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𖤍𖡼↷ 𝐄𝐒𝐏𝐄𝐂𝐈𝐀𝐋

PARTE DOIS

No segundo seguinte após eu desfazer todos aqueles nós perfeitamente feitos na mente da minha mãe, ela apagou. Teria caído no chão se eu não estivesse perto o suficiente para a segurar, meu coração quase parando de bater no processo. Se eu tivesse que passar mais três anos com ela em coma por minha causa, não acho que aguentaria ficar são por muito mais tempo, sinceramente. Mas naquele momento, não podia me apegar a aquilo, não quando eu sabia que alguém tinha bagunçado com a mente da minha mãe. Não quando tudo me dizia que eu precisava estar totalmente atento, pois aquele inferno de dia ainda não tinha acabado.

Cautelosamente a levei em direção a onde o resto da minha família estava. Não sabia exatamente dizer quem estava mais histérica, minha irmã ou minha madrinha, mas sem responder nenhuma de suas perguntas sobre o que eu tinha feito, deixei minha mãe nos cuidados do meu pai. Um simples olhar para ele foi o suficiente para que ele entendesse tudo o que estava acontecendo ali e o motivo de eu estar tentando manter meu autocontrole. Vir de uma família de super heróis tinha seus lados bons; aquele era um deles, não precisar se preocupar em dizer alguma coisa para ser compreendido.

Tudo estava uma grande confusão; a polícia já tinha cercado o perímetro, mas haviam milhares de pessoas curiosas tentando entender o que estava acontecendo, olhos fixos em mim. Um arrepiou percorrendo minha espinha me dizia o suficiente sobre ter algo errado. E eu nunca me enganava quando tinha aquele sentimento me corroendo. Claro que eu sabia que tinha algo fora do lugar, a bagunça na mente de minha mãe me dizia o suficiente sobre o fato de que alguém tinha se aproveitado da vulnerabilidade dela para causar todos aqueles nós.

Olhos castanhos cruzaram com os meus por um instante. Havia diversos civis atrás da faixa delimitada pela polícia, e a mulher dona daqueles olhos estava logo atrás, me fitando com intensidade, com intensidade demais. Aquilo não deveria ser nada de chocante para mim; eu estava acostumado a receber aquele tipo de olhar das pessoas pela minha incrível beleza e o fato de eu ser o super herói número um do Japão. Mas tinha algo de diferente, e todos os meus sensores pareciam gritar "errado, errado, errado". E, sendo bem honesto, eram pouquíssimas às vezes em que o calafrio que percorreu minha coluna me enganava em relação a uma pessoa. Tinha algo de errado com aquela mulher, a raiva que ela não conseguia esconder brilhando em seus olhos e que eu era capaz de notar mesmo naquela distância entre nós não conseguia fazer eu me enganar em relação a aquilo.

Naquele momento, eu não podia dizer se tinha sido ela ou não a ter criado aqueles nós na mente de minha mãe, mas isso não mudava o fato de que tinha algo fora do lugar, e tinha algo extremamente estranho em relação aquela mulher. Talvez fosse a forma como ela me olhava como se eu fosse uma pedra no caminho que tinha acabado de interromper todos seus planinhos maquiavélicos ou o jeito como ela parecia prestes a estourar feito um balão de tanta irritação. Se tem uma coisa que me atingiu em cheio, foram seus sentimentos a medida que eu me aproximava a passos lentos.

Mas uma incrível habilidade herdada da minha linda mãe: seu lado empático. Quando minha individualidade apareceu eu deveria ter cinco ou seis anos. Não me lembro exatamente do que aconteceu, mas lembro do como minha mãe ficou feliz de ver que minha telecinese era algo que vinha dela. Minha mãe tinha me ensinado a controlar cada parte da minha individualidade e a como torna-la mais forte. Eu não era telepata e nem empático como minha mãe, ou pelo menos, eu não era naquela época. Às vezes, quando você passa por uma situação de vida ou morte, pode acontecer o que muitos chamam de "despertar". Posso dizer que isso aconteceu comigo dois anos atrás, em uma luta que tive contra um vilão que era particularmente forte. Eu não podia estar a beira da morte mais uma vez, não depois de minha mãe ter entrado em um coma para salvar minha vida desse destino da última vez. Então, foi quando minha individualidade evoluiu.

Eu não sabia como ser um bom telepata como minha mãe ou como usar a empatia. Honestamente, eu nunca quis ter aquela habilidade, estava particularmente feliz só com minha telecinese. Mas não era como se eu pudesse exatamente escolher. Sei que foi um choque para muitas pessoas e principalmente para mídia quando minha individualidade evoluiu, e foi um inferninho o tanto que os médicos me usaram de cobaia para pesquisas. A Comissão de Super Heróis pareceu um pouco mais interessada em mim, e claro que sei que no fundo Hawks tem medo que, sei lá, eu vire um ser maligno e destrua o Japão. Bem idiota, eu sei. Para que eu faria isso se já tô satisfeito arrasando corações com minha absurda beleza, apesar das três cicatrizes deixadas no meu rosto por vilões idiotas?

De qualquer forma, era uma droga sentir as emoções negativas daquela mulher ao meu respeito e não saber exatamente o como lidar com elas. Durante os últimos três anos, senti tanta a falta da minha mãe e a culpa por ela estar em coma para salvar minha vida quase me esmagou. Quando tive a evolução da minha individualidade dois anos atrás, desejei que ela estivesse comigo para, mais uma vez, me ensinar como eu deveria lidar com aquilo. Eu não sabia como usar aquele poder; não era fácil e era absurdamente trabalhoso. Às vezes, sentia como se meu cérebro fosse derreter e escorrer pelas minhas orelhas por conta de todo o esforço. Percebi o quanto minha mãe era forte, porque escutar o pensamento dos outros e sentir suas emoções constantemente era incrivelmente difícil. Às vezes eu precisava desligar toda essa individualidade nova só para conseguir ter um segundo de paz.

Mas acho que agora, viria a calhar.

Quando parei diante da mulher, ela aparentava ser um pouco mais nova que eu. Provavelmente tinha a idade de Shin, vinte e cinco anos. Mas as olheiras embaixo de seus olhos e toda a amargura em seu rosto a tornavam feia, parecendo uma bruxa vinda diretamente dos filmes de terror. Pensar aquilo quase me fez sorrir, mas eu apenas a analisei por um instante antes de pedir sua identidade.

-Por que eu deveria fazer o que você quer? - ela praticamente cuspiu, irritação exalando de seu corpo. Eu apenas arqueei a sobrancelha, surpreso com o como ela era incrivelmente sem educação.

-Por que sou um super herói, florzinha, e quero averiguar a situação. - falei piscando os olhos de forma falsamente inocente, o que só serviu para irritar a mulher.

-Você nem está vestido como um super herói. - o homem parado ao lado dela retrucou, me fazendo suspirar. Tudo bem, eu ia perder logo a paciência. O que eles esperavam?! Fui tirado de casa no meu dia de folga, claro que não estava de uniforme, eu não andava por ai com ele por baixo da roupa como se fosse o Super Man!

-Agora quero ver a sua também. - falei, estendendo a mão na direção do homem e da mulher. Os dois me olharam com ainda mais intensidade.

-Se Fuyuki deseja ver suas identidades, entreguem para ele. - o policial mais perto disse e eu dei um sorrisinho debochado para os dois na minha frente que me olharam feio antes de puxarem seus documentos.

Eu franzi as sobrancelhas em confusão olhando para identidade dos dois. Claramente eram irmãos.

Haruka e Hiroshi Fumiko.

Não foi o fato de terem nomes absurdamente horrorosos ou dos olhos castanhos que tinham uma certa estranheza que me chamou a atenção. Definitivamente, não foi isso, mas sim o sobrenome.

Fumiko.

O nome da minha mãe antes de se casar com meu pai, era Atsuko Fumiko-Todoroki. Quando foi adotada pelo meu avô, Enji, ela tinha colocado o nome dele, mas jamaia havia tirado o nome de seu falecido pai, Ichiro Fumiko. Claro que depois que minha mãe descobriu que ele era um telepata vilão, teve vontade de arrancar aquele nome, mas esperou até se casar para poder fazer isso.

Fumiko.

Talvez fosse apenas uma coincidência, mas eu seria um grande tolo se acreditasse que o mundo era recheado apenas de coincidências, ainda mais depois de ter visto nós na mente da minha mãe, os quais só seriam possíveis por um trabalho feito por uma telepata.

Minha mãe tinha matado Ichiro e eu sabia disso. Mas e se...

Eis que eu não tive exatamente tempo para pensar em alguma coisa plausível, pois antes mesmo que eu pudesse começar a fazer perguntas a dupla de esquisitões, escutei um grito alarmado.

Em seguida, o homem, Hiroshi, tinha me atingido em cheio com um rabo imenso de lagarto, me jogando para o outro lado da rua.

O impacto doeu, não vou negar. Fui pego totalmente de surpresa, e eu provavelmente teria me esbagaçado contra a porta de entrada do hospital se não tivesse usado minha telecinese para amortecer minha queda e me impedir de continuar voando para longe.

Claro que tinha algo errado. Óbvio que sempre vai ter algum infeliz tentando foder com minha vida, senão tudo seria massante demais, não é mesmo? Mas a verdade é que naquele dia, eu estava sem um pingo de paciência para vilões irritantes, e assim que meus pés tocaram o chão, fiquei em posição de ataque.

Para meu choque e de todos os civis ali presentes (que começaram a gritar e a correr mais uma vez, dando início ao maior estardalhaço), Hiroshi havia se tranformado em um lagartão gigantesco parecendo aquele do filme do Homem Aranha. Olhando aquilo, soltei um gemido de infelicidade. Cheguei a conclusão que eu era o herói com menos sorte nesse mundo quando ele agarrou um carro ali ao lado e o atirou na minha direção.

-Na minha folga não! - eu praticamente gritei, frustrado.

Claro que não foi difícil impedir aquele carro de me matar. Eu apenas arqueei uma sobrancelha, sequer me movendo enquanto fazia o carro parar e ficar suspenso no ar antes de delicadamente o colocar de volta ao chão. Apesar de conter um amassado por conta das garras terriveis de homem lagarto, ainda dava pra ter um concerto. Pelo menos o dono daquele carro não ficaria inteiramente triste com aquela desgraça.

-Você fez isso com minha mãe. - falei para a mulher, Haruka, e não era uma pergunta, mas sim uma afirmação. Ela me lançou um sorriso cheio de sarcasmo enquanto se aproximava do irmão lagarto, estendendo apenas uma mão e fazendo um policial que corria em sua direção congelar no lugar, definitivamente usando seus poderes psíquicos para pará-lo. Senti ódio borbulhando dentro de mim, mas abri um sorriso puramente provocativo para mulher e cruzei os braços, como se nenhum dos dois fosse o suficiente para me intimidar. Até porque eles não eram. -Isso explica sua irritação. Está bravinha por que não conseguiu controlar minha mãe do jeito que queria, não é, querida? Não tem vergonha na sua cara de mexer na mente de alguém em coma?

Haruka teve a coragem de rir.

-Bem, Fuyuki, seria impossível fazer isso se sua mamãe estivesse acordada. Mas graças a você, ela ficou em uma cama de hospital por muito, muito tempo. Suas barreiras mentais eram portões caindo aos pedaços quando eu entrei. - ela riu. A raiva borbulhou mais ainda em mim quando ergui o braço e lancei uma onde poderosa do meu poder psíquico na direção dela.

Parecendo ter um desejo suicida, seu irmão se jogou no caminho do ataque. Ele era grande o suficiente para conseguir tentar se manter no lugar, mas eu era mais forte. Ele saiu voando e rolou para longe de Haruka, me dando abertura o suficiente para ataca-la.

Eu não contava com a agilidade de um imbecil tão grande quanto aquele, mas antes que eu pudesse chegar na mulher, ele já estava novamente no meio do meu caminho, seu imenso punho erguido para me acertar.

Não sei exatamente em que momento outros dois heróis tinha entrado naquele jogo, mas o que importa é que um soco forte foi desferido contra a barriga do lagarto, o fazendo rolar longe enquanto chamas cresciam na direção dele, o fazendo dar um grito chocado e de dor.

Lentamente, me virei para fitar Miwa e Dylan, e os dois me olhavam como se estivessem bem perto de me dar um soco na cara por estar enrolando na situação e atrapalhando a rotina da sociedade. Minha melhor amiga estava com seu uniforme, o que indicava que estava trabalhando, mas Dylan, assim como eu, estava com roupas normais. E era o que estava mais irritado.

-No dia de folga é de foder, né. - meu ex reclamou, me fazendo suspirar.

-Foi o que eu disse para ela, mas ela ainda assim insistiu em ser malvada! - falei apontando para mulher. Seus sentimentos estavam ainda mais cheios de ódio enquanto ela olhava Miwa e Dylan.

-Ah, claro. A santa trindade dos heróis! O top três do Japão! - a mulher riu, batendo palmas. Um brilho de divertimento cruel cruzou seus olhos. -Isso vai ser interessante!

Eu sabia exatamente o que tinha que fazer. Miwa e Dylan, como pessoas que já tinham experienciado ser minha dupla, me olharam e também sabiam exatamente o que tinham que fazer, nem mesmo hesitando antes de partirem para cima do lagartão, o mantendo o mais longe possível daquela mulher odiosa. Ela não tinha força bruta e isso era evidente. Era claro que o seu irmão estava ali para protegê-la enquanto ela tentava ter êxito em seu plano cruel, mas aquilo não ia funcionar tão facilmente comigo. Por isso, parado em frente dela, a deu um sorriso sarcástico enquanto cruzava os braços.

-Sabe, nunca é tarde demais para desistir, Haruka. - falei e aquilo só serviu para fazer a mulher sentir ainda mais raiva. -Você deveria perceber que está cometendo um grande erro.

-Grande erro? - ela disse, rangendo os dentes, e senti ela tentando entrar em minha mente, mas foi a mesma coisa que tentar passar por uma rocha. Era impossível. Minha mãe era a melhor telepata do mundo, o que automaticamente me fazia ter a melhor barreira mental do mundo. Eu podia dizer com facilidade que mesmo sendo uma telepata, Haruka era tão inexperiente naquele quesito como eu era. -Acho que não, Fuyuki. Sabe, sua mãe matou nosso avô e deixou minha mãe órfã. Eu a odeio com todas as minhas forças.

-Do que você sequer está falando? - falei, mas no fundo acho que eu já sabia a resposta. Haruka me lançou um sorriso ácido, repleto de maldade.

-Psique nunca soube, né? Que Ichiro tinha outra filha, dois anos mais nova que sua mãe. Quando ele foi preso, minha mãe ficou sozinha com minha vó passando por diversas dificuldades, enquanto a sua mãe levou uma vida de princesa sendo criada pela família Todoroki! E depois, minha mãe ficou completamente sozinha aos quinze anos quando os dois morreram, sem ninguém pra ensinar ela a controlar a individualidade! Ela ficou louca por conta de todos os pensamentos que não conseguia evitar escutar. E se eu não tive uma mãe que presta, isso é culpa da sua!

Eu apenas pisquei os olhos, completamente perplexo. Não deveria ser novidade nenhuma Ichiro Fumiko ter outra família já que, segundo as histórias de mimha mãe, ele tinha uma mente particularmente perturbada, buscando uma criança com poderes psíquicos mais fortes que os dele. Mas ver que aquela mulher parada na minha frente, minha suposta prima, era completamente louca da cabeça, me pegou totalmente de surpresa.

-Você é maluca. - eu disse com uma risada incrédula. -Ichiro era um vilão. Esqueceu esse detalhe?

A raiva era uma coisa engraçada. Quando ela atingiu Haruka em cheio, mesmo sabendo que jamais iria sequer chegar perto de me machucar, ela ainda assim tentou me atacar, se aproximando o suficiente para tentar forçar uma entrada na minha mente. Eu apenas desviei de suas mãos estendidas em minha direção, espalmando minha mão em suas costas e a empurrando no chão, expulsando de vez sua mente da minha. Aquilo só serviu para deixar Haruka ainda mais irritada, seus olhos castanhos brilhando no mais puro ódio.

-Ninguém nasce sendo vilão, Fuyuki. - ela rosnou. -A vida nos torna assim. Você não faz ideia do como foi satisfatório quando sua mãe entrou em coma pra impedir que você morresse três anos atrás. Ela estava tão fraca que foi fácil assim comandar a mente dela e a forçar a ficar apagada por todos esses anos. Ela provavelmente teria acordado três dias depois, por que sua mãe é forte pra caramba, mas eu a impedi de fazer exatamente isso. E a mente dela teria sido minha se não fosse por você ser um grande metido!

Já disse o como a raiva era uma coisa engraçada?

Ali, parado, fitando aquela mulher odiosa, eu entendi perfeitamente o que ela tinha dito. Não era minha culpa minha mãe ter ficado em como por três anos, era culpa dela. Eu perdi tempo com minha mãe por causa dela, porque Haruka era uma amargurada idiota que achava que o mundo girava em torno de si mesma.

Sentindo todo aquele ódio dentro de mim, não me importei exatamente com o fato de ser um herói e que eu deveria ter atitudes boas e coerentes. Eu tinha vinte e oito anos e deveria ser responsável, eu sei. Mas ninguém tem noção do como a raiva pode tomar conta de todo seu corpo. Eu estava acostumado com pessoas tentando me matar e foder minha vida constantemente; mas era diferente quando mexiam com minha família. Aquilo eu jamais iria aceitar. Jamais.

Ao redor de Haruka, o chão começou a rachar e a tremer. Seus olhos se arregalaram pelo medo a medida que eu me aproximava a passos lentos. A cada movimento que ela fazia, o chão rachava ainda mais, como se ela tivesse pisando em gelo. Eu podia sentir seu horror, mas eu não me importava. Definitivamente não liguei para isso quando me agachei ao lado de Haruka. E sem mais ou menos, entrei em sua mente, a prendendo e afundando minha individualidade em seu cérebro.

Ela teve a decência de gritar pelo choque de dor, tentando me afastar. Mas ela era fraca demais, e eu apenas observei enquanto sangue escorria pelo seu nariz.

Você nunca deveria ter se metido com minha mãe, sua puta, eu disse dentro de sua mente, começando a dar um nó em uma de suas memórias. Se eu a deixasse completamente vazia como ela tinha tentado fazer com minha mãe, como ela se sentiria, afinal?

-Fuyuki! - o grito era de Dylan, tão irritado que fez eu tomar um susto.

-Para com isso, agora. - Miwa estava absurdamente séria e eu me afastei daquela mulher, saindo de sua mente e deixando de lado suas memórias ruins. Ela caiu contra o asfalto, tremendo e tentando se afastar. -O que acha que está fazendo?

Por um instante, apenas observei Miwa e Dylan, vendo o homem lagarto, que agora era um homem de novo, sendo preso pelos policiais depois de tomar uma surra dos dois.

Tremendo, passei os dedos pelo meu cabelo loiro, me dando conta que eu tinha me deixaro levar demais pela raiva que essa infeliz me causou. Se Dylan e Miwa não estivessem ali, eu honestamente tenho medo do que eu teria feito com ela. Mas apenas a olhei, pegando a algema que um policial me estendeu e a prendendo, fazendo sua individualidade parar de funcionar.

Aquela luta não tinha sido nem remotamente difícil, mas me abalou tanto por tudo o que tinha ocorrido que demorei alguns minutos para conseguir encarar Dylan e Miwa. Mesmo que eles não estivessem me olhando de forma acusatória, eu sabia que eu tinha ficado a um passo de cometer um grande erro.

-Sei que os nervos estão a flor da pele, mas não vale a pena. - Miwa murmurou, me olhando seriamente. -Agora, vai lá ver a sua mãe. A gente termina o resto.

Sem dizer nada, eu assenti, me virando para seguir em direção ao hospital. Mas o que senti foi um imensa dor na minhas costas, me fazendo cair de joelhos e choramingar.

-Precisava disso?! - gritei enquanto olhava para Dylan que tinha acabado de me dar um chute com toda sua força. E, porra, a individualidade dele era ter super força, e ele nem mesmo havia hesitado antes de me machucar. Um grande filho da puta!

-É pra ver se assim você começa a pensar direito, babaca. - Dylan disse me olhando torto. Ergui o dedo do meio para ele e dei um sorrisinho sarcástico antes de me arrastar enquanto tentava me levantar. Simplesmente humilhante, principalmente para o herói número um.

Mas eu não tinha exatamente tempo nem interesse em me importar com isso. Eu simplesmente deixei Dylan e Miwa para trás e fui o mais rápido que consegui para dentro do hospital, onde definitivamente minha mãe e o restante de nossa família disfuncional estava.

Não foi exatamente difícil achar eles. O quarto mais barulhento era onde ela estava, e eu já estava escutando minha mãe brigando e mandando alguém ir ver porque eu estava demorando tanto para aparecer. Não consegui evitar um sorriso, porque eu tinha sentido tanta a falta da minha mãe que ficaria feliz até mesmo em receber uma bronca dela.

Quando eu entrei no quarto, ninguém mais pareceu reparar exceto por ela. Minha mãe era astuta demais para deixar qualquer coisa passar despercebida e seus olhos cor de rosa grudaram em mim daquele jeito sério intimidador. Mas eu apenas abri um sorriso, me aproximando dela até estar a abraçando com força.

-Eu senti sua falta, mãe. - falei, baixinho, e talvez, só talvez, eu tenha chorado de leve. Mas minha mãe riu, seus dedos passando carinhosamente pelo meu cabelo.

-Você tá vivo, Fuyu. Essa é a única coisa que eu queria. - ela disse, me afastando para poder me olhar. Minha mãe fez uma careta. -Apesar desse rosto cheio de cicatrizes.

Revirei os olhos. Claro que nada nunca seria perfeito para a perfeita Psique.

-Alguém mexeu com minha mente. - minha mãe disse, subitamente ficando séria. Mas eu dei um sorriso para ela.

-Já resolvi, pode ficar tranquila. - respondi e ela arqueou a sobrancelha para mim, mas aquela era a única informação que eu a daria. Minha mãe já era aposentada e tudo o que eu menos queria era uma velha chata se metendo onde claramente não deveria. Ela deve ter visto isso no meu rosto, pois revirou os olhos.

-Pode me explicar como você virou telepata? - ela disse me olhando como se eu tivesse cometido um crime, cruzando os braços. Olhei para ela de forma ofendida. -E cadê o Shin? Não me diz que vocês terminaram de novo!

-Mãe, por que você precisa ser uma velha metida, hein, me diz? - zombei, apenas para receber um beliscão dela, me fazendo chiar.

-Shin está ótimo, não se preocupe. - quem respondeu foi minha madrinha, me olhando com os olhos semicerrados. Eu fingi não ver.

-Você precisa descansar. E fazer exames! - Yumi disse, lançando um olhar feio para todos nós. -Vocês precisam ir embora agora, deixem ela se recuperar!

-Mas eu quero respostas! - minha mãe protestou, porém o olhar cortante de Yumi foi o suficiente para fazer seu brilho sumir.

-Todos, fora. Quando ela estiver bem e puder receber vocês, eu aviso. Agora, tchau!

Sem mais ou menos, a incrível doutora Yumi Todoroki colocou eu, meu pai, meu padrinho e minha madrinha para fora do quarto da minha mãe, batendo a porta bem na nossa cara. Por um instante apenas pisquei os olhos antes de dar risada. É, eu não era o único que levava o trabalho muito a sério nessa família.

Verdade seja dito, até que foi bom Yumi nos expulsar, assim eu pude finalmente ir para casa. Eu estava cansado, dolorido e com fome. Para minha imensa sorte, Dylan ainda estava ali no hospital quando eu saí, ao lado de Lily. Um uber gratuito nunca seria algo ruim.

Lily foi mais simpática do que o idiota do meu ex quando viu eu me aproximar. Ela abriu um imenso sorriso para mim e me abraçou sem pensar duas vezes, o que me fez sorrir. Era engraçado pensar que Lily tinha literalmente tudo para me odiar, mas ela havia deixado isso de lado completamente.

-Meu Deus, Lily, parece que seu filho vai nascer a qualquer momento. - falei incrédulo olhando para a imensa barriga dela. Aquilo apenas a fez dar risada e eu via o brilho feliz em seus olhos. Bom, agora fazia sentido Dylan ter aparecido tão rápido já que Lily estava ali no hospital, provavelmente em uma consulta para saber do filho deles.

-Na verdade, falta pouco agora. - ela disse com um sorriso.

-Dylan vai ser o pai mais insuportável do mundo. - provoquei, apenas para receber um dedo do meio dele. Lily fez uma careta.

-E você vai ser o padrinho mais idiota do mundo. Lily, tem certeza que chamar essa anta foi boa ideia? - Dylan reclamou.

-Ei, como você ousa falar assim comigo?! - falei colocando a mão no peito e fingindo estar ofendido. -Aliás, pode me dar uma carona até minha casa?

-Você é um insuportável e um folgado. - Dylan riu, segurando a mão de Lily. Ele me lançou um sorrisinho sarcástico. -Mas vamos logo antes que eu me arrependa.

Para minha imensa sorte, minha casa era apenas vinte minutos dali. Eu estava cansado quando entrei, mas estranhei o fato de estar incrivelmente silenciosa. Mas não pensei muito em nada antes de ir para meu quarto.

Shin estava dormindo quando eu entrei. Isso explicava o motivo de não ter respondido as milhares de mensagens que mandei e nem atendido as mil ligações. Seria mentira se eu dissesse que não tinha ficado preocupado por ele não me responder, mas até que fazia sentido. Ele deveria estar incrivelmente cansado já que nas últimas quarenta e oito horas, ele estava de plantão no hospital veterinário em que trabalhava.

Com um suspiro, arranquei a camiseta que estava vestindo e a calça antes de me enfiar embaixo dos cobertores e deitar ao lado de Shin. Ele nem mesmo se mexeu, o que me fez rir baixinho enquanto eu o abraçava.

-Você é tão barulhento, Fuyuki. - Shin reclamou baixinho, me puxando para mais perto de si. Eu bufei, perplexo.

-Eu nem fiz barulho. - reclamei, beijando sua bochecha com força. -E eu te liguei milhares de vezes e você nem me atendeu.

-Tô sem bateria. - ele suspirou, se virando o suficiente para fitar meus olhos. Shin não estava exatamente acordado, mas também não estava exatamente dormindo. Estava no limbo entre um e o outro. -O que aconteceu?

-Ah, nada demais. Só minha mãe que acordou do como de três anos. - falei dando de ombros. Aquilo fez Shin arregalar os olhos antes de se levantar em um pulo, me fazendo dar risada por sua reação.

-E você fala desse jeito?! - Shin parecia bem perto de me explodir, e não sabia dizer se ele queria me bater ou pular da cama para se trocar. Lentamente, percorri meus braços pelo seu corpo e o obriguei a deitar de novo.

-Relaxa, meu amor, ela está perfeitamente bem. Sim, Shin, sei que quer ir visitar ela, mas nesse exato momento, Yumi não vai deixar. - retruquei ao perceber que ele já estava prestes a protestar. Shin resmungou.

-Para de ler meus pensamentos. É irritante. - ele reclamou, me fazendo rir.

-Inclusive, encontrei com a Lily hoje e ela nos convidou para jantar semana que vem. Se bem que tenho certeza que nosso afilhado vai nascer antes desse jantar. - falei, o que fez Shin dar risada enquanto se aproximava mais de mim, apoiando a cabeça contra o meu peito.

-Quem diria que Lily e Dylan seriam um casal. - Shin falou e eu ri. Abri a boca para falar, mas Shin me cortou. -Não fala nada escroto, por favor.

-Eu não ia! - protestei. Shin se virou para arquear uma sobrancelha para mim. -Ah, qual foi? É sim engraçado a sua ex namorada ter casado com o meu ex amigo colorido!

-Você é um idiota. - Shin suspirou. Eu revirei os olhos. -E sabe, Lily e eu nunca teriamos namorado se você não tivesse fingido estar morto por um ano, meu amor.

-Para de falar disso. - reclamei. Mas claro que ele não parou.

-E você e Dylan não teriam namorado se você não tivesse fugido para os Estados Unidos quando eu disse que não ia voltar com você quando você ressuscitou, como um grande covarde! - o beliscão que Shin me deu foi forte o suficiente para me fazer choramingar, o olhando feio. -E a gente teria casado muito antes se você não tomasse escolhas incrivelmente duvidosas!

-Ai, para, amor. - falei fazendo biquinho. -O que importa é que ficou tudo bem no final, eu não morri e a gente casou!

Shin não parecia muito feliz. Mas claro que sua expressão irritada durou pouco, pois eu o agarrei e o puxei até que sua boca estivesse grudada contra a minha.

Não importava quantas vezes eu beijasse Shin, sempre teria a incrível capacidade de me fazer sentir como se nada além daquilo no mundo importasse. Eu era tão incrivelmente apaixonado por Shin que nada mais tinha tamanha importância e valor para mim que não ele. E eu amava Shin com todo meu coração e escolhas duvidosas, como ele gostava de dizer.

-Você acha que me beijar vai me distrair, é? - Shin murmurou, sua boca ainda colada na minha enquanto ele subia no meu colo, me fazendo deslizar os dedos pela sua cintura.

-Sempre funciona. - falei dando um sorriso convencido para ele. Mas Shin me olhou de forma impassível, aqueles olhos vermelhos intensos demais grudados em mim, me fazendo engolir em seco.

É, ele tinha uma incrível capacidade de fazer meu mundo inteiro virar do avesso com um simples olhar. E simples assim, eu já estava completamente rendido por Shin, desejando não precisar sair do seu lado nunca, jamais.

Shin me beijou de um jeito que só ele sabia fazer, seus dedos afundando nos meus cabelos e me puxando para mais perto de si.

-Acho que hoje eu vou deixar você me distrair. - Shin disse com um meio sorriso, se inclinando na minha direção e descendo a boca de forma lenta pela meu pescoço, me fazendo prender a respiração.

É.

Talvez eu tivesse sim um pouco de sorte na vida.

Minha mãe recebeu alta dois dias depois e, segundo Yumi, ela estava bem e recuperada, mas que era melhor não trazer grandes emoções para seu coração. Claro que ignorei isso quando fui com Shin a visitar no mesmo dia.

-Mãe, Shin e eu temos que te apresentar o mais novo integrante da família. - falei quando entrei no quarto dela, a olhando seriamente. Meus pais me olharam na mais profunda confusão e eu apenas abri um imenso sorriso para mim mãe. -Nosso filho, mãe!

-O que?! - ela gritou, seus olhos se arregalando de forma chocada e perplexa. Foi mais ou menos nesse momento em que Shin me alcançou, entrando logo atrás de mim e suas sobrancelhas franzidas em confusão enquanto ele me encarava.

-Mãe, te apresente ao Tobias, meu filho e do Shin! - falei, indicando o filhote de Golden Retriever que Shin estava segurando nos braços. Se Shin tivesse uma mãe livre, provavelmente teria me dado um soco.

-Fuyuki, eu vou te matar! - Yumi disse irritada. -Falei pra não testar o coração da mamãe!

Mas minha mãe estaava rindo.

-Como você é idiota, Fuyuki. - ela suspirou e eu sorri, vendo Shin se aproximar e deixar em seu colo o cachorro que abanava o rabo para minha mãe e a lambia, como se fossem amigos há muito tempo.

Muita coisa tinha acontecido na minha vida desde que decidi ser um pro hero, e nem todas haviam sido boas. Eu passei por situações horríveis e quase morri vezes demais. É impossível contar nos dedos da mão o quantas vezes fiz minha família sofrer por conta da preocupação comigo. Ainda assim, eu não teria feito nada diferente. Vendo todos eles ali, felizes novamente e tudo de volta em seu devido lugar, percebi que mesmo com todas as coisas ruins, as coisas boas sempre eram as que tinham maior impacto. Eu gostava da minha vida do jeitinho caótico que ela era, e me sentia particularmente sortudo por ter a família que eu tinha.

No final das contas, aquilo era o que realmente importava para mim. Era o que bastava.

demorei um pouquinho
pra postar o final do especial,
mas aqui está meu filho
fuyuki narrando e sendo
feliz depois de muita dor
e sofrimento que ele
passou em hot chocolate
(e quem tá por fora, trate
de ir lá ler!)

enfim, espero que tenham gostado!
quem sabe não nos vemos
futuramente?

bjs na bunda!
~Ana

Data: 15/07/24

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