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03. Meu filho

Seus passos ecoavam pelo corredor. Seus olhos mantinham-se quase que fixos no chão, enquanto pensava.

— Uma luta…? Uma bruxa…?

Seu rosto mudava de expressão conforme pensava no que havia ouvido na loja.

— Seria possí-

Antes que seus pensamentos se completassem, Lily esbarrou em alguém. Um rapaz mais alto, de olhos cinzentos e cachos brilhantes.

Seu corpo caiu para trás, lhe levando ao chão. Não olhar pra frente era mesmo uma péssima ideia em um corredor fechado. Mas, era estranho que aquela pessoa não tivesse desviado de si.

— Você está bem? — a voz seca e grave do rapaz chegou até seus ouvidos. Seus olhos estavam fechados e ela massageava a cabeça com a mão direita.

— Sim, sim… ai! Você podia ter desviado…

— E porque você não desviou? Não era eu quem andava encarando o chão como um idiota — respondeu seco.

Confusa, ela retrucou:

— Como é? — seus olhos se ergueram rapidamente, encarando o garoto que trazia consigo um semblante quase indecifrável. Ela havia mesmo ouvido aquilo? — Você… Por acaso me conhece?

— Não. Deveria?

A garota bufou, se erguendo furiosa enquanto batia a poeira do vestido. Ela ficava exatamente à altura do peito de Remi, que lhe encarava com desdém.

— Eu sou a Princesa Li-

— Então você é a Princesa? — interrompeu — Hm… Pensei que fosse mais alta.

Os lábios da garota se abriram por um segundo, mas logo se apertaram em bochechas redondas e avermelhadas.

— Escuta aqui! Você... Você não têm educação? Independente de quem eu seja, você devia pedir desculpas por derrubar uma dama.

— Devia? — pensou, e então a olhou de cima a baixo — Você é uma dama?

Lily bufou novamente, indignada.

— O que está acontecendo?

Ambos encararam o início do corredor, de onde o menino veio, encontrando com ninguém menos que o Rei, que retirou as pupilas de uma pilha de papéis nas mãos para encará-los. A menina sorriu mentalmente.

— Nada — falou a menina encarando o garoto — Foi só um incidente.

O mais velho encarou os dois. O rapaz parecia confuso, e a menina impaciente.

— Filha… Tem um lanche te esperando na biblioteca. Vá pra lá.

— Tudo bem.

A princesa afastou-se simples, virando à esquerda na próxima esquina. O rei aproximou-se do rapaz, este continuava sem entender.

— O que você fez pra ela? — sua voz parecia brava, mas Remi não estranhava o tom.

— Nada. Esbarramos um no outro e ela caiu. Não sabia quem era… Ela é sempre grossa assim?

— Não! — respondeu frio — E ela não reclamaria se não tivesse motivos.

— Eu não quis ser rude. Sabia que tinha uma irmã, mas não encontrei nenhum retrato recente dela. Esperava alguém de físico mais velho…

— Não a chame de irmã enquanto não tivermos certeza de algo — interrompeu. — Você ainda não me convenceu.

O garoto ergueu o olhar para ele, sorrindo gentilmente.

— Eu entendo. Só saí do meu quarto para comer. Aonde fica a cozinha?

— Volte pro seu quarto. Vou mandar levar seu almoço lá — o garoto sorriu com a proposta.

— Obrigado.

O menino se afastou sem dar mais nenhuma palavra. Seu andar era lento e seu rosto estava fora da vista do maior. Caso o contrário, poderia ver o sorriso forçado em seus lábios e a tristeza expressa em seus olhos cinza-gelo. E ele sorria curtamente, mesmo sem vontade.

──・──・・❀・・──・──

A garota deu mais uma mordida no cookie em cima da mesa. Ela queria muito terminar aquele livro, cuja última página lida estava marcada por uma fita vermelha. Mas sua cabeça estava cansada, então apenas esperava seu pai aparecer. E ele apareceu neste mesmo momento, adentrando a porta.

— Oi, filha — cumprimentou, caminhando até o sofá vermelho no qual haviam conversado ainda cedo.

A menina ajeitou-se ao pé da mesa onde sentava, corrigindo a postura. Seu pai sentará à sua frente, lhe encarando com gentileza.

— Quem era aquele menino mais cedo, pai? Ele parecia tão frio e rude.

O rei ficou pensativo antes de responder. Ele não tinha certeza de nada ainda, e as chances eram mínimas, mas… ela iria descobrir isso uma hora ou outra, não é?

— Filha… — começou — Eu preciso te contar uma coisa… sobre mim e o meu passado.

— É mais uma história de quando você e a vovó fugiam pra brincar no vale? — perguntou sorrindo, arrancando um sorriso curto do pai.

— Não. É uma história… de antes de eu conhecer a sua mãe.

──・──・・❀・・──・──

O garoto passeava de um lado para o outro, observando cada detalhe do quarto.

As paredes vermelhas e o piso de madeira. A cama de frente à porta com um criado mudo de cada lado, seguido de janelas de vidraça colorida. A cama tinha um dossel de madeira escura com colcha e cortinas brancas até o chão.

— Você gostou do quarto?

Remi direcionou seus olhos ao rei que lhe encarava pela brecha da porta com um olhar terno.

— Há quanto tempo você está aí?

— Alguns segundos — disse entrando — Precisamos conversar.

O rei caminhou na direção do garoto, parando ao ver a bandeja sobre a cama. Todos os pratos estavam vazios.

— Você comeu bem.

— Eu disse que estava com fome, não?

O rei concordou com a cabeça, colocando a bandeja vazia em cima da penteadeira e se sentando na cama.

— Sente aqui — pediu. O garoto obedeceu prontamente, deixando apenas uma pequena distância entre seus corpos — O que você disse hoje cedo-

— Você não acredita em mim não é? Não acredita que sou seu filho — concluiu antes de tudo, o rei apenas apertou os lábios — Olha, eu tô te procurando há anos. Eu sei que é estranho, mas desde que eu descobri que o meu pai não tava naquele incêndio, eu venho te procurando. Eu cresci num orfanato, uma senhora que trabalhava lá me contou tudo. Ela disse que uma família de viajantes me deixou lá quando eu ainda era recém-nascido e lhe explicaram tudo antes de ir embora-

— Existe uma grande chance de você ser filho dessa família e deles terem mentido para te abandonar — interrompeu, o dos olhos azuis suspirou em cansaço.

 — Eu também pensei nisso mas… — o garoto enfiou a mão no bolso interno do casaco, retirando um papel amassado e amarelado, cujo as bordas pareciam corroídas pelo tempo. Ele abriu o papel com certo cuidado, parecia mesmo bem velho — Ela me deu isso.

Ele mostrou o retrato ao mais velho que esbugalhou os olhos em choque, seu corpo paralisou e suas mãos começaram a tremer como mais cedo. August olhou novamente para o rosto do garoto que parecia mais apreensivo do que entusiasmado. Ele pegou o retrato em mãos com medo — de rasgá-lo ou de ser uma alucinação.

— Somos nós… — sussurrou, observando a imagem. Ele nunca esqueceria aquele babado diagonal florido descendo à esquerda da saia, ou aqueles cachos escuros presos por um grampo em formato de borboleta, quase que no mesmo tom daqueles olhos cinzentos — Somos nós…

Os olhos do monarca foram tomados por lágrimas, pingando sobre a pintura e quase que desmanchando o papel desgastado. Ele soltou-o e cobriu o rosto, abaixando o olhar diante de algo tão precioso para si. Seu coração se desmanchava em lembranças que não podiam voltar, tão rápido quanto o cair das águas de uma cachoeira. O rosto dela  estava em seus pensamentos novamente, seu sorriso, seu corpo e sua alegria. Até sua voz…

"Eu estou tão feliz por estarmos juntos"

"Assim que tudo se resolver, eu prometo que vou te levar pra casa, ok?"

"Eu espero o tempo que for para estar ao seu lado"

Remi observava tudo com certa antipatia aparente, mas sorria.

— Então… você acredita em mim agora?

O rei ergueu o olhar, querendo responder.

— Aonde... Aonde você encontrou isso? —questionou. Não havia sobrado uma folha de papel sequer naquela casa, nem um corpo. Ele tinha certeza de que não voltaria a ver aquele rosto.

— Isso foi resgatado do incêndio junto comigo. É a única pista que eu tenho…

O mais velho fungou, tentando manter a postura. Seu psicológico já havia se abalado mais cedo com Lily, depois com o rapaz, e agora com aquele retrato. Aquele rosto esbranquiçado voltando a ocupar seus pensamentos. Ele encarou a pintura outra vez, depois o rapaz.

— Isso é impossível… — ele riu, um riso de desespero. Uma grande culpa recaiu sobre seus ombros naquele instante. Aquilo era verdade? Se não, poderia ser um sonho lindo, mas se sim, significaria que ele havia perdido toda a vida e a infância de seu próprio primogênito, que ele não havia chego cedo o bastante, que não havia lhe procurado ao menos uma vez em todos esses anos.

— Eu sabia que meus pais eram dessas bandas. Viajei de barco até Água-Clara e peguei carona com os viajantes até Esquecida e depois até aqui. Saí pedindo informação com seu retrato. Foi lá que descobri que você era o rei — concluiu o rapaz, ainda com hesito — E então? Acredita em mim agora?

Todo o autocontrole do mais velho já havia ido pela vala há esta altura. Seu olhar apenas se desmanchava em lágrimas cada vez mais. Um sorriso genuíno floresceu em sua face, e então usou suas últimas forças para se inclinar para a frente, assustando o garoto com um abraço.

Um sofrimento adormecido pareceu se esvair neste instante. Depois de tantos anos, uma luz ressurgindo das cinzas parecia ter todas as provas para lhe mostrar que ele não havia perdido tudo naquela noite maldita. Ainda havia um resquício de sua primeira felicidade lhe esperando diante o destino, e seu coração se estraçalhou e se reconstruiu ao aceitar tal hipótese.

O garoto se assustou com o abraço, e não correspondeu. Ficou apenas ali, assustado com tamanho choro e carinho.

— Meu garoto... Meu menino… Vivo… — sua voz saiu trêmula aos ouvidos do rapaz, que permanecia imóvel. O homem permitiu-se entrelaçar os cachos da nuca do rapaz com seus dedos grossos, sentindo uma conhecida textura crespa e leve, do tipo que balançaria ali, se ouvisse vento.

— Você acredita em mim? — questionou novamente, ansiando por uma resposta direta.

— Eu pensei que jamais veria seu rosto em vida... Me diga que não é real, por favor. Eu não suporto ter estado longe por tanto tempo. Eu temo à distância e as horas mais do que qualquer coisa…

— Tá tudo bem... Senhor — indagou o menino, o rei apenas chorou mais ainda.

— Meu filho... — o rei se afastou devagar, segurando nos ombros do rapaz — Eu nem acredito que isso é real. Como eu não te reconheci de primeira? Por que demoramos tantos anos para nos encontrar? Vinte anos. A sua vida inteira… E eu perdi, e perdi todos os momentos mais importantes — o menino começava a ficar assustado com toda aquela melosidade. “Ele nem me amava antes de eu nascer… Por que todo esse drama?” — Temos... Temos que fazer uma festa. Sim! Um banquete para todo o reino… E uma festa com todos os nobres do continente para comemorar que você voltou! — disse o rei entusiasmado enquanto se aproximava do rosto do menino, acariciando sua bochecha, e então voltou a abraçá-lo — Todos precisam saber que o herdeiro de Florência está vivo e em família.

O abraço permaneceu por alguns segundos. Um não soltava, como se tivesse medo que o vento o levasse, e outro não correspondia, e nem se afastava. Permanecia ali, contendo-se.

— Então é oficial?

Aquela voz ecoou da porta, chamando a atenção de ambos que só agora notaram a passagem entreaberta. Remi já conhecia aquela voz. Aquela doce e inocentemente insuportável voz.

— Sim, filha — respondeu o rei — Este é realmente o meu filho, a quem estou vendo pela primeira vez depois de duas décadas — e acariciou novamente a face do menino. Aquilo já começava a parecer estranho aos olhos frios do cacheado.

A menina sorriu contente, caminhando até a beirada da cama onde os dois estavam sentados.

— O papai me contou sobre a morte da sua mãe. Eu sinto muito... Isso tudo é muito triste — Lily esperou que o maior respondesse com um "obrigado" ou "não se preocupe", como ela mesma sempre dizia quando falava dessas coisas.

A verdade é que todos aqueles "sinto muito" que ela escutava eram falsos. Ninguém sentia nada por ela, ninguém ligava para uma menina rica sem mãe. E ela havia escutado conversa o bastante para saber que seu irmão não crescerá na riqueza. Talvez os "sinto muito" que ele ouvira na infância fossem todos de pena, e por isso ele não se interessasse em responder. E dizer aquelas duas palavras seguidas para alguém em situação similar a de si, mesmo não gostando quando o faziam consigo, parecia bastante hipócrita. E Lily sabia disso, e se sentia uma hipócrita também, apesar de seu irmão não pensar assim. Afinal, um "sinto muito" também podia ser usado por culpa, e ela tinha um pingo de culpa também, mesmo que sentisse a dor que ele sentia, e mesmo que, secretamente, quisesse dar finais felizes a todas as histórias de todas as pessoas do mundo. Mas nenhum entendia o outro, e seus pensamentos ainda eram secretos.

Lily quebrou o silêncio antes que se tornasse constrangedor, cansada de esperar uma resposta:

— Me desculpa pela confusão de hoje cedo no corredor. Eu estava meio que com a cabeça cheia, sabe? Acho que começamos do jeito errado — a garota estendeu sua mão para um cumprimento sorridente. O garoto continuava sentado na cama, indiferente — Gostaria de recomeçar com o meu novo irmão mais velho — riu ela, ainda em um vácuo. 

— Cumprimente-a — pediu baixinho o rei.

O menino não sabia cumprimentar estranhos, não estava acostumado a comunicar-se com pessoas ou a ser gentil. Entretanto, parecia importante passar-se por um bom irmão durante aquele tempo. Então ele a cumprimentou da única forma que conhecia: Erguendo-se à sua frente, levantando a mão da garota com os dedos pela palma, e se curvando — um pouco mais que o normal, pela estátua da garota — para selar um beijo na parte de cima de sua mão pequena, em seguida se sentando novamente.

Lily sorriu de forma divertida e surpresa.

— Nossa... Eu não devia ter te chamado de grosso hoje mais cedo. Você é muito educado — elogiou a garota, arrancando a atenção do rapaz enquanto escondia suas mãos nas costas de forma fofa — Fazia tempo que um rapaz não me cumprimentava assim.

Remi ficou alguns segundos processando aquilo, mas não respondeu nada.

— Bem, filha. Vamos deixá-lo em paz um segundo. Ainda temos muitas coisas para conversar e já tivemos muita emoção por hoje — disse August se erguendo e acariciando o menino de forma a bagunçar seus cachos. O menino se agradou da carícia, sorrindo com o balançar de suas madeixas sobre os olhos — Vamos nos arrumar para o almoço. Vou mandar alguém trazer roupas limpas pra você, tá bom? — disse ao garoto, e então caminhou até a porta. Remi olhou para o lado na cama, notando que ele havia levado o retrato de Érica consigo.

— Até depois, maninho! — disse a menor ao acenar da porta para o loiro, logo antes de encostar a porta por fora.

Remi suspirou fundo após eles saírem: estava tudo indo conforme o plano.

Quase chorei relendo isso. Gostaram so capítulo?🤧

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