Novos tempos
Um lindo jardim estava sendo cuidado por uma mulher que regava as plantas do local, mais uma vez, Lelouch se encontrava em seus sonhos e caminhava lentamente olhando em volta, ele de certa forma apreciava bem aquela vista com diversos tipos de plantas no local.
— Gostou? Rosas são as minhas favoritas. — Essa voz feminina... Lelouch observou as costas da mulher e deu um sorriso alegre, e ao mesmo tempo, demonstrou a saudade em seu olhar. — Como se sentiu em saber que as coisas andam bem em seu relacionamento? — A mulher perguntou e soltou levemente o regador no chão enquanto se virava, colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e esboçou um fino sorriso alegre.
— Mãe… — Lelouch não conteve as lágrimas, sabia que era um momento único, mesmo sendo um sonho. — Eu não sei o que dizer… A senhora está mesmo me acompanhando? — O garoto se aproximou da mãe com passos lentos, ainda não acreditava realmente que aquilo era como uma visão em seus sonhos, não havia se acostumado.
— Sim, filho, estou dentro do seu coração. — Quando Lelouch se aproximou de Yumi, a mesma abriu os braços e envolveu o garoto neles. — Isso porque você se permitiu receber todo o meu amor. Lia e Nill apenas ficaram com uma parte, já você quis receber ele todo e acabei achando uma moradia aí dentro. — Ela acariciou o cabelo de seu filho e o mesmo levou seu olhar para a mulher, uma expressão de uma criança chorando, olhos inundados por lágrimas e seu nariz estava escorrendo.
— É tão bom ouvir isso! — Lelouch nunca se sentiu tão amado como se sente com sua mãe, era incomparável. Yumi colocou seus polegares em volta dos olhos do garoto e limpou as lágrimas que estavam em volta do mesmo.
— Sua jornada ainda não acabou, cuide bem da minha norinha, está bem? Você vai encontrar a cura para a doença dela. — Disse Yumi mantendo aquele sorriso fino, e Lelouch desacreditado, ficou impressionado, mantendo sua expressão de choro.
— Mas… Como? — Perguntou Lelouch e Yumi o soltou, caminhando até a rosa que ela estava regando, pegando ela e cheirando.
— Veja. — Ao dizer isso, a garota mostrou a rosa para Lelouch que conseguiu ver um cenário dentro da rosa, um cenário lindo, feito de ouro na parte de dentro, enquanto pelo lado de fora era vermelho, com um tipo de material diferente o qual ele não conhecia.
— O que é isso? — O garoto perguntou curioso e respirou fundo, tentando fazer seu nariz parar de escorrer.
— Esse lugar fica na Áustria. Nele tem uma fonte, lá, corre a água da vida. — Disse Yumi e a fonte realmente apareceu no cenário mostrado dentro da rosa.
— Como sabe tanto disso? — Perguntou o garoto curioso, levando seu olhar agora para a sua mãe, que colocou a rosa no local em que ela estava e as raízes cicatrizaram rapidamente a mesma, tornando ela “nova” mais uma vez, como se nunca tivesse sido arrancada.
— Com a confusão do mundo humano junto aos demônios, algumas almas não conseguiram ir para seus destinos após a morte. A minha foi uma delas, e eu decidi continuar ao seu lado, acompanhando todo o crescimento do meu filho de perto. O mundo espiritual é cheio de informações, então eu descobri sobre essa água que os demônios usavam para se curar e regenerar as almas que eles torturavam. Abaddon trouxe um pouco dela para o mundo humano e escondeu em um local como esse para caso precisasse dela. — Yumi explicava fazendo gestos para que Lelouch entendesse mais facilmente, o garoto arqueou uma das sobrancelhas, para ele não fazia sentido essa água estar no mundo humano.
— Então… Ela poderia curar a doença de Diana? — Perguntou o garoto confuso, tentando ligar os pontos. Quando Yumi afirmou com a cabeça, acabou que um sorriso de alegria surgiu no rosto inocente de Lelouch.
— Mas tenha cuidado está bem? O local com certeza não é nada seguro… — Após Yumi dizer isso, o relógio ecoou um som alto por todo o cenário e tudo, ao fundo, começou a ficar branco e se desintegrar. — Eu te amo filho. — Yumi deu um beijo no rosto de Lelouch e o mesmo começou a ser atraído por uma força que o puxava para trás, em direção aquele infinito branco.
— Mãe! — O garoto resistiu aos poucos, sendo arrastado em pé contra uma força contrária, tentando se manter. Ele colocou uma de suas mãos no peito e fechou seus olhos sorrindo alto, não escondendo a felicidade em si. — Obrigado por tudo! — Ao ouvir isso, Yumi retribuiu com um sorriso fino e fechou seus olhos acenando para Lelouch com uma das mãos.
— Apenas estou fazendo meu papel de mãe. — Foi então que o garoto não conseguiu mais resistir e foi fortemente arremessado em alta velocidade para o fundo branco, deitado ao ar vendo a imagem de sua mãe diminuir cada vez mais até sumir. Nesse momento, Lelouch acorda e se senta na cama respirando ofegante, o garoto colocou as mãos em seu rosto e, embaixo delas, ele escondia um sorriso. Aos poucos estava entendendo suas visões.
— Tudo bem? — Diana perguntou, estava deitada ao lado dele, ela logo se virou para mesmo, um pouco sonolenta.
— Sim, apenas tive um pequeno sonho, desculpa. — O garoto olhou para o relógio, era madrugada ainda e ele voltou a deitar, tentando dormir novamente com Diana.
Seis meses já haviam se passado desde que Abyzou foi morta, todos tentaram agilizar suas vidas de alguma forma. Lelouch estava agora morando com Diana, passou vários apuros com a doença da garota que cada vez piorava quando se manifestava. Nill e Undertaker estudavam os demônios que estavam a solta por aí, demoraram para identificar todos, desde as baixas categorias até os do alto escalão como os pecados capitais. Já Lia decidiu treinar em uma estande de tiro de segunda a sexta, se preparando para futuras missões que seu pai iria trazer, e os esforços dela não seriam em vão, ela iria fazer de tudo para não ficar atrás de seu irmão e pai.
Mais tarde, aos arredores da cidade havia um local pouco conhecido, tinha acabado de ser construído, uma loja de armas legalizada, com diversos estandes de tiro, e lá estava Lia. A garota utilizava um tampão de ouvido, segurando uma Glock G44 em suas mãos, segurando com a esquerda embaixo da arma e a direita usava para puxar o gatilho com a mira posicionada, cada vez mais acertando o seu alvo no centro. Foi então que, após tanto treino, a garota retirou seu tampão de ouvido e colocou sobre o balcão, junto a arma do estabelecimento. Lia levanta os braços se esticando como alongamento, e de repente uma voz feminina chama sua atenção.
— Vejo você quase todos os dias aqui. — Disse uma mulher parando de atirar também, retirando o tampão de ouvido e colocando um Colt 45 sobre o balcão. Ela tinha o cabelo preto liso até os ombros com franja na testa acima dos olhos, olhos azuis, piercing no nariz, a pele branca, com um e sessenta de altura e magra. — Você já tem algum objetivo definido? — Perguntou a garota enquanto parava ao lado de Lia, analisando a mesma de baixo para cima, cruzando seus braços durante essa observação.
— Nada em particular, só planejo ser cada vez melhor. — Lia começou a amarrar seu cabelo e fechou um de seus olhos enquanto fazia isso, para não revelar o que havia embaixo de sua franja.
— Ah, entendo! Você é boa no tiro comparado a mim… Não me apresentei, me chamo Nicolly. — A garota estendeu a mão para Lia e deu um sorriso amigável e fino. — Nicolly Evans. — Lia olhou para a mão da garota e sem demora respondeu, apertando a mão da mesma.
— Eu sou Lia Yagami. — Disse a garota retribuindo um sorriso sarcástico para a outra. — Se quiser, eu posso te ajudar a treinar sua mira. — Falou a Yagami e Nicolly ficou surpresa com a proposta, soltando a mão da mesma.
— Sério? Bem, obrigada! Eu aceito sua ajuda! — Nicolly parecia contente e logo Lia pegou sua bolsa, colocando a mesma nas costas, usando apenas um dos ombros para carrega-la.
— Mas vamos deixar para amanhã, preciso ir para a casa, demorou, mas finalmente ela foi reformada. — Disse Lia dando um fino sorriso contente. — Foi bom conhecer você. — Lia se retirou e acenou de costas para a garota.
— O prazer foi… Meu… — Nicolly estava impressionada da forma que Lia era, falou em meio a cochichos consigo mesmo e um pouco tímida, totalmente diferente da forma como chegou em Lia. — Meu Deus! Acho que fiz uma amiga! — Ela falava contente consigo mesma e colocando as mãos no rosto feliz, fechando os olhos de forma empolgada.
— Eu ouvi isso! — Lia disse de longe, apenas a voz da garota ficou ali no local e então Nicolly corou, envergonhada do que ela mesmo proferiu.
— Desculpa! — A garota deu uma fraca risada e se dirigiu ao estande de tiro, colocando o tampão de ouvido e pegando uma metralhadora, começando a treinar sua mira.
— Bom… Por hora está tudo bem. — Lia ao lado de fora posicionava melhor sua mochila nas costas, já era quase noite, a garota foi até sua moto estacionada e colocou o capacete. — Nill deve ter mais informações dos demônios. — A garota ligou sua moto e logo começou a dirigir, em direção a casa dos Yagami que uma vez foi destruída por Abaddon, mas agora, ela estava restaurada.
Quando Lia chegou em casa, já era noite, a garota colocou sua moto na garagem e retirou o capacete, desamarrou seu cabelo e balançando sua cabeça um pouco para soltar mais seus cabelos loiros e lisos, a garota se retirou do veículo e deixou o capacete ali no guidão, retirando a mochila das costas e colocando em cima de um armário pequeno na garagem.
— Bom… Estou finalmente em casa. — Lia se retirou da garagem e foi para dentro de sua casa, a mesma tinha uma estrutura nova por fora, era branca com janelas quadradas, exceto o sótão que tinha uma janela circular. No interior, o piso era inteiro feito por lajotas vermelhas e brancas na cozinha, enquanto o resto da casa era um piso branco. Os papéis de paredes pela casa tinham seus designes diferenciados, na parte principal da casa eram amarelos e azul, a escada de madeira maciça que levava para o andar superior já próximo da entrada da casa fazia uma pequena curva, tendo seus corrimões com detalhes dourados no mesmo. O quarto de Nill tinha as paredes pintadas de preto, era um quarto escuro, apenas a luz que vinha da janela aberta conseguia refletir o quarto durante o dia. Já Lia tinha as paredes de seu quarto amarelas, sua cor favorita, e com detalhes brancos próximos ao chão.
— Licença. — Undertaker Dizia passando por Lia enquanto levava uma caixa de pizza fechada para o lado de fora, em sua outra mão estava uma garrafa de refrigerante de uva fechada também, e Lia se surpreendeu com aquilo.
— Nill não sai para respirar ar puro? — Lia perguntava cruzando seus braços e se encostando na porta vendo Undertaker descendo as escadas da varanda com pressa.
— Às vezes quando suas análises não levam a lugar nenhum, ele sai para pensar, mas é raro. — O rapaz havia parado por alguns segundos para responder à garota e deu um fino sorriso para a mesma, um sorriso animador.
— Cadê a pizza!? — Nill gritou lá do porão e Undertaker voltou a dar passos rápidos.
— Uma outra hora, nós conversamos, até mais! — Disse Undertaker e adentrou o porão onde a entrada ficava ao lado da casa.
— Eu hein… Dois doidos. — Lia deu uma risada curta e silenciosa, sabia o quanto seu pai era esforçado, mas optou por não atrapalhar, ela virou-se fechando a porta da casa com o pé e logo caminhou em direção as escadas, subindo a mesma. — Preciso de um bom banho. — A garota foi direto ao banheiro e lá começou a fazer o que queria, mantendo a porta trancada.
Longe dali, Lelouch estava arrumando sua mochila, colocando roupas e acessórios na mesma, assim como Diana fazia as malas dela. Ao final de tudo, Lelouch sorriu aliviado e colocou as mãos na cintura, finalmente tinha terminado de arrumar sua bolsa.
— Amor… — Lelouch olhou para Diana e imediatamente se impressionou ao ver aquela cena.
— Diana! Meu Deus! Para que tanta mala!? — A garota estava com duas mochilas em cada mão, duas nas costas e outra de rodinha ao seu lado, sem contar mais três mochilas que estavam no chão, todas estavam cheias.
— Nunca se sabe quando vai precisar, não é mesmo? — A garota deu um sorriso inocente e Lelouch colocou a mão no rosto, balançando a cabeça negativamente.
— Já entendi, carregarei suas bolsas… Você leva a de rodinha. — Diana soltou tudo no chão e segurou a alça da mochila de rodinha sorrindo animada.
— Está bem! Vamos indo logo ou vamos perder o voo. — Disse a garota e começando a descer as escadas puxando a mala de rodinhas. — Rápido, Lelouch! — Disse a garota e logo Lelouch tentou dar um jeito de ficar com tanta bolsa de uma vez só
— E a gente não vai ficar nem um mês lá… — O rapaz disse arrependido desde o momento em que entrou nessa, ele carregou as bolsas com dificuldades, não por estarem pesadas, mas sim por não ter um jeito certo para segurar todas, de toda forma ele se concentrava para equilibrar cada parte do seu corpo e não derrubar tudo. — Quase lá… — Lelouch, enquanto descia as escadas, viu Diana colocando as mãos no bolso das calças e da blusa, procurando algo.
— Amor… — Diana virou-se e Lelouch continuou a caminhar, lentamente descendo os degraus. — Esqueci as passagens lá no quarto, pode pegar, por favor? — O garoto nem questionou, apenas deu meia volta e nos mesmos passos lentos ele foi subindo as escadas, escondendo seus olhos pegando fogo de raiva.
Depois de muito tempo nesse impasse, Lelouch e Diana se dirigiram ao aeroporto, pegaram um voo a noite que iria para a Áustria, um horário no qual quando eles chegassem lá já fosse de manhã, e assim foi, ambos estavam embarcados e indo para outro país.
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