𖤍𖡼↷ 𝐎𝐍𝐄
PRIMEIRO DIA
O primeiro dia de aula chegou, assim como também aquela ansiedade e excitação de começar um novo ciclo. Não que Shoto estivesse demonstrando o mesmo ânimo que eu, mas não era como se eu também estivesse ligando muito para isso. Se por sorte ou ironia do destino, eu e ele tínhamos caído na mesma sala de aula, a 1-A. Às vezes eu achava até mesmo engraçado o como parecia impossível me livrar completamente de Shoto. Não que eu realmente quisesse que isso acontecesse, aliás. Acho que não sei mais sequer socializar com as pessoas, acostumada demais a ter pelo menos ele do meu lado quando ninguém mais está. O primeiro e provavelmente o único amigo que já tive nessa vida.
Achei que o primeiro dia de aula na U.A não fosse ser tão caótico, mas as coisas já estavam um caos antes mesmo de o sensei chegar na sala de aula, antes mesmo que sequer soubéssemos quem ia nos dar aulas ou como as coisas funcionariam. Tão barulhentos que me faziam ter vontade de apenas entrar em suas mentes e os deixar em total silêncio pelos próximos minutos, mas isso seria extremamente antiético da minha parte. E se eu queria ser uma heroína, existiam limites que eu sabia que não podia cruzar, e esse era um deles.
-Não coloque suas pernas na carteira! Você não acha que é falta de respeito com seus colegas? - um garoto de óculos e com o cabelo perfeitamente arrumado reclamou, apontando para o rosto do outro garoto, o de cabelo loiro espetado e completamente desarrumado e olhos que remetiam ao caos que ele certamente era.
-Não, eu realmente não acho. - o garoto retrucou, um sorriso puramente cruel cruzando seus lábios, o que apenas me fez ter a total certeza de que ele era problema e uma dor de cabeça. -De que escola você veio, figurante?
-Eu vim do colégio Soumei Junior. Meu nome é Iida Tenya. - ele disse e estendeu a mão na direção do loiro que rapidamente ficou com uma expressão ainda pior.
-Soumei? Então você é da elite. Parece que arranjei um motivo para acabar com você no fim das contas. - o loiro disse e eu torci o nariz. Que belo discurso para um aspirante a super herói!
-Que ousadia! Você quer se tornar um herói?- Iida disse perplexo e a discussão continuou.
-Tão barulhentos. - murmurei tampando meus ouvidos. Mas não era como se fosse adiantar muito; os pensamentos de todos na sala estavam gritando de forma tão, tão intensa naquele momento graças a discussão do loiro com o tal Iida que tudo o que conseguia fazer era fechar os olhos e sentir meu cérebro gritando de dor, não conseguindo me concentrar em me livrar dos pensamentos alheios. Quando isso acontecia, era como ouvir conversas paralelas altas que você não entendia, mas incomodavam muito.
-Toma. - Shoto chamou minha atenção, entregando a minha bola de borracha vermelha nas minhas mãos. Eu a tinha esquecido em casa quando saí desesperada e feliz para vir para aula. Apenas o olhei em agradecimento, apertando o objeto com força entre meus dedos. A única coisa capaz de me acalmar o suficiente e me fazer voltar ao meu foco era aquilo. -Se não se concentrar em algo, com esse caos todo, seus ouvidos vão sangrar.
Eu sabia daquilo. Afinal, o poder e o corpo eram meus! Não era como se Shoto precisasse me avisar o óbvio, mas ainda assim era um saco admitir que ele estava certo e que talvez eu estivesse precisando daquele alerta naquele momento. Eu não estava tão acostumada asssim com uma energia tão caótica quanto a que emitia nessa sala! E só ficou pior quando o garoto de cabelos verdes que estava na mesma arena que eu no dia do teste de admissão entrou e logo depois a garota bonitinha que ele ajudou.
-Se você quiser fazer amigos, vá para outro lugar. Este é o departamento de heróis. - uma voz disse e eu pisquei assim que meus olhos acharam quem tinha dito aquilo. Um homem, dentro de uma espécie de casulo. Largado no chão.
Porque só tem maluco na U.A?
-Hm, demorou oito segundos para se acalmarem. - ele disse se levantando e saindo daquele casulo, analisando a sala dele. Não parecia ser tão velho assim, os cabelos compridos e escuros escondendo um pouco do rosto e os olhos parecendo os de alguém que não dormia direito faziam semanas. -A vida é curta, crianças. Vocês estão todos sem um senso em comum. Eu sou o professor dessa sala, Aizawa Shouta. Prazer em conhecê-los.- e sem esperar uma resposta, ele estendeu uniformes de treinamento na direção de todos nós. -Vistam isso imediatamente e desçam para o campo de treinamento.
Demorou um pouco até todos estarem prontos e reunidos no campo. Devo dizer que o uniforme até que era bonito. Azul e com tiras brancas, não era desagradável olhar para ele. Acho que o que foi desagradável para todos da turma foi descobrir que passaríamos por um teste logo agora no começo. Um teste em relação as nossas individualidades.
-E a cerimônia de abertura? E a orientação de abertura? - a garota bonitinha e fofinha de mais cedo perguntou, parecendo um pouco surpresa com os planos para o dia.
-Se querem ser heróis, não temos tempo para coisas bobas. - Aizawa sensei respondeu de um jeito que me fez torcer o nariz. Não era como se ele estivesse completamente errado, mas isso logo no primeiro dia... Já podia sentir minha ansiedade batendo na porta, e o pior era que também podia sentir a ansiedade do restante da turma. O que só serviu para me fazer apertar com ainda mais força a bola em minhas mãos, desejando que os sentimentos alheios sumissem. -Todos vocês conhecem as histórias da escola de liberdade no campus. Bem, isso também se aplica aos professores. Arremesso de softball, salto de longa distância, 50 metros rasos, corrida em maratona, teste de força, saltos sustentados, exercícios para a parte superior do corpo, tocar a ponta do pé. Todas essas atividades que vocês conhecem naturalmente das escolas anteriores, testes físicos onde foram impedidos de usarem suas individualidades. O país continua a padronizar esses registros afim de padronizar o nível médio de desempenho. Uma negligência da parte do governo. Bakugo, qual foi seu recorde de softball na escola normal?
-67 metros. - o garoto loirinho explosivo de mais cedo respondeu, e ai descobri qual era seu nome.
-Tente usando sua individualidade dessa vez. Desde que não saia do círculo, tudo bem. - Aizawa sensei respondeu e o garoto foi se posicionar ali.
Bakugo se alongou e se preparou. Não coloquei muitas expectativas e talvez esse tenha sido meu erro, pois ele atirou a bola em suas mãos com força e uma explosão que deixou clara qual era sua individualidade, a bola voando longe e fazendo todos exclamarem surpresos. O que achei meio desnecessário foi ele gritar um "morra" no processo, mas depois de poucos minutos já tive uma péssima impressão desse loirinho explosivo.
Quando o sensei nos mostrou qual havia sido a pontuação de Bakugo, todos ficam chocados ao ver os 705 metros atingidos por aquele lançamento.
-Incrível! Isso parece divertido. - alguém disse.
-Podemos mesmo usar nossas individualidades? - outra pessoa questionou.
-Você disse "parece divertido"? - o sensei perguntou em um tom que realmente fez qualquer emoção sumir, como um balão sendo estourado por uma agulha. -É para isso que vocês planejavam passar três anos aqui? Ficando numa boa o tempo todo? O que aconteceu com os novos heróis? Tudo bem então. Nesse caso, uma nova regra: o aluno que que pontuar o menor número vai ser julgado como "sem esperanças". E será expulso.
Um arrepio percorreu minha espinha; principalmente porque eu sabia que ele não estava brincando sobre aquilo e muito menos blefando. Conhecia histórias o suficiente sobre a U.A para saber.
Um coro de indignação e horror, foi isso que se seguiu, e o sensei sorriu de uma forma maldosa e de quem claramente estava se divertindo com aquilo.
-Nossa liberdade significa expulsar o aluno que quisermos. Bem vindos ao curso de super heróis.
E foi assim que as indignações começaram e a ansiedade reinou, me fazendo quase acidentalmente estourar a bola em minha mão com o pensamento já que minha ansiedade também começou a me consumir. Shoto fechou a mão ao redor do meu pulso, um aviso silencioso que foi o suficiente para me fazer respirar fundo e me acalmar. Me descontrolar apenas ia servir para cagar com tudo e me fazer ser expulsa sem nem mesmo mostrar meu valor antes.
-Desastres naturais, acidentes em massa, vilões malvados... Todos os tipos de calamidades podem acontecer quando nós menos esperamos. O Japão está cheio de "incompreensão" - Aizawa sensei disse após falarem o como aquilo era injusto e que faltava compreensão. -E o trabalho de vocês como heróis é reverter tudo isso e restaurar a razão. Se vocês estavam esperando uma conversa amigável no McDonald's depois da escola, estão muito enganados. Pelos próximos três anos, tudo o que podem esperar da vida de vocês na U.A é dificuldade após a outra. Isso é Plus Ultra. Eu espero que superem as provas e subam para o topo.
Não é nada diferente do que treinamos em casa, Atsuko.
Olhei na direção de Shoto, apenas para já encontrar os olhos dele cravados em mim e suspirei. Eu sei que ele estava tentando me acalmar, mas estava apenas servindo para me deixar mais ansiosa.
-Então, essa era a demonstração. Hora de mandar ver.
A primeira prova foi a de cinquenta metrôs rasos. Correr nunca foi exatamente minha praia, mas conseguia usar minha mente para me mover de uma forma mais leve, mesmo que isso tivesse feito minha cabeça doer logo em seguida pelo excesso de força para fazer dar certo. Quase cinco segundos nessa prova e espero que não tenha sido ruim demais. Na escola normal, meu recorde era de seis segundos, então pelo menos tive alguma mudança considerável.
A segunda prova, foi o teste de força. Foi mais fácil, pois eu conseguia usar a força telecinética como se fosse minha própria força física. Na escola normal, eu aguentava 50kg. Usando meus poderes, era capaz de aguentar 150kg. O que era até surpreendente e me deixava ainda mais chocada o como apenas a força da minha mente era capaz de fazer coisas assim. Se eu soubesse controlar melhor os meus poderes, seria bom. Se eu tivesse meu pai aqui para me ensinar a como fazer isso, como controlar as diversas ramificações da minha individualidade, a como não chegar tão rápido no limite...
Decidi não pensar nisso enquanto ia para o terceiro teste, o de salto a longa distância. O que foi ótimo já que eu era muito boa com a telecinese, melhor do que com a telepatia. Não foi difícil usar meu poder para levitar e conseguir saltar em uma distância maior. E também não foi difícil fazer o quarto teste. Tudo exigia concentração e boa manipulação de sua individualidade, e mesmo que tivesse muita coisa sobre mim mesma que eu não entendia e nem era capaz de controlar, já estava melhor que muita gente aqui.
O quinto teste apenas não me sai melhor que a garota bonitinha com o poder de gravidade zero, já que minha individualidade vacilou no meio do caminho, fazendo a bola cair e meus ouvidos sangrarem do jeito que Shoto avisou que aconteceria se eu não me concentrasse. Mas nesse caso, foi diferente; foi um aviso do meu corpo que eu estava exagerando demais. O que só serviu para me deixar frustrada.
Quando Izuko Midoriya se aproximou para fazer o lançamento dele, Iida e Bakugo começaram uma mini discussão de novo, e os sentimentos e pensamentos de Bakugo estavam tão fortes e intensos que estavam fazendo meu estômago embrulhar.
-Pelo amor do grandioso All Might, você pode, por favor, se acalmar um pouco? Seus sentimentos negativos estão me fazendo passar mal. - eu disse cutucando o garoto e chamando a atenção dele. Bakugo me olhou como se fosse me queimar viva com aquela individualidade sinistra dele.
-Como é que é?- ele disse pausadamente e eu fiz uma careta. Puta que pariu, viu.
-Tenho poderes psiquicos. Meu ponto forte é a telecinese, mas também tenho um lado telepata e empático, mais fracos, mas ainda assim... Seus sentimentos estão tão, tão fortes que até eu sendo fraca com o lado empático consigo sentir, e está me deixando com náuseas. - eu esclareci, o que não pareceu nem um pouco fazer Bakugo se sentir melhor. Na verdade, ele parecia ainda mais puto.
-Então saia da minha mente, desgraçada esquisita! - ele disse dando um passo na minha direção e eu apenas arqueei uma sobrancelha para ele.
-Então fica frio ai, ô seu projetinho de bomba atômica! - falei, com muita vontade de erguer o dedo do meio para ele. Babaca do caralho!
Nossa discussão parou apenas porque Izuko Midoriya fez um lançamento trágico e deplorável de 46 metros, fazendo todos ficarem em um profundo silêncio. Até mesmo a bomba atômica calou a boca para olhar a derrota do garoto de cabelos verdes.
-O que? Hã? Eu tenho certeza que eu usei a...- ele começou a murmurar, mas Aizawa sensei começou a marchar na direção dele.
-Eu anulei sua individualidade. - ele disse, tirando o cabelo da frente dos olhos e puxando aquelas fitas brancas que ficavam ao redor de seu pescoço, dando a visão dos óculos que ele escondia por baixo. -Não faz sentido. Como alguém como você entrou nessa academia?
-Você apagou? E esses óculos... Ai meu Deus! - Izuko exclamou, se surpreso ou feliz ou chocado, nem mesmo eu sei dizer. -Você tem que ser o super herói que cancela a individualidade da pessoa para quem está olhando! O herói que apaga, Eraserhead!
-"Eraserhead"? Nunca ouvi falar dele. - e assim se iniciou os cochichos com o restante da turma 1-A.
-Acabei de ouvir o nome! Ele realmente é um herói desconhecido.
-Pelo que observei, você não tem controle da força máxima da sua individualidade. - o sensei continuou, se aproximando cada vez mais de Midoriya, que estava tão em choque e nervoso que estava começando a me incomodar um pouco. Tentei tirar os sentimentos dele de perto de mim o máximo possível, mas era como se eu fosse um imã atraindo tudo na minha direção. -Ou seja, você não pode usar ela de forma eficiente em tudo. Você acha que alguém vai te salvar depois de se machucar novamente?
-Não, eu só... - Midoriya começou e então soltou uma exclamação quando aquelas fitas de Aizawa o envolveram e apertaram com força, me fazendo piscar surpresa já que eu achava que era um mero acessório. E não que podia atuar como uma arma.
-Você guardou esperanças de que iria ser resgatado imediatamente. - Aizawa continuou, fitando Midoriya. -Como pode ver, ninguém aqui está disposto a te ajudar. Existe um herói insuportável que fez seu nome resgatando mais de mil inocentes de um acidente que ele mesmo causou. Você tem coragem... Mas tudo o que fez foi correr que nem um idiota que precisa ser salvo. Encare, seu "poder" não vai te ajudar a virar um herói, Izuku Midoriya. - o silêncio se estendeu depois daquelas palavras que foram como um soco no estômago e, então, o sensei voltou ao normal, o cabelo caindo mais uma vez sobre o rosto. -Vou te dar sua individualidade de volta. Tente arremessar a bola outra vez e vamos acabar logo com isso.
Foi meio triste ver aquilo tudo se desenrolar, honestamente. Os pensamentos de Midoriya naquele momento estavam tão bagunçados e intensos que era impossível não chegarem em mim, o que me fez fechar os olhos por um segundo e respirar fundo, tentando mandar os sentimentos dele para longe de mim.
Pelo jeito que Aizawa sensei falou, ele tinha certeza que Midoriya estava destinado a falhar. E pelo desempenho que Midoriya tinha aplicado em todas as provas, mesmo sem ter sucesso em nenhuma, era nítido a vontade dele de se superar. E isso fazia eu sentir empatia por ele; afinal, eu sabia exatamente qual era o sentimento de se sentir um lixo. Que nada do que você faz vai ter um efeito bom o suficiente. Que você precisa lutar e lutar e lutar e ainda assim nada parece o suficiente.
Eu me recusei a ver o lançamento de Midoriya, mas torci para que pelo menos esse desse certo. Por algum motivo, sentia essa vontade que ele não fosse expulso. Não era justo; não tínhamos mostrado o suficiente, não tínhamos mostrado o porquê estávamos aqui e como chegamos até aqui. Mas também tinha uma parte de mim que achava certo o como as regras eram rigorosas. Uma verdadeira avalanche conflituosa dentro de mim.
Quando todos exclamaram em surpresa, arrisquei abrir os olhos. Apenas para descobrir que Midoriya tinha feito sim um lançamento bom, atingindo 705,3 metros, concentrando toda sua força na ponta do dedo. Apesar de ter sido bem sucedido, ele tinha quebrado o dedo, o que não sei dizer exatamente se era uma vitória ou derrota.
-Sensei! Eu ainda posso me mover. - Midoriya disse para Aizawa que abriu um sorrisinho, as lágrimas escorrendo pelas bochechas cheias de sardas do garoto de cabelos verdes. Tinha que admitir, ele tinha uma grande força de vontade.
-O que é isso, Deku?!- Bakugo gritou com irritação, marchando na direção do garoto de cabelo verde, parecendo bem perto de o explodir. -Explique-se agora, seu merda!- pelo grito que Midoriya deu e a cara de puro horror, me fez ter certeza que Shoto e eu não éramos os únicos que nos conhecemos fora da U.A.
Antes que Bakugo pudesse chegar a Midoriya, Aizawa envolveu aquele tecido ao redor do garoto, o impedindo de continuar. Bakugo lutou contra aquilo, parecendo ficar ainda mais puto, o que me fez torcer o nariz.
-Essa é minha arma de captura especial, uma liga de tecido de cabo de aço com nanofibras de carbono. - Aizawa sensei disse. -Que saco. Não me faça usar minha individualidade tanto assim! Eu tenho olho seco, droga! Que perda de tempo. Se preparem para o próximo.
Ele soltou Bakugo e se afastou, e Midoriya contornou o garoto para o evitar, o que achei um pouco engraçado.
-Seu dedo tá doendo?- Uraraka perguntou quando Midoriya se aproximou dela. Com um suspiro, me aproximei deles.
-Posso fazer você não sentir a dor, se quiser. Sabe, meus poderes são psiquicos, então se quiser...- comecei e Midoriya me fitou por um instante, segurando a mão machucada. Ele abriu a boca para responder, mas foi cortado.
-Não se atreva, Fumiko-Todoroki. - a voz de Aizawa sensei foi o suficiente para me fazer estremecer, mesmo que seu tom de voz não tivesse sido agressivo nem nada do tipo, mas sim neutro. -Ele precisa aprender a ser um pouco mais responsável, e isso não vai acontecer se você tirar a dor dele.
Torci o nariz com a repreensão, sentindo minhas bochechas pegarem fogo.
-Foi mal, eu tentei. - falei para Midoriya antes de me afastar.
E assim, os testes continuaram. Quando acabaram, tudo o que eu queria, era cair na cama e morrer pelo restante do dia, principalmente por todo o esforço mental que tive que fazer. Eu só queria descansar meu cérebro agora e ai tudo ficaria bem. Todos nós nos reunimos para esperar Aizawa sensei se pronunciar.
-É hora de anunciar os resultados. - Aizawa sensei disse e senti a tensão que se instalou entre todos. Mesmo sabendo que eu não tinha ficado em último, também fiquei apreensiva. -Ah, sim. Todo aquele lance de expulsão era mentira. Foi um ardil lógico para instigar os seus esforços ao máximo.
Mentiroso.
-O que?!- Uraraka, Midoriya e Iida gritaram, perplexos, o que me fez rir pela reação exagerado dos dois.
-Fala sério pessoal, usem o cérebro. Claro que foi de propósito. - uma das garotas disse. Bem, se ela achava que tinha sido blefe, apenas provava que estava sendo ingênua. Algo tinha feito Aizawa sensei mudar de ideia, e isso estava gritantemente claro para mim.
-E com isso, acabou. Seus currículos estão nas salas, depois vão dar uma olhada neles. - o sensei disse, se virando para sair. -E Midoriya, vá falar com a Recovery Girl e se cuide, já que seus olhos vão saltar para fora amanhã com o desafio absurdo.
-Ficamos em uma colocação alta. - falei para Shoto e ele apenas continuou inexpressivo, como se isso não fizesse muita diferença para ele.
-E você esperava menos? - ele perguntou e foi a sinceridade em suas palavras que me fez fazer uma careta.
-Ei, tem dois Todorokis. São irmãos? - uma garota de pele em tom claro de rosa perguntou. Ela tinha olhos grandes, com uma esclera preta e íris amarelas, o cabelo curto e rebelde em um rosa mais escuro que o da sua pele. Além disso, tinha dois chifres amarelos na cabeça. Engasguei com a própria saliva com a pergunta, e Shoto nem mesmo demonstrou reação. Ou que sequer tivesse prestado atenção na pergunta.
-Irmãos não! - eu disse de uma forma desesperada demais para meu gosto, o que fez Shoto arquear a sobrancelha e todos os outros me fitarem. Senti minhas bochechas pegarem fogo.
-Vocês tem o mesmo sobrenome, é uma coincidência, então? - Uraraka perguntou com curiosidade e eu fiz careta.
-Não vejo o que isso vai mudar a vida de vocês. - murmurei e bufei em seguida. -Sou adotada. Pronto? Agora, vamos para sala, por favor.
Não esperei que dissessem algo antes de sair de perto dos demais, respirando aliviada por tirarem a atenção de mim.
E foi assim que meu primeiro dia oficial na U.A aconteceu. E depois dele, tudo começou a mudar.
Boa noite povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Primeiro capítulo oficial e início do caos da história da Atsuko. Logo irei desenvolver melhor os poderes dela, mas estejam avisados que isso ainda está em fase de desenvolvimento. Atsuko ainda não está com a força total de suas habilidades, está aprendendo a lidar com tudo
Outra coisa que esqueci de mencionar no início, mas já deixo avisado aqui: a Atsuko também é meio lerdinha, ou seja, o slow burn também é meio culpa dela. Mais pra frente vai fazer sentido quando eu disser agora para não irem com sede demais ao pote KKKKK
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 28/06/22
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