IMPRENSA MALDITA E VILÕES DE MERDA

No dia seguinte, não consegui levantar da cama. Meu cansaço emocional era tanto que sentia que não havia energia o suficiente para me mexer. Era como se todos meus órgãos tivessem parado de funcionar pelo tanto de esforço mental que gastei no dia anterior. Uso excessivo da minha individualidade e foi isso que ganhei de presente. Uma puta dor de cabeça e uma falta de vontade de me mexer. Fiquei brava porque Natsuo e Fuyumi não me deram o mínimo de desconto antes de me arrancarem para fora da cama e me forçarem a ir para escola. Eu só queria ficar na droga da cama! Se fossem bons irmãos mais velhos, teriam me deixado morrer ali. Mas não deixaram, e agora eu estava tendo que me esquivar da porrada de reportes na porta da U.A enchendo o saco por causa do All Might.

-Que coisa insuportável. - reclamei enquanto saia de perto de todas aquelas pessoas e entrava de uma vez na U.A, sendo seguida por Shoto. Ele apenas deu de ombros, como se não esperasse grande coisa vindo dos repórteres e eu suspirei. -Eles não precisavam ser tão insistentes sobre esse assunto. Me deixa apenas com vontade de fazer eles sairem voando por ai.

-E ai você seria expulsa da escola. - Shoto disse e eu torci o nariz em uma careta, observando os olhos heterocromáticos dele.

-Você é muito preto e branco. - reclamei e Shoto franziu as sobrancelhas em confusão. Apenas suspirei, fazendo um gesto de deixa para lá com a mão. Mesmo que eu tentasse explicar o que queria dizer com isso, não é como se Shoto fosse se importar muito. Ele não se importava exatamente com a opinião dos outros, ou pelo menos era isso que ele fazia parecer. Então porque ele iria se importar com a minha opinião?

Entramos na sala e o caos já existia ali, todos conversando de forma animada, ainda falando sobre a batalha do dia anterior. Alguns estavam reclamando dos repórteres do lado de fora da escola, mas não prestei muita atenção nisso enquanto me dirigia ao meu lugar e me sentava, pensando seriamente em tirar um cochilo antes que Aizawa sensei chegasse. Estava preparando a mochila para fazer isso quando Kirishima pulou bem na minha frente, me fazendo tomar um susto e quase derrubar todas as minhas coisas. Acho que ele sequer notou que tinha me assustado, pois Kirishima deu um sorriso para mim que me dava a visão daqueles dentes afiados dele.

‐Fumiko-san, você foi incrível na prova de ontem! Você deixou Uraraka completamente congelada só com sua mente?- ele disse, parecendo verdadeiramente chocado e eu dei risada. Kirishima era uma pessoa engraçada e definitivamente o tipo de ser humano que ninguém conseguia odiar.

-Me chama de Atsuko. E sim, mas é tão cansativo usar minha individualidade que hoje sinto que meu cérebro virou geleia.- reclamei fazendo uma careta e Kirishima deu risada. -E ainda perdi por causa daquela biribinha ambulante que não sabe trabalhar em equipe. - falei respirando fundo. Kirishima engasgou com a risada pelo apelido novo que eu tinha dado a Bakugo.

-Vocês formam uma dupla engraçada. - ele disse e eu o olhei como se ele tivesse acabado de ofender todos os meus parentes mortos, o que fez ele arregalar os olhos achando que talvez tivesse cometido um erro.

-É impossível formar uma dupla com aquela coisa, Kirishima. Ele só pensa nele mesmo. - eu falei. Bakugo se virou e lançou um olhar que indicava que ele estava escutando tudo. Mas não é como se eu estivesse tentando esconder algo dele, de qualquer forma. Era bom que ele escutasse mesmo!

Ninguém disse mais nada pois Aizawa sensei finalmente entrou na sala com papéis em suas mãos. Ele ficou em silêncio por um tempo antes de nos fitar.

-Espero que estejam todos recuperados da prova de batalha de ontem. - ele falou olhando para todos nós. -Tomei liberdade de olhar suas notas e avaliações. Bakugo, pare de agir como se tivesse sete anos de idade. Você está desperdiçando seu próprio talento.

Eu deveria ficar feliz por essa comida de rabo que ele tomou de Aizawa sensei, mas meio que me senti triste. Principalmente pela cara que Bakugo fez, mesmo que ele sequer merecesse um pingo da minha empatia. Eu não estava mentindo quando disse que compreendo a dor que ele sente por toda a pressão que coloca em si mesmo, mas isso tampouco justifica as ações imbecis que Bakugo tem.

-E você. Está planejando destruir seu braço, Midoriya?- Aizawa continuou e Midoriya só faltou grudar no teto pela repreensão. -Se continuar pensando "eu não tenho como ajustar minha individualidade, então não tenho escolha" você não vai ir muito longe. Eu já te disse antes. Não me faça dizer de novo. Uma vez que tenha passado por esse obstáculo, vai ser muito mais flexível, então preciso ver algum esforço vindo de você, Midoriya.

-Sim, senhor!

-Agora vamos para os avisos. - Aizawa subitamente pareceu ainda mais sério do que estava antes durante a repreensão nos garotos, o que me deixou totalmente apreensiva. -Sinto muito ter que avisar isso a todos vocês, mas... Precisamos escolher um representante.

Uma coisa normal de escola, finalmente. E antes mesmo que eu pudesse processar isso, a sala virou um caos novamente, todos gritando de uma vez e implorando para serem escolhidos. Minha mente já estava berrando de dor, com todos gritando desse jeito só ficou mil vezes pior.

Calem a boca!

Não sei o que exatamente fez todos calarem a boca de forma tão repentina, se foi meu grito ecoando em suas mentes ou o choque por eu ter entrado fácil assim em suas mentes, mas todos se viraram para me fitar. Abaixei as mãos que cobriam minhas orelhas, visivelmente incomodada.

-Não sejam tão barulhentos, pô. Me deixa com náuseas. - reclamei em um murmúrio, me sentindo um pouco mal por ter gritado na mente deles. Odiava perder o controle assim, porque todos sempre me olhavam torto. E porque todos tendiam a odiar completamente minha individualidade. Diziam que, de uma forma ou de outra, eu estava invadindo o espaço deles...

-Esse é um dever que deve ser carregado com responsabilidade, onde você vai ter que carregar o peso de todo mundo. - Iida falou, chamando a atenção de todos para si mesmo. Eu quis o agradecer por ter tirado o foco de mim. -Só porque gosta de fazer isso, não significa que você pode. É um grande ofício que necessita grande estima e confiança das pessoas ao seu redor! O líder verdadeiramente digno surgirá a partir democracia refletida na vontade do povo. Por isso o representante deverá ser eleito pelo voto!

-Ainda é cedo demais para desenvolver confiança um no outro. - Tsuyu disse.

-Então vai todo mundo votar em si mesmo. - Kirishima completou. Mas Iida não desistiu da sua ideia.

-Exatamente por isso que a pessoa que conseguir vários votos vai ser a que é realmente apropriada para o trabalho, não é? Está tudo bem, sensei?

-Contanto que decida tudo dentro do prazo, tanto faz. - Aizawa sensei respondeu, se enfiando dentro daquele casulo dele, o que me fez ficar um pouco perplexa. Ele ia tirar um cochilo e deixar todos se matarem?

E assim se seguiu os minutos caótico para decidirmos quem seria nosso representante. Eu sabia em quem não votar, e em número um, estava Bakugo. Também não seria inteligente votar em Shoto, porque a comunicação dele era simplesmente péssima. E eu não ia votar em mim mesma, porque o que eu menos queria, era ser representante. No final das contas, meu voto foi para Midoriya.

-Você deve estar brincando com minha cara! - Bakugo exclamou ao ver os resultados da votação. -Quem votou no Deku?

-E você acha que iam votar em você, TNT?- zombei atraindo a atenção e a cara feia de Bakugo para mim. Dei um sorriso falsamente inocente para ele e acenei com toda minha cara de pau. -Cara feia pra mim é fome, biribinha.

-Cala boca, Jean Grey. - ele rosnou e eu dei risada, o que fez algumas pessoas me olharem perplexas, principalmente Midoriya, provavelmente se perguntando se eu não tinha medo do perigo. 

-Nenhum voto... Eu sei como é. Claro! Já que eu insisti no carater sagrado do papel. - Iida estava dizendo, e eu sabia que ele estava um pouco magoado por ninguém ter votado nele. 

No final das contas, de representante tivemos Midoriya e de vice a Yaoyorozu. Depois de dar um discurso entre guaguejadas aqui e ali, tivemos uma aula normal até o horário que eu mais gostava: o do almoço. Não me preocupei com a irritação que emanava de Bakugo quando ele passou por mim já que eu estava feliz demais por finalmente ir comer para me importar com qualquer merda que fosse. 

-Você votou no Midoriya? - Shoto me perguntou assim que me alcançou e eu me virei para o olhar. Não tinha julgamento em seus olhos pelo meu voto, apenas curiosidade.

-Voto é pra ser secreto, não é não?- zombei e ele deu de ombros. Abri um sorrisinho para ele. -Você votou em quem? Claramente não foi em si mesmo.

-Acho isso estúpido. - ele retrucou, e não é como se fosse grande novidade para mim. -Votei na Yaoyorozu. 

Por algum motivo, aquilo me deixou um pouco... Incomodada, talvez? Não porque ele não tinha votado em mim, já que tudo o que eu menos queria, era acabar sendo escolhida como a representante da turma. Não sei direito o que tinha me incomodado naquilo, porque eu deveria, afinal? Balancei a cabeça, mandando aquele pensamento e aqueles sentimentos estranhos para longe e mim, e coloquei todo meu foco na minha felicidade por finalmente poder almoçar em paz. 

Shoto e eu comemos em silêncio, mas o silêncio entre nós nunca era o tipo constrangedor ou desagradável. Quer dizer, eu o conhecia desde os quatro anos. Não existia uma única coisa sobre mim que ele não soubesse. E tampouco existiam segredos entre nós. 

-O que acha da nossa turma?- perguntei de forma curiosa e Shoto apenas deu de ombros, focado demais em sua comida para pensar em uma boa resposta.

Barulhentos, ele respondeu. Shoto me fazia pensar que provavelmente ele era a única pessoa na face da Terra que não se importava que eu entrasse em sua mente. E eu era feliz por esse voto de confiança que ele me dava.

-Todos os dias acho que eles vão acabar destruindo minhas células cerebrais com tanta energia caótica. - eu disse com uma careta e Shoto deu um meio sorriso. Era muito raro ver ele sequer esboçar algo do tipo, e nem mesmo sei dizer se já o vi sorrir de verdade. Pensar que tudo isso era culpa do tratamento de merda de Enji me deixava com muita raiva; mesmo que ele que tivesse me acolhido na sua família, tinham certas coisas que eu não era capaz de esquecer. Ou perdoar.

Shoto estava prestes a me dizer algo quando a sirene tocou; nós apenas trocamos um olhar quando uma mensagem começou a ecoar. 

"O nível de segurança três foi violado. Alunos, por favor, evacuem imediatamente."

Isso significava que alguém tinha se infiltrado no campus da escola, o que fez meu coração ir parar na garganta por um instante. Mas eu nem mesmo tive tempo de surtar ou processar antes de Shoto agarrar minha mão na dele e me puxar para seguir o restante dos alunos. 

O que veio a seguir foi o verdadeiro caos; o verdadeiro empurra empurra para conseguir sair antes que acontecesse alguma coisa, e eu estava sendo espremida entre os outros alunos, apertando a mão de Shoto com força na minha para não acabar sendo engolida sozinha no meio daquela multidão de idiotas desesperados. 

-É só a imprensa!- Iida estava gritando, mas ninguém parecia prestar atenção. Alguém caiu no meio do processo todo e eu vi meus colegas de sala sendo arrastados e engolidos pela multidão. 

Iida, o que você viu? perguntei e consegui ver a careta que se formou no rosto dele por eu estar em sua mente. Talvez ninguém nunca fosse se acostumar de verdade com minha individualidade, mas não tinha tempo para me preocupar com isso naquele momento.

É apenas a imprensa! Se não fizermos nada, as pessoas vão acabar se machucando! 

Eu olhei ao meu redor; quais eram nossas opções, afinal? 

-Faça com que eles parem de surtar. - Shoto disse, como se tivesse respondendo minha pergunta. Para uma situação caótica, ele estava absurdamente calmo. -Você sabe que consegue fazer isso.

Eu não sabia. Não tinha confiança em mim mesma e nas minhas próprias habilidades, mas ver Shoto colocando tanta fé em mim talvez tenha me dado a coragem que eu precisava naquele momento para tomar uma atitude.

Iida, vou fazer eles pararem de correr. Você passa o recado. 

Não esperei uma resposta; mesmo sendo carregada por aquelas pessoas, fechei os olhos e me concentrei completamente no meu poder. E então, deixei ele fluir livrimente para fora de mim, como nunca deixava antes.

Deixei que meu poder invadisse cada uma daquelas pessoas se espremendo para correr naquele corredor apertado. Deixei que ele afundasse como garras invisíveis e prendesse cada um sobre o meu controle. Senti o sangue escorrer pelos meus ouvidos por todo aquele esforço, mas não me importei com isso enquanto ordenava que parassem de se mover. 

E assim, eles fizeram, todos ficando completamente estáticos. 

Uraraka fez Iida levitar com sua individualidade, e ele usou a individualidade dele para passar por todos, batendo com tudo contra a parede da saída. Arregalei os olhos, um pouco em choque por aquele impacto. 

-Todo mundo, se acalme!- Iida gritou. -Está tudo bem! É somente a imprensa! Está tudo bem! Não tem porque entrar em pânico! Está tudo bem! Vocês estão na U.A! Vamos nos comportar como os alunos da melhor escola!

Deixei que todos tivessem o controle de suas mentes novamente assim que o caos passou. Niguém estava mais desesperado ou correndo, pelo menos.

Senti minhas pernas fraquejarem com o esforço de manter sobre meu comando todas aquelas mentes, e acho que teria afundado o rosto no chão se Shoto não tivesse me segurado com força. Eu fiz uma careta, me sentindo completamente patética. Me senti ainda mais patética porque aparentemente Shoto não achava que eu podia andar sozinha já que me levantou, me fazendo apenas querer morrer de vergonha. 

-Você tá bem?- ele perguntou me encarando. Nem mesmo me dei o trabalho de responder. 

-Ela parece que vai vomitar. - Kirishima disse, aparecendo com Kaminari do nosso lado. -Mas foi incrivél isso que você fez!

-Você parou todas essas pessoas, foi assustador não conseguir me mexer por causa do seu comando. - Kaminari disse e eu fiz uma careta. -Mas agora parece mesmo que vai vomitar.

Eu não respondi nada justamente porque eu queria mesmo vomitar.

Shoto queria me levar até a enfermaria, mas ameacei derreter o cérebro dele caso fizesse algo do tipo, então ele apenas me ajudou a voltar para sala de aula, onde passei pelo menos uma hora com a cabeça apoiada na carteira, tentando me recuperar daquele dia caótico. 

Não prestei muita atenção no discurso de Midoriya ou no como agora o nosso novo representante era Iida. Estava nauseada demais para me importar com isso, mas pelo menos a felicidade que Iida sentiu foi o suficiente para me alegrar um pouco mais. Kirishima tinha tentado dizer que eu daria uma boa representante, mas uma cara de cú minha fez ele mudar de ideia bem rápido e perceber que tudo o que eu menos queria era aquilo. 

-Não acha estranho a imprensa ter conseguido invadir assim a escola? Quer dizer, é da U.A que estamos falando. - eu disse para Shoto quando estavamos arrumando nossas coisas para irmos embora. -É bem suspeito, sinceramente.

-Parece muito aqueles filmes onde o vilão tenta causar uma distração. - Kirishima disse logo atrás de mim, me fazendo dar um pulo. Eu sequer tinha notado a aproximação dele até Kirishima estar perto assim de mim, o que fez ele rir um pouco. 

-Estão colocando problemas demais. É a U.A. Não vamos nos preocupar. - Yaoyorozu disse eu fiz uma careta.

Não demorou muito para descobrirmos que na verdade tinhamos vários motivos para nos preocuparmos. 

Na aula da quarta feira, depois do almoço, acabei me envolvendo em uma guerra de bolinhas de papel com Kirishima. Algo que definitivamente Shoto desaprovava muito e que quase fez Iida ter um treco, mas foi divertido, ainda mais quando a mira de Kirishima era uma merda e eu estava constantemente dando headshots nele. Ficou ainda melhor quando desviei de uma das bolinhas e ela acertou Bakugo bem no meio do nariz, me fazendo engasgar com uma risada e Kirishima fazer uma cara de "pronto, agora ferrou".

-Mas que cacete!- Bakugo gritou, faíscas saindo de suas mãos. -Não conseguem parar com essa merda, seus figurantes de bosta?

-Você acionou a TNT, Kirishima. - eu disse abrindo um sorriso zombateiro e Kirishima ficou bem dividido entre rir e achar que eu era louca. Midoriya estava quase rezando pela minha vida depois da expressão que Bakugo fez.

-Cala essa boca, sua maldita irritante. - Bakugo disse cerrando os dentes. Que personalidade lixosa, pelo amor de Deus! Eu definitivamente poderia ter o provocado ainda mais, porque eu adorava irritar pessoas que facilmente explodiam, mas Aizawa sensei apareceu, me fazendo voltar a ser a aluna exemplar. Em pouco tempo já cheguei a conclusão que ficar muito perto de Eijiro me fazia perder alguns neurônios.

Aizawa sensei nos explicou como funcionaria as atividades de hoje. Iríamos praticar resgates em uma área um pouco mais afastada, por isso pegariamos o ônibus para chegar lá. Todos nos trocamos, colocando nossos uniformes e fomos para dentro do ônibus depois das instruções exageradas de Iida. Mas não me importei com isso, pois estava animada para essa aula. Saber como lidar com uma situação dessas era extremamente necessária ao meu ver. Eu tinha grandes expectativas para a aula.

Tudo começou a virar um caos dentro do ônibus quando entraram no assunto de virarem super heróis populares. E digo isso porque Bakugo simplesmente surtou quando Asui disse que ele não seria popular por estar sempre muito estressado. Não era como se ela estivesse errada, afinal; quem diabos ia gostar de um super herói surtado que fica gritando com você?

-Sua vadia! Eu vou ser popular também! - Bakugo gritou, só faltando pular do banco onde estava para ir esganar Tsuyu.

-Viu?- ela falou, apontando para Bakugo que parecia um cachorro raivoso.

-Faz pouco tempo que nos conhecemos e todos já perceberam os traços da sua personalidade que cheira como uma merda cozinhando no esgoto. - Kaminari disse, me fazendo engasgar com uma risada. Bakugo só faltou explodir o ônibus inteiro.

-Que porra de vocabulário é esse?! Eu vou te matar! - Bakugo gritou em resposta.

-Você reclama do vocabulário do Kaminari, mas o seu é super requintado, né? - falei rindo e Bakugo fixou os olhos vermelhos em mim por um instante.

-Cala a boca! Vou explodir você! - ele berrou.

-Se acalmem ai, já estamos chegando.- Aizawa sensei falou e todos pararam imediatamente com as discussões idiotas. Até mesmo Bakugo ficou quieto.

Devo admitir que entendo o porque todos ficaram tão impressionados quando entramos na USJ. Era um lugar verdadeiramente incrível e perfeito para a aula de hoje levando em conta que tinha todos os tipos de cenário. Destroços de inundação, deslizamento de terra, incêndios e por ai vai, uma área criada para treinar todos os tioos de tragédias. E um dos senseis que iria nos guiar na aula de hoje era n°13. O que apenas serviu para deixar todos ainda mais animados.

-Antes de começarmos, uma coisinha, ou duas, ou três. - Treze disse, chamando a atenção de todos nós para si. -Tenho certeza que todos vocês já sabem, mas minha individualidade é o "buraco negro". Não importa que material possa ser sugado para seu vórtice, vai se transformar em pó.

-Uma individualidade perfeita para a remoção de destroços  e para salvar pessoas feridas em desastres! - Midoriya disse, empolgado.

-Sim. Porém, este é um poder que pode facilmente ser usado para matar pessoas. E sendo assim, não é diferente da individualidade de ninguém aqui. Naturalmente, nessa sociedade de super humanos, as individualidades são estritamente reguladas e são impostos requisitos para a utilização legal. Podemos dizer em poucas palavras que essa é a máscara do mundo. Dito isso, por favor, não se esqueçam que cada um de vocês tem individualidades que podem causar acidentes. Um passo errado é o suficiente para poder matar alguém acidentalmente. Durante os testes de força física do Sr. Aizawa, vocês aprenderam respectivamente o verdadeiro potencial de seus poderes. E durante o teste de batalha do All Might, eu creio que aprenderam a noção do perigo, abusando desses poderes um contra o outro. Essa lição vai servir como um novo começo! Vamos estudar sobre como podemos usar nossas individualidades para salvar vidas humanas. Suas individualidades não existem para machucar os outros! Por favor, levem esse exercício como um pleno entendimento de que suas individualidades existem para ajudar as pessoas. Isso é tudo. Estou grato por ouvirem isso tão atentamente e pacientemente. - Treze disse, fazendo uma reverência ao terminar. Definitivamente, uma pessoa incrível que sabia exatamente como usar as palavras.

Mas o clima mudou; um gosto amargo estourou em minha boca, e todos os meus sentidos começaram a gritar que algo estava errado. Tinha algo... Não, tinha alguém. Alguém ali, uma pessoa que não deveria estar.

-Aizawa sensei, tem algo errado. - eu falei, mas ele já tinha se dado conta disso. No segundo que ele se virou, nós todos conseguimos ver uma espécie de portal roxo ser aberto.

E em seguida, um cara de cabelo azul e mãos ao redor do corpo passou, me fazendo engolir em seco. A negatividade que emanava dele não deixava a menor dúvida de quais eram suas intenções indo até ali.

-Se juntem e não se movam!- Aizawa sensei gritou. -N°13, proteja os alunos!

Todos começaram a estranhar, achando que aquilo fazia parte da aula. Mas não fazia; tive ainda mais certeza disso quando Aizawa sensei colocou os óculos e puxou as fitas.

-Não se mexam!- ele gritou mais uma vez. -Eles são vilões!

-Ontem deve ter sido obra deles. - murmurei, me assustando um pouco ao sentir a mão de Shoto fechando no meu pulso e me puxando para trás.

-Eu me pergunto se All Might vai aparecer se eu matar as crianças. -um dos vilões disse, e mesmo sem conseguir ver sua boca por causa daquela mão em seu rosto, sabia que estava sorrindo.

E esse foi o dia em que as coisas realmente começaram a mudar na minha vida. E na de todos da turma 1-A.

Boa noite povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Atsuko e Bakugo 🤬🤬🤬
Atsuko e Kirishima 🤪🤪🤪

E o caos se inicia completamente!
Tudo o que já tá ruim pode sempre piorar <3

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 30/06/22