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Capítulo Trinta e Cinco

Samantha simplesmente quis ignorar a ligação, mas pelo que parecia o amigo estava sendo bastante insistente. Ela se sentou e atendeu a ligação. Ouviu a respiração do rapaz do outro lado da linha.

 Elliot? — chamou Sam.

— Ufa. Achei que algum policial tinha pegado seu celular — disse Elliot através da ligação. — Você está bem? Estou muito preocupado com você, e sinto muito por Sarah.

— Não mais do que eu — murmurou a garota. Sam levantou-se da cama e foi até a janela. Estava fechada. — Vou ficar bem.

— Ela foi encontrada no quintal da sua casa, deve ter sido horrível ter descoberto o corpo — falou Elliot. Samantha não respondeu, apenas estava sem cabeça com tudo. O rapaz continuou a falar. — O que acha de nos encontrarmos? Eu sei que está um pouco cedo, mas gostaria de vê-la.

Estava realmente cedo. Uma nevoa pesada envolvia a manhã gélida, mas o pior não era isso e sim a neve que cobria as casas, ruas e calçadas. Andar por aí poderia ser bastante perigoso. Mas a vida de Sam não estava muito segura no momento, tinha um assassino solto por aí matando garotas. Ela soltou um suspiro.

— Tudo bem, podemos nos encontrar.

— Ótimo, pode ser naquela sua lanchonete favorita? Eles servem excelentes ovos mexidos — perguntou Elliot.

— Sim, parece ótimo, te encontro daqui a pouco — respondeu Sam. Eles se despediram e Elliot desligou.

Samantha sabia que sair não era uma boa ideia, mas ficar presa em casa era um problema, principalmente quando sua família estava tratando-a como uma louca.

A rua estava coberta por uma espessa camada de neve. A brancura por todo o lugar poderia ser admirável, mas não nas circunstâncias em que se encontrava. O dia estava adorável para tomar um excelente chocolate quente e observar as crianças da vizinhança brincando na neve, mas nada seria possível. Na verdade, sair não seria possível por causa do carro de polícia do outro lado da rua. Eles haviam passado a noite supervisionando a casa. Ou supervisionando Sam. Se a vissem saindo, ela teria que enfrentar perguntas da polícia e dos próprios pais. Havia uma maneira de sair de casa sem ser vista, mas Samantha não tinha boas lembranças do lugar, mesmo assim precisava encontrar-se com Elliot.

Sam fechou as cortinas. Preferia não ter que enfrentar o lado de fora no momento. Ver os vizinhos vivendo a vida naturalmente, sem se importar com o que acontecia na casa ao lado ou na cidade, era doentio. Ninguém se importava com a vida alheia, a não ser para fofocar sobre os outros. Samantha obviamente não gostaria de receber atenção dos outros, mas um pouco de empatia seria bem vindo, principalmente com todas as complicações dentro de casa.

Ela vestiu um conjunto de moletom que poderia aquecê-la o suficiente e vestiu um casaco por cima, calçou as botas para neve e saiu do quarto. O corredor estava silencioso, o que era um bom sinal. Ou seus pais estavam no andar de baixo ou estavam dormindo. Em qualquer uma das circunstâncias ela teria que agir silenciosamente. Samantha foi até o fim do corredor e puxou a corda para descer as escadas  do sótão e as subiu. O cheiro de mofo invadiu suas narinas e a fez espirrar.

O sótão era um dos ambientes menos frequentados da casa, obviamente, além de acumular sujeira, acumulava caixas e outras coisas do passado que a família preferia não lembrar. Como um sofá velho, má recordações para Sam, uma pequena televisão e um vídeo cassete. Tapetes, quadros e outras bugigangas. Entrar no sótão trouxe a remota lembrança de estar nos braços de Josh na noite da morte de Melanie. Ele a envolvia e a beijava enquanto estavam deitados no sofá empoeirado, a lembrança machucou, mas não por sentir falta dele ou daquilo que tinham, mas sim pela pessoa que ele era e o que causou na vida de Sam.

A pequena janela era o suficiente para uma pessoa adulta passar uma perna por vez. Depois de subir as escadas, Sam foi até a janela e abriu-a. Era alto e a queda poderia causar feias lesões, mas era o melhor lugar para sair sem ter problema, talvez um braço quebrado, nada demais. A garota passou a perna direita pelo parapeito da janela e fez o mesmo com a perna esquerda. Estava muito frio do lado de fora. O vento frio a atingiu no rosto bagunçando seus cabelos, um arrepio percorreu todo o corpo de Sam. Era alto e cair dali resolveria tudo.

O pensamente era doentio, mas tão certo. Suicídio não poderia ser uma opção, mas facilitaria tanta coisa na vida da garota. Samantha empurrou o pensamento para o fundo da mente. O propósito dela ali era outro, não morrer. Se fosse morrer, morreria enfrentando o assassino das amigas. Ela caminhou sobre o telhado cuidadosamente, um passo de casa vez. Um escorregão e a ideia de sair silenciosamente iria por água abaixo ou para o chão, literalmente.

Sam conseguiu chegar até a árvore. Os galhos estavam secos e o tronco escuro. Não era o meio mais seguro, porém se apoiou no galho maior e testou a segurança dele. Balançou apenas um pouco, mas parecia forte. Apoiou primeiro o pé no galho de baixo enquanto segurava o maior. Nada. Nem mesmo um movimento. Ela seguiu aos poucos, pé por pé, se esgueirando entre os galhos. Alguns machucavam suas mãos e prendiam em seus cabelos, mas manteve o ritmo. Estava apenas há alguns metros do chão, era só pular, havia neve abaixo dela e seria um ótimo lugar para cair. Sam respirou e contou até três. Ela sentiu a queda, foi lento, mas quando recebeu o impacto no corpo não achou tão lento assim. Todo o lado direito do corpo da garota doeu agudamente. Samantha gemeu de dor, mas se levantou.

Ela segurou o braço junto ao corpo enquanto recuperava o ar. A neve não estava tão macia quanto esperava. Sam mancou até a rua e prosseguiu durante o caminho massageando o ombro e tentando recuperar o ar, não parecia nada grave. A garota continuou caminhando. O dia estava terrivelmente frio e a neve não colaborava muito. As casas estavam decoradas, o natal se aproximava e muitos vizinhos adoravam essa data. Samantha questionou se a casa de Thomas também havia sido decorada. Provavelmente. A mãe de Thomas parecia o tipo de mulher que adorava essa data.

Contudo, ele não importava no momento. O sonho tinha parecido tão lúcido, mas Melanie tinha se enganado. Thomas havia matado-a e como era um sonho de Sam, qualquer coisa poderia acontecer nele. A ideia de Thomas ser o assassino incomodava a garota, era difícil aceitá-la, mas era a verdade.

Sam caminhou algumas quadras até chegar à lanchonete. O carro de Elliot não estava estacionado em nenhum lugar, provavelmente não havia chegado. Ela adentrou o lugar e sentiu o ar quente bater em seu rosto, mandando toda a sensação fria para fora de seu corpo. Mesmo pensando que Elliot não havia chegado, o rapaz estava sentando em uma mesa no canto, sozinho. Samantha caminhou até ele e sentou com o amigo.

— Olá — murmurou a garota, sentindo o ombro ainda latejar de dor.

— Ei, como você está? — questionou Elliot, naturalmente. Apesar da pergunta soar boba, Sam podia perceber a preocupação por trás dos olhos do amigo. — Você se machucou?

Elliot juntou as sobrancelhas ao perceber o desconforto físico de Sam.

— Estou bem, só caí. — Elliot ficou boquiaberto.

— Quem te machucou, Sam? — A pergunta saiu irritada dos lábios dele. Havia passado de preocupação para raiva.

— Está tudo bem, ninguém me machucou, só caí! — insistiu a garota. Elliot pareceu acreditar na história, que em parte era verdade, mas se contasse que havia se jogado de uma árvore o amigo poderia interpretar da maneira errada. — Você fez algum pedido?

Elliot arqueou a sobrancelha e continuou a observar a amiga antes de responder.

— Não, estava te esperando para fazer isso.

Sam concordou e ficou satisfeita quando a garçonete imediatamente veio recolher os pedidos deles para o preparo. O silêncio percorreu o ambiente e instalou-se entre eles. Elliot ficou batucando as pontas dos dedos na mesa e observando todo o lugar. Só havia duas pessoas além deles ali, sentados á mesa. Um homem que lia o jornal e uma jovem que escrevia algo no celular, os dois sentados em mesas separas. Samantha voltou-se para o amigo e pegou-o a fitando.

— Pode parar com isso, por favor? — pediu Sam. Elliot piscou e o rosto dele ficou corado.

— Desculpe, estou apenas preocupado com você — disse ele. E realmente estava, mas Sam não queria receber tanta atenção.

— Entendo, mas prefiro que não fique me fitando. — Elliot deu um meio sorriso e concordou.

— Ok. Vamos falar sobre outra coisa.

— Ótima ideia — concordou o amigo. Mas não havia outra coisa. Não tinha assunto. Eles falaram sobre os guardanapos e sobre com quem à garota tanto trocava mensagens no celular, mas o único assunto que tinham vontade de falar parecia errado demais para ser comentado. Até Elliot dizer algo. — Eu vou sentir falta de Sarah.

As palavras do amigo a pegaram desprevenida. O café da manhã já havia chegado e eles comiam silenciosamente. Elliot comeu um pouco dos ovos enquanto aguardava a resposta de Sam.

— Eu também. — A garota não tinha nada à dizer. Sarah não seria a última. Ela sabia disso e Elliot também. — Você acha que eles vão fazer algum velório?

Elliot mastigou silenciosamente e ponderou sobre as palavras da amiga.

— Sarah sempre foi considerada importante, todos gostavam dela — disse Elliot. — A família dela vai fazer algo para se lembrar da boa pessoa que era.

Sam concordou. Elliot sempre sabia o que dizer em qualquer momento.

— Você vai dizer alguma coisa se pedirem? — indagou a garota.

— Eu não sei, talvez. — Elliot bebeu um pouco do próprio café antes de continuar a dizer. — Mas eu não saberia o que dizer.

— Que você gostava dela? — brincou Sam. Elliot deu um sorriso fraco. — Eu me lembro de como você gostava dela no nono ano.

— Isso importa? Ela era a nossa amiga — falou ele, fechando a cara. Sam sentiu-se ofendida e desviou o olhar do amigo. — Desculpe, Sam, não gosto de me lembrar daquela época. Não foi boa para mim... Meus pais se divorciaram e tudo aquilo...

Elliot soltou um suspiro.

— Sinto muito, não queria fazê-lo lembrar do passado.

— Não importa. Agora que Sarah se foi, tudo será diferente e pior.

— Por quê? — indagou Samantha a Elliot.

— Ela nos fazia ficar unidos — disse Elliot, melancolicamente. — Era nossa âncora.

Samantha pigarreou. A garganta dela parecia querer fechar. Ela não permitira deixar as lágrimas escaparem naquele momento, não depois de tudo.

— Quero que essa pessoa que a matou pague. — Samantha não reconheceu a própria voz ao dizer isso. Era cheia de dor e ressentimento. E havia um pouco de desejo de vingança. Elliot balançou a cabeça concordando.

— E vai pagar. Se você for fazer qualquer coisa, conte comigo. — Elliot segurou a mão de Sam com força, apoiando-a. — É melhor terminarmos logo com isso. Você precisa voltar para casa.

Sam não discordou, apenas continuou a tomar o café da manhã enquanto bebericava do chocolate quente.

A bota afundou na neve e foi difícil retirá-la. Elliot observou a amiga tentando tirar o pé do meio da neve, depois de um tempo teve que ajudá-la. Os dois retornaram a andar. Em um clima como aquele era difícil ver pessoas na rua. Tinha alguns homens retirando a neve de frente das casas e das calçadas, poucas crianças brincando com bolas de neve. Ninguém queria ficar do lado de fora com um clima daquele. Será que os pais dela já haviam percebido sua fuga? Não, definitivamente não.

— Não gosto muito desse clima — comentou Elliot enquanto caminhavam. — Minha mente não reage muito bem nessa época do ano.

Sam riu.

— Acho que sua mente não funciona bem em nenhuma época do ano — disse a garota. Ele lançou um olhar maligno à amiga que a fez rir um pouco mais alto.

Não tinha muitos motivos para risada, mas qualquer que fosse era o suficiente para melhorar o humor da garota. Elliot caminhava com as mãos enfiadas no bolso. O olhar dele sempre percorria as ruas e as pessoas. Ele sempre foi muito observador, o que irritava a garota.

— Você já tem uma árvore de natal? — questionou ele.

— Sim — respondeu Samantha. — Ainda não foi decorada.

— Por quê? — questionou Elliot, confuso. A garota trincou os dentes, não queria explicar sobre o assunto novamente, mas o amigo merecia saber.

Samantha explicou o ocorrido. Elliot desviou o olhar, parecendo abatido. A história tinha o atingido.

— Você caiu sobre o sangue dela? — O amigo parecia enojado. — Eu não sei como consegue enfrentar tudo que acontece com você, sozinha. Eu não teria cabeça pra nada disso.

O rapaz continuou a caminhar, o silêncio voltou a predominar entre eles. Os dois tinham muitas coisas para pensar. Cada passo que davam fazia a tensão os envolver mais. Eles estavam próximos da casa de Sam. Ela não sentia um pingo de vontade em retornar para um ambiente que antes a confortava e agora a esmagava. Então Samantha o viu. Retirava a neve de frente da casa como os outros homens. Ele poderia passar despercebido para a garota, mas depois de olhar uma segunda vez o reconheceu. O Sr. Will Jones.

O homem que havia dito ter visto o assassino na noite da festa de Halloween. Na noite em que Charlotte foi assassinada. O sentimento de vê-lo foi extasiante. Um calor começou a surgir dentro da garota, aos poucos a tranquilizando, talvez fosse à expectativa predominando-a. Talvez o homem poderia dar algumas respostas a Sam. Ele estava lá e havia visto o assassino. Ela não perderia nada conversando com ele.

Elliot hesitou ao ver a expressão facial da amiga. Fazia muito tempo que não a via com aquele sorriso, era quase assustador. O rapaz tocou o braço da amiga e a fez sair do transe em que estava. Samantha voltou-se pra ele ainda com o sorriso no rosto. O amigo olhou na direção que a garota estava olhando e não compreendeu, era apenas um homem recolhendo a neve da calçada.

— Sam? O que você está pensando? — questionou Elliot.

— Aquele homem. — Samantha indicou o Sr. Jones com o queixo. — Ele viu o assassino, talvez possa dizer algo sobre a noite que o viu. A noite que Charlotte foi assassinada.

— Eu não fiquei sabendo sobre isso. — Os olhos de Elliot pareceram mais escuros. — Você acha que ele realmente viu o rosto do assassino... Ou assassina? Quero dizer, pode ser uma mulher, não?

Samantha deu de ombros.

— Ele o viu com a máscara, mas talvez possa nos contar algo que não disse a policia. — A garota sentia uma coisa boa em relação ao homem.

— Não quero me lembrar daquela noite, Sam. — Elliot pareceu hesitante. — Você deveria fazer o mesmo e deixar a policia fazer o trabalho deles.

— Não! A policia não está fazendo o trabalho deles direito! — Samantha elevou a voz. O homem virou-se para ver a cena e reconheceu a garota imediatamente. — Logo eu e Lilly podemos estar mortas. Não vou desistir de encontrar esse maldito assassino, mesmo que seja um homem ou uma mulher!

Samantha viu o Sr. Jones pegar a pá e começar a caminhar para a porta da frente de sua casa. A garota não hesitou e correu atrás dele.

— Sr. Jones! – chamou-o. — Eu sou Samantha. Samantha Miller. Acho que o senhor deve se lembrar de mim da delegacia.

O homem mais velho se virou e fitou a garota de forma intimidada. Pareceu não aprovar a presença dela. Elliot seguiu a amiga, mesmo se negando a fazer parte daquilo.

— O senhor se lembra de mim? — insistiu a garota. O homem segurou a pá com força.

— Não poderia me esquecer da senhorita — respondeu o Sr. Will Jones. — Como sabe onde eu moro?

— Não sabia, apenas estava passando por aqui no momento e o vi — respondeu Sam. O homem a olhou com ar de suspeita. Ela ignorou a atitude dele. — Como está?

— Muito bem, obrigado. — Sr. Jones apoiou a mão na maçaneta da porta. — Mas agora eu preciso entrar, está muito frio aqui fora.

— Entendo, mas o senhor não se importa de responder algumas perguntas? — indagou Sam. Sr. Jones parecia prestes a negar, mas concordou com um aceno de cabeça. — Ótimo. Você se lembra de alguma coisa daquela noite que talvez não tenha contado a polícia?

— Eu contei tudo a polícia, nunca mentiria para a justiça, moça — respondeu o homem. — Você deveria deixar isso pra lá, garota.

— O senhor não compreende. Qualquer coisa que me dizer pode ajudar a mim e a polícia. — Samantha olhou desesperadamente para o homem. — Qualquer coisa.

A súplica era perceptível nos olhos e nas palavras da garota. Samantha queria se agarrar a qualquer coisa que o homem poderia lhe dizer. Qualquer coisa que a ajudasse a tirar a suspeita sobre Thomas da cabeça. O homem negou-se novamente.

— Sinto muito, moça, mas não há nada que possa lhe dizer.

Samantha queria insistir. Ou talvez gritar de raiva. Quando estava prestes a dizer algo, Elliot interveio.

— Sam, por favor, você ouviu o homem. Ele não tem nada a dizer. — A garota trincou os dentes ao ver a tranquilidade do amigo. Ele estava sendo paciente com ela. — É melhor deixar a polícia fazer o trabalho deles, certo?

Dessa vez Elliot dirigiu-se ao Sr. Jones. O homem, por outro lado, estava branco como cera.

— Sr. Jones? — indagou Samantha, preocupada. — O senhor está sentindo-se bem?

O homem balançou a cabeça veementemente.

— Ótimo. — Ele apertou a pá com mais intensidade. Os olhos do homem pareciam desfocados. – Acho melhor eu entrar. – Os olhos dele voltaram-se para Sam. — Acho que a senhorita deveria ir para casa. O mais rápido que puder.

Samantha olhou para o Sr. Jones de forma confusa. Elliot parecia igualmente desconcertado. O amigo cerrou os punhos ofendido.

— Por quê? O senhor lembrou-se de algo? — Sam pestanejou, sentindo uma forte expectativa pelas palavras seguintes do homem.

— Cuidado com o diabo, senhorita. — O homem rapidamente abriu a porta e a fechou, deixando Samantha e Elliot confusos na calçada.

Elliot começou a se afastar irritado. Sam o seguiu. Ela sentia-se completamente confusa. Achava que o Sr. Jones poderia lhe dar as respostas para suas perguntas, mas a deixou mais confusa. A garota alcançou o amigo.

— O que você têm? — indagou Sam a Elliot.

— Primeiramente, acho que não deveria nem ter ido falar com o velho. — Elliot enfiou as mãos nos bolsos e continuou a caminhar rapidamente. — E segundo, ele não disse nada. Apenas piorou toda a situação.

Samantha compreendia a frustração do amigo. Observou Elliot tentando se acalmar.

— O que ele quis dizer com aquilo? — continuou o rapaz. Elliot tinha as sobrancelhas arqueadas, expondo sua curiosidade.

— O diabo — murmurou Sam. Ela própria não compreendia aquelas palavras. — Talvez estivesse se referindo a máscara do diabo que o assassino usou naquela noite.

— Aquela máscara estúpida que veio com a roupa da fantasia de Thomas? — indagou o amigo a Sam. Ela afirmou. Todos os sinais estavam ali e ela os estava ignorando.

— Sim — afirmou ela. — Mas como você sabe disso?

Elliot deu de ombros naturalmente.

— Eu fui com ele alugar aquela porcaria. — Ele mordeu o lábio inferior com força.

— E você alugou aquela fantasia ridícula de espadachim — comentou Sam. Elliot pareceu ligeiramente ofendido. — E tinha ainda àquela... Katana?

Elliot riu.

— Na verdade, eu era um samurai e não um espadachim, apesar de que são um pouco parecidos. — Sam revirou os olhos para o comentário do amigo. Elliot prosseguiu. — E sim, tinha a Katana, feita especialmente por mim. Tive muito trabalho para fazê-la.

— É, parecia muito realista — disse Sam. Os dois riram.

Logo o silêncio se instalou. Elliot continuou a caminhar. O olhar perdido a frente e aparentemente pensativo. O amigo virou o rosto para Samantha e olhou um longo momento para ela.

— Você acha que Thomas pode ter algo a ver com isso? — perguntou o rapaz. Samantha hesitou. Ela já tinha a respostas há muito tempo, mas dizer em voz alta doeria mais do que pensá-las. — Com relação a...

Elliot não conseguiu terminar a frase. Samantha olhou o amigo por um longo tempo antes de responder.

— Sim. — A simples palavra tinha um tamanho desproporcionalmente grande. Era pesada, muito pesada para ser carrega sozinha. Elliot se encolheu.

— Eu confiei nele. — Os punhos do rapaz estavam cerrados de raiva.

— Nós confiamos — disse Samantha. Ela apoiou a mão no braço do amigo tentando confortá-lo. – Minha situação é um pouco pior que a sua.

O amigo ergueu o olhar confuso pelas palavras da garota.

— Como assim? — murmurou Elliot.

— Eu o amei. — Não. Samantha o amava. Ainda havia aquele sentimento dominando-a. Mas dizer aquilo em voz alta também era igualmente complicado.

Elliot segurou as mãos da amiga em apoio. Depois levou a mão direita ao rosto dela e acariciou sua bochecha.

— Você não merece sofrer por ele — disse o rapaz. O toque dele era leve e reconfortante. Samantha sentiu os olhos marejarem. — Me deixe ajudá-la a esquecê-lo.

A garota estava prestes a dizer que o apoio do amigo era o suficiente para tentar esquecer-se de Thomas, mas algo subitamente aconteceu. Quando Samantha ergue o rosto para fitar o amigo, os lábios dele se aproximaram e colaram juntos ao dela. Elliot não hesitou em aprofundar o beijo. Rapidamente tentou abrir os lábios da garota com a língua, e instantaneamente Sam se afastou do amigo e o empurrou com força. O que Elliot estava pensando? O coração acelerado da garota bateu com força contra as costelas. Ela tentou se afastar do rapaz. A sensação dos lábios dele nos dela era inquietante e ao mesmo tempo nojenta. Elliot era seu amigo. Samantha limpou os lábios com a mão. O amigo pareceu ofendido.

— O que você acha que está fazendo?! — Samantha queria gritar para Elliot. Sentia-se usada. Ser beijada daquela maneira pelo melhor amigo não a agradava.

— Estava tentando ajudá-la — respondeu ele. Sam prendeu a respiração, ultrajada.

— Me beijando?

— Sim. — Elliot cerrou o maxilar. — Eu só não imaginei que sentiria nojo de mim.

— O que você esperava que eu fizesse? Retribuísse? — Atacar Elliot não era uma boa ideia, mas a sensação dos lábios dele ainda formigava contra os da garota.

— Talvez. Eu só queria reconfortá-la.

Elliot agia de forma inocente. Era obvio que não deixaria ser atacado pela amiga.

— Você é meu amigo, algo como isso não deveria acontecer. — Samantha indicou Elliot e a si mesma. O amigo pareceu mais ofendido.

— Realmente, sinto muito, Samantha. — Elliot se afastou da garota e a olhou por um longo momento. Um pequeno meio sorriso surgiu em seu rosto. — É obvio que você prefere um assassino como Thomas. Você é fraca.

As palavras atingiram a garota. As pernas de Sam pareceram mais frágeis. Ela era fraca. E Thomas era o assassino. E Elliot, a única pessoa que a confortava, deixou-a sozinha na manhã fria no meio da rua acumulada de neve.

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