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09 | end game


T R A V I S


Ruídos de gritos e estouros de fogos de artifício. Foi o único que meus ouvidos conseguiram gravar naquele momento, enquanto o chiado da vitória ainda ecoava no meio dos abraços em campo e o suor deixado nos grampos do gramado plantado. O Super Bowl era nosso.

Meu coração extasiado se fechou no peito, quase parando as batidas e sufocado pela pressão da ansiedade e, finalmente, alívio e a incredulidade da terceira vitória consecutiva dos Kansas City Chiefs no torneio mais prestigiado e almejado de toda a liga da NFL.

O calor irradiava desde a pele do meu pescoço até as mãos frias e os cotovelos machucados. Meus olhos caíram em contestação, era verdade. O estádio se iluminava em vermelho ardente e, depois, o dourado de um sol que jurava voltar a brilhar no dia seguinte, tornando ainda mais visível a identidade do time e a celebração de tudo aquilo que havíamos construído naquela insana trajetória até o jogo final.

Trocamos as mãos, felicitamos nossos irmãos de time e apoiamos, com o respeito e ética, nossos rivais que, de qualquer forma, também fizeram parte da nossa vitória.

A captura do time e o nosso imenso e talentoso treinador foi tirada ao tempo que esbanjamos o troféu erguido, com sorrisos e olhos marejados, o preço da trajetória árdua se manifestando nas gotas de suor que brotava no topo da cabeça e escorria levemente pela testa, as respirações ofegantes e a certeza de que todo aquele sentimento confuso e eufórico era a melhor coisa a se sentir depois de tudo o que havíamos passado para chegar até ali.

— Ela vai descer de novo — Patrick murmurou brevemente, após nosso abraço apertado e a comemoração em toques ensaiados pela nossa bobeira intimista. — Vai atrás da sua garota, irmão. Eu amo você.

Ele me deu um tapa leve no ombro, se afastando para ir de encontro à própria família, depois que o campo foi aberto para os entrevistadores e pessoas próximas a descer e encontrar os jogadores em campo.

Patrick me fez recordar de quando a minha namorada, no último jogo precedente ao Super Bowl, havia surpreendentemente vindo até a mim, junto da minha mãe, festejar pela conquista do jogo, onde tínhamos finalmente chegado à última partida decisiva.

Taylor havia plantado um caos e alvoroço naquele momento, surpreendendo não somente a mídia, mas também a mim. Meu coração estava tão alegre que não hesitei em beijá-la e fazer de tudo para que, no final, ela se sentisse orgulhosa do que eu havia feito. Porque, mesmo não intencionalmente, ela fez com que o processo daquela temporada fosse ainda melhor para mim, com a paz do seu apoio e apreciação por meu trabalho.

E agora, olhando diretamente para o camarote da arquibancada, eu não tinha mais a visão dela. Meu corpo tremeu, levemente ansioso, e uma multidão de jornalistas e câmeras se aproximaram em um verdadeiro grupo, como uma família de abelhas amontoadas num favo de mel, e eu soube que era ela quem estava vindo por ali.

Passeando de mãos dadas com Donna Kelce, ela balançava o corpo em passos longos e um jogo de cabelo que acompanhava o rodopiar do rabo de cavalo e a franja muito bem alinhada. O discurso que havia sido feito aos jogadores foi mais rápido e incisivo do que o previsto, enquanto o olhar dela me acompanhava de longe e eu me sentia estranhamente nervoso. Porém, assim que pude descer do pódio, meus pensamentos se voltaram apenas para o caminho que me levaria de volta ao que o meu coração pertencia: ela.

O abraço apertado que recebi da minha mãe me fez sentir um menino novamente, grande demais para ser envolvido totalmente pelos seus braços, mas genuinamente acolhido pelo amor e carinho que eu sabia que nunca seria diminuído de nenhuma das partes. As lágrimas nos olhos dela fizeram um ponto emocional em mim se desabrochar em uma exclamação de realização e honradez. O sorriso animado depois de me soltar e incentivar ir até a loira, esperando atrás de nós, foi o gás que eu precisava até correr os poucos centímetros que me afastaram do amor da minha vida.

— Vem aqui, meu amor — assim que pude ver o corpo dela se curvando em minha direção, eu me apressei em abraçá-la o mais rápido possível.

Embora a estrutura óssea e o tamanho de Taylor, comparado ao meu, fossem bem mais delicados e pequenos, eu senti como se os braços dela tivessem rodeado o meu corpo todo. Naquele instante, nosso abraço transcendeu sobre a pele, carne, ossos e espírito. Foi como um encontro, almas entrelaçadas debaixo de um toque tangível.

— Isso foi tão lendário! — a voz dela saiu abafada, tremendo de emoção e felicidade. — Meu Deus… Meu Deus!

As mãos dela rodearam meu rosto e, antes que eu pudesse ser envolto pelo carinho dos seus lábios nos meus, eu mergulhei no mar azul dos seus olhos e, sem pretensão, me afoguei no quebrantamento das ondas que vinham com pequenas gotas de lágrimas acumuladas no canto de seus olhos.

— Obrigada por tudo isso, obrigada por ter feito uma curva no mundo para estar aqui comigo todas as vezes, você é a melhor, princesa — as palavras saíram atropeladas da minha boca, meu peito estava pesado e meus lábios estavam tremendo. — Eu te amo tanto e não é nem brincadeira.

— Oh, meu amor, eu estou tão feliz — ela me abraçou novamente, espalhando mais uma torrente de ternura no ar e acalmando os meus ânimos com a doçura da sua postura apaixonada. — Eu nunca me senti tão orgulhosa assim na minha vida. Eu estou imensamente orgulhosa de você, tão orgulhosa…

Nossos rostos se encontraram novamente e, ao voltar para a posição do beijo, a lágrima que eu não consegui evitar molhou a pele da bochecha dela, enquanto eu lutava para me manter de pé, sem desmoronar diante da confissão dela e a minha própria emoção. Eu me sentia vivendo o tempo mais vitorioso da minha vida e isso nem mesmo era devido ao prêmio grandioso que havíamos ganhado naquela grande partida.

A maior vitória da minha vida estava ali, nos meus braços, nos meus lábios. Ela era o troféu inestimável, a joia de maior valor e a obra de arte mais prestigiada. Taylor Alison Swift era verdadeiramente o meu tudo. Saturno e Marte se curvaram diante do Sol e eu, decididamente, me curvei diante dela.

— Eu te amo — a declaração dela seguiu de um suspiro.

Abri os meus olhos e meu sorriso se perdeu no meu olhar de contemplação ao seu rosto. Os traços do nariz, as pálpebras, os lábios vermelhos e a adorável franja de fios dourados. Os olhos hipnotizantes me controlavam como a deusa Medusa, petrificando-me ao seu encanto.

Ela era linda, tão magnífica que sua beleza exalava a epifania de um vislumbre divino, como arcanjos repousados numa nuvem de graça que agora estava sobre as nossas cabeças, nos gloriando com a paz e a brandura do amor incondicional que eu sentia por aquele coração gentil e voz persuasivamente cativante.

Outra prossecução de fogos de artifício foi lançada aos céus, derramando-se em faíscas que pareciam descansar nos orbes cintilantes dela, se lançando aos meus braços sem deixar que eu me sentisse só por nenhum segundo. Tateei seu corpo com as minhas mãos e deixei minhas digitais gravadas no espectro de sua alma, na intenção de fazê-la sempre retornar para o lugar pertencente que eu lhe oferecia, assim como a certeza de que eu pertencia a ela e sempre teria aquela memória gravada na mente e subconsciente.

— Minha vida.

Beijei sua testa, ao mesmo tempo que direcionava meu olhar para o céu e o colorido da neblina artificial dos fogos. O ruído dos gritos ainda circulava pelo estádio, mas eu só conseguia ouvi-la. Sua respiração, seus murmúrios, sua voz. Ela era tudo o que eu conseguia digerir, ingerir, tragar e inspirar.

Verdadeiramente, ela era a minha vida.

T A Y L O R

Nossos passos seguiam em conjunto sob o asfalto úmido pelo serenar da noite fria, com o braço dele rodeando minha cintura com a firmeza de quem tinha convicção de algo que lhe concernia. E, embora nenhum de nós dois nos víssemos de forma objetificada, era inegável que éramos inteiramente um do outro, cem por cento íntegros.

A boate estava plenamente cheia, com o principal objetivo de comemorar a vitória preciosa dos Chiefs ao Super Bowl, saudando os fenomenais jogadores da temporada e todo o conjunto do time. A extensão da área era íntima e, ao mesmo tempo, livre como nunca.

Meus pais nos acompanhavam logo atrás de nós, seguindo caminho até um assento acolchoado perto do open bar, onde começamos a nos servir de algumas bebidas mais quentes para compensar a friagem que nos abatia. Além da presença inestimável da minha família, meus amigos também se faziam presentes e eu não poderia estar mais feliz por ver todos eles apoiando o homem que agora era inteiramente dono do meu coração, de corpo e alma.

A turma de Travis não poderia, de jeito algum, ter ficado de fora daquela festa, é claro. E agora, eu podia dizer com propriedade, que eles também faziam parte de mim. Era extasiante a forma como todos haviam nos abraçado, seja da minha parte ou da parte de Travis. Nossos entes queridos apoiavam nossa felicidade naquele relacionamento e isso era o motivo de me fazer sentir flutuando numa atmosfera de magia toda vez que estávamos juntos, seja particularmente ou publicamente, como naquela noite tão especial.

— Você quer mais alguma coisa? — a voz de Travis soou baixa no meu ouvido, carinhosamente.

— Não, eu estou bem, obrigada — me virei para ele e lhe sorri, trocando um beijo rápido e aconchegante.

Me infiltrei no abraço dos seus ombros colidindo com os meus, deitando minha cabeça em seu peito ao tempo que ele iniciava uma conversa energética com o meu pai sobre o jogo que havia sido um verdadeiro estrelato de se apreciar. Eles pareciam animados, combinando uma conjugação de frase após frase, formulada apenas para aquela língua criada entre os homens com o propósito de falar sobre esportes e coisas atrativas para o entediante sexo masculino.

Em dado momento, minha mãe e eu decidimos ir até o toalete, eu precisava reforçar a maquiagem e ela simplesmente quis me acompanhar, aproveitando para andar um pouco e conhecer o espaço. Um segurança meu nos acompanhou até lá, nos deixando a sós para entrar em conjunto no banheiro, sem mais ninguém presente.

— Ainda não acredito que vocês toparam vir — soltei uma risada de pura incredulidade, ainda boba pelo fato dos meus pais, minimamente conservadores, estarem numa boate cheia de pessoas desconhecidas se embebedando ou se drogando. — A senhora está se sentindo confortável? Seja sincera.

— Eu estou ótima. Eu iria para qualquer lugar se isso me garantisse te ver tão feliz como eu estou presenciando agora — minha mãe garantiu, olhando nos meus com aquele amor  maternal que enchia meu coração de apreço. — Meu amor, você está tão radiante! Você não sabe o quanto eu estou contente por você, filha.

— Ah… — recolhi os ombros, me sentindo envergonhada enquanto sorria mais largo, certa de que aquele calor no meu rosto estava resultando em uma clara vermelhidão nas minhas bochechas. — Eu estou tão feliz, mãe. Ele é maravilhoso…

Sem perceber, balancei meu corpo repetitivamente de um lado para o outro, encenando um conto de fadas na minha cabeça enquanto minha mãe ainda me olhava de um jeito terno e, visualmente, engraçado, pois logo nós duas começamos a rir em sintonia, com a nossa conexão entrando em ação naquele mesmo instante.

— Dessa vez eu não preciso ficar quieta e deixar você seguir o rumo da sua vida sem eu dar minhas sinceras opiniões sobre o seu namorado — jogando uma indireta bem direta, minha mãe arqueou as sobrancelhas e olhou de soslaio.

— Porque eu tenho a impressão de que todos odiavam ele e eu sequer percebia isso? — me referindo ao meu último relacionamento de longa data, embora o meu último caso também não tenha sido lá grandes maravilhas, eu fiz a pergunta genuína. — Digo, ele não era uma pessoa ruim. Era?

— Ele era bom. Só não era bom pra você — deixando as palavras fluírem no ar, minha mãe transferiu o peso delas para mim. — E você estava apaixonada. Muito apaixonada.

— Foi uma desilusão e tanto… A cada fim e recomeço era como se estivéssemos cavando mais ainda o buraco da nossa sepultura. Foi desnecessário. Deveria ter deixado ser enterrado desde a primeira vez — as palavras se embaralham nos meus pensamentos, um vislumbre do passado que, agora, não era mais capaz de me ferir. — Mas, você não sente isso com ele, não é? Quero dizer, se vocês odeiam ele de alguma forma, me deixem saber. Não que irá mudar alguma coisa, sendo sincera.

— Ele quem? Travis? Eu ainda não tenho motivos para desgostar dele. Aliás, acho que não serei capaz de odiá-lo. Ao menos que ele faça algo contra você, é claro — com o instinto de mãe protetora, ela cruzou os braços e me observou enquanto eu me colocava de frente ao espelho, abrindo uma pequena bolsa e recolhia alguns itens de maquiagem guardados nela. — Ele é um homem muito gentil e te trata bem, exatamente da forma como uma mãe deseja ver a filha sendo amada por um parceiro. Ele é meio bobo, mas leva as prioridades a sério e isso é o que importa. Se ele já te colocou como prioridade na vida dele, então eu posso descansar em paz. Além disso, você é uma mulher adulta, eu não posso dar pitacos sobre seus relacionamentos. Apesar de querer. Mas, sendo honesta, Travis me parece um bom partido. E ele te faz feliz, e é aparente que você também o faz. Sua felicidade é o que me importa.

Depois de alguns segundos, soltei a respiração presa dentro do peito, tomada pela expectativa do seu discurso e sendo saciada pelas doces menções da melhor amiga de toda a minha vida ao meu significativo namoro. Eu não precisava do seu aval, mas ainda assim, saber que ela o aprovava piamente na minha vida, era como receber a bênção de um dote à uma noiva.

— Seria exagero dizer que estou aliviada? — sorri moderadamente, deslizando o batom sobre meus lábios e pigmentando o que havia sido borrado. — Obrigada por me apoiar nisso. Significa muito.

— Enquanto eu ainda tiver tempo, eu sempre vou estar aqui pra você — puxando me para um abraço, eu me encolhi para ser rodeada pelos braços macios daquela que havia me ensinado tudo sobre persistir e correr atrás dos meus maiores sonhos e, sobretudo, a dádiva do amor. — Eu sempre vou ter orgulho de você. Seu pai e eu estamos muito felizes por você ter tido coragem de tentar outra vez. Você não precisa de mim, ou do seu pai, nem mesmo de Travis. Só precisa de si mesma. Tente se convencer disso.

Abriguei-me mais alguns minutos em seus braços e recebi um beijo casto no topo da cabeça, como uma menina a mostrar um excelente boletim acadêmico ao final do ano, prestes a receber uma grande recompensa. E ela estava bem ali, naquele círculo social onde eu podia extravasar todas as emoções guardadas no meu peito, finalmente sem me importar com mais nada do que o amor e a alegria que se afeiçoava entre nós e se espalhava como o vento de um redemoinho que, inacreditavelmente, se tornava calmo e generosamente convidativo.

Quando voltamos, a conversa de Travis e o saudoso senhor Scott ainda estavam no mesmo parâmetro de empolgação. Tivemos que, de alguma forma, nos infiltrar naquele linguajar chulo e despreocupado, apenas pelo prazer de nossas companhias em conjunto.

Travis deslizou meu corpo até estar bem perto dele e, apesar de meus pais serem divorciados e ambos comprometidos com outro cônjuge, eles funcionavam bem juntos e mantinham uma certa amizade e um enorme respeito um pelo outro. Seja pelo resultado da história que um dia viveram ou pelo trabalho que tinham comigo e minha carreira, além do meu irmão Austin que também fazia parte daquele time da família que, na maioria das vezes, se portava como uma verdadeira empresa do que qualquer outra coisa. Mas, ainda assim, éramos uma família.

Puxei o celular para gravar, ironicamente, a presença dos meus pais ao nosso lado e guardei o vídeo com a intenção despretensiosa de publicá-lo em um futuro não tão distante, apenas movida pela animação. Nossos amigos chegavam mais e mais perto de nós, em pequenos bocados, um grupinho se formando ao nosso redor e agitando ainda mais aquela noite imprevisível.

Então, com a bagunça ainda mais presente, precisei me despedir dos meus pais enquanto eles faziam caminho de volta para as suas hospedagens.

Sendo assim, mais alguns minutos e, logo depois, éramos apenas nós por alguns instantes.

— Por algum acaso você e sua mãe estavam me xingando dentro do banheiro? — ele me perguntou com graça, porém, levemente preocupado.

— Por que você suspeita disso? — desconfiada, apertei os olhos e o empurrei pelos ombros.

— Seu pai pode ter me dado uma pista — confessou, me arrancando uma risada. — É sério. Ele disse que ela é bem exigente, com todo o respeito.

— Tudo bem, todos nós admitimos isso também — falei eu, rapidamente me lembrando das minhas queixas junto do meu irmão quando, na adolescência, sofríamos uma leve pressão com o espírito meticuloso da nossa mãe, sem ainda entender o cuidado por trás de suas broncas. — Mas, não, não estávamos xingando você. Na verdade, ela me garantiu que te adora.

Revirei os olhos, vendo o sorriso convencido dele crescer no meio da face que, antes, estava com a expressão mais aflita possível. E, embora eu estivesse fazendo uma pose presunçosa apenas para disfarçar estar realizada por aquele fato, eu também não consegui evitar sorrir.

— E eu nem preciso falar do meu pai, não é, você já tirou suas próprias conclusões — entreguei os pontos, jogando a cabeça para trás. — Ele guarda e usa aquele cordão como se fosse um membro do próprio corpo.

— Ele é oficialmente dos Chiefs agora — balançando a cabeça no ritmo da música, Travis se gabou, virando-se para mim e me puxando pela lateral do corpo.

— Não sei o que você fez, mas realmente funcionou — me referindo ao meu pai, eu concluí. — Ele é um torcedor fanático.

— Eu só precisei conquistar a filha dele — com evidente firmeza na voz, Travis aproximou o rosto do meu. — E garantir que trocaria nossos aneis por alianças.

A respiração dele soprou perto e o ar quente que saía da sua boca fez meu coração acelerar. Sem forças para manter um contato visual, me concentrei apenas na visão de sua boca entreaberta e o barulho das batidas no meu peito ecoando cada vez mais alto nos meus ouvidos.

— Acha mesmo que me conquistou? — ousei, já sabendo da minha queda, sem querer mencionar as alianças.

— Não sei, porque você não me diz? — em um avanço demorado, a boca dele repousou na ponta do meu nariz e eu precisei, urgentemente, travar meu diafragma para não ceder a falta de fôlego. — Ou então, eu te mostro.

O sussurro dele chegou até os meus lábios e os meus olhos se fecharam, caindo na escuridão, enquanto sua boca passeava pela minha, me fazendo suspirar e, finalmente, deixar que o nosso encaixe fosse feito em um beijo verdadeiramente eletrizante. Lento e preciso.

— A música está bem alta, não é? — ele me faz a pergunta, alternando o movimento do beijo e me deixando ainda mais atordoada. — Então, porque você não fala no meu ouvido, com aquela voz que você sabe que eu adoro tanto?

Subindo delicadamente os dedos pelo meu antebraço, Travis foi em direção à minha clavícula e, subindo ainda mais, envolveu meu pescoço copiosamente, sem permitir que um escândalo viesse dos nossos espectadores ao redor. E, então, ele direcionou os meus lábios até a sua orelha e apertou a minha traqueia, fazendo-me gemer no instante exato que senti sua outra mão tocar as minhas costas e se infiltrar dentro do meu cropped.

— Isso mesmo… Você pode repetir — o tom de ordenança foi tão forte que, movida pela intensidade do seu toque e os arrepios causados na minha pele, eu precisei soltar aquele murmúrio outra vez. — Agora me responde.

— Eu sou sua — enquanto minha voz ressoava no seu ouvido, meus lábios tocavam sua orelha em beijos suaves e instigantes. — Inteiramente.

Travis empurrou meu corpo para trás com a leveza de quem toca uma pena, buscou minha boca novamente e me encheu de beijos repetitivos que me fizeram perder a linha de raciocínio rapidamente. Me escorei no couro do assento e permiti que ele continuasse com a brincadeira de seus lábios, sugando e esfregando-se nos meus.

Boas vibrações, é disso que estamos falando — a voz estridente de Brittany nos fez recuar o beijo, caindo em um selinho que se encerrou rápido. — Não esperou nem dez minutos da despedida dos sogros, Travis? Que falta de decoro!

— Eu tenho maneiras diferentes de ser cortês — insinuante, Travis virou o rosto para a outra loira e piscou com um olho só. — Fala pra ela, amor.

— Você retocou o batom pra que mesmo, Taylor? — sem deixar que eu me pronunciasse, embora eu realmente não quisesse fazer isso, ela me provocou. — Eu sei de algumas marcas muito boas se você estiver precisando de um mais resistente.

— Vocês já podem parar, okay — apontei para os dois, sentindo meu corpo tremer levemente com a pressão das mãos de Travis na minha coxa. — E, ei, você não deveria estar por aí aproveitando com o seu marido?

— E eu estava. Mas sabe, alguns aqui também apreciam a comemoração em conjunto — Britty me alfinetou, o sorriso de lado evidenciava o mais puro entretenimento da nossa amizade. — A não ser que vocês estejam comemorando o acasalamento de dois bichos que acabaram de sair da hibernação.

— Que coisa idiota — balancei a cabeça, rindo da piada sem graça e, de maneira disfarçada, contendo o movimento da mão de Travis sobre a minha pele. — Mas, falando sério, nós iremos nos juntar a vocês. Só estávamos conversando.

Se pegando — corrigiu.

— No meio da conversa — rebati.

— Como? — perguntou ela.

— Depois eu te ensino — lhe lancei um charme, vendo o rosto dela se acender em um brilho totalmente travesso. — Pervertida!

— Estarei esperando…

Ainda mantendo o sorriso divertido, Brittany se afastou e voltou para onde quer que estivesse, enquanto eu ainda controlava o ar que saía de forma irregular das minhas vias respiratórias.

— Aconteça o que for, não me deixe beber demais — alertei ele, me levantando e ajeitando minha calça, aproveitando para puxar o celular do bolso e ver o estrago novamente feito na minha maquiagem. — E não faça nenhuma gracinha.

— Porque? Eu não fiz nada — fingindo inocência até o último segundo, Travis me olhou com cara de cão arrependido e eu levei aquilo como um blefe. — Está com medo de ficar bêbada?

— Eu estou levemente excitada e isso poderia facilmente arruinar minha noite se eu desse ouvidos à mim com a cabeça cheia de álcool — fui sincera, arrancando dele um olhar interessado e diabólico. — Então, por favor, seja menos… Você.

E, com isso, eu quis dizer: por favor, seja menos irresistivelmente sedutor. Ou, então, irresistivelmente atraente.

— Ser menos “eu”? — a dúvida pairou nos olhos dele e eu suspirei fraco, assentindo ao seu questionamento. — Tudo bem, então.

Ele concordou, mas o seu tom de voz não me passava verdade alguma. Eu ainda mantinha a certeza de que ele faria de tudo para que aquela noite saísse totalmente dos trilhos e eu, ainda que não fosse admitir, estava muito inclinada a desejar que isso acontecesse.

— Vamos lá — o chamei, apontando com a cabeça para o montante de pessoas enturmadas no outro lado da boate.

— Vem aqui — antes de irmos, ele me puxou outra vez pela cintura e encostou a palma das mãos no meu rosto. — Você está gelada, onde está o seu casaco?

— Me esqueci de trazer — lembrei-me, mas sem dar tanta importância. — Está tranquilo, já tive experiências bem piores com o frio durante alguns shows. Eu aguento.

— Nem fodendo. Você não vai ficar sentindo frio debaixo de um tempo desse, acha que eu sou algum inconsequente? — ele me repreendeu, arrancando a própria jaqueta e fazendo um sinal para que eu não reclamasse. — Vire-se, por favor.

Fiz conforme ele havia dito e estendi os braços para que ele me ajudasse a vestir a peça. Mesmo comigo titubeando com a sua atitude, eu precisei confessar que o conforto do tecido me causou um prazer inestimável. Ela estava quente o suficiente para me aquecer no mesmo momento que criou atrito com a minha pele, o perfume amadeirado de Travis estava grudado nela e, de uma forma engraçada, havia causado uma adorável combinação de nossas roupas.

— Obrigada — agradeci, entrelaçando nossas mãos enquanto andávamos juntos pela multidão.

— Amo você — Travis beijou os nós de nossos dedos e envolveu nosso contato de mãos com mais seguridade.

— Eu também — devolvi o habitual e doce comentário, flutuando na nossa idealização que, agora, era a realidade de amor e carinho que vivíamos. — Amo você.

Lembro de ter acenado e parado para trocar algumas palavras com todo o tipo de gente que tropeçava no nosso caminho. E assim, a pressão e o receio pelo público ia se esvaindo cada vez mais. Travis fez questão de me conduzir durante toda a noite, dispensando os guardas e seguranças, certo de que eu ficaria bem apenas com a presença dele em meu encalço. E ele estava mais do que correto.

Naquela noite, experimentei as mais diversas facetas para poder usar em favor da minha própria diversão. O gosto do álcool se misturava com as essências e o licor presente nas bebidas em copos de plástico, enquanto o chão grudava os nossos passos e eternizava a nossa dança.

Sobretudo, o gosto ainda mais apurado em meu paladar era o dos beijos dele, me embebedando e alucinando-me com o movimento ágil de sua língua, equilibrando força e sutileza na pressão de seus lábios aos meus, me viciando na droga da sua intensidade e me deixando totalmente dependente dele.

Porém, eu me permiti. Naquela noite, os narcóticos tomavam conta da minha mente e eu me perdi na substância alucinógena exibida diante de mim. Não importava se todos iriam ver, se todos saberiam. Eu só queria ficar ainda mais sedada. No fim, eu me encontrei bêbada e completamente drogada. E, isso tudo, por causa do amor.

Tudo por causa dele.

T R A V I S

A roda de amigos presos no momento de descontração era a mais contagiante e elétrica da noite. Kaleigh filmava nossas vibrações ao som de algumas coletâneas do talentoso e incrível artista Post Malone, agora, especialmente, com a canção Congratulations ecoando pelos quatro cantos, totalmente conveniente com a situação vivida dado o motivo de comemoração.

Assim como a letra da música, eu me sentia tocado e emocionado pela posição que eu havia, juntamente com os meus irmãos em time, alcançado no jogo decisivo daquele dia, nos levantando novamente ao pódio de prestígio e o reconhecimento que tanto merecíamos.

E ali, cercado por pessoas que verdadeiramente acrescentavam ainda mais alegria e qualidades para aquele momento especial, a experiência se tornava cada vez mais perfeita. Sobretudo, por causa da companhia da rainha que reinava em seu trono de glória, perfeitamente encaixada no meu colo enquanto cantava a canção junto comigo, jogando os braços para o alto e pendendo a cabeça para trás.

— Você é uma ótima swag — Kylie, minha cunhada, esposa de Jason, lançou um comentário divertido para a loira. — Eu sinto que nunca vou conseguir ter essa energia toda para me descabelar nos jogos.

— Mas você não se encaixa no perfil das delicadas — eu alfinetei, vendo ela me olhar acirradamente suspeita. — Quero dizer, aposto que meu irmão é quem lava os pratos em casa. Não porque você tem as mãos frágeis, mas ele deve ter medo de receber um soco seu.

— E não é assim que deve ser? — orgulhosa, ela murmurou e ergueu o queixo. — Ou vai me dizer que eu estou errada?

— Não, ele nunca diria isso — finalmente se infiltrando na conversa, Taylor assegurou, olhando diretamente para mim.

— Quer saber de uma coisa, nós dois temos quedas por mulheres mandonas — surgindo do absoluto nada, Jason gritou as palavras enquanto segurava um vidro de vodka na mão. — E minimamente psicóticas.

Ele entornou o líquido na boca, dando alguns goles e se sentando ao nosso lado. Kylie fez questão de tirar a bebida do seu alcance e Taylor soltou uma risada baixa, mas logo me fez uma pergunta cheia de questionamentos.

— Você me acha mandona? — ela ergueu a sobrancelha na minha direção e eu engoli em seco. — Ou psicótica?

— Ah, princesa, não... — minha voz tremeu, querendo dar lugar a um riso nervoso.

— Travis.

— Porra, Jason, olha o que você fez — apontei para ele, que estava rindo junto com a esposa, enquanto minha namorada ainda esperava uma resposta. — Não, meu amor. Você é maravilhosa.

— Mentiroso — ela empurrou o meu rosto para o lado, encenando um tapa que não foi executado. — Bem que a Wyatt disse que você era um safado.

O coro de risadas foi instantâneo, relembrando o icônico registro em vídeo da minha adorável sobrinha, assumindo uma postura totalmente avessa à sua pouca idade, enquanto ela me recriminava e despejava palavras de um ódio puro e inocente sobre mim. Ela era engraçadinha e tinha o mesmo espírito caótico do pai, embora a bravura fosse da mãe.

— Wyatt detonou comigo — choraminguei, sentindo-me humilhado e fazendo piada da situação. — Mas, olha, as coisas mudaram, okay? Eu tenho uma bela sequência de áudios dela no meu celular, dizendo que eu sou o melhor tio do mundo. Tudo bem que isso é só por causa do Super Bowl, mas não muda os fatos.

— Pare de ser dramático, você sabe que ela te adora — Kylie controlou o sorriso, acalmando o tom de voz para um mais terno. — Todos eles são pirados por você.

— Sendo idiota desse jeito, é claro que eles iriam te amar. Aposto que você é a piada interna que eles mantêm em segredo — meu irmão continuou com a missão de me rebaixar com os seus comentários provocativos. — A gente só não entende porque eles ainda falam infantil.

Eu revirei os olhos, puxando uma cerveja do balcão e tomando metade dela. A outra, eu ofereci para Taylor e ela aceitou, mas tomou apenas alguns goles pequenos. O clima estava ameno ali, o conforto da nossa companhia era precioso e nada tardio.

— Já se imaginou fazendo isso? — repentinamente, Jason suavizou a brincadeira para uma atmosfera mais íntima e sincera, fisgando a nossa atenção. — Sendo pai e todas essas outras loucuras que vêm junto.

— Bom… Não é algo que eu pense com frequência, mas não descartaria num momento futuro e mais propício — vaguei entre meus pensamentos, sem saber ao exato como responder aquilo que, nem mesmo para mim, existia uma resposta objetiva. — Não posso te responder com exatidão. Acho que a gente só sabe o que quer ou que está preparado para isso quando finalmente acontece. E, sabe, eu prezo pela sintonia da vontade de ambos. Não posso pensar só em mim, não vai ser eu quem irá gerar a criança, no final das contas. É um processo de duas partes.

— E você já presume quem poderia, talvez, gerar seus filhos? — tentando arrancar algo mais além de mim, Kylie sorriu de lado e apoiou o rosto no ombro do meu irmão.

Eles estavam mesmo fazendo um complô para me deixar acanhado na frente da minha namorada. Por um momento, eu me esqueci do quanto aquela família era sagaz. O nosso maior ato de carinho era a provocação. Então, em reuniões festivas como aquela, se você fosse o aniversariante ou a pessoa prestigiada da vez, nenhum deles se ausentariam da oportunidade de te deixar envergonhado por pura diversão.

Olhei para o lado e, quanto mais eu olhava para os olhos azuis, mais parecia que as bochechas de Taylor ficavam rosadas. Ela não disse nada. Nem sequer deu um sorriso, apesar de não demonstrar estar brava ou sendo importunada, então não avancei em deixar que eles tivessem abertura para alguma outra brincadeira como aquela.

— Se algum dia acontecer, vocês serão os primeiros a saberem — encerrei aquele tópico da conversa ali, trazendo a minha namorada para mais perto e beijando a bochecha dela. — Por enquanto, a única coisa que posso dizer é que algumas idosas e mulheres de meia idade estão me caçando nas redes sociais. Estão querendo o seu telefone de contato, Jason. Você ter tirado a camisa no meio do jogo te trouxe algumas novas pretendentes, meus parabéns pelo charme, irmão.

— Eu avisei que não era pra ter feito aquilo — entrando na onda, a esposa do meu irmão embraveceu a expressão do rosto e o empurrou.

— O que eu faço agora? Uma pulseirinha da amizade seria besteira demais — Jason voltou a pegar a vodka, entornando mais um pouco do líquido na boca. — Ou eu posso abrir uma conta no tinder.

— Nem brinque com isso — agora realmente afetada, Kylie apontou o dedo indicador para o rosto dele e, logo após, foi surpreendida com um beijo roubado. — Tonto.

— E, só para constar, não é besteira — Taylor se defendeu sobre as pulseiras, a voz relaxada carregava leveza e graça. — Quando você sabe o que quer, até uma combinação de miçangas te leva ao destino desejado.

Os braços dela me rodearam carinhosamente e eu me vi sendo pego desprevenido por sua frase camuflada entrelinhas, referenciando a maneira como eu havia, sugestivamente, me lançado para conseguir a atenção dela e, assim, começarmos aquele lance excitante que nos levou ao estado de paixão que estávamos atuando agora.

— É… Acho que sim — murmurei para ela, velando meu sorriso e fazendo-a voltar a se aconchegar no meu abraço.

Nós continuamos no mesmo embalo até a conversa de aquietar e nós decidirmos buscar outra coisa para aquecer a noite. Então, quando o DJ da festa me chamou para escolher uma sequência especial de músicas, eu já sabia o que eu deveria fazer.

Tay me acompanhou até dado momento, se infiltrando na multidão e dançando com os nossos amigos. Ela estava se divertindo com uma dose de whisky pela metade em seu copo e alguns movimentos sutis de seu corpo ao balançar os quadris junto com Britty e Kaleigh.

Sendo assim, o sorriso que lancei para o comandante do som foi a resposta necessária para que ele desse play em uma das músicas mais icônicas e, sendo suspeito de falar, uma das minhas favoritas que pertencia a minha própria namorada: You Belong With Me.

Me virei para trás apenas para tentar encontrá-la e, ao que parecia, o público estava totalmente a nosso favor. Os flashes dos aparelhos voltados para nós iluminaram o caminho do meu olhar até encontrar os dela, as pessoas se afastando gradativamente para que o nosso encontro fosse feito.

Ela sorriu tão lindamente que eu pude ver um vislumbre de estrelas cadentes em seu olhar, brilhantes como nunca.

You are in love with me? — fiz a alteração da letra, observando-a erguer o copo e corar cinto tons de vermelho no rosto.

Não muito tempo depois, precisei ir até ela e puxá-la eu mesmo para os meus braços, enquanto o DJ lançava outra investida minha com o pedido de Love Story, deixando-a visivelmente animada e emocionada.

— Babe… — ela me chamou carinhosamente, as pupilas estavam dilatadas em minha direção e eu me arrepiei com o poço de devoção explícito no seu olhar. — Vem aqui.

A mão dela me puxou pelo pescoço, direcionando meus lábios até os seus. Quando ela me deu o primeiro beijo, alguns gritos sufocaram o que ela segredou na minha boca.

— Isso foi a coisa mais romântica que eu já vivi — o tom de sua voz era divertido, com o sorriso competindo com gargalhadas doces, mas, ao mesmo tempo, era sereno e sincero. — Puta merda, Travis!

Avancei nela para mais um beijo e repousei minhas mãos em sua cintura, trazendo-a para mim até estarmos bem próximos. Ela jogou os braços para cima e seguiu o movimento da dança, me fazendo acompanhá-la sem nenhum esforço.

You'll be the prince and — fiz uma pose teatral quando ela apontou para mim, cantando o verso com toda a animação. — I'll be the princess.

It's a love story, baby, just say…

— “YES” — a loira jogou a cabeça para trás e segurou em meus ombros, mas depois voltou para o calor dos meus braços e eu consegui sentir, outra vez, a maciez da sua boca. — Oh-oh-oh…

Taylor continuou cantarolando, a magia da sua voz resplandeceu sobre as luzes do local e eu juro nunca ter me sentido tão feliz quanto naquele momento, onde ela se entregava para mim com a confirmação de que, se naquele instante eu fizesse qualquer proposta, ela toparia sem pensar em nenhuma das consequências futuras.

Entretanto, eu ainda iria aguardar um pouco de tempo até que tudo estivesse alinhado para que eu pudesse juntar minha vida à dela, mesmo que já tivéssemos feito isso inconscientemente. Meu coração estava certo da minha escolha e, embora eu pudesse ser um pouco receoso quanto à vontade dela, Taylor não me deixava dúvidas quanto ao que sentia por mim e isso era o suficiente.

Se fosse tempo o que ela precisava, eu lhe daria. Se fosse paciência, eu seria paciente. Se fosse uma prova de que eu estaria realmente disposto a viver do lado dela durante o resto dos meus dias, eu também lhe faria isso. Sempre que tivesse a oportunidade, todas as inúmeras vezes.

A sequência de canções foi alterada, mas a sintonia da nossa dança não foi perdida. Taylor deixou os meus lábios por alguns segundos e se pôs de costas para mim, segurando meus braços e obrigando-os a rodeá-la pela cintura e o busto, ficando com as costas presas no meu peito e o corpo grudado no meu.

— Ainda quer que eu seja menos “eu”? — sussurrei em seu ouvido, sem conseguir conter o calor que me subiu ao senti-la esfregar o corpo num ponto muito específico em mim. — Porque vai ser um pouco difícil.

— Sabe, não faz muita diferença — a voz dela saiu baixa por conta do ruído da música, porém ainda era bem audível aos meus ouvidos. — Me perdi na contagem das bebidas. Ou talvez eu só seja muito ingênua de acreditar que deixaria de ficar fora de mim quando o que mais me excita é ter você por perto.

— Você gosta mesmo de uma ousadia não, é? — fechei o punho sobre o seu cólon, aproveitando o volume da minha jaqueta por cima do corpo dela para infiltrar minha mão dentro do tecido, até encontrar sua pele. — Dançar na frente dos seus amiguinhos, no sigilo, é uma coisa. Você não quer que tenha vídeos indecentes seus pela internet, ou quer?

— Se você me tocar direitinho, ninguém vai ter uma prova concreta — fingindo ter virado o rosto para me dar um beijo na bochecha, ela passeou com os dentes até o lóbulo da minha orelha e me deixou uma pequena mordida. — Suposições ainda são somente suposições.

Eu sorri, totalmente desacreditado. Ela voltou a se mover ao som de Agora Hills - Doja Cat e essa foi a oportunidade perfeita para que eu deslizasse minha mão para o decote da sua blusa curta, apertando a maciez do seu seio esquerdo e me deleitando com a textura suave da sua pele em minhas mãos.

— Se suposições são apenas suposições… — indaguei, afundando-me na curva do seu pescoço e sendo coberto pelas mechas do seu cabelo no meu rosto. — Vamos supor que, ao inverso daqui, estaríamos na minha cama. Eu enterraria o meu rosto em você, até sentir suas pernas perdendo a força e você gozar na ponta da minha língua. Daí então, você vai descer bem devagar…

Estremecendo debaixo do meu toque em seu seio, Taylor respirou fundo e seguiu o meu comando, com a minha mão guiando sua cintura para baixo com sutileza, porém também com força.

— E agora você mostra pra mim — com poucos segundos após a fricção dos glúteos dela sobre o meu membro, minha excitação se fez presente e ela pressionou ainda mais o nosso contato. — Como você esfregaria sua boceta na minha cara.

O rebolar dos quadris dela seguiram o compasso da canção e, instintivamente, eu rodeei seu corpo para que ninguém notasse ao máximo o desenrolar da nossa dança, culminando com ela estimulando minha ereção ao fazer movimentos de vai e vem com a bunda empinada para mim e minha mão segurando o seu peito.

— Porra, que tesão do caralho — murmurei, desabando totalmente em seu ouvido. — Você está sentindo o que fez?

— Vou dizer quando ele estiver dentro de mim — ignorando minha total súplica e desespero, ela continuou a dançar, dessa vez fingindo não escutar o que eu murmurava para ela. — Você tem mais um prêmio pra conquistar ainda hoje, babe.

Se esquivando dos sussurros, ela empurrou meu braço e fez com que minha mão perdesse o contato da maciez dos seus seios. E, daí, logo depois desgrudou nossos corpos e se virou novamente para mim, beijando-me com o fervor religioso de uma alma necessitada de salvação.

— Você ainda tem disposição pra mim? — a língua dela brincou com o meu lábio inferior e eu senti vontade de escondê-la de todos.

— Princesa, puta que pariu — exasperei, soltando uma respiração pesada e fraca ao mesmo tempo.

— Você ainda tem disposição pra mim? — ela repetiu a pergunta, o sorriso de excitação estava pairando em seu rosto.

Como um banho de água fria, ela me apartou de seu toque e se desvencilhou dos meus braços, lançando-me um último olhar com os olhos azuis cheio de palavras não ditas, se perdendo no meio da multidão e me deixando ali, sozinho com o calor da minha intimidade e a frieza da falta de aproximação do seu corpo ao meu.

A luta pela expectativa da chama acesa e a perseverança por manter a boa vibração e calmaria do momento se agitaram dentro da minha cabeça. Dei graças aos céus pelo tecido da calça não estar marcando o que eu sequer podia controlar, a reação natural do meu corpo depois das provocações daquela mulher estonteante diante de mim.

Caminhei zonzo até encontrar uma bebida gelada que esfriasse minha cabeça e me deixasse menos desnorteado. Mas toda vez que eu olhava para ela, longe e, aparentemente, se escondendo de mim, era como se mais e mais doses de canícula se instalassem nos meus poros, transpirando um calor ininteligível.

Repeti outro shot e segui adiante, tentando não ceder à tentação e focando no único propósito da noite: festejar a nossa celebração. No entanto, a maior das celebrações era feita por aquela de sorriso cativante e voz delicada. Despertando-me a vontade de quebrar todas as regras e ultrapassar os limites que nos induziam a permanecer quietos e contidos.

Eu a queria, a desejava e a esperava, ansiosamente.

E esse momento, era tão propício e aguardado como uma jogada final. Os resultados inesperados brilhariam hora ou outra na tela. Mas a vitória só seria garantida quando ela estivesse completamente despida, com a alma nua nos meus lençóis e o coração pulsando em minhas mãos.

Atingindo-me como um tiro, agora eu contemplava a divindade após o período de transtorno em tempestades isoladas no verão precedente ao 4 de julho, onde, em poucos dias após, eu a encontraria e jamais viveria num mundo onde até o vento dos arredores não me lembrasse da sua respiração suave e os seus sussurros contidos.

O último lance fora feito quando, tomando mais um pouco de coragem, movidos pela força que não nos permitia ficar longe do calor um do outro, voltamos a estarmos juntos. O sorriso dela se resvalou contra os meus e o nosso beijo selou o destino das infinitas madrugadas e os dias passageiros.

Finalmente, a minha número um.

T A Y L O R

— Pensando bem, foi um percurso bem rápido, acho que poderíamos ter permanecido mais um tempinho por lá — expressei eu, sentando na ponta da cama e despejando uma porção de hidratante corporal nos meus braços. — Não estava tão tarde.

— Ao menos você conseguiu descansar no caminho de volta, você voou assim que saiu do show — ele pontuou, vestindo apenas a peça íntima e desligando o aparelho de celular repousado na cabeceira da cama.

Nós havíamos nos instalado no hotel recentemente e, assim que entramos, o primeiro a se fazer foi tomar uma ducha e retirar algumas peças desleixadas de roupa da mala apenas para passarmos a noite, antes de embarcarmos de volta para casa no dia seguinte.

O lugar era espaçoso, numa suíte presidencial que, honestamente, me agradava demais aos meus olhos. O clima do quarto estava ameno, numa temperatura ambiente e aconchegante. A decoração era luxuosa e o tecido dos lençóis era de pura seda, o que, de início, já havia ganhado consideráveis pontos comigo em respeito do meu gosto pessoal. Eu descansaria muito bem ali.

— Você adormeceu antes de mim, nem venha com isso — zombei, lembrando-me muito bem de ter visto ele me abraçar e praticamente deitar em cima de mim no banco de trás do carro. — Nós dois precisávamos dormir um pouco, ao menos agora podemos conversar sozinhos. Sinto que ainda não pude dizer realmente o quanto eu estou feliz por toda essa bagunça incrível que você fez hoje. Eu nunca vou esquecer esse dia, nunca mesmo.

— Você é a princesa da minha vida, sabe disso, não sabe? — ele se aproximou e beijou o topo da minha cabeça, se agachando perante mim e tocando a minha perna. — Nunca vou conseguir agradecer o bastante por você estar aqui comigo.

Diferentemente dele, que havia se contentado em apenas cobrir o seu ponto máximo de nudez, eu ainda estava enrolada na toalha de algodão, envolta na tarefa caprichosa de mimar a minha pele com os devidos cuidados estéticos que ela necessitava, como o vidro de hidratante que, antes dele tomar das minhas mãos, eu ainda despejava no corpo.

— Você se esforçou tanto por isso, não consigo crer que isso seja tão importante pra você ao ponto de fazê-la abrir mão do próprio descanso — as palavras dele carregavam um misto de incredulidade e admiração, as gotas do hidratante caíram na palma da sua mão e ele tocou as minhas panturrilhas. — Você é inacreditável.

Você é importante para mim, Travis — eu consolei sua dúvida, tocando os fios de sua cabeça e observando-o de joelhos perante mim. — Qualquer esforço disso é válido. Eu te amo e sempre vou estar disposta a te apoiar, ver você fazer o que gosta e comemorar cada uma das suas conquistas. Você não precisa se preocupar com isso, é a vida que eu escolhi viver com você e eu estou totalmente satisfeita e feliz com ela. Eu sou feliz com você.

— Eu nunca tive alguém que se importasse tanto comigo desse jeito, eu nem sei se mereço. Você é tão maravilhosa que chega a ser loucura, amor — com movimentos e toques precisos, ele massageou desde a minha panturrilha até o meu calcanhar, fazendo-me suspirar de prazer pelo alívio da tensão gerada ali por consequência das inúmeras horas usando saltos altos. — Você é a melhor do mundo pra mim.

Um sorriso bobo dançou em meus lábios e eu, movida pelo momento, deslizei minhas mãos pelo seu rosto e acariciei a sua barba, fazendo-o voltar o seu olhar em direção ao meu enquanto sua boca descia para grudar na base dos meus joelhos, arrastando os lábios por minha pele sem nem ao menos piscar, o contato visual parecendo mais eletrizante a cada segundo passado.

As mãos subiram para as minhas coxas e, ligeiramente, adentraram para debaixo da toalha, circundando-me até estarem decididamente firmes em cada lado do meu quadril. Travis me puxou de uma só vez para frente, fazendo-me quase despencar em cima dele.

— Eu amo você — o rosto dele afundou sobre o meu busto, ainda coberto, e eu segurei em sua nuca.

Trocamos duas respirações e isso foi o suficiente para que o ar do ambiente fosse completamente alterado. A magia da antecipação voltou a permear entre nós e o movimento de suas mãos no meu corpo fez um arrepiar profundo na minha espinha, seus dedos ensaiando uma melodia na minha cintura e sua boca roçando os fios de algodão da toalha, querendo provar minha epiderme por debaixo do tecido e me deixando ansiosa pelas próximas investidas.

Era tão surreal a forma como tudo entre nós dois fluía de maneira natural e repentina, acesos por um fio de excitação e alimentados por uma faísca de desejo. Bastava um toque ou um beijo diferente para que tudo ao nosso redor desaparecesse e nada além daquela paixão alucinante existisse entre nós.

Trav… — eu sussurrei, chamando-o com a voz baixa, já que a força do seu toque havia roubado minha capacidade de me expressar normalmente.

Meu tight end afastou o rosto e me olhou nos olhos novamente. Sem pensar em mais nada além da voz perturbada de obstinação no meu subconsciente, gritando por alívio, eu desfiz o nó da toalha e, em poucos segundos, ela deslizou até cair no colchão debaixo de mim, deixando meu corpo nu aparente diante dele.

Naquele momento, seus olhos verdes assumiram um brilho tão intenso como duas esmeraldas, fazendo-me derreter com o êxtase presente em sua expressão ao visualizar o meu corpo que, naquele ponto, já era muito mais do que conhecido por ele. Era como se ele nunca fosse deixar de me admirar e eu só conseguia crer naquilo porque era impossível não enxergar a verdade na mudança comportamental do seu corpo, tal como a respiração oscilante, os olhos estáticos e o leve morder de lábios.

Eu estremeci, com as suas palmas grandes indo em direção a minha cintura e me apertando em um verdadeiro jogo de posse. Ele ainda estava de joelhos e, com a intensidade do seu olhar, eu me sentia a deusa que ele tanto idolatrava, prestes a rasgar o véu que separava a humanidade do seu desejo e a entrega do meu espírito insaciável.

— Eu consigo esperar mais um pouco — carinhosamente, ele beijou a minha barriga, depositando selinhos nas pintinhas que se destacavam na pele ali. — Você pode relaxar um pouco agora se estiver precisando.

— Meus parabéns para você — ironizando, puxei sua nuca para mim e baixei meu rosto até encontrar a boca dele. — Eu não consigo.

Beijei seus lábios com a mesma força com que ele segurava minha cintura, atraindo-o para mais perto, deixando todo o calor que me possuía incendiar nossas línguas entrelaçadas e soprar uma brasa complacente em nossos murmúrios.

— Não é como se você também não precisasse descansar, mas me diz — espalhando minhas mãos por seus ombros largos, eu me segurei nele e continuei a fricção de nossos lábios juntos enquanto buscava forças para terminar minha fala. — Você negaria a oportunidade?

— De sentir você? Nunca — rapidamente, a expressão dele mudou, sentindo o meu ar de desafio pairar naquela nuvem de cobiça e a evidente atração sexual. — Nunca negaria isso.

— Então, me beija de novo — ordenei, dessa vez sem puxá-lo ou tocá-lo. Apenas ansiosa para que ele me tomasse em seus braços. — Eu também quero sentir você.

Travis avançou com os lábios contra mim, mas não em minha boca. Ele beijou o vão dos meus seios e deslizou com a língua em uma lambida rápida e eficaz sobre cada um dos meus mamilos, fazendo-os se projetarem em sua direção com o arrepio causado na região.

— Não me provoca assim, babe — choraminguei, observando-o repetir o gesto das lambidas e, vez ou outra, sugar levemente, sem nunca fechar completamente a boca sobre eles. — Me chupa de uma vez.

— Não quero que tenha pressa, não hoje. Sem escândalos, sem gritos… — os lábios subiram para o meu pescoço e o roçar da sua barba na minha pele me fez tremer. — Não estamos em casa, então você vai precisar ficar bem quietinha enquanto eu meto em você. Estamos entendidos?

Eu aquiesci, pestanejando os olhos ao sentir a língua quente tocar minha orelha e as mãos, ainda presas na minha cintura, me empurraram para trás.

— Eu vou te recompensar com todo o carinho que você merece, princesa — Travis puxou a toalha abaixo de mim, fazendo um nó rápido com as duas pontas. — Eu vou fazer você gozar até ficar tonta.

— Deixe-me ver se eu entendi. Então, você vai fazer amor comigo… — prendi a respiração, vendo-o posicionar o corpo por cima do meu e ficando vulnerável pelas lembranças dele, prontamente daquele jeito, em cima de mim nos nossos momentos mais quentes. — Ou então vai me amordaçar?

— Ah, está preocupada com isso? — ele balançou a toalha sobre a minha cabeça, sorrindo ao me deixar intrigada. — É só pra me certificar de que irei conseguir te dar exatamente o tipo de prazer que eu quero que você sinta. Se você me permitir.

Então, em um movimento ágil, ele tomou os meus dois pulsos e os envolveu pelo nó da toalha, atando minhas mãos e direcionando meus braços para um ponto alto acima da minha própria cabeça.

— Isso te incomoda? — a pergunta ressoou com a voz baixa, enquanto ele me dava um selinho demorado na boca e acariciava os meus pulsos, que agora estavam presos. — Te machuca?

— Não — respondi, um pouco zonza de surpresa e estranhamente excitada com a impossibilidade de mover meus próprios braços, como se eu estivesse totalmente à mercê dele. — Está tudo bem.

— Me avise se não estiver se sentindo bem, está okay? — o carinho em sua voz acalmou meu corpo tensionado, certa de que eu não teria nada a temer estando com ele, eu tinha a plena confiança no homem, o único homem, do qual havia liberdade para tocar o meu corpo. — Quero manter você assim. Esse é o troféu que eu estava tanto esperando… Você completamente exposta, apenas para mim. Essa é a visão do paraíso.

— Não é muito diferente do que eu vejo daqui de baixo — erguendo minha cabeça, tentei roubar um beijo seu, mas Travis se desviou de mim miseravelmente. — Você não vai me dar mesmo o prazer de ver isso ser lançado longe?

Com o queixo, apontei para a cueca que cobria e marcava o seu ponto de ereção, me deixando ver o desenho do seu membro excitado seguindo a linha do abdômen e o peito coberto pela penugem de pelos que faziam dele um verdadeiro homem dos sonhos. Alto o suficiente para me atrair, forte o bastante para me excitar e lindo demais para despertar em mim os mais ardentes e perigosos desejos juvenis.

Ele era o tipo de homem que qualquer mulher madura e decidida o suficiente queria e precisava. Um homem que se comportava como um homem, que tinha aparência de homem e que, especialmente, fodia como um verdadeiro homem.

Travis Kelce era tudo isso e, ao mesmo tempo, muito diferente de todos os estereótipos. Seu corpo grande e a postura brava competiam com a doçura das suas palavras e a gentileza das suas ações. E isso, era o detalhe diferencial que o fazia ser meu. Pois apenas eu tinha acesso ao homem que ele era e, desde o primeiro encontro em diante, eu continuaria a ser a única em sua vida.

— Sinto muito, acho que vou precisar te privar mais um pouquinho — se inclinando para o lado, ele arrancou uma das fronhas que vestiam os travesseiros e as dobrou sobre os meus olhos. — Você tem medo de escuro?

— Não, na verdade, costumo gemer melhor quando estou junto dele — tentando permitir à minha consciência acreditar que eu não estava totalmente submissa à vontade dele, eu usei a minha voz para tentar atingi-lo. — Você quer testar?

— Não. Tudo o que eu quero é desfazer essa sua marra, até aprender a parar com essas suas provocações — os dedos dele se encaminharam para a minha nuca e o tecido foi preso ali, tapando de vez qualquer brecha de luz e visão que eu pudesse ter. — Quando estiver prestes a gozar comigo, você vai querer implorar. Vai ter que implorar. E eu não acho que os funcionários do hotel vão ficar numa boa ouvindo você gritar o meu nome… Ou talvez eles se assustem ao descobrir o quão safada, além de uma puta gostosa, você é.

— Então, vá adiante… — incentivei, remexendo-me na cama e tentando me acostumar com a escuridão repentina e a pressão dos meus pulsos atados. — Mas, só para constar, eu nunca fiz isso antes.

— Se tudo ocorrer bem, pode ter certeza de você irá querer repetir sempre que tiver a oportunidade — me tranquilizando, eu pude sentir um par de beijos no meu rosto e um carinho de mãos na minha cintura. — Confia em mim?

Sempre — suspirei, sendo surpreendida por um puxar de lábios.

A textura macia da sua boca acariciou a minha, permitindo-me sentir o calor da sua respiração próxima e fazendo-me abrir os lábios para receber o seu beijo que, de lento, se tornou rapidamente urgente.

Assim que nossos lábios se separaram, eu busquei ar e me concentrei em ficar relaxada, mesmo que a ideia de não saber o que fosse acontecer em seguida me deixasse um pouco nervosa, eu ainda estava criando expectativas e Travis parecia querer superar cada uma delas.

Meu pescoço se tornou o ponto de encontro dele outra vez, fazendo gestos de sucção na minha pele que, certamente, formariam marcas visíveis no outro dia.

Ele repetiu o movimento dos lábios, agora nos meus mamilos, molhando-os com a saliva que escorria da sua boca, fazendo-me gemer num sussurro penoso, ao tempo que fechava o comprimento das pernas para conter o calor da excitação. Travis percebeu e, no mesmo instante, afastou minhas coxas e manteve o seu corpo no meio delas, sem permitir que eu buscasse qualquer tipo de alívio.

O peso dos seus músculos por cima de mim me deixou levemente ofegante. Ou talvez fosse o fato de estar sentindo o seu membro em contato com a minha intimidade, brincando em um roçar alucinante, estimulando-me em uma dança demorada de vai e vem, enquanto ele ainda se dedicava a missão de chupar os meus peitos com toda a veemência existente.

— Mas que porra… Ah — meu gemido saiu em um fio de voz, alucinada em sentir o tecido da sua peça ficando úmida e mais justa conforme a lubrificação da minha boceta aumentava cada vez mais. — É tão quente.

Ergui os quadris, tentando sentir mais um pouco do calor do sexo dele, petrificado e pulsante. Travis pressionou o pau com mais força e um líquido escorregadio fluiu de dentro de mim, aquecendo o meu corpo todo.

— Você quer ele? — sugestivamente, ele bateu o sexo contra o meu, encenando uma estocada que me fez vaguear profundamente em meus pensamentos mais ilícitos. — Quer sentir o meu pau em você?

Afastando-se dos meus seios, ele levou a boca até a minha orelha e a sua voz grave soprou no meu ouvido. Em meio a escuridão, aquilo foi o suficiente para me fazer estremecer outra vez, como se meus ossos e nervos tivessem sido atingidos por uma potente corrente elétrica.

— Responde, ou então vai ficar passando vontade — Travis fez a proposta, beliscando meu mamilo direito e enviando uma dor prazerosa para o meu corpo.

— Sim — inspirei o ar e o soltei com dificuldade. — Eu quero sentir ele em mim.

Sua mão se apartou de mim por um momento e, pelo completo silêncio dentro do quarto, eu consegui ouvir o som do atrito da peça deslizando do corpo dele e sendo arremessada para um lugar que eu obviamente não conseguia enxergar. Naquele instante, eu imaginei como seria contemplar o seu corpo nu, imaginei como ele estaria excitado, com aquela expressão provocante que ele trazia no rosto e me fazia enlouquecer de vontade.

— Olha só pra isso… — no meio do vazio, a voz dele se fez presente novamente. — Sua boceta está escorrendo, Taylor.

Como o bom cafajeste que era, Travis investiu contra mim e posicionou a cabeça do próprio pênis no meu ponto erógeno sensível, fazendo-me sentir a dureza e o calor do seu movimento de vai e vem no meu clitóris. Arqueei o corpo e, somente ali, eu pude entender o quão excitante era ser torturada pela ideia de não conseguir, nem ao menos, tocá-lo ou me esquivar de suas provocações.

Porra… Assim… — rebolando o pouco que eu podia, me esfreguei sobre o comprimento do membro dele e embarquei na sua brincadeira. — Continua, amor.

— Adoro ouvir você assim, doida de tesão — parando os movimentos contínuos por um momento, ele começou a bater o pênis por cima do meu clitóris, deixando um som estalado na carne escorregadia do meu sexo molhado. — É tão perfeito quando você abre essa boquinha gostosa pra falar besteira. Só aumenta minha vontade de te comer com força.

— Me fode, Travis — encorajei-o, completamente tomada por aquela sensação alucinante de desejo. — Eu estou pronta pra você. Tanto que você poderia só entrar…

— Ah, é mesmo? — ele deslizou a ponta, antes no meu clitóris, até o meu centro e pressionou a minha entrada, me arrancando um gemido rouco. — Mas sabe, acho que tenho outras maneiras de testar isso. Vamos ver até onde você vai…

Sem aviso algum, ele me penetrou um de seus dedos e eu sequer consegui ter ar para chamar o seu nome. Tentei novamente fechar as pernas, com a intensidade do prazer do toque dele me deixando embevecida de incontinência e falta de controle.

…até onde você aguenta.

Ele enfiou o segundo, me deixando maravilhosamente preenchida pelo tamanho e a grossura de seus dedos dentro de mim, fazendo um vai e vem ritmado, levando a outra mão para continuar estimulando o meu ponto sensível e me transformar em um poço de lascívia e loucura.

— Droga, você é sempre tão estreita — Travis exasperou, girando os dedos e atingindo uma extremidade atordoante dentro de mim. — Faz aquela coisa gostosa pra mim. Aperta eles.

Virei o rosto para o lado, abrindo a boca para soltar outra lufada quente de ar e conter outro murmúrio de prazer. A mão dele se esfregou com mais força em mim e eu me senti cada vez mais sensível, cada vez mais escorregadia, cada vez mais perto de desmoronar.

— Eu quero te sentir gozando nos meus dedos igual sua bocetinha apertada faz com o meu pau dentro de você — ele insistiu, aumentando a velocidade dos movimentos de seus dedos. — Agora.

Derramando um suspiro, me concentrei no campo inexistente da minha visão e me deliciei com a sensação da sua penetração firme e constante em mim, deixando meu corpo amolecido e os vasos sanguíneos do meu rosto palpitando e irradiando calor por toda a minha pele.

Canalizando minha força na área interna específica, eu contraí meus músculos e dificultei a passagem dos seus dedos em mim, gemendo com a onda de deleite que se apossou de mim mesma com o meu feito. A cada nova contração, mais prazer eu sentia e, consequentemente, mais o meu corpo reagia aos seus estímulos.

— Então, esse é o segredo pra te domar? Fodendo você? — Travis dobrou os dedos e eu não consegui me manter impassível, já que minhas costas se arquearam na cama e eu quase desfiz o nó mal feito na minha cabeça. — Veja só, obedecendo direitinho. Não tem ousadia alguma que supere a sua vontade de dar essa bocetinha gostosa, não é? Você ama isso, admite.

— Trav… — tentando ignorar sua casta provocação, um alerta acendeu em minha mente, conforme os tremores do meu corpo aumentavam gradativamente ao seu toque. — Amor.

Bastou que eu chamasse ele, naquele tom suplicante e choroso, para que Travis se rebelasse totalmente contra mim. Pois, no segundo após, ele me penetrou com o terceiro dedo e eu gritei o seu nome.

— Por favor — e assim, sem perceber, eu já estava implorando. — Por favor, babe.

— Sem gritos, princesa — ele me beijou, invadindo-me repetitivamente com os três longos dedos dentro da minha intimidade e me fazendo fraquejar debaixo dele. — Me diz o que você quer.

Filho da puta.

Foi isso o que chegou até a ponta da minha língua, prestes a sair da minha boca e proferir para ele, mas eu não consegui, já que os seus lábios estavam pressionados nos meus e a minha boceta continuava molhando sua mão e os lençois da cama, pingando de tão excitada que eu estava.

— Me faz gozar logo, Travis — sem forças para continuar encenando sua brincadeira indecente, eu pedi enquanto gemia na sua boca, afastando com dificuldade os joelhos para deixar o toque dele mais livre e intenso. — É o que eu quero. Eu preciso.

O silêncio voltou a reinar e ele não disse mais nada, apenas permaneceu com a boca encostada na minha e as mãos trabalhando no meu sexo. Em dado momento, tudo o que eu conseguia ouvir era o barulho das estocadas de seus dedos em mim, a respiração dele e os meus próprios gemidos, abafados por seus beijos.

— Mais pra baixo — direcionei o seu movimento, até ele encontrar a fonte de prazer perfeita em mim, pronto para me levar a outra dimensão. — Aí, babe. Ah, meu Deus.

Ele só precisou me tocar mais duas vezes para que a febre aumentasse no meu corpo e eu parasse de respirar. O choque havia sido tão intenso que, para compensar o som inumano que queria escapar da minha boca, eu precisei morder os lábios dele e erguer o próprio corpo, sentando-me enquanto tremia os lábios e suava desesperadamente.

Chega — o meu tom de voz foi incisivo, apesar de trêmulo. — Tira isso de mim. Eu quero ver.

Rapidamente, Travis tomou os meus pulsos e desfez a amarração entre os dois, beijando-os e massageando a pele que, apesar de eu não puder ver ainda, estava claramente afetada pela pressão do nó. Depois, ele levou as mãos até a minha nuca e libertou os meus olhos, fazendo-me despertar daquele transe pós orgasmo, ainda presa na escuridão estonteante e vertiginosa.

A força do clímax havia sido tanta que meus olhos estavam expulsando gotas grossas de lágrimas, geradas pelo lacrimejar do êxtase e a volúpia presente em cada um dos meus sentidos. Era como se minha alma tivesse sido arrebatada e trazida de volta com a mesma intensidade, num curto período de tempo. Era incrível, fascinante e enlouquecedor.

Olhei para baixo de mim e a mancha úmida nos lençóis me fizeram ter consciência do quanto aquele homem realmente era capaz de me desfazer por inteira. Eu ainda estava ofegante e tudo o que eu conseguia visualizar bem eram as mãos dele abraçando a minha cintura e molhando a minha pele com o próprio gozo extraído de dentro de mim, cercando-me por aquela atmosfera de concupiscência atordoante.

— Então era isso o que você tanto queria ver — ele zombou, vendo o meu olhar preso nos detalhes do meu clímax. — Está satisfeita?

Ergui meu olhar para ele e, novamente, uma parte de mim se desfez. Seus olhos verdes estavam anuviados de tesão e os músculos rígidos do seu corpo subiam e desciam maravilhosamente bem com o movimento da sua respiração pesada, sem mencionar a evidente excitação que se manifestava entre as suas pernas, inegavelmente ansioso para me ter.

— Não — retomando o fôlego, eu engoli em seco e levei minhas mãos para tocar os braços dele. — Eu quero ver você me fodendo. Bem ali.

Com um levantar de cabeça, apontei para o espelho expansivo instalado na parede do quarto na nossa frente, do lado oposto da cama. Travis não olhou para trás para visualizar o vidro refletor, mas ela captou exatamente o que eu quis dizer, tanto que sua reação foi apenas me dar um beijo calmo e lento, antes de virar o meu corpo abruptamente no colchão e se posicionar atrás de mim.

— É assim que você quer ficar? De frente pro espelho, com a bunda empinada pra mim — ele me puxou pelos quadris e eu curvei meu corpo em sua direção, afundando meu rosto no colchão e olhando-o por cima dos meus ombros. — De quatro enquanto me assiste foder você?

Só tive forças para balançar a cabeça, enquanto ele fazia um carinho safado nas minhas nádegas e, em seguida, me marcava com alguns tapas e apertões.

— Isso, Travis — gemi baixo, sentindo a ardência deliciosa dos seus tapas em minha pele. — Cuida da sua mulher.

— Adoro isso. Minha mulher — veementemente satisfeito, ele sorriu e mordeu os lábios, segurando o membro na mão e o posicionando no meu sexo. — Você dizendo isso pra mim é a minha coisa favorita de se ouvir.

— Pensei que me ouvir gemer fosse a sua coisa favorita — sorri de volta, fechando os olhos ao senti-lo empurrar tudo para dentro de mim. — Isso é tão bom…

— Tem razão. Isso aqui é uma delícia — chegando ao fundo, Travis respirou fundo e me lançou outro tapa, sem se mover até que eu estivesse acostumada com ele invadindo o meu sexo. — Tudo sobre você se torna minha coisa favorita. Seja quando você está performando, quando você está gemendo ou se intitulando minha mulher. Você sempre vai ser a minha favorita, minha gata.

Meus sentidos foram novamente aguçados, despertados por aquele apelido que, além de íntimo, era extremamente carinhoso e sedutor pra mim. Me derreti mais um pouquinho quando ele beijou as minhas costas e sussurrou o apelido mais algumas vezes, enquanto seus lábios brincavam com a minha pele nua e ele começava a se mover dentro de mim, bem devagar.

— Agora vem aqui — mantendo o tom de voz terno e carinhoso, ele enrolou meu cabelo nas suas mãos e os puxou para trás, fazendo meu olhar se direcionar para frente onde a nossa imagem estava espelhada na parede. — Quero que você aprecie a visão desse seu rostinho lindo cheio de tesão. Você vai ver o quão excitante é foder olhando pros seus olhos…

E, sendo assim, eu me concentrei em nós e na pressão do seu corpo colidindo com o meu, a expressão do rosto dele cheia de desejo me fazendo sentir aquele calor descomunal novamente no ventre, enquanto eu pensava que aquela visão sim era excitante. Travis totalmente entregue à libertinagem de me possuir, grudando os nossos corpos e nos levando ao paraíso.

Quanto mais ele estocava, mais quente o quarto parecia ficar. Ou então eu só tive aquela percepção por conta da minha pele que parecia queimar em contato com a sua, irradiando o calor para as minhas bochechas e tornando o meu rosto rubro. Eu não sabia qual das duas suposições era a certa, mas de uma coisa eu sabia: Travis tinha total razão.

Nada dali por diante seria capaz de me fazer duvidar do quão majestosa e libidinosamente perfeita era a visão daquele brilho no meu olhar, as maçãs do meu rosto marcadas pelo tom mais atraente de vermelho que eu já havia visto. Eu me sentia tão bem comigo mesma que, charmosamente, me orgulhei do quão linda eu estava naquele instante. E isso me fez corar e ficar ainda mais excitada do que antes.

— Isso é tão perfeito… — sussurrei baixinho, apertando os lençóis entre as mãos e continuando a observar ele concentrado em mim e no próprio prazer. — Vai mais rápido, babe. Continua batendo em mim.

— Vai ficar dolorida, desse jeito — ele me alertou, alisando minha pele marcada pela sua mão.

— Ótimo, assim você cuida de mim depois — sorri, cheia de pretensão, e Travis conectou seu olhar no meu, através do espelho. — Vai perder um bom tempo beijando a minha bunda.

— Você é o próprio diabo, garota — ele aumentou o ritmo, gemendo rouco e repetindo a sequência de tapas.

Afundei meu rosto no colchão e abafei meus gritos ali, enquanto eu mesma balançava os quadris e rebolava contra ele, intensificando o prazer da penetração para nós dois, ao tempo que minha respiração voltava a ficar irregular e minhas pernas começavam a fraquejar. Senti, depois de mais alguns minutos naquela dança permeada de reviravoltas e passos lúdicos, Travis pulsar dentro de mim como o lembrete de que ele estava prestes a chegar no próprio êxtase e me preparei para o momento que ele fosse se esvaziar, dentro ou fora de mim.

— Diga que a sua boceta é minha, Taylor.

Quase como uma prece, ele proferiu, o tom urgente e necessitado. Travis segurou fortemente na minha cintura e meteu em mim com a força obscena de quem estava completamente alucinado de prazer.

— É sua.

Eu respondi, querendo prolongar ao máximo aquela atitude bruta, enquanto ele puxava meu cabelo novamente e me fazia contemplar a visão dele, com o punho fechado nas minhas madeixas e a outra mão a me segurar possessivamente pelo corpo.

— Não, você não entendeu, gata — seus dedos se cravaram na minha bunda e eu revirei os olhos. — Eu quero que diga que a sua boceta é minha.

Minha boceta é sua, Travis — a frase saiu como uma melodia cantarolada, grave em uma perfeita entonação de luxúria. — Somente sua.

— Isso. Somente minha.

Aplicando apenas mais um pouco de pressão, ele fechou os olhos fortemente e se derramou em mim depois do último tapa, fazendo-me ofegar e me arrepiar com o líquido quente enchendo o meu canal e escorrendo lentamente dele, assim que ele pôs o pênis para fora, deixando apenas poucos vestígios do seu gozo em mim.

— Gostosa — ele voltou a beijar as minhas costas, soltando o meu cabelo e deitando o meu corpo novamente na cama. — Agora deixa eu sentir o gosto da minha boceta.

Levemente tonta, troquei de posição na cama e me pus novamente deitada de frente para ele. Travis abaixou a cabeça entre as minhas pernas e foi diretamente para o meu ponto mais baixo, beijando sem cerimônias a carne sensível que ele havia estimulado durante todo aquele tempo, agora inteiramente dele.

Eu estava tão entorpecida que minhas pálpebras sequer conseguiram ficar de pé, o único que eu conseguia fazer era segurar o rosto dele em direção a minha intimidade e permitir que ele fizesse a melhor das carícias com a sua língua em mim, sugando e lambendo tudo o que se exibia diante dele.

Travis me fez gozar outra vez e essa foi a última lembrança que eu memorizei daquela noite. Ele no meio das minhas pernas enquanto eu gemia o seu nome e ele me chupava deliciosamente devagar, fazendo-me dissolver feito açúcar em sua boca.

Las Vegas ficou impregnada com o nosso cheiro naquela noite e assombrada pelos sons e sussurros emitidos por nós na calada da madrugada. Sobretudo, gravada na nossa mente como um dos mais maravilhosos momentos vividos em nossa relação, desde o jogo, a festa e o incrível amor compartilhado em cima daquela cama de hotel.

Nossas reputações demoliram as paredes daquele lugar com a maior lembrança de que, não importasse quantos dos nossos inimigos tentassem vir contra o que tínhamos um com o outro, nossa conexão sempre seria maior e mais forte do que os boatos, rumores ou perseguições. Era uma nova etapa de vida agora, no auge das nossas carreiras, no maior dos holofotes. Estávamos causando uma bagunça no mundo todo.

Mas ainda assim, entre quatro paredes, fazíamos algo maior e pior ainda. Nos amávamos, nos perdíamos, ficávamos loucos e voltávamos a nos reencontrar um no outro, como duas almas gêmeas predestinadas a estarem sempre juntas.

E, no final, essa era a nossa sentença.

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Meus amores, como vocês estão? Preciso falar do quão maravilhoso foi fazer essa maratona louca com vocês. Vocês se esforçaram tanto em reler cada capítulo, deram um salto tão gigante no engajamento... juro, eu sou muito grata! Obrigada por tudo isso!

Estaremos entrando em uma nova fase da fanfic daqui por diante. Espero ansiosamente por compartilhar as novidades com vocês.

Bjs bjs, amo vocês!!!

Att., Luna🤍

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