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Capítulo 29 - Um pedido caro demais

Você me fez de bobo uma vez
Com seus olhos
Agora, querida
Você me fez de bobo pela segunda vez com suas mentiras
Sarah sorri como quem não dá a mínima
Ela vive em seu próprio mundo, tão inconsciente
Será que ela sabe que é a dono do meu destino?
(Sarah Smiles — Panic! at the Disco)

🍂

Assim que deixei o prédio do escritório, na noite em que fiz as pazes com Scott, encontrei Henry no estacionamento, tivemos uma conversa pouco amistosa e ele deixou o local bastante contrariado.

Após isso, a única coisa de que me lembro é de ser surpreendida por um homem mascarado e vestido de preto,  ser segura por ele e arrastada para dentro de meu próprio carro. Um pano com algo de cheiro forte foi colocado sobre meu nariz e quando acordei estava sendo levada, no banco de trás de outro veículo.

Algemada e amordaçada, não podia gritar, nem pedir ajuda ou fugir, então apenas observei pela janela, o caminho que o carro percorria e em meio a muitas árvores e arbustos, num lugar bastantes ermo, o carro estacionou.

Fui levada para dentro de uma casa antiga, que parecia estar abandonada. Não haviam outras casas em volta daquela sinistra residência e à julgar pela mobília empoeirada, ninguém frequentava o lugar a anos.

Os primeiros dez dias em que fui mantida em cativeiro, foram uma verdadeira tortura. Não pude ver a face de meu carcereiro e sua voz era mantida em sigilo com a ajuda de um modificador de voz, o que me levava a crer que eu conhecia bem o maldito que havia me aprisionado naquela cela, me privando de ver a luz do sol e o primordial; estar junto de minha filha.

O lugar era escuro, frio e úmido, junto a mim, apenas um balde, onde eu era obrigada a fazer minhas necessidades fisiológicas, um sofá velho e mofado, que me servia de cama e uma pequena janela basculante, onde um  facho de luz era tudo que eu tinha para distinguir a noite do dia.

A porta de madeira, praticamente toda destruída por cupins, continha uma pequena abertura na parte de baixo, como uma portinhola de cachorro improvisada, por onde eram passadas as minhas refeições. Vez ou outra, o sequestrador se comunicava comigo, através dela e muito embora fosse uma passagem possível de atravessar para escapar, minha perna presa à uma corrente, em um poste de concreto, me impedia de tentar.

Os dias se passavam e eu não conseguia entender o motivo de eu estar alí. Não era uma pessoa com recursos financeiros altos, Tyler estava morto e não via motivos para que eu fosse responsabilizada por qualquer coisa que ele tivesse feito.

A transmissão de voz eletrônica que falava comigo era sempre muito clara e objetiva, agindo como se fôssemos um casal em crise e por inúmeras vezes disse-me que eu só sairia dali quando conseguisse perceber que havíamos sido feitos uma para o outro.

Por vezes, tive a impressão de ouvi-lo discutindo com alguém em tom ferrenho, mas não restava dúvidas de que eu estava lidando com um demente, uma pessoas completamente perturbada e era bem possível que ele apenas estivesse falando sozinho.

Pensava quase todo o tempo em minha pequena e como deveria estar se sentindo sozinha, abandonada à própria sorte, sem pai e agora também sem mãe. Esperava, do fundo da alma, que Emma estivesse tomando conta dela.

Minha irmã é uma cabeça de vento, quanto a sua própria vida e não tiro as razões dela, já sofreu demais nas mãos de homens que somente a queriam como adorno e diferente de mim, ela soube transformar isso em forças pra seguir em frente, dedicando-se a ser tudo que sempre sonhou, sem precisar da presença de um homem pra isso acontecer.

Eu nunca concordei com o estilo de vida que ela levava, sempre em busca de algum homem pra aquecer os lençóis, mas sem se dedicar a saber se valeria a pena deixá-lo permanecer até o dia seguinte, mas o amor dela pela família, principalmente para com Lizzie, era inegável e pensar que minha filha estava sobre seus cuidados funcionava como um bálsamo para minha dor.

Despertei com passos no corredor, olhei para a janelinha que me funcionava como relógio e notei que o dia já havia amanhecido, então me ergui, com dificuldade, esfreguei os olhos, tentando me adaptar ao ambiente e esperei pela rotina de sempre.

A bandeja com o café da manhã escorregou pelo gélido piso de concreto até mim e mesmo que a ideia da greve de fome já tivesse passado diversas vezes por minha cabeça, para obrigá-lo a me deixar sair, eu não sabia até que ponto iria o apresso dele pelo meu bem-estar.

Além disso, a comida era boa. Todas as manhãs, eu recebia suco de laranja e panquecas com geleia, algumas vezes me era servido café com torradas e até mesmo croissant's.

O mesmo acontecia no almoço e também na janta. Todas as minhas refeições eram regadas a coisas saborosas e de minha preferência, mais um indício de que meu carcereiro era alguém conhecido e que sabia tudo sobre mim.

— Espero que o café esteja de seu agrado — a voz não identificável fez se ouvir — Deseja mais alguma coisa?

— A única coisa que eu desejo é sair daqui, seu desgraçado! — gritei, movida pela raiva — Por que está fazendo isso comigo? — o desespero me tomava e as lágrimas fatalmente escorriam  por minha face.

— Não fique assim, meu amor! — falou tranquilamente — Trarei alguns livros e cobertores para que se sinta mais confortável. Tenho certeza de que logo verá que eu só quero o seu bem e que você me ama, assim como eu amo você.

Seria esse o caminho? Fazê-lo acreditar que eu quero o mesmo que ele? Será que assim eu obteria minha liberdade? Essa era uma maneira bem comum de se lidar com pessoas obsessivas e com alto grau de periculosidade nos filmes e documentários que sempre gostei de assistir. Valeria a pena tentar?

— Obrigada! — iniciei meu plano — Acredito que me conheça bem o bastante pra saber sobre o que eu gosto de ler.

O silêncio se ampliou por tempo demais para me fazer sentir que errei, mas logo ele mostrou-me que o caminho à seguir era mesmo aquele — Trarei somente os seus favoritos — os passos se estenderam pelo corredor, até se tornarem inaudíveis e eu estava novamente sozinha.

🍂🍂🍂🍂

Os dias iam passando e eu não fazia idéia de quanto tempo eu já me encontrava trancafiada naquele porão sujo e podrido. O frio era aplacado pelos cobertores e o tédio pelos livros e revistas trazidos pelo sequestrador, mas a saudade eminente que sentia de meus pais, de Emma e principalmente de minha pequena Lizzie, era aterrador e nada poderia suprir a falta que me faziam.

Pensei muito em Scott também. Nossa noite juntos, antes de eu ser capturada, fora a melhor de toda a minha existência e logo agora que eu estava decidida a não mais fugir de meus sentimentos por ele, fui trancafiada nessa droga de lugar, a mercê desse maníaco que acha que sou dele.

Minha tentativa de enganá-lo e fazê-lo acreditar que entendo o que ele fez começava a dar certo. Nada de muito surpreendente, mas pelo menos agora tinha um pouco mais de conforto, muito embora continuasse presa por correntes, o sofá velho e mal cheiroso deu lugar a uma cama de solteiro, com colchão e lençóis limpos.

Todas as vezes que ele adentrava o quarto, vestia uma espécie de capa negra, cobrindo o rosto e qualquer coisa que me ajudasse, de alguma forma, a identificá-lo. Tentei convencê-lo a se mostrar, disse-lhe que não poderia amá-lo sem saber de quem se tratava, mas a resposta era sempre a mesma, o momento ainda não havia chegado.

Depois de muita insistência, ele me deixou tomar um banho. Como no local onde eu ficava não havia banheiro, ele prometeu me levar para outro cômodo, mas isso se eu o obedecesse.

Assim que o sol raiou, ouvi seus passos vindos na extensão do corredor, a porta se abriu e a luz intensa e desconfortável para meus olhos pouco acostumados, invadiu o quarto. A seguir, sem pronunciar sequer uma palavra, o homem vendou meus olhos, pôs algemas em meus pulsos e soltou a corrente que prendia meus pés.

Pensei em lhe dar um pontapé forte e abrir fuga, mas para onde eu iria? Minhas mãos estavam unidas por um metal grosso e eu nem ao menos conhecia direito a saída daquele lugar. Era melhor seguir as regras e manter o plano de conquistar a confiança dele.

Em silêncio, o sequestrador me conduziu para fora do quarto, em direção ao corredor. Subimos uma extensa escada e andamos por mais alguns minutos, o que me fez pensar no quão grande era aquela casa.

Finalmente adentramos o lugar que ele havia prometido me levar — Esse é seu novo quarto — disse, com a voz ainda distorcida — Não vai mais precisar usar a lata e logo trarei pra cá os livros que você tanto ama.

Senti minhas mãos sendo soltas e a venda deixar meus olhos, podendo assim vislumbrar sobre o que ele falava. O lugar era amplo, não havia odor nenhum e nem paredes mofadas, parecia mesmo um quarto, modesto, mas bem mais aconchegante do que aquele porão em que eu estava antes.

A janela era protegida por grades e cadeados, que impediam que eu a abrisse, mas o sol entrava sem nenhum empecilho. Havia também uma outra cama, essa de casal e uma poltrona de leitura, com algumas roupas dobradas sobre ela.

— Comprei algumas coisas que espero que sirvam — ele interrompeu minha avaliação visual pelo local — Espero que esteja tudo à seu gosto.

Era difícil saber como agir e até mesmo o que falar, mas era óbvio que minha estratégia estava funcionando perfeitamente e era preciso continuar fingindo, apesar da vontade que sentia de chutá-lo bem no meio das pernas e correr o mais depressa possível.

— Obrigada! — agradeci, me sentando sobre a poltrona marrom de couro envelhecido e forçando um sorriso.

— Você me parece triste — disse ele — Sei que não deve ser fácil aceitar ficar ao meu lado sem saber quem sou, mas eu já expliquei que preciso confiar em você antes de me revelar.

— Não é isso — baixei o olhar para que não notasse o ódio crescendo em meu semblante — Apenas estou com saudades da minha filha. Se você me ama, sabe que eu não sou nada sem ela ao meu lado.

Sem pronunciar mais nenhuma palavra, o homem de capa negra deu de ombros e bateu a porta atrás de si, me deixando só, presa e sem entender o que de fato havia acontecido alí.

Passei alguns segundos examinando o local, tentando achar algum modo de me libertar, mas parecia impossível. A janela era digna de uma prisão, a porta tinha mais trancas do que eu imaginava ser possível e não havia ninguém em volta para ouvir meus gritos.

Me conformei com o que tinha conseguido até então e depois de pegar as roupas as quais ele deixara para mim, me dirigi ao banheiro e aproveitei para remover toda a sujeira impregnada em meu corpo.

Liguei o registro do chuveiro e nua, deixei que a água quente rolasse sobre minha pele, relaxando a tensão e tentando organizar as ideias. Agradeci aos céus por haver alguns produtos de higiene, já que me sentia imunda e somente a água pura não removeria toda a nojeira daquele porão onde eu havia ficado durante aqueles dias.

Saí do lavabo e analisei as roupas trazidas por ele. As lingeries eram pra lá de provocantes e indicavam o quanto aquele homem me desejava. Era assustador pensar que em sua mente doentia, eu o corresponderia.

Vesti as roupas íntimas, uma calça jeans e uma camiseta básica, notando que aquelas roupas se pareciam muito com as que eu usava na época da escola. Nunca fui muito vaidosa, gostava de me sentir confortável e minhas vestimentas da adolescência sempre evidenciaram isso.

Entediada e bastante apreensiva com o que viria à seguir, sentei-me sobre a poltrona e esperei que o raptor fizesse o que prometeu e me trouxesse os livros que deixei no outro cômodo, mas ao invés disso, ele trouxera algo que eu jamais imaginaria.

Quanto a porta se abriu, Lizzie adentrou o quarto, correndo em minha direção e me abraçou fortemente — Mamãe, mamãe... — seu rosto avermelhado e úmido por conta das lágrimas — O homem mau machucou o vovô.

A apertei contra meu corpo, tentando protegê-la, me assustando com as palavras saídas de sua boca — Do quê você está falando, Liz? — uma corrente de medo atravessou meu corpo — O que houve com o vovô?

Ela não conseguia explicar, chorava de forma inconsolável e parecia querer se proteger do homem parado à nossa frente. Era difícil assimilar a presença de Lizzie alí comigo, então apertei os olhos, tentando descobrir se aquilo era mesmo real ou apenas um pesadelo causado pela falta que ela me fazia.

— Seu pai quis interferir no seu pedido de ter sua filha aqui — ele falou — Tive que resolver, como fiz com seu ex marido. É tudo por você, meu amor!

Meu cérebro martelava em busca de outra interpretação para aquela fala horripilante, mas o arder de meus olhos e as lágrimas que rolavam por minha face, já anunciavam o que eu não queria acreditar. A confirmação do assassinato de Tyler deixou bem claro o porquê do desespero de Lizzie. Meu pai também estava morto.

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