelo menos.
Vamos, Atsuko, até agora tudo o que você conseguiu foi fazer cócegas na minha mente. A voz de Mandalay soou clara como a luz do dia, me fazendo bufar enquanto me atirava contra os escudos mentais dela, tentando passar.
Se eu estivesse usando minha força total, talvez eu até conseguisse fazer alguma coisa. Mas era como se eu tivesse divido todo o meu poder psíquico em duas partes: uma para controlar minha telecinese, fazendo as pedras ao nosso redor flutuares e irem de um lado para o outro, forçando minha mente a trabalhar, e a outra parte tentando entrar na mente de Mandalay. Claro que isso era bom tanto para fortalecer minha telecinese quanto minha telepatia, assim como minha individualidade num geral para conseguir usar ambos ao mesmo tempo, mas era realmente difícil focar em entrar na mente blindada de Mandaley e ao mesmo tempo usar a telecinese.
Era como tentar passar por uma parede de ferro; você apenas se chocava contra ela, sem causar nenhum dano e tudo o que conseguia fazer era se machucar no processo. Não era atoa que meu sangue estava toda hora escorrendo pelo meu rosto, se juntando com as camadas já secas nas minhas bochechas. Eu ia acabar essa semana parando no hospital, tenho certeza disso!
Mais uma vez, me choquei com força contra a parede de Mandalay, sem nenhum resultado. Eu sabia que só aquilo não ia adiantar; precisava achar uma brecha dentro da mente dela, uma brecha para conseguir ultrapassar e destruir a parede de dentro para fora. Mas como você conseguiria vencer uma telepata muito mais forte e experiente que você?
Bom, não foi nesse dia que descobri o como fazer isso já que eu estava pateticamente destruída e cheia de sangue quando o dia virou noite. Só tive tempo de tomar banho, limpar meu rosto destruido e trocar de roupa antes de ir ajudar a fazer a janta.
Estava uma noite bem quente, por isso eu peguei o primeiro shorts e a primeira regata que achei antes de colocar, quase caindo ao calçar meu all star rapidamente para pelo menos tentar ser útil hoje, mesmo sentindo meu cérebro latejando de dor. Quando puxei uma camisa xadrez da minha mochila para vestir já que estava um pouco de vento do lado de fora, percebi que era de Shoto, mas não foi como se eu tivesse me importado com isso antes de a colocar e ir para onde todos já estavam.
-Bakugo, que belos cortes! Bem inesperado. - Uraraka disse surpresa para Katsuki que estava cortando legumes, o que me faz dar uma risada. Claro que não deveria ser um choque tão grande assim Katsuki saber como manusear uma faca...
-Como isso é inesperado, cacete?! - ele gritou. -Tá querendo dizer que achava que eu era ruim nisso?!
-Olha aí! Fazia tempo que o Sr Talentoso não aparecia. - Kaminari comentou casualmente, sem medo de ser explodido no processo.
-Vocês estão cheios de energia... - Kirishima disse, parecendo tão acabado quanto eu, o que me fez dar um tapinha amigável nas costas dele, o fazendo suspirar.
-Eu te entendo bem, Kiri, a diferença é que você tá bem pior. - eu disse e ele me olhou por um instante antes de rir.
-Você tá mesmo com cara de acabadinha, toma cuidado pra não fazer seu cérebro pifar, viu? - Kirishima disse franzindo as sobrancelhas em preocupação, o que me fez rir antes de assentir e apoiar a cabeça contra o ombro dele por um instante.
-Acho que o sensei quer matar a gente. - reclamei. Kirishima soltou um gemido infeliz, definitivamente concordando comigo já que estava tendo aulas de reforço até tarde da noite graças a não ter passado no exame prático.
-Entendo que é pra melhorar nossa resistência e desenvolver nossas individualidades, mas no seu caso, não tá sendo demais, não? Tipo, você tá saindo sempre com o rosto cheio de sangue parecendo que saiu de uma guerra. É meio assustador. - Kirishima comentou e eu fiz uma careta.
Com um suspiro, fiz uma das batatas que estávamos descascando levitar entre nós, atraindo a atenção de Kirishima para aquele gesto bobo, antes de deixar ela voltar para a tigela onde estava.
-Na verdade, tô sentindo mais facilidade. Claro, machuca pra cacete ficar com isso durante o dia todo, mas aos poucos tô sentindo um progresso. - falei e ele assentiu. -E se eu for muito até o lmite, acho que meu corpo só vai parar de funcionar e eu vou acabar desmaiando.
Kirishima arregalou os olhos e abriu a boca chocado.
-Então não faça isso! - ele falou me balançando, o que me fez dar risada.
-Ei, vocês dois manés! Parem de ficar conversando e acabem logo de fazer isso! - Bakugo gritou, logo atrás de nós, me fazendo revirar os olhos e Kirishima rir.
-Como você aguenta esse idiota? - perguntei para o de cabelos vermelhos e ele deu de omrbos.
-Seu namorado.- ele retrucou e eu fiz uma careta.
-Seu melhor amigo. - retruquei. Kirishima sorriu.
-Justo.
-Barrigas cheias e pratos limpos, agora, hora do teste de coragem! - Pixie-bob disse, fazendo todos ficarem muito animados. Ok, eu não podia dizer que estava animada, mas pelo menos iríamos nos divertir um pouco.
-Antes disso, me desculpem, os alunos com aulas de reforço precisam vir comigo agora. - Aizawa sensei avisou. O sorriso de Mina foi substituído por uma cara de puro horror.
-Tá brincando, né? - ela berrou.
Aizawa sensei nem mesmo pensou duas vezes antes de envolver os cinco com suas fitas e os arrastar consigo, ignorando os gritos de protesto. Fiquei com pena por eles, mas não tinha nada que eu pudesse fazer a respeito disso.
-Certo, então, a classe B vai assustar primeiro. - Pixie-bob explicou. -A classe A vai se dividir em duplas e partir num intervalo de três minutos. No meio daquela estrada tem um cartaz com um nome escrito. Peguem ele e o tragam de volta.
Bakugo só faltou morrer ao se dar conta que sua dupla seria Shoto, e ele quase obrigou Yao-Momo a trocar com ele já que ela seria minha dupla. Katsuki apenas me olhou, foi o suficiente para ele perceber que eu não trocaria e não adiantaria nada pedir.
Yao-Momo e eu entramos juntas na floresta e não nego que estávamos com o cú na mão já que estava bem escuro e fazendo barulhos estranhos. Conseguimos nos assustar com um sapo, o que fez nós duas darmos risada com tamanha estupidez.
-Atsu, posso te perguntar algo? - ela perguntou enquanto caminhávamos tranquilamente pela floresta, eu usando minha telepatia para procurar por pessoas próximas de nós.
-Claro, né, Yao-Momo. - falei olhando para ela por um instante antes de sorrir. -Somos amigas. Pode me perguntar o que quiser.
Ela sorriu feliz pela minha resposta antes de voltar a olhar pela floresta. Por um tempo, Yaoyorozu ficou em silêncio, pensativa.
-Você fica incomodada com todos falando sobre você e o Bakugo? Porque toda vez que falam, você faz uma cara de quem tá odiando isso. - ela perguntou me olhando. Apenas dei de ombros, chutando uma pedrinha.
-Na verdade, eu não ligo para o fato de ficarem enchendo o saco. - falei com sinceridade antes de suspirar. -Ligo de falarem isso na frente do Shoto. Eu nunca cheguei a falar para ele que Katsuki e eu tínhamos algo, e ele descobriu meio que sozinho, o que fez ele se sentir traído, talvez? Sei lá. Shoto tá estranho comigo e fica pior toda vez que tocam no assunto sobre Bakugo e eu.
Yao-Momo franziu as sobrancelhas e ficou quieta por um tempo antes de suspirar e fitar a lua.
-Acho que ele gosta de você. - Momo disse, fazendo eu engasgar com minha própria saliva. Ela arregalou os olhos, pensando que tinha falado demais. -Quer dizer, pelo menos é o que parece quando ele age assim por causa do Bakugo! Mas você não precisa dar satisfação da sua vida para os outros, Atsu. Se você tá feliz com o Bakugo, é isso que importa, tá?
Eu assenti, mas tinha parado de assimilar depois que ela disse que Shoto devia gostar de mim. Era apenas absurdo e totalmente impossível! Ele só me via como uma irmã, certo? A melhor amiga, mesmo que eu nunca tivesse visto ele como um irmão...
Bosta! Agora ia ficar pensando demais nas palavras de Yao-Momo e ficaria ainda mais confusa do que eu já tava em relação a Shoto e minha amizade com ele! As coisas estavam mesmo indo de mal a pior, puta merda!
Foi quando sentimos um cheiro de algo. Estranho; era bem, bem estranho, e logo que senti meu corpo reagir de forma negativa, já me dei conta do que era aquilo. Principalmente quando uma fumaça começou a nos cercar.
-Yao-Momo! Essa fumaça é venenosa! - eu disse, levando a mão ao rosto para não respirar aquilo.
Yao-Momo foi rápida; ela criou duas máscaras para nós, para que pudéssemos respirar quando fomos envolvidas por completo naquela fumaça rosa.
-O que é isso?! Faz parte do teste? - Momo perguntou, sua voz demonstrando o quanto estava preocupada. Meu coração estava batendo acelarado dentro do peito, a adrenalina explodindo dentro do meu peito. Eu engoli em seco antes de negar, fitando Yao-Momo com intensidade.
-Não. Eu não acho que isso seja parte do teste, Momo. Eu acho... - eu esperava muito estar errada, mas no fundo de minha alma, eu sabia que não estava. -Eu acho que isso são vilões. E eles estão atrás de nós.
Pessoal! Dois vilões atacaram! Pode haver mais! Aqueles que conseguem se mover, vão para os dormitórios! Não enfrentem o inimigo! Fujam!
E quando ouvimos a voz de Mandalay ecoando em nossas mentes, tivemos a confirmação que precisávamos: aquilo era um ataque. E os vilões tinham nos achado.
Bom dia povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Decidi já ir direto para os finalmentes sem enrolar por motivos de que desde que comecei a fanfic queria escrever essa parte
Sim, vem caos nos próximos capítulos e aconselho a se prepararem hehehe
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 08/08/22
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