Maria ainda não apareceu, o que me é um alívio.

Eu preparei a comida de hoje. Uma d̶e̶s̶c̶e̶n̶t̶e̶ ̶d̶e̶c̶r̶  ... uma comida boa. Alice pareceu gostar.

Já pela tarde eu decidi desligar a energia de casa, voltando a ligar só à noite. A oscilação não dava sinal de que iria parar e eu não queria que nada viesse a queimar. Quando anoiteceu, eu liguei para a casa de Maria, mas não consegui. O problema de energia afeta também a linha do telefone? Poucas pessoas caminhavam pela rua. Pensei sair e ver se Maria estaria em casa, mas não quis ir.

Na TV, ainda comentavam o ocorrido de semanas atrás. Eu ainda me lembro de como foi. Assustador, lindo e ao mesmo tempo raro. Alguns repórteres vieram até a cidade e entrevistaram alguns dos moradores. Foi muito legal.

Lembrei também que hoje era o dia da consulta com a doutora Márcia. Mas nem Maria ou meus pais deram sinais de vida. Meu celular e o telefone fixo não servem para nada agora. Não sei se o problema está apenas na energia.

À noite, Alice veio até a minha cama, pois estava com medo. Eu não pude culpá-la. O silêncio da cidade estava me deixando desconfortável também.