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Mais um dia se iniciava e Alex como sempre acordava animada, era seu último ano na escola e ela prometeu a si mesma que aproveitaria ao máximo todos os dias. Sem perder tempo tomou um longo banho de banheira ao som de Galway Girl, sua música favorita, enquanto olhava a correção que seu professor mandou sobre sua redação. Uma vez arrumada ela desceu as escadas dando de cara com Lola e Emilly que tomavam café a mesa.
- Bom dia meu amor! - Lola foi a primeira a dizer - Dormiu bem?
- Como uma princesa - a garota foi na direção dela beijando sua testa e seguindo logo após para Emilly repetindo o mesmo ato. - e vocês? Por que acordaram tão cedo? Algum compromisso?
- Eu tenho reunião daqui a... - Emilly checou o relógio na parede antes de dizer - vinte minutos, e a noite eu viajo para Atlanta.
- Já!? Mãe a gente nem ficou juntas direito! - a garota protestou sentindo sua fome ir embora.
- Eu sei, também é chato para mim, mas prometo que semana que vem serei toda de vocês - a mais velha sorriu gentilmente e segurou a mão de Lola que estava estendida sobre a mesa.
- Podemos marcar alguma atividade com os Nolasco, faz um tempo que não vamos a nossa casa de campo. - Lola tentou amenizar o clima. - Até porquê eu adoraria comer aquele fricassê maravilhoso do Charlie.
- Ótima ideia mamãe! Vou falar com o Drew hoje e ver o que ele acha! - Alex sentiu-se um pouco melhor com essa possibilidade.
-Tenho certeza que eles concordaram. - As mulheres disseram juntas rindo logo após.
- Gente, eu tenho que ir agora, estou um pouco atrasada - A mais nova de levantou pegando a mochila da escola.
- Mas você nem comeu! - Emilly advertiu.
- Tomo café na rua! - disse a menina já fora de casa.
Ela não demorou muito para chegar na escola, no meio do caminho encontrou um amigo que deu-lhe carona, facilitando ainda mais sua chegada. Uma vez lá se sentou próxima a fonte em frente a escola para apreciar o bom tempo e contemplar o lindo dia que estava vivendo.
- Tudo bem se eu me sentar? - Alex olhou para o lado sem muito interesse e apenas assentiu em resposta. - qual é Alex, até quando ficaremos assim?
- Assim como? - ela finalmente encarou Taylor. - Tudo está absolutamente normal.
- Sem brincadeiras. - ele passou a mão sobre a nuca sério. - Eu que sei não fiz nada de errado.
Ela não pode deixar de arregalar os olhos surpresa, ele estava mesmo tentando convencê-la com esse discurso?
- Espere eu terminar por favor. - ele se recompôs e tornou a falar. - Eu sei que não fiz nada errado. Nós combinamos que éramos livres para fazer o que quiséssemos e eu estava dentro dos limites.
Ele a encarou atrás de permissão para continuar e ela concedeu.
- Mas Alex, você é uma garota incrível e eu estou disposto a assumir qualquer tipo de culpa para a gente se resolver.
- Taylor eu... sei que você estava fazendo o combinado, mas cacete! Tinha que ser a Baile? A garota mais linda da escola? Você quer mesmo que eu me sinta bem com isso.
- Foi só um beijo nada mais, de qualquer forma isso não vai mais acontecer. - e novamente ela se viu surpresa com as falas dele. -Nos temos uma ótima química, o tempo que passamos juntos é muito bom e eu não quero perder você.
- E o que você sugere então. - Ela voltou a encarar o sol.
- Um relacionamento aberto, mas dessa vez de verdade, sem descobrir por terceiros, totalmente sincero. Teríamos os mesmos benefícios de sermos amigos, as vantagens de sermos quase namorados e a facilidade de terminar tudo quando quisermos.
- Como eu ganho com isso? - Alex se levantou ajeitando sua roupa. - você pode ficar comigo, ganhar presentes e ainda terminar o que começou com Christopher na festa.
- okay, você me convenceu, acho que podemos tentar. - Taylor se levantou rapidamente com a resposta - amanhã vá até a minha casa e acertaremos os detalhes.
O garoto sorriu e abraçou apertado fazendo a garota rir. Então ele a encarou e beijou sua bochecha.
- Eu acho você mais bonita assim. Te vejo amanhã. - ele agora deu um selinho e partiu para dentro da escola.
As aulas pareciam não passar nunca para Alex, talvez isso se deva pelo fato de Andrew não estar presente de novo, ela se perguntava se Dacotta e ele teriam passado do horário novamente, pois além de não estar na aula, ele não responde de jeito nenhum o celular, o que é incomum.
O tempo finalmente passou para a menina que já não via a hora de ir embora, essa era a última aula e sua professora de história havia entrado já apresentando uma proposta de trabalho em dupla, onde as duplas deveriam montar um mapa sobre algum acontecimento marcante da história e logo foi chamando Aluno por aluno para que eles a informassem quem era sua dupla no trabalho, e qual seria o tema da apresentação.
— Alex, pode vir — a garota se levantou andando rapidamente para perto da professora.
— Rose, eu não se porquê você ainda me pergunta, eu sempre faço trabalho com o Drew. — ela sorriu e sua professora manteve os olhos na folha.
— Sobre isso querida, fomos informados que o Andrew foi transferido de horário, então ele não tem mais aulas com nenhum de nós. — havia chateação na voz de Rose.
— O que? Quando? Certamente isso é um engano, Ele nunca faria isso.
— Bom, é o que está aqui, então receio que deva escolher outra dupla até às coisas se resolverem.
Sem dizer mais nada Alex pegou sua mochila e saiu irada da sala de aula, ela não acreditava no que estava ouvindo e decidiu que iria até Andrew para descobrir a verdade. Ela procurou por um bom tempo até encontrar o número de Suzan, mãe do Andrew, ligou na mesma hora e foi atendida com muita carinho pela mulher, que explicou que Andrew estava no restaurante com o pai e que só voltaria a noite.
Não pensou duas vezes, a garota parou o primeiro táxi que passou, sem se preocupar com a conta e o pediu para seguir o mais rápido possível até o Molina's, restaurante do pai de Andrew. Chegou vinte minutos depois, ainda fervia de raiva, mas fez o possível para transparecer serenidade e ela era ótima nisso. Entrou elegantemente no restaurante e se direcionou ao bar, onde o pai de Andrew servia diversos homens de terno e gravata.
— Boa tarde senhor Nolasco. — Ela forçou um sorriso educado. — Andrew pode me atender um momento?
— Claro, irei chama-lo, um momento. — o homem sumiu detre as mesas do restaurante.
Alex batia impaciente os dedos sobre a mesa ensaiando em sua cabeça o discurso que estava prestes a dizer.
Andrew surgiu logo depois em frente a ela, o garoto suspirou cansado, sabia o motivo que a trazia aqui e não estava nem um pouco pronto para essa conversa. O garoto limpou a garganta e pôs um sorriso social no rosto antes de pronunciar.
— Boa tarde, em que posso ajudá-la.
— Hm... Deixa eu ver — ela fez uma pausa sarcástica. — eu gostaria de um milkshake de morango, com morango extra, duas cervejas e sem chantilly, um de chocolate, com calda apenas em volta, sem cereja e chantilly até o topo. Ah... Ia quase me esquecendo eu adoraria trinta minutos do seu tempo também. Então, quanto da a conta?
— os dois milkshake 17,75. Quanto ao meu tempo, sinto muito lisa, mas eu estou ocupado. — ele evitou olhar para ela. — se eu continuar muito tempo aqui, meu pai vai descontar do meu salário.
— Ótimo, não seja por isso, aqui — ela retira três notas de cem da carteira e deixa em cima da bancada — isso paga os milkshakes e a sua diária. Mais algum empecilho?
— Não. — ele engoliu seco.
— Ótimo, vou sentar naquela mesa do fundo. — a garota se levantou, foi até a mesa e se sentou tentando manter a serenidade em sua face.
Andrew demorou cerca de dez minutos para terminar de fazer as bebidas, estava com o coração acelerado e as mãos trêmulas. Ele conhecia Alex o suficiente para saber que ela estava irada com ele e que com certeza brigariam feio, ele só não achou que isso aconteceria tão cedo.
Respirou fundo, uma hora ou outra teria que encarar aquele olhar e ele precisa provar para Dacotta que estava fazendo de tudo para que ela voltasse a confiar nele, e realmente estava, embora fosse muito difícil. Segurando as duas bebidas nas mãos ele se dirigiu até a mesa em que Alex estava e entregou os dois milkshakes a ela, se sentando em seguida.
— Não se faça de bobo, você sabe que o de chocolate é para você — ela suspirou e puxou seu copo para perto bebendo um pouco do líquido.
Andrew fez o mesmo, não tinha coragem de iniciar a conversa.
— Tem alguma coisa para me dizer Andrew? — ela pronunciou seu nome com certa decepção.
— Não, você tem?
— Andrew — ela fez uma pausa respirando fundo. Ele não deu a resposta que ela queria. — Você tem certeza?
Ele assentiu com a cabeça em resposta.
— O que tá acontecendo com você!? Tá ficando maluco — Alex finalmente liberou a raiva que estava guardada em seu peito. — Em um dia nós somos os melhores amigos do mundo marcando de praticar mergulho e tudo, no outro você não me manda uma mensagem e eu ainda descubro que você trocou de turno. O que deu em você em!?
— Lisa eu... — ela não o deixou completar a frase.
— Você não sabe o quão irritada eu estou, não sabe mesmo. Parabéns, agora nosso último ano vai ser separado!
— Me desculpa, eu só... Queria passar mais tempo com a Dacotta, e de manhã é quando ela normalmente está livre. Além disso o horário me permite trabalhar com meu pai e quem sabe acertar as coisas com ele. — foi a primeira desculpa que ele conseguiu pensar.
— E você não achou importante me contar? Andrew você sabe que eu mudaria de turno com você! — ela riu sem acreditar. — Você não lembra da promessa que fizemos?
— Lisa eu não quero que você viva em função de mim! — ele bateu na mesa, chamando atenção de alguns clientes.
— Não interessa o que você quer ou não, nós somos melhores amigos, sempre fizemos tudo juntos e de um dia para o outro você surta e faz coisas que nunca fez! — seu tom de voz era firme.
— Você deveria me apoiar, você não é meu Oásis? — ele cruzou os braços recebendo o olhar furioso dela. Ele tinha jogado sujo.
— Olha Andrew, essa é uma das piores atividades que você já tomou, tenho certeza de que vai se arrepender disso, mas tudo bem, seja feliz, tem meu apoio. — ela se levantou pegando sua bolsa para sair do lugar. — Aliás, tempo!
Alex saiu do restaurante com um nó na garganta, nada do que ele disse a ela fazia sentido, nada parecia verdadeiro, ela sentia isso, o que só a deixava mais irritada.
Andrew empurrou a mesa bufando em seguida, sempre que diziam “tempo” significava que a discussão deveria ser encerrada naquele momento e só poderia voltar a ser discutida no dia seguinte. Ele não queria que ela fosse embora assim, mas também não estava disposto a dizer a verdade. Mais uma vez decidiu guardar as emoções para si, afinal a única pessoa que o entenderia saiu do restaurante completamente decepcionada.
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