12 | don't blame me
Tem tanto tempo que eu não apareço aqui, né!? Mas, graças a Deus, tô viva e pronta pra arrasar a vida de vocês. Quero agradecer pelo carinho de todos e desejo que esse ano seja incrível para cada um de nós! Um beijo, boa leitura!
PS.: quem não votar e não comentar aqui está condenado à 365 dias de pornô gay do Harry Styles e Joe Alwyn.. Awlyn.. Alywn... (até esqueci como escreve o sobrenome dessa porra) TCHAU. 😍
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A neve caía com graça sobre as terras do Missouri, o que intensificava o frio que se expandia aos arredores da casa do tight end do Kansas City Chiefs, levando-o a aconchegar-se debaixo do calor do aquecedor e a lareira que continuava acesa desde a noite até as tardes cinzentas.
Seria mais triste e desconfortável ter que aguentar a estação gélida, isso se ele não tivesse uma força muito mais potente do que um aquecedor ou o fogo que crepitava as castas na lareira para abraçá-lo. E, afortunadamente, aquela incrível potência era dotada de fios de cabelo loiro, olhos azuis e muitos sorrisos para distribuí-lo ao decorrer do dia.
O amor da sua vida.
E ela estava bem ali.
- É a última. - ela anunciou, pondo a última peça decorativa dentro de um baú que seria guardado para o próximo ano. - Eu adoro os enfeites, seria incrível se pudéssemos deixá-los por mais tempo.
- Poderíamos ter feito isso, meu bem. - surpreso pela oposição dela, Travis enfia as mãos nos bolsos de sua calça. - Se ao menos me falasse antes, eu não teria desfeito a árvore.
- Não, está tudo bem, não se preocupe. - com um semblante tranquilo, ela sorri com conforto e se aproxima lentamente. - Aliás, amanhã já é janeiro. Já estendemos demais as luzes de Natal.
Não demorou muito para que ele buscasse um contato mais próximo com o corpo dela, puxando-a suavemente pela cintura e a envolvendo em um abraço apertado.
- Esse lugar é nosso, você pode fazer o que quiser. - afundando o rosto no pescoço da loira, Travis deixou uma sequência de beijos rápidos sobre a pele dela e a fez rir. - É tão bom ter você aqui.
- Eu sei. - afastando o rosto do atleta, Taylor se apoiou nos ombros largos do namorado para tentar alcançá-lo em um beijo. - Também gosto de estar aqui, com você.
- Mesmo que eu tenha perdido aquele maldito jogo com a sua família me assistindo e seu irmão vestido de Papai Noel? - envergonhado pelo episódio, ele lamenta mais uma vez, fazendo-a se desprender por um segundo dos lábios dele. - Foi um Natal trágico.
- Estávamos felizes, com as nossas famílias reunidas e mil motivos para agradecer. Foi um feriado ótimo, não acredito que estou ouvindo isso vindo de você. - com o semblante desacreditado e triste, Taylor se comove pela chateação do tight end. - Perder é completamente normal, Travis, apesar de ser frustrante. Todos nós estávamos lá por você e ninguém se decepcionou por não termos conseguido levar aquele jogo. Você é mais importante do que isso, não abala nossa torcida.
- Mesmo se eu perder o super-bowl? - a insegurança constante assume a voz dele outra vez.
- Mesmo se o time perder o super-bowl. Você não faz nada sozinho. - ela afirmou com segurança, lançando um sorriso afável para ele. - Embora eu tenha a certeza de que você vai trazer aquele prêmio pra mim. Então, até lá, você me beija e tenta se manter tranquilo. Eu estou orgulhosa de você. Sempre.
A boca dele recaiu com graça sobre a dela, juntando seus lábios em uma verdadeira sintonia. Era simples, doce e ingênuo. Assim como todo o relacionamento deles, seus beijos se manifestavam em carinho e um ardor cúmplice, cheio de complexidade e um mistério que somente os dois conseguiam desvendar, compartilhando o mesmo sabor de desejo e a ânsia pela eternidade.
- Eu amo tanto você.
Enrolando uma mecha do cabelo dela em seus dedos, Travis acariciou a maciez do fio loiro e observou os olhos dela assumirem um brilho apaixonado.
- Eu também te amo.
A resposta flui com simplicidade dos lábios dela, afogando-se no abraço dele e deixando que ele a levasse no colo para subir as escadas e jogá-la na cama de seu quarto, fazendo-a gargalhar com graça.
- Não acha que vamos ter tempo o suficiente pra fazer isso mais tarde? - ela perguntou com falsa reclusão, ajudando-o a retirar o suéter. - Nós precisamos nos arrumar daqui a pouco. A Brittany e o Patrick vão passar aqui... Travis.
- Eu só quero provar mais um pouquinho de você antes que o ano termine. - com um sorriso diabólico, ele leva as suas mãos até as nádegas da loira, apalpando o seu corpo e cobrindo a boca dela com um beijo urgente. - Daí então, quando voltarmos pra casa, eu posso usar a desculpa de que não transamos desde o ano passado.
- Você é tão ridículo. - caindo aos risos, Taylor o empurrou pelos ombros e o pôs sentado na cama. - Não cansa de pensar em sexo?
- Não canso de pensar em você. - a seriedade que ele expressou foi o suficiente para fazer com que Taylor sentisse o corpo esquentar por debaixo de suas roupas. - E, não vou pedir perdão por dizer, não há como ignorar o fato de que você é incrivelmente gostosa.
Fazendo um sinal de incredulidade com a cabeça, Taylor engatinhou até ele na cama e mordeu sua coxa por cima de seu shorts, beijando em seguida o abdômen do atleta e passando suas pernas por entre as dele, sentando perfeitamente em seu colo.
- É melhor o nosso último sexo ser bom. - a loira ameaçou com divertimento, erguendo os braços para que ele arrancasse sua blusa. - Eu também nunca me canso de pensar em você.
Ao se entregar para ele, Travis a fez vaguear numa transcendência corporal, experimentando o prazer que apenas eles dois poderiam proporcionar um para o outro, se devorando enquanto tinham tempo e disposição, bagunçando os lençóis e preenchendo o quarto com seus gritos e risadas desinibidas, estendendo o vínculo único de amor e paixão que os unia completamente.
Ao cair da noite, assim como combinado, Taylor e Travis se aprontaram para a festa da virada de ano que passariam entre amigos do jogador, que agora também se tornavam amigos da cantora, fazendo-a sentir-se cada vez mais parte daquele mundo diferente e atraente do atleta, sem calcular os devidos riscos que algumas aproximações poderiam trazer para o seu próprio relacionamento.
Porém, naquele cenário de festa e alegria, Taylor não se preocupou com aquelas divergências. Não enquanto estava sendo admirada por um par de olhos apaixonados e um sorriso gigantesco no rosto do homem que amava.
- Você está linda. - com um beijo na bochecha, Travis teceu o elogio e envolveu a mão dela com a sua. - Absolutamente linda.
- Obrigada. - virando o rosto ao sentir as bochechas esquentarem, Taylor sorriu e iniciou seus passos ao lado dele. - Você também está maravilhoso, babe.
O casal de amigos que os esperavam logo a frente já estavam mais do que preparados para seguir rumo até o local da festa, encontrando-se em seus devidos carros para dar continuidade ao caminho não tão distante dali, iniciando a última noite de festas do ano, deixando morrer ali todo o presságio de dias completamente avessos e encantadores.
- Vamos lá aproveitar? - buscando mais uma vez a mão dela, Travis beijou sua palma e esperou que ela reagisse. - Quero que fique tranquila, estamos seguros aqui.
- Eu sei. - olhando uma última vez no espelho do retrovisor, Taylor assentiu e devolveu o beijo que ele havia deixado em sua mão, beijando também a palma dele. - Vamos lá.
Taylor respirou fundo e esperou para que ele saísse do carro para abrir a sua porta como de costume e acompanhá-la até o hall do salão, roubando em seguida toda a atenção para si.
- É sempre um sucesso quando você chega. - Brittany apontou, percebendo os olhares passeando pela loira ao seu lado. - Aliás, você está impecável, Taylor.
Sorrindo em agradecimento, a cantora fez uma pose sutil para mostrar o vestido prateado que emoldurava seu corpo em curvas bem marcadas e uma maquiagem brilhante. Tudo nela cintilava como uma verdadeira princesa do mundo pop e uma graciosa mulher dotada de personalidade, caracterizando sua energia envolvente por cada metro quadrado.
- Você também está linda. - com educação, ela devolve o elogio, permitindo-se enroscar os braços nos da colega. - O que vamos fazer agora?
- Ei, Travis, vou levar a Taylor pra andar um pouco, conhecer o espaço. - anunciando seu afastamento, a esposa de Mahomes puxa a cantora para o seu lado. - Voltamos em um segundo.
- Como sempre roubando a minha mulher de mim. - revirando os olhos, Travis se juntou ao amigo que, consequentemente, também havia sido deixado de lado. - Tudo bem, se cuidem.
- Eu já volto, amor. - desvinculando-se de Brittany, Taylor se aproximou do tight end para beijá-lo no rosto e segredar um pedido em seu ouvido. - Não comece a beber sem mim.
- Prometi que essa noite seria só nossa, vou estar aqui esperando por você. - segurando-a pelo queixo, ele a beijou até escutar a provocação de seus amigos ao lado. - Te amo.
A loira lançou um beijo no ar, sendo carregada pela amiga até algumas outras companheiras dos rapazes presentes na festa, conhecendo e trocando boas e rápidas conversas com o público, gostando da forma humana e não endeusada que estava sendo tratada, apesar da clara admiração que ela percebia nos olhares e nos elogios, algo pelo qual era imensamente grata.
Taylor gostava da simplicidade dos amigos de Travis, pois eles entendiam e respeitavam a mulher que ela era debaixo de todo o seu sucesso, descobrindo que Taylor, acima de uma superestrela, sempre seria a mais verdadeira e humilde que pudesse se comportar e agir, o que contribuía para que ela os cativasse com o seu carisma e humor descontraído.
- Tay, a babá está ligando, preciso verificar se há algo de errado com as crianças, pode me dar só um minuto? - lamentando ter que deixar a loira, Brittany sinalizou o celular com a chamada pendente. - Eu já volto.
- Tudo bem, eu vou ir ali buscar um pouco de água. - a cantora anunciou, despreocupada em ficar alguns minutos sozinha. - Te espero lá.
E assim, no mesmo instante, Brittany caminhou para fora do salão e Swift foi diretamente ao primeiro balcão do open bar, pedindo a água para matar a sua sede no ambiente cheio e quente, como se não estivessem enfrentando um inverno doloroso ao lado de fora.
Percebendo um pouco da demora da esposa de Mahomes, ela se sentou sobre um dos bancos e deixou uma gorjeta generosa ao jovem que havia lhe atendido, abrindo o próprio celular e esperando os minutos se passarem para que ela pudesse sair dali com Brittany, até que a presença de alguém lhe despertou no meio daquele curto espaço de tempo.
- Quando disseram que a mulher mais fabulosa do mundo estaria entre nós essa noite, eu não estava acreditando. - a voz desconhecida e masculina chama a atenção dela, fazendo-a erguer a cabeça à frente. - Mas veja só, aqui está. Taylor Swift.
Ele era alto. Não tanto como o tight end que dividia a sua cama, mas o suficiente para mantê-la com a cabeça bem erguida. Tinha traços marcantes, olhos castanhos e cabelo escuro.
Era forte, mas Taylor não prestou atenção em seus músculos ou em muitas de suas características, apenas no fato de que ele a estava olhando profundamente, de uma maneira curiosa demais para não ser intrigante.
- Perdão, eu...
- Me perdoe. Não deveria ter te assustado dessa forma. - sorrindo com extrema empolgação, ele se aproximou e se sentou ao lado dela. - Boa noite. Me chamo Michel. Sou irmão de um dos jogadores do time.
- Ah. Boa noite. - tentando ser amigável, ou sendo apenas muito ingênua em sua simpatia, Taylor sorriu de volta e deu mais um gole de sua água. - E obrigada pelo elogio, mas não precisa exagerar dessa forma. Eu sou completamente comum.
- Uma artista que lota estádios, é dona da turnê atual de maior sucesso, premiada pelas maiores academias e que quebra os próprios recordes dia após dia, não pode ser tão comum assim. - elevando os elogios, Michel arranca um sorriso envergonhado da loira, o que o induz a outro passo perigoso que ela não pôde prever. - Além de ser tão talentosa e impecavelmente linda, ainda mais pessoalmente.
Quando ela corou, ele pensou que havia achado a abertura perfeita, mas Taylor já havia contemplado e passado por aquela situação vezes o bastante para discernir que aquele elogio não era um simples elogio. Não enquanto ele a olhava daquela forma tão focada e com um sorriso que a fazia ficar, a cada segundo, mais desconfortável.
- Obrigada, fico feliz que goste do meu trabalho. - dando ênfase ao seu lado profissional, Taylor descartou o último elogio do homem à sua frente e se levantou. - Espero que tenha uma ótima virada, eu...
- Fica mais um pouco, posso te pagar uma bebida? - com insistência, ele se levanta também. - Qual é o seu drink favorito?
- Não, obrigada, eu estou bem. - recusando a oferta, a cantora olha ao redor em busca de qualquer sinal de Brittany. - Na verdade, combinei de beber com o meu namorado. Você deve conhecê-lo, ele...
- Kelce. É claro que eu conheço. - a voz pesa em um leve rancor, o que não passa despercebido por Taylor. - O admiro muito por, mesmo com todo esse caráter, ter conseguido conquistar uma mulher tão preciosa quanto você. Mas sabe o que me admira mais? Você esperar por um homem. Não se parece com a imagem que você transparece.
- Você não me conhece para relacionar a minha imagem com o que acha de mim. - sendo incisiva, Taylor transforma o seu sorriso em um ponto de ameaça sutil, dando um passo para trás. - E meu relacionamento não cabe ao senhor, então vou deixar os métodos de conquista do meu namorado entre mim e ele.
- Perdão, não foi minha intenção te ofender. - quando viu que sua tentativa havia sido falha, Michel estendeu sua mão para encerrar e executar o último contato com a loira naquela noite. - Posso pelo menos me despedir em um sinal de desculpas? Foi um prazer conhecê-la.
- Prazer. - Não conseguindo ignorar sua boca educação, ela aceita a mão estendida.
Ela pensou que seria um aperto de mão simples. Que ele sairia dali logo em seguida, que Brittany apareceria ou ela poderia fugir de alguma forma, mas não foi isso o que aconteceu. Ele puxou a sua mão com tanta facilidade e rapidez, talvez por ela não imaginar que ele o faria, e beijou sua palma com uma intimidade inexistente e não permitida.
A única reação que Taylor teve foi de recolher, rapidamente, a sua mão e ficar ainda mais envergonhada, de um jeito péssimo, e tentar reagir ao ato. Porém, antes que pudesse ter qualquer reação, uma mão pousou em sua cintura e um suspiro escapou de seus lábios.
- Boa noite.
A voz grave de Travis invadiu o espaço entre o homem e ela, fazendo Taylor ficar dividida entre os olhares e a pressão da atenção e tensão palpável do momento. Quando Travis a puxou para mais perto de si, até que ela sentisse o seu corpo colidindo com o peitoral dele, Taylor sentiu algo de diferente em sua atitude.
- Boa noite, Kelce. - diferente de antes, agora Taylor contemplava a mudança brusca e comportamental de Michel. - Foi um prazer conhecer sua...
- Mulher. - a resposta de Travis choca não somente o homem à sua frente, mas também a própria namorada. - Imagino que tenha sido ótimo.
- Ah, foi. - zombeteiro, o de olhos castanhos passa a mão pelo cabelo e o provoca em seguida. - Uma pena que ela estava sozinha, eu não deixaria minha mulher por aí como se fosse uma qualquer. Não uma mulher como ela.
- Obrigada pelo conselho não solicitado, você pode ir agora. - irritando-se, Travis apertou com mais firmeza a cintura da loira e assistiu Michel ir embora, com um sorriso de lado no rosto, enquanto ele se controlava para não lhe dar um soco na boca. - Por quê estava aqui sozinha, Taylor? Onde está a Brittany?
Surpresa e ainda sem conseguir assimilar tudo o que havia acontecido naqueles poucos minutos, assistindo o embate do qual ela havia sido encurralada ao meio, Taylor tirou a mão dele que estava sobre a sua cintura e virou-se de frente, encontrando uma carranca no rosto do atleta e seus ombros rígidos.
- Que porra foi essa? - incrédula pela reação dele, Taylor cruzou os braços e o assistiu fazer a mesma coisa. - Eu não sabia que eu era a sua mulher. Somos casados?
- Eu que deveria te perguntar que porra que estava acontecendo. - devolvendo o mistério conflituoso para ela, Travis sentiu o sangue ferver em suas veias. - Está incomodada? Quer que eu vá lá e diga pra ele o contrário?
- Eu não quero que me trate como se eu fosse sua propriedade só porque eu estava falando com outro homem. - falando abertamente, ela expõe sua chateação, não gostando da forma que havia sido colocada entre os dois. - Não aconteceu nada. Brittany foi falar ao celular, eu sentei aqui e ele chegou. Eu já estava me despedindo, eu sei lidar com isso. Não precisava ter feito um showzinho me agarrando e me exibindo dessa forma.
- Não estava te exibindo, estava deixando claro que aquele babaca precisa de limites. - irritando-se, Travis não eleva o tom de voz, mas mantém um olhar de conflito no rosto. - Você não conhece o Michel. Ele é um trapaceiro.
- Mas eu conheço você. E você também me conhece, muito bem. - Taylor se junta à irritação, não crendo na cena que ele havia acabado de fazer. - Eu não daria confiança para nenhuma gracinha dele ou de qualquer outra pessoa, assim como não fiz. Assim como eu confio em você para lidar com o mesmo tipo de situação. Você não confia em mim?
O pouco de silêncio que se instaurou entre os dois foi o suficiente para que o clima de dissensão se intensificasse ali no momento, sendo interrompido apenas quando Brittany chegou de supetão e os tirou de seu transe.
- Voltei, desculpa pela demora! - parecendo estar mais agitada do que o normal, Brittany volta a sua atenção para a loira. - Não era nada tão sério, ei, que cara é essa? Ah, oi, Travis.
- Oi. - foi o único que ele respondeu.
- Tá tudo bem? - a amiga perguntou intrigada, observando o atleta com os braços cruzados e o rosto vermelho de Taylor. - Querem que eu saia ou..
- Está tudo bem, Brittany. - a cantora tomou voz, desviando o olhar dos olhos do jogador e recolhendo sua bolsa no balcão. - Vamos encontrar o Patrick?
- Vamos, claro. - ela concorda, iniciando seus passos para encontrar o marido, deixando Taylor por um segundo sozinha com Travis. - Espero vocês lá.
Frente a frente, Taylor sentia sua energia se esvaindo em cada segundo passado, contemplando a chateação nos olhos do namorado, mas sem poder anular também sua própria afetação, entendendo que não havia um certo ou errado ali, o que os impossibilitava de brigar ou fazer qualquer coisa até chegarem à uma conclusão. Era apenas uma bagunça de pensamentos.
- Pode ir, vou pedir algo pra beber. - ele a dispensou, passando por ela até que Taylor a puxasse pelo braço. - O que você quer?
- Diet Coca. - ela especificou a bebida que seria misturada à vodka, roubando a contragosto dele um beijo que o fez enrijecer o corpo. - Não demore.
- Pode deixar, não vou correr o risco de ter alguém pra me fazer companhia aqui. - ao devolver o beijo, Travis mordeu o lábio inferior dela e Taylor murmurou, revirando os olhos e se irritando ainda mais com a atitude dele. - Não vou demorar.
Ela o deixou, saindo dali e tentando pensar em uma forma de reverter aquela situação. Embora não gostasse nenhum pouco daquela reação possessiva, Taylor o compreendia totalmente, pois ficaria igualmente mexida se aquilo houvesse acontecido pelo contrário, mas gostaria que ao menos ele não ficasse irritado com ela em específico.
Então, a noite que inicialmente deveria ser tranquila e festiva, começou a assumir uma nuance indesejada de desconforto e um entrecho fajuto, mantendo-os afastados mesmo enquanto estavam próximos, delongando a festa em minutos desagradáveis demais para que os dois conseguissem curtir o momento.
Sendo assim, as horas de passaram com demora, as doses de bebida se intensificaram e o clima apavorante continuou a permear entre eles.
Os casais se formaram no meio do salão enquanto a música envolvente ecoava aos arredores, sincronizando passos em danças despreocupadas, mas eles continuavam ali, ao lado um do outro, até que a cantora precisou interferir e deixar seu orgulho de lado para tentar consertar a situação.
- Travis? - ela o chamou, mas ele parecia tão distraído que não conseguiu notar, então ela tocou em seu braço para fazê-lo voltar a atenção para ela. - Pode me levar ao banheiro? Não estou me sentindo bem.
Ele apenas assentiu, mas ela percebeu o olhar de preocupação que automaticamente assumiu a face dele, levantando-se e deixando que ela segurasse em seu braço para ser guiada até o lavabo.
- Entra comigo? - ela pediu assim que chegou a porta, notando a desconfiança dele. - Estou tendo náuseas.
Foi o suficiente para que, mesmo em silêncio, Travis cedesse. Não estava acostumado a vê-la passar mal e, em seu ponto de vista, não tinha percebido que Taylor havia bebido tanto daquela forma para se sentir enjoada, então não pensou duas vezes antes de entrar com ela e fechar a porta.
Porém, ao contrário do que ele imaginava, ela não fez nada, apenas o abraçou e deitou a cabeça em seu peito.
- Você está bravo comigo? - o tom de voz carinhoso e inseguro fluiu dela e Travis devolveu o seu abraço. - Você está me evitando a noite toda. Eu não gosto disso.
- Não estou bravo com você. - com pesar, ele respira fundo ao notar que realmente havia se deixado levar pela chateação ao ponto de deixar uma mágoa também nela. - Me desculpe, não é nenhum problema com a gente. Muito menos com você.
- Você está com ciúmes, é compreensível. - ela ergueu o rosto e quase sorriu quando viu a face dele mudar. - Ah, isso mesmo. Morrendo de ciúmes.
- Não estou com ciúmes do Michel. - ele responde prontamente em uma carranca.
- Claro que não está. - quando ele tentou soltá-la, Taylor sorriu e o abraçou com toda a força que tinha. - Está com ciúmes de mim.
- Vai ficar me provocando com isso? - nitidamente afetado, ele não se rende ao tom de humor dela.
- Se isso for fazer você falar abertamente sobre o assunto comigo, terei que continuar. - Taylor pressionou, achando um meio para que se resolvessem. - Viemos para nos divertir. É o último dia do ano, Travis! Não quero ver você estressado quando os seus amigos estão dançando com as suas companheiras, enquanto estamos aqui, assumindo uma briga ridícula que não deveria ter se iniciado. Só me deixe saber o que está acontecendo.
Desistindo do embate, Taylor soltou seus braços que o rodeavam e se apoiou na parede, sentindo a frieza do azulejo bater em suas costas, enquanto o observava enfiar as mãos nos bolsos e ficar frente a frente para ela.
- Ele e o irmão não são confiáveis, apesar do irmão pertencer ao nosso time. Tentaram prejudicar o Patrick mais de uma vez e apenas nós dois sabemos disso, nunca foi algo que saiu debaixo do tapete. São dois putos egocêntricos. Mas eu não estou preocupado com ele, pra falar a verdade. - enquanto a olhava nos olhos, Travis contemplava a essência gentil que ela exalava e se mantinha, por alguns segundos, inseguro em perdê-la para compartilhar com outro alguém. - Odiei ver outro homem te olhando da forma como eu olho você. Nada me fez sentir tanta raiva como a forma que ele estava te devorando com os olhos. Ele beijou a sua mão. E não foi de um jeito amigável. A boca de outro homem estava na sua pele e não era a minha. Me perdoe se eu te fiz sentir que você é um objeto que pertence só a mim, mas você é a mulher que eu amo. E enquanto existir qualquer pessoa que tente tirar você de mim, eu vou continuar sendo o mesmo. Julgue como insegurança. Pode me chamar de tóxico. Mas eu ainda vou ser a única pessoa que tem acesso à você.
Pela primeira vez, Taylor pôde descortinar uma faceta frágil de receio do tight end, mesmo que enciumado e inquieto demais para se deixar ser visto e observado por ela.
Embora quisesse contestá-lo, Taylor assumiu que não havia mais necessidade para estender o assunto, não após ele ter confessado de maneira tão sincera os seus sentimentos sobre o incidente indesejado com aquele homem atrevido que havia tentado cortejá-la.
Dessa forma, com empatia e compreensão, ela o chamou o com dedo indicador até que ele estivesse próximo o bastante para pressioná-la contra a parede. As mãos, antes guardadas dentro dos bolsos da calça, agora voltavam a pertencer à cintura dela, elevando-a até que Taylor pudesse alcançar o seu rosto para um beijo, suave e devagar, confundindo não só os pensamentos dele, mas todo o seu íntimo.
- Você sempre vai ser o único pra mim, Travis. Nenhum outro homem teria chance. Muito menos aquele sem noção. - com doçura e afeto, ela murmura as palavras entre as pausas do beijo, envolvendo ele com um calor afetuoso e ludibriante. - Nenhum deles jamais terão a mesma significância que você tem pra mim. Ninguém além de você tem acesso a mim. Ninguém me conhece como você me conhece. E eu vou sempre ser sua. Eu só quero você.
- Me desculpe, eu não deveria ter te constrangido daquela forma. - Travis deixou de beijar os lábios dela para se lamentar, sentindo-se igualmente tranquilo ao ouvir aquelas palavras saindo de sua boca. - E muito menos ter ficado irritado e te fazer perder a noite por isso. Eu prometi que iríamos nos divertir e fodi com tudo.
- Não perdemos a noite toda, não ainda. - acariciando a barba do tight end, Taylor lhe deixa um selinho demorado e entrelaça as suas mãos. - Vamos lá, eu ainda quero dançar com você antes que o ano acabe. E, quando virar, vamos esquecer disso. Tudo bem?
- Você está certa. - concordando, Travis firma o aperto de suas mãos e leva a palma até a boca para beijá-la, causando um arrepio confortável ao corpo da loira. - Eu te amo com toda a minha vida, Taylor.
- Eu também te amo, babe. - ela sorriu e isso bastou.
Quando por fim a confusão se encerrou, Taylor e Travis se viram livres novamente para desfrutar a companhia um do outro, juntando-se aos amigos e aproveitando a noite propícia para se esvaziar de tudo aquilo que não fosse a alegria de estarem comemorando, juntos, a glória daquele ano majestosos e o impacto em suas vidas.
Apesar de todas as desavenças, as dificuldades, os tropeços e as decadências, ao encontrarem um ao outro, todas as etapas ruins pareciam não ter significado algum. Não enquanto a paixão entre os dois era maior do que as outras desilusões.
No auge de suas carreiras, buscando mais e mais do seu sucesso, havia o amor que se estendia entre seus toques e olhares trocados.
- Você foi a melhor coisa que me aconteceu esse ano. - ela confessa, percebendo a contagem regressiva de minutos até dar a meia-noite. - Obrigada por me apoiar tanto e ser o melhor companheiro de vida que eu já tive a oportunidade de ter. Embora eu tenha uma enorme prorrogação de palavras pra te elaborar agora, talvez eu só precise dizer que eu te amo. E sempre vou ser grata por conhecer o homem maravilhoso que você é, especialmente pra mim. Espero que o ano seguinte seja tão bom quanto esse terminou.
- Vai ser melhor. - o atleta garantiu, trazendo o rosto gracioso para perto e buscando falar ao pé do ouvido dela, devido ao barulho que aumentava no salão conforme os minutos se estreitavam. - Ter você ao meu lado me faz sentir que, embora eu tenha tudo o que eu sempre quis na minha vida material, nenhuma dessas coisas seria maior do que experimentar viver o que nós temos e sentimos um pelo outro. Nunca consegui entender nada do que eu sentia. Mas você é o sentimento mais verdadeiro que existe em mim, você é o amor da minha vida.
Os minutos se reduziram a segundos, fazendo crescer a ansiedade entre todos os presentes ali naquele instante, fazendo a contagem em voz alta enquanto o casal protagonista ainda se mantinha naquela atmosfera de contato e intimidade profunda, olhando afetivamente nos olhos um do outro e conectando seus sorrisos próximos, roçando seus narizes enquanto a multidão explodia em gritos e os fogos de artifício queimavam sobre o céu, virando a página de um novo ano repleto de novas descobertas e realizações para se aventurarem.
- Feliz ano novo, princesa. - ele a puxou pela cintura, com tanta leveza que o corpo dela simplesmente grudou nele. - Amo você.
- Também amo você. - os dentes mordiscam com suavidade o lábio inferior dele, impedindo por um segundo o beijo que ele tanto ansiava em trocar com ela. - Feliz ano novo, meu amor.
O brilho dos olhos azuis ofuscou a visão dele e todo o restante presente no salão desapareceu, como se apenas a presença dos dois fosse verídica e necessária ali. Com um brinde, eles celebraram e jogaram o champanhe no ar, causando uma chuva de gotas douradas e o perfume do álcool impregnar em cada canto.
Sendo assim, junto com o ano que se iniciava, mais um mar de surpresas surgia.
***
- Você está bem mesmo? - com uma leve preocupação, Brittany pergunta ao notar o sorriso frouxo no rosto da loira. - Você bebeu demais.
- Estou bem! - alegre como nunca, Taylor responde ao se lançar nos braços da esposa de Mahomes, deixando um beijo longo em sua bochecha. - Boa noite, Britty.
Com um aceno discreto, Brittany se despede de Travis e aponta para a cantora, indicando o cuidado que ele deveria ter com a mesma durante o caminho de volta para a casa do tight end e, embora Taylor realmente estivesse alta pela bebida, ela não estava tão ruim quanto ele imaginava. Afinal, ela já tinha estado bem pior.
Ou talvez ele só achasse isso porque também não estava na melhor de suas condições. Nem perto.
- Nós vamos ser presos... - risonha, Taylor descarta o uso do cinto de segurança, mas Travis se inclina para prendê-la corretamente no banco do passageiro. - Vão me detonar na cadeia.
- Você não vai pra cadeia. E nem eu. - ele a tranquilizou, beijando sua testa e voltando-se para o volante. - Estamos em Kansas. Se fosse na sua cidadezinha de metrópole, talvez devesse mesmo ter medo.
- Não menospreze a minha Nova Iorque, ela tem algo que você nunca terá. - a loira o mirou com um rabo de olho.
- O quê? - Travis pergunta rapidamente.
- Eu. - empinando o nariz, ela sorri com orgulho.
- É mesmo? - com provocação, Travis acompanha o sorriso dela e cede uma mão do volante para ir até a coxa desnuda da cantora. - Bom saber disso.
Ao acelerar um pouco mais o carro, Taylor abriu as janelas para sentir o vento bater contra o rosto, ao tempo em que sentia a mão do tight end acariciar prazerosamente a sua pele, não ficando satisfeito apenas com aquele gesto, mas erguendo a perna dela para ficar por cima das suas.
- Vestido bonito. - ele elogiou, talvez pela milésima vez somente naquela noite, e ela sorriu como se fosse a primeira. - Combina com você.
- O que mais você acha que combina comigo? - remexendo-se no banco, Taylor tirou o cinto de segurança, apoiou suas costas contra a porta do carro e pôs a cabeça para fora da janela. - Não parece que está tão frio.
- Não parece mesmo. - ao apoiar totalmente as pernas sobre as dele, Taylor parecia completamente avessa do que sempre era, estranhamente desconectada de si. - Você está bem?
- Eu só quero respirar. - fechando os olhos, a brisa bagunça o cabelo dela e Taylor suspira. - Brittany tem razão. Eu bebi demais.
O vento cortou o som da sua risada e por um momento Travis pensou que ela pudesse sofrer um acidente a qualquer instante enquanto inclinava ainda mais o corpo para fora do carro, sem pensar também que alguém pudesse aleatoriamente passar por ali a qualquer instante.
- Vida, cuidado, por favor. - temeroso, Travis desacelerou a corrida e se inclinou para puxá-la para dentro novamente. - Vai ser um pouco difícil me concentrar no volante enquanto tento impedir que você se mate.
- Engraçado... - finalmente fora de perigo, Taylor se inclinou até ele e o beijou no rosto, sussurrando suas palavras arrastadas ao tempo em que os seus lábios mancham a pele do tight end. - O homem que se deita ao meu lado na cama costuma saber fazer muitas coisas ao mesmo tempo...
- É diferente quando a discussão é entre não deixar a sua cabeça ser lançada fora e te fazer gozar, meu bem. - ele lança um sorriso perigoso, certo de que ela entenderia suas entrelinhas.
- Pra mim, elas são iguais. - Taylor apoia a provocação, beijando-o no rosto. - Quer champanhe?
- Você não vai abrir isso agora. - ele balançou a cabeça, confiante de que ela não pegaria a garrafa que estava jogada aos seus pés no piso do carro. Ou não tão confiante assim. - Você vai?
Ela estourou o champanhe sem dificuldades, voltando a sorrir de maneira descontraída e enchendo o veículo pelo cheiro suave do espumante alcoólico. A espuma caiu sobre o seu vestido e ela não se importou, apenas limpou os cantos da boca e derramou mais um pouco do líquido para descer pela garganta.
- Agora você está pedindo para ser presa. - ele a repreendeu.
- Cala a boca, Travis. - com uma careta cheia de inatividade, ela o mostra a língua e volta a beber. - Você não acha que já falou besteira demais?
- Não. Na verdade, acho que você já encheu a cara demais. - Travis se defendeu, sabendo que ela estava se arriscando em um flerte nada sensato. - Quer me dar isso logo?
O olhar desinibido na face da cantora denunciou um pensamento incoerente que rondava a mente dela, fazendo com que as risadas do casal se juntassem em sincronia, sem dar espaço para que Taylor pudesse fazer a piada suja que queria escapar de sua boca.
- Gostou da noite? - fugindo da tensão que se espalhou entre eles, Travis arrasta sua mão outra vez em direção à loira. - Me perdoe pelo transtorno de mais cedo, não queria ter te deixado chateada.
- Está tudo bem, já passou. - Taylor entrelaça os seus dedos e aprecia o toque firme que ele a traz. - A noite foi incrível. Tirando a parte que uma garota me ofereceu drogas.
- Você aceitou? - o coração dele quase saiu pela boca.
- Acho que não. - ela responde, despreocupada.
- Como você acha que recusou drogas? - Travis reduz ainda mais a velocidade do carro, apenas para poder olhá-la nos olhos. - Você usou drogas?
- Álcool também é uma droga. - Taylor balançou os ombros. - Ela tinha cocaína.
- No álcool? - a confusão do tight end se junta ao desespero.
- Estamos tão bêbados... - a cantora volta a rir, flutuando em um mundo paralelo dentro de sua cabeça. - Eu sou tão feliz com você.
A voz dela preencheu o vazio do ar entre eles antes de ser dotado pelo silêncio, intensificando o aperto de mãos e fechando novamente os seus olhos, deixando ser levada pela sensação de leveza que enchia o seu peito de ternura e paz.
Travis dirigiu pelo fim da estrada tentando manter a atenção alternada entre o volante e a loira que parecia estar se divertindo com as vozes da própria cabeça, mas feliz por vê-la tão radiante e sendo a alma mais verdadeira e tranquila que ela poderia, naquele momento, em sua companhia.
Taylor cantarolou todas as músicas que haviam sido tocadas no rádio até chegar à sua residência na cidade tão amada pelo companheiro, tendo um leve ataque crítico de timidez e orgulho quando uma de suas próprias músicas tocou no catálogo da estação, o que deu abertura para Travis quase implorar para que ela fizesse uma performance exclusiva para ele dentro do carro.
Ao desligar o automóvel, ele não hesitou em abrir a porta do carro para ela, sendo surpreendido por um beijo que evidenciava um "obrigada" e mais outras declarações mudas que ele não teve tempo de discernir. A boca dela estava com gosto de álcool e chocolate, os olhos perdidos no desenho da boca dele e as mãos em sua cintura, puxando-o para mais perto.
- Vamos entrar? - ele murmurou apenas para disfarçar o nervosismo que subiu em um arrepio por sua espinha assim que ela o observou com mais intensidade. - Está com frio?
- Nem tanto. - sorrindo de lado, ela o desmontou mais um pouco.
Quando Travis voltou a segurar a mão dela, Taylor levou a palma dele até a boca e lhe deixou um beijo firme em sua pele, apenas para deixar a marca de seu batom vermelho ali.
Não demorou muitos segundos para que ele trancasse a porta, se atentando ao fato de que ela havia conseguido pegar a garrafa de champanhe outra vez, tomando o último resquício do líquido que havia dentro do vidro, dando voltas na sala de estar enquanto dançava na ponta dos pés.
Ela só parou de se mover quando Travis tirou a garrafa de sua mão e a puxou pela cintura, fazendo-a perder o ritmo dos próprios passos, mas se encontrar nos olhos que se prendiam aos seus.
- Vai acabar se machucando. - ele deixou a garrafa cair vazia ao chão, mas manteve ela ainda perto. - Me deixa te levar pro quarto.
- Vai transar comigo? - a pergunta escapou como um pedido secreto, deixando claro o desejo que ela estava alimentando pelo momento. - No quarto?
- Não vou transar com você. - Travis desviou-se do beijo que ela tentou roubá-lo, quase não resistindo ao sentir o perfume dela tão perto. - Você precisa descansar.
- Você não vai ou não quer? - diabólica como sempre, Taylor não descansou até conseguir alcançar os lábios do jogador. - Você não me quer?
- Não quero. - ele mentiu, preservando o último resquício de autocontrole que sentia ter no corpo.
- Não quer? - Taylor o empurrou, sorrindo sem acreditar no blefe dele. - Tudo bem.
Respirando fundo, Travis coçou a própria cabeça ao vê-la voltar a andar sem direção pela sala de estar ampla, indo de encontro ao piano de calda que ele havia dado de presente para ela, deixado caprichosamente ali para quando ela quisesse praticar ou apenas esvair seus sentimentos através das notas.
Com o dedo indicador, ela dedilhou em um único passe todas as teclas, como se estivesse riscando o glacê de um bolo confeitado, atraindo ainda mais a atenção dele. Então, ela apoiou os quadris no instrumento e o olhou nos olhos com a mesma faceta libidinosa de antes.
- Embora eu realmente não tenha gostado nada da nossa discussão, eu preciso confessar que na verdade não odiei a forma que me chamou na frente do Michel. - a loira confessa sem um mistério evidente, arrancando as presilhas do seu penteado e deixando-as caírem no chão para soltar o cabelo loiro. - Sendo sincera, nunca imaginei que seria tão atraente te ver irritado por outro homem estar me rondando. Eu entendo perfeitamente esse sentimento, também sou muito mais complicada do que eu não gostaria. Mas nada me fez sentir tanto tesão ao saber o quanto você tem medo de me perder.
Ela se vangloriou do fato, assistindo o semblante de Travis mudar outra vez. Nos olhos dele, havia o poço aberto de desejo por ela, mas também a sutil afetação ao ouvi-la provocá-lo em uma insegurança que ele sabia não precisar nutrir, mas que ainda estava ali. Afinal, Taylor era tudo para ele.
Perdê-la estava fora de cogitação, principalmente para outra pessoa que não fosse ele. Ele não suportaria a ideia de pensar em outro homem tocando o corpo que ele tanto exaltava, o corpo que ele amava, que somente ele sabia desfrutar da maneira que ela precisava e apreciava.
E, principalmente, não queria imaginar outra pessoa tocando o coração dela da forma que ele, todos os dias, se esforçava para fazer.
- Porém, se ficar fingindo que não quer ao menos ver o meu corpo debaixo desse vestido, terei que chegar à conclusão que eu não sou tão importante pra você assim. - ela ergueu levemente a perna direita, fazendo a fenda do vestido mostrar seu quadril e coxa nua para ele, atingindo-o no ponto mais baixo possível. - Não vai satisfazer a sua mulher, Travis?
A menção ao vocativo faz com que um arrepio perigoso estremeça mais um pouco o corpo do atleta, movendo-o a entregar-se ao desejo apelativo de ao menos estar perto o bastante para poder tocá-la ou colher qualquer uma das suas palavras diretamente de sua boca carnuda e convidativa. Então, racional ou irracionalmente, ele foi até ela.
- Você está bêbada pra cacete. - o jogador junta suas mãos acima da cintura da loira, trazendo-a para perto ao segurá-la pelas costelas, roçando sua boca no queixo da mesma. - As coisas não deveriam acontecer assim.
- E você não está? - ela sorriu diabólica outra vez, puxando o lábio inferior dele entre os dentes e arranhando suas costas por cima do tecido de sua jaqueta. - Nenhum de nós estamos bem o bastante para tomar qualquer decisão sensata. Mas eu sei, igualmente, que nenhum de nós dois está negando a vontade de que isso aconteça.
- Você está boa demais pra que eu ignore a possibilidade de te foder, agora. - deixando-se ser envolvido, Travis grunhiu quando ela o arranhou na nuca e o puxou para os seus lábios. - Tay...
- Que tal se experimentarmos o silêncio hoje? - ela cobriu os lábios dele com o indicador, descendo sua boca pelo pescoço do tight end, inflamando cada folículo do corpo dele. - E aí, você pode fazer o que quiser comigo. Tudo o que quiser, Travis.
Os dentes dela, cerrados sobre a pele dele, mordendo e provocando, foi o pivô para que ele cedesse e, impetuosamente, a afastasse com súbita velocidade.
Ele a segurou pela cintura e afundou o corpo dela sobre o instrumento, fazendo o som estrondoso das teclas afundadas desgovernadamente pelo peso dos seus corpos preencher o ambiente dotado de tensão e anseio sexual.
Ela riu e ele a calou, por completo, com um beijo lento demais para que ela pudesse respirar novamente, sufocando-a com a necessidade que ela o havia causado.
Em sua cabeça, Travis sentia os fios de cabelo gotejando suor e apreensão, seus braços estavam quentes e seu corpo parecia começar a entrar em combustão assim que sentiu o sangue bombardeando por suas veias.
Já a cantora, imersa em sua própria fantasia que começava a se tornar uma perigosa ilustração real, protagonizada por eles dois, compartilhava a mesma sensação de calor e ansiedade. O corpo dela estava abafado debaixo do vestido, suas bochechas começavam a dilatar os vasos sanguíneos de seu rosto e suas maçãs adquiriam o tom rubro de excitação que ela só sentia ao estar com ele.
Era incrível como, com apenas um toque e aquele olhar tão profundo, Travis a fazia experimentar o inferno de suas próprias emoções, bagunçando toda a alma dela.
Naquele mesmo silêncio, ainda mais estimulante do que qualquer outra artimanha de suas provocações, Travis a virou do lado oposto e Taylor apoiou os braços e a cabeça na tampa das cordas. Sendo assim, com habilidade e uma certeira hostilidade, ele abriu o zíper do vestido e o desceu até estar agachado na altura das pernas dela.
Assim que o vestido caiu por completo ao chão, Taylor sentiu o arrepio de frio balançar o seu corpo. Porém, o arrepio intrínseco que eriçou não somente a sua pele, mas também perturbou o seu espírito, havia sido causado pelos lábios de Travis, beijando a sua panturrilha e lambendo todo o caminho de suas pernas.
Ela suspirou, já completamente amolecida, e sentiu a intimidade formigar assim que os dentes dele cravaram em sua nádega esquerda, alternando entre uma mordida e um chupão suave, porém dedicado o bastante para lhe deixar uma marca indecente.
- O que está fazendo?
Ela quebra o silêncio assim que ele puxa a alça da renda de sua peça íntima com a boca. A peça se desfaz logo após em um rasgo, fazendo um estalar sobre a pele dela nua e um sorriso surgir nos lábios dele.
- Marcando meu território.
Jogando a calcinha dela em qualquer direção que não o atrapalhasse de continuar o seu deleite, a boca do tight end volta a subir pela linha da espinha da loira, beijando cada ponto de suas costas até a sua nuca. As mãos dele se espalharam como em uma massagem pelos músculos e a epiderme macia, trazendo o som dos suspiros doces e penosos que vinham da boca dela.
Quando Taylor empinou o corpo para trás, sentindo os estímulos das mãos dele lhe abaterem por completo, ela percebeu que Travis estava urgentemente ansioso por ela. E ele, por sua vez, sentia o próprio membro latejar e formar uma evidente ereção ao senti-la rebolar os quadris contra o sexo dele, incitando-o a te-lá de uma vez por todas.
Sem deixá-la se divertir por muito tempo, Travis enrolou os fios de cabelo dela em uma só mão e a puxou para trás, fazendo-a erguer o corpo até bater duas costas contra o peito dele.
Com a outra mão que estava disponível, ele passeou com o indicador pelo abdômen da loira até capturar logo acima dos seus seios, apertando e massageando-os de forma desgovernada, sentindo-a vibrar debaixo de suas mãos e gemer palavras desconexas no ar que ela já havia perdido.
Suas mentes, tão perdidas e conectadas na mesma intensidade, se comunicavam através daquele apetite erótico, ansiosos pela saciedade carnal, um desleixo e cobiça pela ruína completa.
Àquele ponto, Taylor e Travis não sabiam que parcela daquele sentimento voluptuoso era devido ao álcool em suas veias ou apenas a loucura que eles compartilhavam, intimamente, da melhor forma possível.
- Não demora. - ela sussurrou, evidenciando que não havia mais forças restantes para esperar.
- Me deixa ver se você tá boa o bastante. - ele respondeu o sussurro, beijando-a na ponta da orelha.
Taylor afastou suas pernas, talvez por instinto ou somente anseio, e deixou que as mãos dele tateassem a fonte de ganância que agora escorria um desafio libertino em um fluxo de prazer, molhando os dedos que tocavam e mapeavam sua intimidade.
Ela estava tão envolvida por ele que não conseguiu notar o quão molhada já estava. O único que sentia, dentro de si, era a necessidade de que o seu homem tocasse o corpo que ela dedicava somente a ele, no vazio completo de sua inconsciência e estultícia.
Enquanto a garganta expelia sons desumanos, Taylor Inaginava que ele fosse entrar, invadir seu interior com os dedos molhados pelo suco da excitação dela e fazê-la provar da tortura conhecida e, ainda assim, sempre almejada por ela em vigor dele. Porém, ele não o fez.
Virando novamente o corpo dela para si, Travis a segurou pelos quadris e a pôs deitada por cima do instrumento, observando o corpo dela se espalhar pelo material sólido como um banquete servido apenas para ele, pronto para degustar de cada detalhe.
Talvez por ainda não ter perdido completamente a consciência com tamanha tentação, Taylor ainda se dispôs a ser ousada, arranhando o peito dele, coberto pela roupa, com a agulha do salto que ainda estava em seus pés, sorrindo com os dentes cravados na própria boca e a intimidade exposta em frente a ele.
- Tira. - ela pediu, emaranhando o salto entre os botões da jaqueta dele.
- Não acha que já está falando demais? - Travis se afastou, tirando a primeira peça de roupa.
- Infelizmente, não consigo ficar calada enquanto quero implorar para ser fodida de uma vez. - a loira confessa, sorrindo largo ao vê-lo balançar a cabeça.
Com rapidez, a vestimenta é arrancada do corpo do atleta por ele mesmo, levando sua amada a outro suspiro desinibido de admiração, gostando de ver o efeito que seus músculos causavam na mente desprovida de decência de sua cantora favorita.
Outra vez, ele deita os lábios no corpo dela, agora passeando com a língua pelo abdômen da loira e o vão de seus seios, até alcançar outra vez a boca que chamava o seu nome, silenciosamente, em um grito de desespero para experimentar o prazer nutrido entrelinhas e suas rotas de concupiscência.
Ágil e habilidoso, Travis segurou em cada panturrilha da cantora para fazê-la descansar suas pernas nos ombros largos dele, abrindo um caminho estreito para que ele pudesse entrar e fazê-la delirar de uma vez por todas diante daquela atmosfera de insensatez.
- Babe...
Ela grunhiu baixo, sentindo-o empurrar o membro na posição que lhe deixava apertada demais para que ela sentisse algo além de um prazer descomunal. Então, Travis recuou e lhe beijou as pernas novamente, fazendo um carinho em sua pele ao se preocupar com a experiência dela.
- Está desconfortável? - ele pergunta com receio.
- Está.. - a voz dela engata outra vez, mas ela logo recupera o fôlego. - Maravilhoso, Travis. Continue.
O alívio das palavras dela cessam para ele assim que Travis volta a entrar dentro dela e sente seu corpo ser amordaçada pelo interior quente e molhado da loira, fazendo seu sexo pulsar e o desejo se espalhar outra vez pelo seu corpo em arrepios e tremores incapazes de serem contidos.
Ele foi devagar, diferente do ritmo que estavam habituados, provocando em ambos um prazer tardio e presente, louco e arrebatador. A cada estocada, Taylor sentia que ele chegava ao fundo com força apenas para provocá-la, mas recuava com suavidade para não deixá-la ceder ao clímax tão rápido.
- Olha pra mim, Taylor. - tocando o queixo dela, Travis direcionou o olhar da loira em direção à ele, observando os olhos azuis marejados e seu rosto rosado. - Se algum dia eu souber que você fica vermelha desse jeito, excitada desse jeito para outra pessoa que não for eu, eu juro que acabo comigo mesmo. Fala pra mim que eu sou o único que te deixa assim.
- Você é o único. - ela repetiu, soluçando ao tempo em que ele aumentava a intensidade das estocadas, mas ainda mantendo a mesma lentidão de antes. - Sempre.
- Algum outro homem já te deixou molhada do jeito que eu faço? Algum deles já chupou você do jeito que eu faço, Taylor? - do queixo, a mão migrou para o pescoço, onde ele a apertou até que sua boca ficasse aberta para dar à ele os gemidos que ela estava guardando. - Eles te fodem até fazer você revirar os olhos como eu faço? Alguém já te fez gozar como eu te faço?
- Não. - ela soluçou, com os olhos cheios de lágrimas e o coração acelerado. - Ninguém é como..melhor do que você.
- Isso. - ele se deu por satisfeito quando a intimidade dela o apertou com mais força, demonstrando o quanto ela estava entregue a ele. - Você é minha.
- Eu sou sua. - ela reforçou, não deixando nenhuma dúvida à mais pairar na mente dele. - Sempre.
O silêncio voltou a reinar sobre aquele espaço, dando palco apenas para os sons soprosos que escapavam da boca de ambos naquela maratona em busca do ápice, executando notas de prazer que jamais poderiam ser codificadas naquele piano abaixo, usado como templo para os seus corpos cultuados pela adoração mútua e sincera.
Assim que seus corpos expeliram toda a obstinação criada pelo momento de paixão intensa, Taylor e Travis finalmente puderam descansar suas respirações em um beijo relaxado e desalinhado, aproveitando a sensação libertadora do orgasmo sincronizado e sua cumplicidade como casal de amigos e amantes.
Mantendo a sua promessa fiel, ele a carregou no colo para subir as escadas e se infiltrar com ela debaixo do chuveiro, trocando carícias ternas que a fizeram amolecer outra vez nos braços dele, recuperando sua lucidez a cada segundo que o efeito alucinante do álcool se apartava de suas mentes.
- Quais são as suas metas para o ano? - ele pergunta ao tempo em que cheira o aroma agradável da pele do pescoço dela. - Já está pensando em outros projetos?
- Eles já estão prontos, sou bem adiantada quanto ao meu trabalho. - ela responde com um sorriso, fechando os olhos em seguida. - Quanto a vida... Só quero me manter assim.
- Assim como? - Travis aconchega mais o corpo ao dela, cobrindo-a adequadamente com o cobertor.
- Feliz. - a cantora responde de forma genuína. - Fazer metas, idealizar o momento exato, só me traria mais ansiedade. Meu trabalho é uma realização concreta, mas a minha vida pessoal ainda é uma montanha russa desgovernada. Mas acho que ela está seguindo um trilho melhor agora. Mais calmo. Então quero continuar sentindo que estou no caminho certo... E acho que realmente estou, agora.
- Pensando bem, você sempre tem razão. - o atleta ergue o rosto apenas para beijá-la no rosto, acariciando seu cabelo ao notar o quanto ela já estava completamente sonolenta. - Eu só quero continuar com você. Isso com certeza é o que me faria mais feliz.
- E te faz, realmente? - ela murmura com um sorriso.
- Você não faz ideia. - ele murmura de volta, abraçando-a com força e deitando o rosto no peito daquela que o havia feito voltar a vida. - Boa noite, princesa.
- Boa noite, babe. - e a madrugada, então, se findou.
Porém, junto com aquele novo cliclo de dias, mais infinitas possibilidades surgiam.
E agora, muito mais do que afortunadamente, eles estariam juntos para descobrir cada uma delas.
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Esse capítulo ficou bem diferente dos que eu costumo fazer, mas eu espero que vocês tenham gostado. Demorei bastante pq a autora de vocês estava se recuperando da cirurgia e outras abobrinhas da vida, mas finalmente veio aí. Obrigada pela paciência e o apoio de sempre, vocês são maravilhosos.
Atenciosamente, com amor e carinho, Luna. 🤍
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