Os grandes portões de ouro estavam abertos, uma moto já estava estacionada perto da mansão de Abaddon e rastros de sangue estavam por todo lado naquele asfalto, a fonte de água estava com os corpos de alguns seguranças que guardavam a casa, a água já estava vermelha de tanto sangue.

Mesmo com todos esses alertas, Nicolly seguiu até a parte da frente da mansão, estacionando o carro e trocando olhares com Undertaker, eles sabiam quem havia feito aquilo.

Não disseram nada, apenas saíram do veículo e Undertaker olhou para a garota que entendeu seu olhar, afirmou com a cabeça e correu para se esconder, sem nem mesmo olhar para trás.

— Então tudo acabará aqui? Que ironia do destino! — Undertaker colocou as mãos no bolso das calças e caminhou para mansão adentro com um fino sorriso no rosto.

Apenas a luz da entrada do local iluminou o grande salão principal, todas as luzes estavam apagadas e mais sangue estava por todo o lugar, corpos no chão, nos corrimões e escadas da casa, uma chacina aconteceu ali e Undertaker tinha apenas uma certeza: foram os Yagami.

Mesmo com as luzes todas apagadas ele não hesitou em entrar naquele lugar, após dar poucos passos para frente uma sombra passou correndo atrás dele, fechando a porta e deixando o local todo escuro novamente.

— Primeiro você me deixa para trás pensando que eu não sobreviveria naquela missão. — Nill se encontrava no segundo andar da mansão, sua silhueta se tornava visível no topo daquela escadaria. — Depois você envolve minha família e envolve a minha esposa em um ritual. — Enquanto Nill falava ele descia degrau por degrau com calma. — Após isso nos manipula e mata minha filha pensando que sairia impune? — O Yagami chega no último degrau e leva sua mão até o bolso de um dos seguranças.

— Você deveria ter pensado melhor antes de se tornar o egoísta que você é hoje. — Undertaker falava com frieza, não hesitava em momento algum.

— Não... — Nill retira um isqueiro do bolso do segurança e o acende, revelando seu rosto ensanguentado com um sangue que não era dele junto a um olhar assassino e uma expressão fria. — Você é quem deveria ter pensado melhor antes de mexer com os Yagami. — Nill joga o isqueiro aceso para o lado e o fogo se espalha de forma rápida e calculada, criando um círculo de fogo enorme em volta dos dois.

O Yagami estava sem camisa, algumas feridas estavam visíveis em seu físico, a faixa ainda estava em sua mão machucada e a katana em uma de suas mãos. O Yagami cravou a espada no chão e deu alguns passos para o lado, aos poucos o fogo estava se espalhando pela casa, a gasolina em volta deles foi apenas para dar a combustão.

— Sabe Nill, sempre pensei que acabaria assim, comigo e você lutando até a morte. — Undertaker dizia andando em volta em um ritmo acompanhado de Nill que ia para a direção oposta trocando olhares com o Yagami.

— Poderia ter acabado diferente se você não tivesse destruído minha confiança todos esses anos em pessoas no mundo afora, eu pensei que você era diferente, mas até hoje você provou o contrário, continua sendo mais um lixo imundo nesse mundo sujo e perdido. — O Yagami continuava a andar naquele ritmo estralando os dedos de sua mão, fitando o olhar no mais alto,

— Diferente? Eu? Hahaha! — Undertaker ria de forma debochada do Yagami.

— Aquela última missão... Você nunca quis formar uma equipe e sim apenas contratou gente para me matar. — Nill dizia com frieza e ira no tom de voz.

— Me pergunto até hoje, como você conseguiu a sobreviver a tantos capangas naquele calabouço, ainda mais trancado. — Disse Undertaker e Nill lembrava do passado.

— Demorou para alguém aparecer naquele lugar, tive que sobreviver comendo a carne daqueles que matei... Você me deixou mesmo para morrer e agora eu estou aqui para matar você! — Disse Nill determinado a matar o rapaz.

— Além de psicopata é canibal? Hahaha! Chega de conversa Yagami, agora somos eu e você! — Undertaker dizia estralando o pescoço e parando de caminhar, logo Nill fez o mesmo, se colocando em posição de combate.

— Mas eu não estou sozinho. — Nill, ao dizer isso, fez Undertaker lembrar que ele não era o único Yagami vivo.

Assim que o mais alto se vira para trás ele vê a imagem de Lelouch surgindo entre as chamas com um salto, já com o soco preparado na direção da sua face. Com pouco tempo de reação, Undertaker colocou ambos os braços em forma de X na frente do rosto e defendeu o golpe do garoto, sendo arrastado levemente para trás pela força do tal.

Sem tempo para pensar, Nill já dava uma rasteira por trás do mais alto que o derrubava e, mantendo-se abaixado, o Yagami fez suas costas como um apoio para Lelouch que subiu nas costas de Nill e deu um mortal no ar, aterrissando com um chute deitado em direção a barriga de Undertaker.

O mais alto rolou para o lado e o chão atingido por Lelouch quebrou de forma tão bruta que a estrutura inteira da casa tremeu, aquilo foi apenas uma gota de demonstração da raiva que o garoto estava sentindo.

— Vocês são rápidos. — Undertaker disse se reposicionando agachado.

— Mas não seremos na hora de te matar. — Nill disse e Lelouch segurou seu pai pelo braço, girando o Yagami e o arremessando contra Undertaker.

Nill toma controle de seu corpo no ar e chega em Undertaker com uma voadora frontal, o rapaz sem dificuldades segura o pé do Yagami com uma mão e esboça um fino sorriso.

Estava preparado para dizer algo quando acabou sendo atacado pelo outro pé de Nill que atingiu o lado direito do rosto de Rui, fazendo-o o soltar e o Yagami colocava as duas mãos no chão para se equilibrar, dando uma cambalhota no chão após atordoar o rapaz.

— Maldito! — Lelouch dizia em seguida chegando e atingindo um soco de direita no rapaz que o fez sair voando para fora daquele círculo de fogo, cravando seu corpo na parede da mansão e formando uma grande rachadura ali.

— Tsc... — O rapaz rangia os dentes limpando o sangue da boca. — Chega de brincar. — Falou Undertaker com ira em seu olhar.

Lelouch voltou a correr até o rapaz e, quando chegou perto de Undertaker, tentou dar outro soco frontal, porém, Undertaker reagiu colocando uma mão na frente e segurando o soco. Tentando reagir de forma rápida, Lelouch tenta socar com a outra mão, mas Undertaker segurava também.

— Você é novo demais para isso. — Undertaker dizia olhando o garoto nos olhos. — Não se intrometa na conversa dos mais velhos! — Undertaker abaixou as mãos de Lelouch com força e ergueu apenas uma de suas mãos para encaixar um gancho.

O golpe foi tão forte que ao acertar o golpe no queixo do garoto fez com que ele voasse até o chão do segundo andar, batendo as costas e caindo novamente em direção a Undertaker. Antes que tocasse o chão Lelouch é recebido com uma forte joelhada em sua boca e naquela situação ele não tinha como reagir, apenas sofrendo o dano e dando um mortal de trás no ar, caindo no chão em seguida.

— Esse é seu fim! — Nill dizia colocando uma mão no chão, as energias de sua bota haviam retornado, mas o Yagami estava ciente que só teria duas cargas para correr.

— Oh! Tente fazer algo para salvar seu filho. — Undertaker pisava sobre o peito de Lelouch e o chão embaixo do garoto rachava, mostrando que mesmo com tamanha resistência a força de Undertaker se mostrava superior.

— Salvar? — Nill aparece como um vulto na frente de Undertaker dando um golpe com o calcanhar direito no rosto do rapaz que apenas virou seu rosto, voltando a olhar para Nill, demostrando não sentir nenhuma dor. — Não precisarei salvar Lelouch... Ele se vira. — Ao dizer isso, Undertaker empurrou Nill para trás o fazendo voltar para o mesmo lugar.

Em seguida o rapaz de cabelos roxos chutou a barriga do garoto, jogando ele para o outro lado da mansão, tentando o retirar da batalha.

— A pílula está fazendo cada vez mais efeito. — Disse Undertaker passando a mão no rosto. — Nem dor estou sentindo mais. — enquanto passava a mão esquerda em seu rosto, Nill aparece do seu lado em alta velocidade, já no ar com um soco preparado.

Undertaker reagiu de forma rápida e, sem olhar para o Yagami, ele levantou seu braço direito e segurou Nill com apenas uma mão, lentamente ele abaixou sua outra mão no rosto e levou seu olhar para o Yagami, negando com a cabeça.

— Agora você sabe que sou claramente superior. — O rapaz começou a apertar a garganta de Nill, o sufocando. — Sinta isso. — Undertaker jogou Nill para cima e em seguida deu um giro, quando Nill estava para cair ele recebe um forte chute de lado em sua barriga, o fazendo cuspir sangue e voar em diagonal até o segundo andar, batendo as costas em uma porta de um dos quartos lá e destruindo a mesma com o seu corpo.

— Merda... — Nill dizia consigo mesmo, seu corpo não era igual ao de Lelouch para esse tipo de combate, Nill mal estava conseguindo ficar em pé com esse último golpe. — Não posso perder... — Nill fazia força para tentar se sentar, mas não conseguia, naquele quarto um bisturi havia caído em sua perna e cravado na mesma.

Olhando em volta ele percebeu ser um quarto de enfermagem, havia muitos medicamentos e até mesmo forma de preparar eles, macas e aparelhos de enfermagem estavam naquele local. Lentamente Nill retirou o bisturi de sua perna e rangeu os dentes para aguentar a dor que estava sentindo.

— Não me diga que já morreu com esse tapinha. — Undertaker riu debochadamente e começou a caminhar em direção as escadas.

— Ei! — Lelouch arremessou uma cadeira em Undertaker com força e a mesma quebrou nas costas do rapaz, chamando sua atenção. — Sua luta é comigo, quem disse que você me derrotou. — Disse Lelouch tentando se manter em pé com o rosto ensanguentado.

— Isso é uma piada? — Undertaker se vira olhando para o garoto com superioridade.

— Ah! Entendi... Parece que o vovô não quer perder para uma criança. — Lelouch se coloca em posição de combate. — Medo da nova geração ser melhor que a velha? — Lelouch riu debochadamente e aquilo irritou Undertaker.

— Não se compare a mim garoto. — Undertaker correu até Lelouch e, ao se aproximar, encaixou um soco de lado na defesa que o garoto fez com os dois braços.

Foram socos rápidos de direita e esquerda e Lelouch foi defendendo cada um, estava tentando achar uma brecha para sair daquela situação enquanto andava para trás até tocar suas costas na parede.

Um soco frontal veio em sua direção e Lelouch levou sua cabeça para o lado, deixando o braço de Undertaker atravessar e ficar preso no concreto. Vendo isso como vantagem, Lelouch dá uma joelhada e afasta um pouco o rapaz.

Já partindo para cima do rapaz, Lelouch arma um soco, mas Undertaker o surpreende com uma velocidade superior ao do garoto, colocando a mão no rosto do garoto e apertando o mesmo.

— Inútil! — O rapaz rangeu os dentes e virou o garoto para o lado enquanto colocava seu pé na frente das pernas de Lelouch, o derrubando no chão e forçando sua cabeça contra o solo, fazendo uma rachadura. — Entenda a diferença de poder! — Undertaker começou a correr com a cabeça do garoto no chão, fazendo um rastro de destruição até o meio da mansão, onde ele levantou Lelouch e se virou para o lado de onde ele veio com o garoto, arremessando o corpo de Lelouch com força contra a parede, fazendo ele ficar preso na parede com uma rachadura do tamanho de seu corpo. — Suas técnicas corpo a corpo são ultrapassadas, você sabe apenas o básico. — Undertaker dizia alongando os braços. — Nill devia ter treinado você melhor. — Disse o rapaz e começou a caminhar até Lelouch. — Todos os Yagami serão mortos... Faltam apenas vocês dois. — Undertaker ficou próximo de Lelouch e cerrou seu punho. — Esse tempo todo você tentou proteger os outros... — Undertaker deu um forte soco contra a barriga do garoto que o desprendeu da parede, fazendo-o cuspir sangue. — Mas nem a si mesmo consegue proteger. — o rapaz começou a dar socos em sequência ao ponto de não deixar Lelouch cair no chão, acertando golpes em várias regiões de seu corpo.

Naquela sala, Nill saía com dificuldade apoiando-se nas paredes para não cair e, ao chegar nos corrimões do segundo andar o Yagami se segura, caindo de joelhos pelos ferimentos. Undertaker percebeu que Nill aparentava estar próximo de desmaiar e queria acabar com aquilo logo. O rapaz de cabelos roxos começou a caminhar em direção as escadas e o corpo de Lelouch caiu no chão, batendo seu rosto com força nele.

— Ei, lembra quando eu disse que você não servia para ser assassino?... — Nill se encostava de costas no corrimão já sentado no chão, ofegante. — Prove que eu estava errado, conclua seu primeiro assassinato. — Disse Nill fechando seus olhos com uma mão em sua barriga e a outra segurando três seringas. — Espero que ainda esteja consciente o suficiente para diferenciar isso. — Nill com suas últimas forças no braço jogou as seringas para trás por cima do corrimão com Undertaker já afastado do garoto.

O Kurayami parou vendo as seringas no ar, o rapaz já imaginou o que seria aquilo, mas estava tão confiante de sua força que subestimou o poder daquelas seringas, mas a pergunta era, o que tinha nelas?

As três caíram próximas de Lelouch, mas afastadas uma das outras. Com dificuldades o garoto virou seu rosto para olha-las, rangendo os dentes, sentia que cada movimento faziam seus nervos arderem, pareciam prestes a se romper de tanto que ele estava ferido.

— Nill está tirando com a minha cara se acha que eu não saberei diferenciar essas merdas. — O garoto se implicava consigo mesmo e colocava suas duas mãos no chão, ficando em posição de flexão, fazendo força para se levantar, olhando para aquelas seringas sendo que duas tinha o símbolo de uma caveira.

— Não terei misericórdia mais, hora de finalizar tudo. — Disse Undertaker encarando o Yagami e voltando a subir as escadas.

— Ei! Seu pedaço de merda! — Lelouch conseguiu ficar de joelhos e pegou uma das seringas, a única sem a caveira. — Quem disse que eu acabei com você? — Undertaker ignorou Lelouch e continuou a caminhar, logo o garoto injetou aquilo em si.

Era uma quantidade tão grande de adrenalina que ele sentiu na hora, suas pupilas dilataram e ele pegou as outras duas seringas do chão, se levantando em seguida e correndo até Undertaker.

O rapaz de cabelos roxos se virou com a aproximação de Lelouch e socou fortemente o lado do rosto do garoto. Sangue saiu de sua boca, mas ele não sentiu nada e aplicou uma das seringas naquele braço estendido de Undertaker que na hora abaixou seu braço.

— Desgraçado! — Undertaker tenta socar com o outro braço e acerta, ferindo ainda mais o rosto de Lelouch que novamente não sentiu dor nenhuma e aplicou a outra seringa no braço do mais alto, forçando aquele braço a abaixar novamente.

— Então é isso? — O garoto disse e Undertaker tentou o chutar, mas Lelouch abraçou aquela perna com apenas um braço e olhou fixamente nos olhos de Undertaker com um sorriso confiante. — Não quer tentar outro soco? — Undertaker rangeu os dentes, o que foi injetado nele foi uma quantidade anormal de anestesia.

Lelouch levantou seu braço livre, o garoto nunca sentiu tamanha energia e, com um poderoso soco ele socou o joelho de Undertaker.

O soco foi tão forte que a resistência do rapaz pareceu Inútil, virando o osso de seu joelho para trás ao mesmo tempo que quebrando ele. Lelouch soltou o rapaz no chão e logo subiu nele.

— Essa é por você ter me enterrado vivo. — Lelouch deu um soco de direita no rosto do rapaz e o fez cuspir sangue. — Essa é pelo que você fez com Yumi! — O garoto deu um soco de esquerda e virou o rosto de Undertaker para o outro lado retirando ainda mais sangue. — E essa é por Lia! — Lelouch entrelaçou os dedos de sua mão e as ergueu.

— Não! — O grito de Nicolly foi ouvido ao longe, tudo que a garota pôde ver foi Lelouch finalizando Undertaker afundando a cabeça do mais velho no chão com aquele forte soco com as duas mãos.

— Então você apareceu... Que covarde, esperou seu dono morrer para tentar fazer algo? — Nill perguntava sem olhar para a garota, ainda estava machucado e ofegante.

O sangue de Rui Kurayami escorria pela escadaria, o corpo imóvel do rapaz já se mostrava sem vida pelo que Lelouch acabava de fazer rompendo a resistência dele.

Nicolly observava aquilo e colocava a mão na frente de sua boca, a garota começou a soluçar e a chorar vendo que a única pessoa que se importava com ela estava morta, mesmo sabendo que isso aconteceria ela se sentiu inútil, pois poderia ter ajudado.

— Foi você! — Lelouch olhou para ela por cima dos ombros com um olhar assassino. — Você que matou minha irmã! — Lelouch se levantou e se virou. — Sangue será pago com sangue! — O garoto estava com um instinto assassino tão grande quanto o de Nill.

— Se você quer me matar então venha! — A garota estava irada e queria vingar Undertaker.

Passo a passo Lelouch foi descendo os degraus e a cada passo seu ritmo aumentava até que ele começou a correr, pegando a katana de Nill cravada no chão em seu caminho.

Quando chegou próximo da entrada onde estava Nicolly, uma luz fina atravessou o teto da mansão e se expandiu, destruindo boa parte do local e arremessando Lelouch para longe, fazendo ele cair sentado e bater suas costas na parede onde estaria o corpo de Undertaker. A luz trouxe uma brisa tão forte que dispersou as chamas que estavam no local.

— Foi uma luta bem divertida hahaha! — Uma risada forte e psicótica de um rapaz vinha dali, a luz cessou e haviam seis pessoas ali, pessoas desconhecidas pelos Yagami.

— Devolva para eles. — Uma garota calma disse mordendo uma maçã enquanto estava lendo um livro.

— Ah! Que saco, por que você tem que ser tão mandona? — Outro rapaz de cabelos crespos coçou atrás da cabeça estando com um cachorro nos braços, desmaiado, era Loki. — Acho que isso é seu. — O rapaz jogou o cachorro no chão a frente e Nill levou seu olhar para eles, fazendo força para se levantar novamente e ficando apoiado nos corrimões.

— Quem são vocês e o que querem? São mais demônios? — Dizia o Yagami com um olho fechado. — Já derrotamos os pecados, se querem o mesmo destino é só ficar em nosso caminho! — Disse o Yagami e um rapaz calmo com um pacote de salgadinho suspirou.

— Você não sabe nada sobre o destino ou o tempo. — Falou o rapaz e outro mais alto com um terno branco toma a frente.

— Somos os Raybocks, sua existência frágil e insignificante não sabe de nada sobre nós, mas seu amigo ali sabia. — Aquele rapaz de cabelos brancos penteados para trás apontou para Rui Kurayami.

— Não importa quem vocês são! — Lelouch se levanta. — Vou mata-los se ficar no caminho entre mim e essa vadia! — O garoto se referia a garota atrás dos tais Raybocks.

— Ah! Garoto, não enche o saco, está falando muito. — Uma garota com um decote mais chamativo levantou a mão em direção ao garoto e Lelouch paralisou. — Vai tirar um sono, vai. — A mulher fechou a mão e puxou para trás.

Uma áurea azulada começou a sair do corpo do garoto no formato de seu corpo, parecia sua alma, mas era apenas sua energia e, ao ser retirada do seu corpo, a energia foi até a mão da mulher virando uma linha no caminho, sendo absorvida. Após o ocorrido, o corpo de Lelouch cai no chão desmaiado.

— Mas o quê? — O Yagami se impressiona com tamanho poder. — O que diabos vocês são? — Nill encarava aqueles seres, pela primeira vez o Yagami se sentiu inferior.

— Você não ouviu? — A garota que estava com o livro antes agora estava ao lado de Nill, sentada no corrimão, o que assustou o Yagami e o fez cair no chão. — Somos os Raybocks. — Disse ela mordendo a maçã e sem tirar a atenção de seu livro.

— Tínhamos uma dívida com esse homem. — O homem de branco se aproximou de Undertaker. — Ele nos contou sobre os acontecimentos dessa dimensão e o quão excitante ela era... E mais, nos contou sobre você. — O rapaz levou o olhar para Nill mantendo um sorriso fino e confiante.

— Eu queria mata-los, mas esse desgraçado não quer deixar eu fazer vocês em pedaços! Dizem que vocês darão alguma diversão para nós, e o que eu acho disso? Hahaha! Que idiotice! — Falava o rapaz psicótico, ele tinha uma personalidade bem explosiva.

— O quê? — Nill não estava entendendo nada daquilo tudo.

— Simples, existem vários destinos para cada escolha que você toma no presente. — O rapaz com o pacote de salgadinho levou seu olhar para o Yagami. — E em um desses destinos você dá trabalho para nós... Gostamos de tentar enfrentar alguém do nosso nível, mas nessas condições que vocês estão não conseguirão nem mesmo fazer cócegas. — O rapaz comia o salgadinho mantendo a personalidade tranquila.

— Resumindo, você não irá matar essa garota. — A garota fechou o livro e olhou para o Yagami. — Não enquanto ela estiver sob nossa proteção. — Ela desceu do corrimão e jogou os restos de maçã no rosto do Yagami. — Ela é a nossa garantia que vocês virão atrás de nós. — Disse a garota com um olhar superior para o Yagami.

— Tente não morrer aí Yagami, parece que em um dos futuros você não resiste... Aliás, eu me chamo Miguel. — O homem de cabelos brancos se vira de costas e começa a caminhar, indo até Nicolly e a segurando no braço. — Vamos, agradeça ao seu mestre por termos uma dívida com ele. — Na entrada do local um portal de névoas se fez e todos entraram ali, inclusive a garota do livro que sem explicação conseguiu chegar ali em um piscar de olhos.

— Droga... — Nill rangia os dentes apenas vendo eles indo embora. — Eu vou... Mata-los... — O Yagami perdeu suas forças e desmaiou.

Algumas horas se passaram e Nill estava deitado em uma das camas do quarto já enfaixado, Lelouch estava do seu lado ainda ferido, até mesmo sua rápida regeneração não ajudou com tantas feridas.

— Vejo que acordaram. — Uma garota adentrou o quarto com uma bandeja de comida, ela também estava com algumas faixas em seus ferimentos.
- Como sabia que estávamos aqui? - Nill pergunta levando seu olhar para a garota, era Diana.

— Todo esse tempo que eu passei com aquele monstro ele foi me contando o plano dele... Acho que de certa forma ele estava confiante que eu chegaria aqui e encontraria vocês mortos. — A garota dizia um pouco sentida com a situação.

— Fico feliz que esteja bem. — Lelouch disse e Diana sorriu contente com a preocupação.

— Lia está morta. — Nill falou com frieza, estava focado em sua vingança, olhando para um espelho e vendo suas condições, um de seus olhos estava envolto de faixas.

— Eu sinto muito... deduzi que isso tinha acontecido também, fui até a casa de Nicolly e eu trouxe o corpo dela para cá, pensei em fazermos um funeral para ela. — Disse Diana e Lelouch afirmou com a cabeça, então uivos foram ouvidos vindo de outro quarto.

— O que é isso? — Lelouch pergunta confuso.

— É o Loki... Ele está com o corpo da Lia, parece que não são só os humanos que são afetados pela perda. — Diana se sentia triste com a situação e levou a bandeja até um criado mudo.

— Loki... — Lelouch abaixou o olhar, a dor era inevitável em seu coração.

— Lia sempre reclamava de não ter amigos e se iludiu com aquela garota. Ela nem mesmo notou que seu melhor amigo estava ao seu lado o tempo todo. — Nill disse ainda olhando para o espelho. — Precisamos de tempo para nos recuperar. — Disse Nill e Lelouch levou seu olhar para o Yagami.

— E o nosso objetivo? — Perguntou o garoto e Nill continuava a analisar sua situação.

— Objetivo? Não, não temos mais um, em todos eles nós falhamos... Tudo que nos resta agora é apenas a vingança. — O Yagami dizia com frieza, não conseguia tirar os Raybocks de sua mente e nem a Nicolly, sua memória fotográfica não permitia ele esquecer o rosto daqueles que a salvou.

— Compreendo. Um assassino sem objetivos. — Lelouch disse e se levantou, não estava tão ferido quanto Nill.

— Descanse. — Diana preocupada ajuda o garoto, mas ele faz sinal dizendo que está bem.

— Um por um cairá. Não importa quem eles são ou quão poderosos são, já desafiamos o inferno, se for possível até os céus eu desafiaria para vingar minha esposa e filha. — Nill levou seu olhar para Lelouch. — E sem você eu não consigo. — Ao dizer isso, Lelouch percebe que foi reconhecido por seu pai.

— Você sabe que pode contar comigo para tudo. — O garoto afirmou com a cabeça e logo foi para fora do quarto.

— Para onde ele vai? — Diana pergunta e Nill volta sua atenção ao espelho.

— Ele não pôde se despedir de Lia. Sugiro fazer companhia para ele. — Disse o Yagami e a garota foi atrás do garoto em seguida.

Ao chegar no quarto onde estava Lia, Loki estava com uma orelha e uma pata enfaixada, farejando a mão da garota, mas o cachorro tinha certeza que sua dona estava morta então voltou a uivar. Lelouch estava abaixado perto da garota.

— Idiota... Mesmo após a morte você manteve seu sorriso no rosto. — Lelouch dizia com lágrimas no rosto vendo a expressão da garota, um sorriso fraco estava no rosto dela pelas últimas palavras de Nill. — Sabe... Sempre brigamos e nos divertimos muito, não precisamos ter uma vida normal cheia de amigos como as outras pessoas, éramos felizes assim, mas o mundo tirou isso de você não é? — O garoto deixou suas lágrimas caírem sobre a garota. — Agora entendo porque Nill nos afastou de tudo e todos, o mundo é cruel... Pode ser engraçado, mas você acredita maninha que um demônio disse que os verdadeiros demônios somos nós, os humanos? Acho que agora eu entendo o que ele quis dizer. — Diana abraça Lelouch por trás, o garoto já estava desabado por dentro e suas lágrimas só escorriam mais e mais. — Se não fosse pelos meus erros, se eu não tivesse impedido Nill você ainda estaria aqui, maninha me desculpa! Eu fui um péssimo irmão! Desculpa-me por ser quem eu sou! — Lelouch começa a se lamentar e Diana segura seu rosto.

— Ei! Ei! — A garota faz Lelouch olhar para ela. — Isso não é culpa sua, ouviu? Você não é horrível por tentar fazer o certo, você não tinha como prever. — Diana dizia limpando as lágrimas de Lelouch. — Por que está se culpando? Por ter um coração bom? Lia sabe o quanto você era incrível por isso te manteve sempre perto. Pela minha cunhada eu prometo que vou cuidar bem de você, sei que isso é o que ela queria no fim... Até porque ela fez tudo isso para tentar me salvar também e... — Agora era Diana que estava chorando e os dois ficaram em silêncio, apenas se abraçaram e desabafaram suas dores.

— Eu juro por tudo nesse mundo, isso não vai ficar assim. — Disse Lelouch em meio ao abraço. — Eu vou ficar mais forte e proteger a todos que amo. — O garoto apertava Diana em seu abraço e a garota retribuía, já se sentindo segura no abraço de Lelouch.

Diana já fazia parte dessa família Yagami, ela sabia disso e ela queria ajuda-los de alguma forma. Os Yagami estavam determinados a acabar com aqueles que não deixaram eles terminarem sua missão, a ira estava no coração de cada um ali, mas nada podiam fazer, não agora. A vingança virá.