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𖤍𖡼↷ 𝐅𝐎𝐔𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄

FLOCO DE NEVE

-Já falei que não posso dizer o que você perdeu na aula, Katsuki. Para de insistir. - reclamei enquanto ele terminava de arrumar a cozinha e se preparava para juntar o lixo. Bakugo se virou para mim, me olhando feio pra valer dessa vez. Provavelmente por eu além de não estar ajudando ele, também não ter falado com ele sobre o que tinha acontecido na noite anterior e o meu pesadelo. Mas eu não queria falar sobre aquele evento e quanto mais eu fingisse que nada disso tinha acontecido, melhor seria. -Mas eu tava treinando minha telepatia e comecei a desenvolver algo novo, quer ver? - eu falei de forma animada enquanto saltava de onde estava sentada para me aproximar dele. Katsuki apenas arqueou a sobrancelha para mim.

-Não acho que vai me surpreender, mas vai fundo, mostra qual a coisa inútil que você aprendeu dessa vez. - ele disse e eu fiquei muito dividida entre o dar um soco ou apenas mostrar a ele o que eu tinha aprendido a fazer. Revirei os olhos, forçando ele a se sentar na cadeira onde eu estava antes de ficar na frente de Katsuki. Ele arqueou a sobrancelha para mim. -Você não vai me colocar pra dormir, né? Porque se fizer isso, você que vai ter que terminar de limpar a casa.

Cale a boca, Katsuki.

Ele ficou quieto e eu entrei em sua mente que sempre estava com as portas abertas para mim. Katsuki tinha aprendido a se proteger de possíveis ataques de telepatas, já que eu disse que seria uma ótima ideia, mas ele nunca usou isso contra mim, sempre me permitindo ir e vir quando eu quisesse. Nem mesmo quando ele estava puto da vida comigo tinha me colocado pra fora, e esse tipo de confiança que Katsuki tinha em mim era algo que eu apreciava muito.

-Que merda é essa? - Katsuki perguntou, perplexo, esticando a mão para segurar um floco de neve que estava caindo. Ele olhou para o teto, a neve começando a cair sobre o rosto dele. Katsuki piscou os olhos, verdadeiramente indignado. -Como. - não era uma pergunta, mas sim uma exigência, o que me fez dar risada. As coisas com ele sempre eram assim, afinal. -Isso claramente é uma ilusão, mas porquê parece tão real, porra?

-Porque eu sou foda pra caralho. - falei dando de ombros e sorrindo. Ele revirou os olhos, mas não disse nada enquanto estava entretido demais brincando com a neve falsa que tinha começado a acumular encima da mesa. -Não vai falar que é inútil agora, hein?

-Bom, é meio inútil. Onde que neve tem utilidade pra alguma coisa, ainda mais uma neve falsa, porra? - ele disse arqueando a sobrancelha. Eu dei de ombros.

-Bem, ela parece bem real pra você, não? Se não soubesse que sou eu fazendo sua mente ver isso, você diria que essa neve é falsa? Não, né? Porque você tá sentindo ela na sua mão, tá sentindo o gelado dela como se fosse tudo verdadeiro. Mas não é. Sou só eu brincando com o seu cérebro. - falei com um sorriso convencido e ele revirou os olhos, pois não podia negar que eu estava correta.

-Já que estamos compartilhando inutilidades das nossas individualidades... - ele murmurou, se aproximando um pouco mais. Deixei que aquela ilusão se desfizesse, a neve acabando em um piscar de olhos e tudo voltando ao normal. Katsuki estendeu as mãos, parecendo meio dividido entre me mostrar o que queria ou não. Ele me olhou seriamente. -Se contar pra alguém sobre isso, juro que vou te matar, Jean Grey.

-Pra quem eu ia contar, seu imbecil? - eu disse irritada, querendo dar um chute nele. Katsuki abriu um sorriso sarcástico pra mim.

-Para aquele maldito meio a meio. - ele reclamou. Revirei os olhos.

-Katsuki, eu não faria isso. Você sabe bem disso. - eu grunhi e ele apenas deu uma risada cheia de deboche que apenas me fez querer o socar. -Quer saber, nem mostra nada então, tô indo embora, fica ai com o lixo, seu lixo.

Fiz menção de me levantar mas Katsuki segurou meu pulso e me fez ficar parada.

-Cala a boca, insuportável. - ele murmurou.

Pequenas faíscas saíram de suas palmas, como se fossem pequenos fogos de artifício estourando ali, sem aquela violência de sempre. Era realmente bem bonito, por isso não consegui não abrir a boca em choque.

-Você consegue fazer coisas bonitas, isso sim é um puta de um choque. - eu disse. Katsuki me deu um empurrão que fez a cadeira cair para trás. Eu só não bati com tudo no chão porque usei minha individualidade para levitar meu corpo antes de me machucar. -Vai se foder, Katsuki! - reclamei, erguendo o dedo do meio para ele quando ele começou a gargalhar.

-Sua cara de horror achando que ia cair foi simplesmente incrível. - ele riu.

-E eu ia cair! - reclamei, flutuando encima dele e puxando o cabelo de Katsuki, o fazendo chiar. -Se eu não tivesse usado minha telecinese, eu teria me estatelado!

-Você chora demais! - ele retrucou. Mas então, Katsuki me fitou seriamente. Até demais. -Vai falar agora sobre o pesadelo?

Sem querer, deixei minha individualidade vacilar e meu corpo parar de levitar. Cai com tudo encima da mesa de madeira, um baque soando quando meu corpo bateu. Soltei um gemido de dor enquanto sentia as mãos de Katsuki me agarrando e me puxando.

-Saí de cima da mesa, porra! - ele reclamou. O lancei um olhar fulminante antes de voltar para a cadeira, fitando os olhos vermelhos de Katsuki.

-Eu realmente prefiro não ter essa conversa, Katsuki. - falei com seriedade, toda e qualquer diversão entre nós sumindo em um piscar de olhos.

-Que merda tá acontecendo, Atsuko? De verdade. Isso é sobre o Dabi? - ele perguntou seriamente, e eu senti suas palavras como se tivesse levando um murro no estômago. -Porque, sinceramente, se isso tá te fazendo ficar louca, deveria contar logo a verdade.

-Acha que eu não sei? Puta merda, Katsuki, tudo o que eu mais queria fazer, era dizer quem Dabi é de verdade. Mas não dá, entendeu? Você não sabe como o Endeavor é. Não sabe mesmo. - eu disse, me afundando um pouco mais na cadeira.

-Bom, tenho uma ideia do como deve ser. Vi o jeito que ele te tratou no festival esportivo, esqueceu? E eu escutei o que o meio a meio disse para o nerd de merda. Sobre a marca no rosto dele.

Engoli em seco. Katsuki e eu nunca chegamos a falar sobre Shoto ou sobre o como minha família era totalmente disfuncional. Durante todo aquele tempo que Bakugo e eu passamos juntos, ele nunca sequer pareceu se importar com isso ou fez perguntas em relação a algo. Mas agora, aqui estava ele. Me falando que já sabia de algo que achei que ninguém mais soubesse.

-Enji nunca foi um bom pai. - eu disse, baixinho, brincando com o zíper da blusa que eu estava vestindo. -Quando eu tinha quatro anos, ele me adotou porque meu pai tinha morrido. Bom, eu não posso dizer que estava nos meus melhores dias, eu tinha perdido toda a minha família e naquela época achava que minha mãe tinha me abandonado. Eu não tinha ninguém e ele meio que me deu uma família, entende? Sempre senti que devia algo pra ele. Que tinha que provar meu valor, porque eu não sou uma Todoroki de verdade. Eu posso até carregar o sobrenome dele, mas nunca senti como se fizesse parte dessa família. O jeito que ele me olha é como se tivesse vendo um potencial desperdiçado. Me irrita. Muito mesmo.

"Tem coisas que não posso te falar, Katsuki, porque não são meus segredos pra expor. O que posso te dizer é que Enji nunca me bateu ou algo do tipo, mas de uma certa forma, deixou uma marca muito profunda e bem negativa dentro de mim. Mas eu nem sou filha dele. Shoto é. Com ele foi pior. Não entendo o porque de Enji ter feito tudo isso, na minha mente, não faz sentido. Ele fodeu a família inteira por causa de um egoísmo idiota. Todo mundo podia ter sido feliz. Quer dizer, Fuyumi e eu, a gente sabe fingir muito bem. Natsuo nem tanto. Nem preciso falar sobre o como Rei ficou. Se você olhasse de verdade pra Shoto, entenderia muita coisa. E o Toya..."

Respirei fundo, bagunçando o cabelo de leve. Katsuki estava com os olhos fixos em mim, me escutando atentamente, me deixando desabafar sobre tudo o que estava preso há tanto tempo dentro do meu peito. E eu era grata a ele por isso.

-Ele se tornou o Dabi por causa do Enji. Eu sei disso. Falar em voz alta não faz doer menos. Quando eu era pequena e idiota, ele cuidou de mim, e eu o amava. O amei antes mesmo de me aproximar de Shoto, então ele foi a primeira pessoa que entrou no meu coração e me fez entender o que era família. - respirei fundo, apertando com um pouco mais de força o zíper da minha blusa, minha garganta fechando. -Eu era tão idiota, eu queria ser igual a ele. Ele era gentil e carinhoso comigo, foi o primeiro a me aceitar. Toya dizia que a única decisão boa que Enji tinha tomado tinha sido a de me adotar.

"Quando ele morreu, aquilo quase acabou comigo de vez. Eu perdi meu pai, e depois eu tive Toya, e ai perdi mais uma pessoa. Eu não lidei muito bem com o luto, eu nunca sei lidar muito bem com emoções fortes. A minha individualidade ativa sozinha, as coisas começam a se mexer, tudo fica mais intenso e demais pra suportar. Machuco as pessoas sem querer. Foi depois disso que Enji percebeu que eu podia ser valiosa pra alguma coisa e me colocou pra treinar com o Shoto. Em partes, me aproximar mais dele foi o que me salvou de ficar completamente perdida que nem os outros."

Eu odiava as lágrimas que tinham surgido nos meus olhos mais do que qualquer outra coisa, e me recusei a derrubar elas naquele momento, mesmo sabendo que Katsuki não se importaria e que na frente dele eu não precisava fingir ser algo que eu não era.

-Quando eu vi o Dabi naquele dia na floresta, uma parte de mim já sabia que ele era o Toya. Mesmo que ele tenha mudado, eu nunca ia esquecer dos olhos dele. Mas ele tentou me matar, e, nossa. Pensar nisso, lembrar disso todos os dias, às vezes se torna muito insuportável, Katsuki. Porque eu amava ele. Amava muito, e ele só... Ignorou tudo e tentou me matar. Ele queimou meu braço e não sentiu nenhum tipo de arrependimento por isso. Ele sabia quem eu era! Lembrava de mim. É tudo só... Demais. Às vezes, tudo é só demais pra susportar. Depois, eu descobri da minha mãe, eu descobri a verdade sobre quem meu pai tinha sido, e Enji sempre soube disso mas nunca fez questão de me contar. Faz eu me questionar sobre o que mais ele mentiu pra mim. Sobre o porque eu tive que passar por tanta merda e porque ainda preciso passar por tanta merda. Eu nem pedi pra ser parte da família Todoroki, e agora tô enfiada no meio de um furacão que às vezes só é demais pra aguentar.

Levei a mão até minha bochecha, esfregando com força para limpar as lágrimas que tinham escorrido. Katsuki se inclinou um pouco na cadeira onde estava sentado, esticando a mão e segurando a minha com carinho.

-Você não tá sozinha, Jean Grey. Fingir que tá tudo bem o tempo todo é uma merda. - ele disse de uma forma que só me fez ter mais vontade de chorar. Eu nem mesmo tinha me dado conta do como tudo aquilo estava esmagando meu coração até colocar pra fora. Não pensei muito antes de abraçar Katsuki com força, e ele retribuiu da mesma maneira. -Você me disse pra não guardar tudo pra mim, Atsuko. Então não guarde tudo pra você.

Eu assenti para ele, deixando que me abraçasse e me consolasse naquele momento. Katsuki não disse nada e sabia que não precisava, pois tudo o que eu precisava naquele momento, era daquilo.

Boa noite povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Um momento de desabafo pra Atsuko 🥺
O relacionamento dela com o Bakugo é muito pitico e precioso, jamais ia jogar no lixo o desenvolvimento e a amizade dos dois

Próximo capítulo teremos o começo do caos RISOS

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 18/08/22

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