Vou começar de qualquer forma. Eu detesto escrever. E não vou fazer grandes introduções. Fique feliz por isso.

Hoje eu assisti na televisão um caso de assassinato entre amigos de infância logo depois de um grande evento acontecer aqui no país. Comentavam como o mistério dos amigos era intrigante pela semelhança com uma outra história um pouco antiga... algo a ver com o cair de uns meteoritos, eu acho.

Relataram também do horrível caso de desaparecimento de um menino e sua irmã numa cidadezinha de Minas Gerais e o suposto homicídio de uma cuidadora local que ainda não foi encontrada. Aquilo me deixou muito abalado. Fiquei imaginando se algo acontecesse com a minha irmã e como alguém poderia cometer algo tão terrível. Eu não gosto de pensar assim, mas às vezes acontece, eu não consigo controlar; e minha terapeuta sempre me diz que eu não deveria reprimir sentimentos, por isso eu voltei a escrever aqui.

Ainda não entendo a razão da doutora me dar um caderno já usado e com páginas arrancadas. Se isso é algum tipo de ensinamento, eu não entendi.

Agora estou no meu quarto e deve ser quase meia-noite. Sinto que pegarei no sono em alguns instantes o que é uma pena, pois estou até que gostando dessa prática meio que medieval.

Não farei promessas de escrever aqui todo o dia. Isso ainda é muito novo para mim. Márcia diz que é para o meu bem e que isso me ajudou sempre antes. Márcia é uma boa pessoa, mas acho que ela seja confusa quanto a isso. Ela sabe que detesto escrever.

Bom, é isso por hoje. Talvez eu escreva um pouco mais. Mas, como você não sabe, aqui na minha cidade estamos tendo um problema muito grande com a energia elétrica. Dizem por aí que foi por conta de uma coisa que caiu do céu, e foi aqui perto. Fará algum mal eu ir lá ver?

Besteira. 

Tenho certeza que não.

 - FIM -