Revelações
Uma semana havia se passado desde que Lia vivenciou um trauma em sua vida, ver seu pai matar pessoas inocentes, aquela bronca que ela tomou afetou seu psicológico e a fez ficar triste por alguns dias, algo que ela mesma escondeu de todos. Nill estava saindo com mais frequência de casa sem dizer para aonde ia, estava seguindo seus planos com total segredo.
Em uma tarde ensolarada, Lia se encontrava em casa, sentada na cadeira próxima à mesa, na cozinha. Ao seu lado encostado na parede próximo da entrada entre a sala e a cozinha estava Lelouch com Diana em seus braços, abraçando a cintura da garota. Nicolly estava sentada na pia com uma bola de tênis, jogando ela no chão para quicar até a parede e voltar na sua mão enquanto Loki tentava acompanhar o movimento do objeto.
— Entendo... Então Nill realmente tem um lado insano escondido de todos nós, mas por quê? A mãe sabia disso será? Eu não sei, ela disse que ele só é muito focado nas missões. — Lelouch disse e Lia arqueia uma de suas sobrancelhas confusa.
— Quando foi que ela te disse isso? — Lia estava curiosa já que estavam há muito tempo sem sua mãe.
— Eu tive sonhos reais com nossa mãe, descobri que ela fez um pacto para ficar próximo de mim pelos sonhos, isso explica a minha ira por Astaroth. — Lelouch disse soltando um profundo suspiro. — Mas Undertaker já o matou, não importa mais. — Lelouch tentava não focar seu lado emocional ao lembrar de sua mãe.
— Sabe... Acho que você precisa saber disso amor... — Diana disse e o olhou por cima dos ombros segurando nas mãos do garoto que estavam em sua cintura. — Minha mãe também fez um pacto. — Diana levou seu olhar para o chão e ficou mais deprimida. — Ela queria me proteger... Por isso dela ser um demônio, não teve opção. — Diana falava em tom de tristeza e um breve silêncio se fez naquele momento.
— Aquele Astaroth... O que ele mostrou a vocês? — Lia perguntava e Diana levava seu olhar para a garota.
— Ele mostrou a alma da minha mãe sendo destruída por alguém... Alguém que ateou fogo nela, eu vi ela sofrendo. — Diana não gostava de lembrar da cena, estava nítido em seu olhar. — Tinham muitos demônios a julgando. — Falou a garota e Lelouch se levou a pensar.
— Alguém? Isso me lembrou uma coisa que a mãe me disse. — Lelouch ao dizer isso levou seu olhar para Lia. — Maninha, Yumi antes de morrer para Astaroth disse para mim não confiar em alguém, mas não disse o nome. — Lelouch disse e se mostrou surpreso.
— Vocês acham que é o... — Antes de Nicolly terminar sua fala, os irmãos a interrompem.
— Undertaker! — Dizia Lelouch e Lia em simultâneo, impressionados com a conclusão.
— Ao mesmo tempo que faz sentido, não faz sentido também! — Lia disse levando as mãos na cabeça e seu olhar para a mesa. — Undertaker anda sumido, até mesmo nosso pai parecia estar desconfiado dele... Mas não faz sentido pelo fato das pílulas, se ele fosse um traidor, por que ele nos daria essas habilidades? — Lia perguntava e levava seu olhar para seu irmão.
— Talvez não vamos descobrir isso agora... Ele deve ter tudo planejado. — Disse Lelouch e Loki começou a latir, correndo em direção a porta da casa.
— Loki! — Lia tenta chamar o cachorro, mas ele continua a latir.
— Não acredito. — Lelouch soltou Diana e logo caminhou até próximo da entrada, se aproximando da janela.
— É o Nill? — Lia perguntava já caminhando até a pia onde Nicolly descia e abria as gavetas, se preparando junto com Lia e pegando algumas pistolas ali.
— Não... Só acho que as coisas vão complicar para nós. — Lelouch disse enquanto via aquilo.
No lado de fora, vários carros pretos estavam estacionando próximo à casa dos Yagami, cercando ela aos poucos. Um ser de quase dois metros de altura saiu de um dos carros com um terno totalmente preto, estava bem-vestido, seu paletó estava aberto e a camisa social branca por baixo era visível. Este homem foi se aproximando da casa dos Yagami enquanto outros homens saiam dos veículos, porém, ficavam por lá, segurando armas em suas mãos e apontando para a casa.
— Diana, se esconde! — Lelouch disse e a garota afirmou com a cabeça, indo para o andar de cima.
— Nill Yagami, exijo que apareça! — O homem dizia enquanto se aproximava da casa.
— Maninho, se prepara. — Lia disse indo até onde Lelouch estava e tomando seu lugar, usando a parede como cobertura.
— Vamos cuidar por aqui se algo der errado. — Nicolly falou e foi para o lado direito de Lia, usando a parede de cobertura enquanto ambas eram separadas pela janela.
— Está bem. — Lelouch afirmou com a cabeça e foi até o andar de cima se perguntando o do porque aquele homem estar atrás de seu pai.
— Você não tem chance nenhuma Yagami, saia se não quer que sua casa vire uma peneira! — Disse o rapaz e colocou as mãos no bolso de suas calças — Eu vou contar até três. — O demônio parecia irônico ao mesmo tempo que impaciente.
— Lá vem... — Lia disse e engatilhou sua arma ao mesmo tempo que Nicolly.
— Um... — O demônio começava sua contagem enquanto mastigava um chiclete de menta.
— Acho que não temos escolha. — Nicolly disse olhando para sua amiga
— Dois... — Falou o demônio já levantando uma de suas mãos como um sinal, fazendo com que seus homens mirem na casa com as armas.
— É agora ou nunca! — Disse Lia e colocou uma mão na janela, empurrando a mesma para abrir, ao mesmo tempo que Nicolly empurrava o outro lado, abrindo completamente a janela.
— Três! — O demônio apontou para a casa e as duas garotas apareceram na janela, sendo as primeiras a dispararem.
Alguns homens foram atingidos, mas logo revidaram, começando a atirar contra a casa dos Yagami, o que forçou as garotas a se protegerem atrás da parede. Não demorou muito para notarem que os tiros não vinham apenas pela frente da casa, o que fez as garotas se separarem, com Lia indo para os fundos da casa.
— Invadam a casa! — Disse o Homem e apontou para a casa, logo seus homens começaram a ir até lá. — Irei mostrar a eles a força de Belzebu. — Falou o demônio com os olhos ficando vermelhos, porém, se manteve parado enquanto seus homens faziam o serviço sujo.
— Ah, merda! — Nicolly disse e logo a porta da casa foi chutada, tendo a invasão de alguns homens.
— Matem ela! — Disse o homem apontando a arma para Nicolly.
Antes que disparasse, Loki avançou e mordeu o homem, derrubando ele no chão e começando a morder ele na região do pescoço e em sua face, tentando mata-lo.
— Desgraçado! — Um dos homens aponta a arma para Loki e Nicolly se aproxima, dando um chute de lado na mão do rapaz o fazendo soltar a arma.
— Avisa para o seu chefe... — Nicolly, enquanto falava, apontou a arma para a cabeça do rapaz. — Que Nill não está — Ao dizer isso, a garota puxou o gatilho e disparou contra a cabeça do rapaz o matando.
— Vamos! Entrem mais! — Falou Belzebu e mais homens foram entrando.
— Loki! — Nicolly chama o cachorro e logo corre para o andar de cima com o cachorro a perseguindo após ter matado o rapaz em quem avançou.
— Estou pronto! — Disse Lelouch se encontrando com Nicolly nas escadas com uma katana embainhada em mãos.
— Arrasa garotão, eu cuido da sua namorada. — Disse Nicolly dando dois tapinhas no ombro do garoto e Lelouch afirmou com a cabeça descendo os degraus restantes.
— Atirem! — Um dos homens disse entrando na casa e disparando contra Lelouch que, ao receber os tiros recuava um pouco, mas as balas ricocheteavam em seu corpo.
— O quê!? — Um dos homens ficou surpreso com o que acaba de ver.
— Aí, isso dói! — Lelouch disse tendo algumas marcas vermelhas no corpo por conta dos projéteis desferidos contra seu corpo, como se fossem simples munições de airsoft.
— Temos permissão para matar todos! — Disse o homem e voltou a mirar contra o corpo de Lelouch.
— Sabe... Aos poucos estou entendendo os objetivos que meu pai tanto fala. — Lelouch disse e desembainhou a katana. — Venham, um de cada vez, por favor. — O garoto sorriu debochadamente e correu até o homem em posição de ataque.
Nos fundos, Lia estava se protegendo abaixada atrás da janela, se levantando apenas para atirar contra os alvos mais próximos, matando um de cada vez. Conforme os homens iam morrendo, seus corpos tomavam formas demoníacas, demonstrando que nenhum ali era humano.
— Headshot seu cuzão! — Lia disse e voltou a cobertura, sendo respondida com pentes de munições descarregados em sua direção. — Não aguentam com a mãe aqui não, melhor recuarem! — Lia dizia em tom alto e dava algumas risadas. — Gastei somente doze balas e já tem quinze mortos de vocês! — A garota dizia tentando provocar os demônios que tentavam se aproximar atirando.
Foi uma longa batalha, Lelouch de um lado e Lia do outro, os poucos demônios que conseguiram invadir a casa foram mortos por Nicolly. Muitos corpos de demônios estavam espalhados pelo chão do terreno dos Yagami, um local lindo que agora estava coberto por sangue. Lelouch no lado de fora estava embainhando sua katana enquanto sua irmã saía da casa junto com Nicolly, ficando próximas do garoto e olhando para Belzebu que permaneceu parado vendo seus servos caírem um por um.
— Esses foram apenas teste, a surpresa vem agora. — O demônio disse e abriu seus braços.
— Não se apresse Belzebu... — Uma voz familiar venho de um dos carros próximos. — Você não é páreo para eles. — Essa voz familiar fez com que todos olhassem em direção ao carro.
— Lorde Darkness? Mas por que diz isso? — O demônio se perguntava e a porta de trás do carro abria.
— Porque eu sei de tudo sobre eles. — Todos se espantaram ao ver Undertaker saindo do carro.
— Por que estamos surpresos? Já estávamos desconfiados dessa merda! — Lia disse e Undertaker se aproximou, ficando ao lado de Belzebu olhando para os três ali.
— Ninguém precisa morrer aqui crianças... Tudo que precisamos e da garota. — Undertaker disse e apontou para o andar de cima da casa.
— Nem ferrando! — Lelouch disse ao perceber que Undertaker se referia a Diana.
— Quer que eu ajude você a acabar com esses vermes? — Belzebu perguntava olhando Undertaker de canto.
— Não se preocupe... Eles não apresentam ameaça para mim. — Undertaker deu um passo para frente. — Eu nem mesmo trouxe minha foice para essa ocasião. — O rapaz sorriu confiante e Lelouch rangeu os dentes.
— Por quê? Por que fez tudo isso se no final você estava do lado deles? — Lelouch perguntava e Undertaker negava com a cabeça.
— Você não precisa saber... Agora pare de falar e aceite seu destino de ser morto pelas minhas mãos. — Undertaker estralou os dedos de suas mãos e correu em direção aos três ali que se prepararam para lutar contra o rapaz de cabelos longos.
No centro da cidade de Los Angeles, em um escritório particular se encontrava Nill Yagami, sentado em um sofá com o braço acima das costas do mesmo, mantendo uma perna cruzada sobre a outra enquanto a sua frente estava uma mulher ruiva de cabelos lisos, com um bloco de anotações em mãos, sentada em uma poltrona.
— Então... O que fez o senhor Yagami... — Antes de terminar de falar, Nill a interrompe.
— Me chame de Nill, vai ser mais fácil e mais íntimo entre nós dois Elisabeth. — Nill disse com uma expressão calma e a mulher ficou sem saber o que dizer por alguns segundos até cair na real.
— Ah! Okay Nill, então o que fez você agir de tal forma Nill? Por que matou tantas pessoas? — Elisabeth era psicóloga, estava tensa por estar de frente com um assassino.
— Para ser sincero, tenho duas formas de pensar sobre isso. Uma delas é que essas pessoas estavam atrapalhando a mim de concluir os meus objetivos e a outra... — Nill fechou os olhos e começou a rir silenciosamente de uma forma insana, um sorriso fino e psicótico havia se formado em seus lábios. — Simplesmente porque eu acho prazeroso ver o sangue de quem me atrapalha. — Nill abriu os olhos os arregalando, aquilo de certa forma assustou a psicóloga que se manteve inquieta, tentando escrever algumas coisas sobre o Nill, mas sem tirar o foco de suas expressões faciais, procurando ler elas enquanto ele falava.
— Nill, você é de fato imprevisível em alguns pontos. Faz uma semana que estamos debatendo sobre esses assuntos e talvez eu saiba o que falta para você. — A mulher disse e Nill mudou sua expressão, voltando a ficar calmo.
— O que me falta Elisabeth? — Nill pareceu curioso virando um pouco o rosto e a olhando de canto.
— Abaixar seu orgulho. Você diz que ama seus filhos, certo? Mas quantas vezes você já disse isso para eles? — Elisabeth jogou uma bomba surpresa para o Yagami que não soube responder, apenas ficou quieto e levou seu olhar para a parede ao lado pensativo. — Está vendo... Talvez o laço com os seus filhos fossem mais fortes caso você dissesse o que realmente sente por eles. — Elisabeth falou e Nill continuou a ficar calado por alguns segundos.
— Bom... A Yumi tinha esse trabalho. — Nill falou e Elisabeth negou com a cabeça.
— Ela não está mais aqui Nill, você é responsável por seus filhos agora. — Elisabeth continuava a contrariar o Yagami que levou seu olhar para a ruiva.
— Mas ainda assim, ela tinha um dom especial com as crianças que eu não tenho, não consigo demonstrar o que sinto realmente. — Nill disse e a psicóloga o olhou dos pés a cabeça.
— Está vendo Nill, você está tentando jogar a culpa para sua falecida esposa, ela já se foi, mortos não voltam a vida você me disse, então por que viver no passado se você pode escrever o seu futuro? O seu orgulho de não admitir estar errado está lhe cegando por um caminho onde terá um abismo no final dele. — Elisabeth usava metáforas que faziam Nill refletir, e estavam dando certo pelas expressões do Yagami. — Nill, você precisa parar de julgar seus filhos sabendo a forma que eles cresceram no meio das pessoas, tiveram pouco vínculo social... Acredito que você também não teve muito na sua infância, por isso você deveria dar o melhor de si para que a história difira com os seus filhos. — Ao término da frase de Elisabeth, Nill se levanta, arrumando seu casaco.
— Você está certa Elisabeth... Vou tentar fazer diferente. — Ao ser lembrado do passado, memórias assombravam o Yagami naquele momento, mas não dava para ler isso em suas expressões. — Acredito que acabou meu tempo por hoje, outro dia, voltarei aqui para contar como foi a experiência. — Nill disse e Elisabeth deu um fraco sorriso alegre, se levantando e acompanhando o Yagami até a porta.
— Não se esqueça de mostrar sempre o que sente! — Elisabeth, ao dizer isso, abriu a porta para o Yagami. — Tenha uma boa tarde Nill. — O Yagami se manteve parado, olhando para o lado de fora.
— Mostrar tudo que sinto? — Nill pensou alto, nem percebeu, e Elisabeth concordou com a cabeça, afirmando calada enquanto fechava seus olhos contentes.
Em um ato de ousadia, Nill fechou a porta do escritório, empurrou Elisabeth contra a parede e segurou o rosto da ruiva com as duas mãos, encaixando um beijo quente e de língua na mulher que arregalou seus olhos surpresa, mas não resistiu a tentação. Nill lentamente levou suas mãos para o corpo da mulher e foi deslizando elas enquanto Elisabeth envolvia a nuca do Yagami com seus braços aproveitando aquele beijo. Chegando nas coxas de Elisabeth, as coisas ficaram mais quente para a psicóloga ao sentir Nill apertando elas. O Yagami, não achando o suficiente, pegou a psicóloga no colo e a forçou mais contra a parede, colando ainda mais seus corpos e intensificando mais o beijo, brincando com a língua dela. A mulher estava de saia, o que fez ela sentir diretamente o volume do membro de Nill roçando contra sua parte íntima, deixando a mulher excitada naquele momento. Nill aos poucos foi parando o beijo, encarou a mulher nos olhos que demonstrou um olhar de paixão, ao mesmo tempo que seu rosto estava vermelho pela vergonha. Não demorou muito para que o clima fosse quebrado com o celular de Nill tocando.
— Me desculpe... Preciso atender. — Nill disse e soltou a mulher que compreendeu afirmando com a cabeça, ajeitando suas vestes, sentindo o calor ainda percorrer em seu corpo.
— A propósito, pode me chamar de Liz. — Falou a psicóloga um pouco tímida e Nill concordou, pegando o celular do bolso e o atendendo.
— Diga. — Falou o Yagami abrindo a porta e se retirando do escritório.
— Nill, a quanto tempo? Então, eu estou aqui na sua casa e como não te achei eu resolvi contar umas histórias para os seus filhos. — A voz de Undertaker soava de uma forma maligna, como de um vilão clichê acompanhados de risadas.
— Onde você esteve esse tempo todo? E que história é essa? — Nill ficou mais sério e com raiva ao escutar a voz do rapaz naquele tom, o que fez o Yagami apressar seus passos para sair do local.
— Estive passando e reunindo umas informações necessárias, você vai gostar de saber que ainda existe uma chance de rever sua amada... — Undertaker ao dizer isso, fez com que Nill se surpreendesse. — Aliás, a história que estou contando aos seus filhos é de como a sua amada salvou sua vida. — Undertaker deu uma fraca risada e Nill se sentiu com raiva naquele momento.
— Escuta aqui seu filho da puta... — Antes que Nill terminasse, Undertaker desligou a ligação na sua cara o que apenas aumentou o ódio do Yagami. — Ah! Você com certeza vai pagar por isso seu desgraçado! — Nill entrou em seu carro e, ao ligar o veículo, saiu o mais rápido possível do centro da cidade, buscando sua casa como destino.
Quase meia hora depois, Nill chega em sua residência e encontra o caos, vendo sangue e corpos de demônios para todo lado enquanto buracos de bala estavam por vários locais de sua casa. O Yagami derrapou seu carro e o parou de lado junto a vários outros carros pretos, descendo de seu veículo e correndo o mais rápido possível para dentro de casa.
— Lia!? Lelouch!? — Nill chamava por seus filhos, demonstrava preocupação enquanto vagava pela casa em busca dos dois.
— Pai!? — Uma voz fraca foi ouvida, estava vindo dos fundos da casa e foi para lá que Nill foi.
Chegando lá, Nill arregalou os olhos impressionado. Lia estava em uma cruz, isso o lembrou da primeira vez que estiveram em uma cena assim, mas ele estava no lugar. Lia estava ferida, ensanguentada e ao pé da cruz estava Nicolly, amarrada e bastante ferida, parecia estar desacordada.
— Pai... — Lágrimas e mais lágrimas estava vindo daquela voz fraca, era Lelouch ao lado de seu pai, sentado no chão com uma estaca de madeira atravessada em sua barriga, o mantendo preso na parede da casa. Essa estaca tinha selos e símbolos demoníacos, a transformando em uma arma capaz de perfurar Lelouch facilmente.
— O que houve? — Nill perguntava enquanto ia até Lelouch para o socorrer, retirando a estaca de sua barriga.
— Eles abriram um portal... Voltaram ao inferno pelo porão. — Lelouch começou a chorar sem parar, aos poucos começou a soluçar.
— Mas que merda! Eu vou matar aquele desgraçado! Ele fez isso com vocês, não foi!? — Ao retirar a estaca de madeira de Lelouch, Nill retira seu casaco e põe contra a ferida de seu filho, tentando parar o sangramento.
Foi nesse momento que Lelouch segurou o pulso de Nill e o manteve firme. Aquele ato trouxe um clima tenso, de silêncio, o que levou lentamente a atenção de Nill para seu filho. Lelouch estava com a testa ensanguentada enquanto de sua boca escorria mais sangue, e as lágrimas atrapalhavam muito sua expressão de tristeza no rosto. Nill no mesmo instante ficou preocupado, sem saber o que dizer.
— Por favor pai, eu te imploro... — Os soluços de Lelouch partiam o coração de seu pai. — Salve a Diana! — Ao término de sua frase, Nill entendeu a tristeza, Diana havia sido sequestrada por Undertaker. — É a garota que eu mais amo na minha vida, eu acho que nunca vou encontrar uma igual, eu não quero perder ela pai, por favor, ajude ela! Sei que não se importa com isso e que está fora de seus objetivos, mas eu te imploro pai, eu te imploro com a minha vida, salve a... — Antes que Lelouch terminasse de falar, Nill levou a mão até a cabeça do garoto, fazendo ele ficar quieto e arregalar os olhos ao ver Nill com uma expressão séria.
— Não diga mais nada filho, você está ferido... — Nill se levantou e foi até Lia, soltando a garota daquela cruz e desamarrando Nicolly, deitando as garotas suavemente sobre o solo.
— O que você vai fazer? — Lelouch perguntou e Nill se manteve de costas para ele.
— Não está meio óbvio? — Nill olhou para Lelouch e se virou para o garoto. — Eu vou matar o Undertaker e salvar minha nora. — Nill disse e olhou para o céu, Lelouch apenas conseguiu ficar impressionado, não acreditando no que ouvia. — Eu fui um péssimo pai por um longo tempo, mas agora... Vou fazer meu papel direito, eu sei que já fiz isso uma vez, mas eu quero deixar claro que a partir de hoje... — Nill se virou e caminhou em direção ao porão. — Ninguém mais vai fazer meus filhos chorarem enquanto eu estiver vivo. — Nill franziu a testa e mostrou ira em suas palavras ao mesmo tempo que frieza.
— Pai... — Lelouch viu a diferença no Yagami, ele nunca tinha demonstrado tal sentimento. — Eu confio em você. — O garoto sussurrou apenas para ele mesmo, soltando um grunhido de dor pela ferida e levando seu olhar para sua irmã e a amiga dela, deitadas no chão. — Queria que você estivesse acordada para ouvir isso maninha... — Lelouch deu um fino sorriso contente enquanto seus olhos se mantinham cheios de lágrimas, mas ele evitou derramar elas.
Chegando no porão, Nill foi descendo as escadas lentamente enquanto aplausos lentos e irônicos acompanhavam sua chegada. Ali estava o homem alto de antes, sentado sobre a mesa de trabalho de Nill. Todos os projetos de Nill foram arrancados da parede, uma cruz invertida estava pregada no lugar do mapa de Los Angeles e no centro do porão havia um enorme pentagrama feito com sangue enquanto algumas velas estavam acendidas em cada ponta do pentagrama, sendo a única fonte de luz no local.
— Nill Yagami... Pensou mesmo que eu retornaria ao inferno? Não deixarei que você atrapalhe os planos do Lorde Darkness. — Belzebu falava já tendo cessado seus aplausos, cruzando os braços e encarando Nill com um sorriso irônico.
— Eu andei pesquisando e soube que para abrir um portal, além de ter uma garota pura consigo existe outra forma... Você apenas precisa derramar sangue de um demônio e acredito que foi assim que você abriu para Undertaker passar não é mesmo? — Nill calou o demônio que de irônico passou para sério. — Diana é uma chave para os planos daquele imbecil, eu sei disso, ele pode ter me vigiado e descoberto muitas coisas sobre mim e meus projetos, mas eu tenho uma coisa que ele não tem. — Nill disse e caminhou para o lado, abrindo um pequeno armário e começando a colocar algumas luvas e botas, assim como um casaco, todos com materiais diferentes e em um tom vermelho mais escuro.
— E o que seria? — Belzebu apenas acompanhou calado Nill se preparando, não tendo a mínima vontade de o interromper.
— Superioridade. — Nill disse e levou o olhar para o demônio, alongando seus braços. — E você me dará o seu sangue querendo ou não. — Disse o Yagami friamente.
Belzebu começou a rir como se não estivesse levando Nill a sério, era uma situação diferente, Lia não estava ali para dizer o ponto fraco do demônio e Belzebu sabia dessa informação. O demônio se levou a ficar em pé, suas roupas de cima rasgaram, mas ele manteve uma aparência humana, apenas ganhou mais músculos, deixando visível algumas veias por seus braços e peitoral. Das costas do demônio, duas longas asas negras de morcego surgiram enquanto dois chifres apontados para cima apareciam em sua testa, chifres longos de 30 cm. Os olhos do demônio se tornaram vermelhos e seus dentes caninos ficaram maiores e mais afiados.
— Vamos acabar com isso, Yagami. — Belzebu disse com a voz alterada, um vapor quente saiu de sua boca ao término de sua frase e Nill se colocou em posição de combate, ficando calado enquanto observava a ferocidade do demônio, a energia que ele exalva era amedrontadora e pesada, porém, Nill se mantinha calma e deixava um olhar de superioridade responder o demônio.
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