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54

Quando despertei de manhã, reparei que Caleb estava em pé, fitando a janela.

Parecia pensativo, com os olhos fixos no vidro e as mãos enfiadas no bolso da sua calça pijama.

Aproveitei para apreciar seus outros detalhes.

Cabelo bagunçado, barba por fazer, pés grandes e descalços. Olhos que mudam de cor a todo instante.

Enfim, ele é perfeito.

Levantei devagar e me aproximei dele com passos lentos.

Parei do seu lado, e encarei seu belo rosto.

—– Parece que a nossa viagem já era — Ele disse com um olhar perdido.

Segui o seu olhar para o vidro da janela e notei que o céu estava nublado, anunciando a tempestade que estava por vir.

—– Tudo bem, amor, a gente marca para outro dia. Eu vou tomar um banho, quer vir junto?

Segui para o banheiro, mas ao invés de vir comigo, ele continuou lá, inerte.

—– Caleb? — Chamei, mas ele sequer se mexeu — Foda- se  — Suspirei impaciente, dando de ombros.

Temos todo tempo do mundo pra fazer viagens. O senhor todo poderoso está frustrado porque simplesmente não pode controlar as forças da natureza.

Me poupe.

Entrei no chuveiro e soltei um suspiro ao sentir a água morna derramar sobre o meu rosto.

Minutos depois, senti as suas mãos deslizando pelo meu corpo, me fazendo morder os lábios.

Só a sensação do seu corpo nu, encostando no meu, me faz esquecer o meu próprio nome.

Arfei de desejo, ao sentir suas mãos apertarem os meus seios.

Me virei e encarei seus lábios com ternura.

Ele abriu um sorriso doce, mas parou de sorrir de repente, e me pressionou com força na parede, me fazendo bater a cabeça.

Delicado como sempre.

E antes que eu pudesse questionar sua atitude grosseira, ele mordeu os meus lábios e no mesmo instante virou o meu corpo pra si e pesou sua mão sobre ele, de uma forma que minha bunda ficasse toda voltada pra ele.

Eu não fazia ideia do que iria fazer, mas eu estava ansiosa pra descobrir.

Ele enrolou as suas mãos firmes em meus cabelos e puxou pra trás, isso poderia ser prazeroso, mas doeu tanto que os meus olhos lacrimejaram.

Demorou um pouco até eu perceber que ele está sendo indelicado demais.

Ele estava me machucando.

Meu rosto batia contra o vidro do boxer assim como as minhas mãos à procura de algo para agarrar.

Minha respiração acelerada soprava contra o vidro e o embasava.

Eu estava em uma posição bastante desconfortável.

Ao invés de prazer, eu senti dor, muita dor.

Cada estocada que ele dava, eu fechava os olhos e cerrava os dentes com força, tentando suportar.

Mas minha alma gritava por dentro. Eu entrei em estado de choque.

Não entendia por que ele estava fazendo isso, pra falar a verdade eu nem queria entender.

Eu só queria que parasse de doer.

—– Para — Implorei quase sem ar, mas ele continuava forçando meu corpo pra frente.

As palavras a seguir foram intercaladas por gemidos de dor.

Ele rosnava como um cachorro no cio, enquanto avançava sobre meu corpo violentamente.

Covardemente.

Eu não acredito que ele está fazendo de novo. E ele nem está com os olhos fechados dessa vez. Ou seja, não é um pesadelo, pelo menos não pra ele.

Até que em um momento, eu consegui me desvencilhar dele e fugir dali.

Apanhei uma toalha que estava pendurada e cobri o meu corpo que tremia sem parar.

A chuva despencou junto com as minhas lágrimas. E uma angústia terrível se acomodou em meu peito.

Eu não conseguia respirar.

Olhei para o espelho que tinha no nosso quarto e vi as marcas dos seus dedos no meu pescoço.

Não foi um sonho, Caleb realmente tentou me matar naquela banheira. E provavelmente estava tentando fazer isso outra vez.

A porta do banheiro se abriu de repente, e ele surgiu todo encharcado e ofegante.

Seu semblante era de pura dor.

—– Ella, me desculpa — Ele berrou com  as mãos estendidas vindo na minha direção.

—– Fica longe de mim — Gritei dando dois passos pra trás. Em seguida, eu apanhei uma escova de cabelo e apontei em sua direção.

Eu sabia que eu estava em desvantagem. Mas eu tinha esse instinto gritando dentro de mim, de que eu tinha que me defender de alguma forma.

Ele parou, em seguida agarrou os cabelos e começou a chorar descontrolado.

—– Meu deus! eu não aguento mais isso.

—– Você não aguenta, e quanto a mim? — Berrei com raiva, remoendo toda a dor de uma vida inteira — Era pra eu está internada em um hospício, depois de tudo o que eu já passei e no entanto eu estou aqui lutando com as minhas últimas forças pra salvar esse relacionamento de merda...

—– Eu não sei o que deu em mim.

—– Ah claro, esse é seu argumento pra tudo — Sorri sarcástica — Você é um doente, isso que você é.

Minhas palavras saíram com tanto ódio que fez o seu corpo se encolher.

—– Não fala isso.

—– Só mesmo sendo muito louca como eu pra ficar do teu lado, e eu pensando que você tinha mudado — Sorri incrédula. Que ingênua eu sou, sabe o que eu realmente quero, e  que você morra, porque só assim eu vou poder viver em paz.

Um trovão atingiu o céu no mesmo instante em que eu disse essas palavras.

Parecia ser um sinal, mas eu resolvi acreditar que era uma coincidência terrível.

—– Ella me perdoe por favor...

—– O que você fez não tem perdão —  Soltei friamente — nunca mais chegue perto de mim.

Fui ameaçando ele com a escova até eu  finalmente consegui sair pela porta.

Ele ficou parado, exatamente no mesmo lugar e só os seus olhos me acompanharam.

Sua expressão me fez tremer de medo.

Passei o dia inteiro mal, toda vez que eu lembrava da cena, meu estômago embrulhava.

Fiquei presa no banheiro o dia inteiro,  deitada dentro da banheira em posição fetal. Porque eu tinha muito medo de sair lá fora, medo de encontrar um monstro ao invés do meu marido gentil.

Mas fui vencida pela exaustão e acabei saindo, andei pelo quarto com passos relutantes, segurando a escova com força e alerta a qualquer barulho.

Porém o quarto estava vazio, para o meu alívio. Então eu corri até a porta e tranquei. Não iria permitir que ele me machucasse de novo.

Voltei para cama, e depois de encharcar o travesseiro com as minhas lágrimas . Eu voltei para o mesmo banheiro onde tudo aconteceu, mas dessa vez para tomar um banho, esfregando bem o corpo para tirar as marcas das mãos dele.

Havia várias, e quanto mais eu esfregava, mais aparecia.

Me espremi debaixo do chuveiro, mas respirei fundo tentando conter a dor.

Em um determinado momento senti algo escorrer pela minha coxa e quando olhei percebi que era sangue.

Ele me machucou, me machucou de muitas maneiras, eu não posso continuar com ele depois disso . Ele pode falar o que quiser, pode se arrastar, eu não vou perdoá-lo nunca.

Choveu o dia todo, e eu esperava ansiosamente que a chuva cessasse porque eu planejava fugir.

Eu poderia contar com a Morgan, ela me levaria pra casa, eu não estava mais sozinha como antes. Dessa vez havia uma saída.

Vou contar para aquela mulher tudo o que Caleb me fez e sei que ela vai acreditar em mim, e vai me ajudar a sair dessa.

O dia estava tenso, eu estava tensa.

As horas demoravam a passar.

Lágrimas de euforia rolaram pelo meu rosto.

Eu vou voltar pra casa, e tudo isso vai acabar.

Saí do banheiro, me enrolei na toalha e fui até o guarda roupa para pegar uma roupa mais confortável.

Meu corpo doía até pra vestir a roupa, ele tremia muito. Minhas pernas não tinham firmeza, eu sentia que a qualquer momento elas poderiam  falhar.

Eu preciso descansar, mas como vou dormir, se tem um animal rondando a casa.

As lágrimas embasavam os meus olhos e o barulho da chuva intercalava meus gemidos.

Se eu gritasse ninguém me ouviria por causa da chuva, mas mesmo que não estivesse chovendo, eles não me ouviram, na verdade eles me ouvem, mas fingem que não me ouvem.

Porque na real, ninguém se importa.

Só a Morgan.

Caleb desapareceu pela casa, eu sei que ele não sairia na chuva porque ele tem pavor de dias assim. Então ele deve estar escondido em algum lugar remoendo a culpa.

Ele vai ter muito tempo pra fazer isso, porque eu vou sair daqui e vou deixá-lo apodrecer na cadeia.

Por que é isso que ele merece.

Casas grandes tem suas vantagens, tem vários cômodos onde você pode se esconder. Mas não pra sempre, uma hora ele vai me achar.

A ideia de fugir daqui me deixou mais tranquila, saber que você tem com quem contar é algo muito reconfortante.

Certa de que eu estava segura, trancada no quarto, eu fechei os olhos e cochilei por alguns instantes. Mas acordei subitamente com o barulho de alguém destrancando a porta.

Peguei a escova novamente e apontei na direção da porta.

Meu corpo paralisou.

—– Como você está? — Ele perguntou com a voz baixa — Está com fome?

Como eu estou, sério?

Fome não, mas sede de vingança, sim.

—– Não, eu estou bem — Respondi sem olhar pra ele.

—– Ella, eu...

—– Poupe suas palavras, assim que a chuva parar, eu vou embora daqui e você não vai me ver nunca mais na sua vida.

—– Não mesmo, por que se você sair por aquela porta, eu me mato — Não senti firmeza em suas palavras dessa vez.

—– Pode se matar, eu não me importo, suas chantagens emocionais não funcionam mais comigo...aquilo foi a gota d'água Caleb, é o fim pra você.

Ele se aproximou com passos lentos, apontei a escova na sua direção.

Eu sei que não era uma arma, mas o cabo dela era de metal, isso poderia machuca-lo.

—– Pra trás, eu estou avisando — Ameacei com os olhos arregalados e o coração acelerado, ao ver que ele estava chegando cada vez mais perto.

Por que ele parece maior e  ameaçador?

Com um único movimento, ele arrancou a escova das minhas mãos, fazendo o meu corpo estremecer e as lágrimas saltarem dos meus olhos.

—– E que tal essa? — Ele segurou o meu cabelo e puxou pra trás. Abri a boca e deixei escapar um grunhido —  Se você sair por aquela porta, eu vou atrás de você onde você estiver e vou te matar, vou cortar a sua garganta de orelha a orelha.

Ele me soltou e logo em seguida sorriu, mudando de expressão rapidamente.

—– Então por que não faz isso logo? aí não vai precisar se dar o trabalho — Afrontei, temerosa.

Ele estendeu as duas mãos em direção a minha garganta, mas depois as recolheram novamente.

—–  Não posso  — Suspirou arrasado — Ella, eu te amo.

Isso soou mais como ironia do que uma declaração de amor.

—– Quem ama, não faz as coisas que você faz...quem ama não bate, não humilha...você tem duas opções, Caleb,  ou você me mata, ou me deixa ir embora.

Ele sorriu incrédulo.

—– Você não vai embora, se não já teria ido.

—– Duvida? — Me inclinei em sua direção, vendo o sorriso sumir do seu rosto — Eu não fui antes, porque eu tinha dúvidas, mas depois do que aconteceu, eu tenho certeza, e eu não vou ficar aqui pra virar uma estatística...se eu tiver que morrer será como uma guerreira...

—– Não fala isso — Ela tampou a minha boca subitamente — Eu seria incapaz de te matar, meu amor.

Puxei sua mão do meu rosto e coloquei sobre minha garganta.

—– Prova, a chuva está quase parando e quando ela parar eu vou me levantar dessa cama e vou sair por aquela porta.  Então se você tiver que fazer isso, que seja rápido.

Uma lágrima escorreu pelos meus olhos.

Ele fungou, em seguida juntou as mãos no meu pescoço novamente e começou a apertar com força, fiquei encarando ele completamente horrorizada, até sentir minhas vias respiratórias bloqueadas.

Mas em algum momento ele parou e deitou a cabeça no meu colo e começou a chorar.

Suspirei aliviada, porque eu queria ver realmente até onde ele iria, eu sabia que poderia morrer, mas lá no fundo eu ainda tinha esperanças.

—– Eu não posso, não consigo

Alisei os seus cabelos.

—– Então me deixa ir.

Olhei para a janela e vi que a chuva tinha cessado finalmente.

Suspirei feliz.

Caleb ainda estava deitado no meu colo, então eu o empurrei de leve para o lado.

—– Não — Rosnou.

Em uma fração de segundos, ele  levantou e agarrou o meu pescoço com força, dessa vez eu tinha convicção de que ele não ia parar, dava pra ver em seus olhos. Então acertei um chute no meio das suas pernas e saí correndo.

—– Desgraçada! — Ele grunhiu depois veio atrás de mim.

Desci as escadas freneticamente, sentindo meu coração na boca.

Mas antes que eu conseguisse chegar na sala, ele me agarrou pelo braço,  me virando pra ele, em seguida acertou um tapa no meu rosto que me fez cair seca no chão.

Nem deu tempo de reagir, logo fui agredida com um chute na barriga tão violento que meu corpo se encolheu no chão.

Levantei os olhos e o fitei arrasada.

—– Por que está fazendo isso? — Minha voz saiu quase como um sussurro.

Ele respondeu com outro chute, dessa vez no meu rosto.

Foi tão inesperado, que quando eu percebi já estava cuspindo sangue e gemendo de dor.

Depois ele ficou parado apreciando o seu feito, reconheci de imediato seu olhar impiedoso. Seu rosto, sem nenhum traço de arrependimento.

E foi aí que a minha ficha caiu.

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