Quatro
O buick passeava pelas ruas agora vazias de Manhattan. O motorista magricela se escorava na porta, pensativo. E John Doe, concentrado, analisava o novo contrato.
"Niles Elleroy" dizia a ficha "37 anos. CEO de uma empresa sem nome, com alto poderio empresarial, sobre os cantos de Columbus, Ohio."
- Ohio?
John Doe tossiu, e fez o motorista fitar o documento.
- Sim, boas horas de viagem - sorriu - E se você perceber, irá ter dois nomes pra eliminar - o brutamontes vasculhou os papéis para perceber ter um novo conjunto de folhas presos em grampos - Alcance aqui, um deles é meu.
Se fitaram, e o segundo foi dado a ele.
- Entendi.
Voltou a ler o contrato.
"Como um CEO, geriu as financias e investimentos" começou a analisar as observações. "Porém, nesses investimentos, ajudou inúmeros empresas com poucas promessas em suas propostas, e o lucro total da empresa sem nome de Elleroy foi quadruplicada e expandida como uma rede invisível em todo estado de Ohio" mostrava o loiro de cabelo engomado e terno azulado diante um conjunto enorme de prédios. "O maior problema de encontrar o sr. Elleroy é saber se ele está, ou não em Ohio em primeiro lugar."
John Doe grunhiu, depois de verificar não ter o dinheiro envelopado ou um presente, igual antes. Voltou a ler, sobre o olhar calmo do motorista em seu cangote.
"Você é o seu chefe, novamente. Ache-o, e mate-o. Porém o lugar precisa ser em sua casa, ou em um canto isolado como um hotel ou um resort. Depois? Deixe conosco."
Verificou então as imagens, de mesmo jeito igual o último contrato. Duas com o loiro e bonito homem de rosto cúbico, e duas sem, com o prédio e uma montagem de inúmeras casas bem apresentadas. Todas supostamente dele.
- Terminou sua leitura? - o aceno de John Doe fez ele sorrir - Quer ler o meu?
Apontou o documento.
- Não - grunhiu, e guardou seu próprio documento - Columbus.
Sr. Blues analisou o silêncio do sujeito, e acenou irônico.
- Não é de falar, é? - não houve resposta - Muito bem.
Já à saída da cidade, pelo começo da madrugada, pararam o carro duas vezes. A primeira foi ainda em um posto, aonde o buick era abastecido e a cartela metálica de cigarros se encontrava cheio. A segunda foi em um hostel de estrada. Era minúsculo e vazio.
No meio da madrugada, John Doe rabiscava naquela sua agenda, e contava os detalhes de seus pensamentos.
Enquanto isso, também analisava a ficha de seu alvo. Escrevia soluções inúmeras, e fumava seu cigarro como distração.
Quando o sol recém subia, a porta do motorista teve uma batida, e então outra.
Zonzo, analisou o homenzarrão emburrado ali fora, já trajado, pronto pra partir.
- Você ao menos dormiu? - sua pergunta não teve resposta, e um suspiro fez ele balançar a cabeça em acordo - Só um momento.
Demorou pouco mais de 6 minutos pro carro partir, indo enfim para Ohio.
Horas intratáveis de viagem que pararam em um restaurante sobre uma cidade pequena da Pensilvânia.
- Esses pedágios são uma merda, não são? - sr. Blues reclamou, mas a falta de resposta o fez encara-lo, já com o prato em mãos, e os talheres espetando a comida - Você é sempre assim, silencioso?
- Sim.
- E por que? - houve uma negação de cabeça por parte do sujeito - Problemas familiares?
- Não.
Mastigava concentrado, e a japona sobre a cadeira vizinha sua.
- Acidente?
Os olhos castanhos pequenos dele se fecharam por um breve momento.
- Doença - disse por fim, com a expressão quase morta - Poliomelite.
- Ah - ele acenou - Entendi - alimentaram-se calmos, silenciosos até o prato se encontrar vazio - Como te acharam?
- Acatchenko.
Tossiu, retirando o dinheiro pra pagar a comida.
- Foi você? Puta merda! - sr. Blues gargalhou - Era verdade que ele tinha 90 guardas?
Voltaram ao carro.
- Não - retornaram jornada - 40.
- É - ainda ria - Imaginei.
John Doe fitou o homem e analisou a eatrada antes de perguntar.
- Você?
- Eu o que? Como me acharam? - o aceno de cabeça fez ele grunhir - É uma história engraçada. Eu era um ladrão de carros quando garoto. Uma vez, roubei um carro esportivo no meio de uma agência, mas era uma armadilha. Me fizeram roubar um super carro de corrida e o levar inteiro pra uma garagem lá por Texas - ele ria, irônico - O carro era do antigo Roxo. Foi uma aventura.
- Roxo?
- Sr. Bujarrona não te explicou? - continha um aspecto confuso e quase desnorteado por parte do grandalhão - Existem alguns agentes. Eu e você, somos agentes. Nos identificamos por cores.
- Sim.
- É, você percebeu. Mas olhe, as cores tem lá um significado, sabe?
- Quantos?
- Agentes? - o motorista não gostava de ficar desvendando as perguntas do sujeito - Que eu saiba, há 8 - pensou - Eu, você, srta. Tangerine, sr. Blanco, sr. Bujarrona, sr. Leaf, sr. Opaque e a srta. Lamp. Agora quanto aos métodos, não me pergunte. Acredite.
Não citou o nono, por saber da controvérsia.
John Doe grunhiu desinteressado.
Era o meio da tarde que Columbus apareceu nas placas. Foi quase no fim dela que a cidade aparentou para eles.
"Fofoqueiro e intrusivo", foi o que dizia sobre o magricela em seu livreto, já em meio a um hotel, no último dos quartos. "De toda forma, me ajudou."
Esse foi o fim de sua opinião sobre sr. Blues.
Saiu do lugar, e resolveu dar uma volta.
Sobre o cigarro na boca, no começo da noite fria que perdurava aquele outono, imaginava táticas de matar o homem. Talvez fosse lidar de forma parecida com Acatchenko. De ir pelo que ponto com menos gente, e ir matando um por um. Claro que sem os erros cometidos naquela vez.
Por algum motivo, Sr. Blood lembrou da situação inteira.
Era verão. E o verão de Michigan é e sempre será muito abafado.
Viktor Acatchenko era um líder da mafia russa, e era uma grande afronta para a mafia italiana. John Doe nada tinha haver com a Itália. Seu apelido, por não falar tanto, virou "Romeno" pelos omertas.
Conheceu o Don por uma coincidência irônica. Mesmo silencioso, John Doe sempre teve lá alguns amigos. Seu jeito de ponderar sobre uma conversa chamava a atenção de importantes, e nesses momentos, que certos convites chegavam a ele. Como uma farsa, se fez de marido da filha mais nova de um falcatrua diante uma festa de 15 anos da prima da filha do meio do Don.
Foi em uma roda de conversa envolta de besteirol entre meninas, que os acompanhantes se cumprimentaram. E pela mão firme de John Doe, um dos filhos do Don percebeu a força do pulso do sujeito. Apresentou-o ao seu pai mais como uma teoria do que um fato. E por baixo da mesa, um pedido singelo foi feito. O pai da sua 'esposa' foi morto no banheiro daquele mesmo dia, com uma faca de jantar cravada na nuca.
Ali então estava o Romeno em uma vizinhança recheada de palacetes e mansões. Como uma forma de ronda, fingiu passear com dois cachorros adotados, lia a segurança como um livro, verificava toda a quadra do lugar, o melhor ponto de infiltração. E lá estava.
Havia alguns furos naquela fortaleza. A mais evidente era o furo no paredão de grama, recheada de flores.
Depois, na noite daquele mesmo dia, desenhou mentalmente as possibilidades de como lidar com aquela renca de guardas.
Três dias depois que resolveu invadir o casarão. Continha um cinto de munição, dois revólveres, uma escopeta e uma machete.
Como pouco mais jovem, era também menor, e mais indulgente.
Não sabia se o russo permanecia no lugar à noite. E sobre seu jeito impaciente, invadiu sobre a pausa do almoço.
Talvez pelo horário, pelo sol forte, o ar denso que envolvia a tensão dos guardas, não esperavam ver um pateta vestido à branco ali sobre o jardim em largas figuras de animais.
O primeiro a ser pego foi um azarado que admirava um peixinho dourado que havia denominado como 'dotty'. A machete acertou primeiro de seu pescoço. E outras balançadas deformaram seu rosto pálido.
O primeiro erro do jovem John Doe foi ter jogado o corpo do falecido no lago. E o som pesado do impacto chamou atenção de uma dupla de outros guardas.
Já aqui, que o Romeno pegou da sua escopeta.
3 já haviam morrido quando o tumulto começou.
Viktor Acatchenko não era um fujão, e talvez por isso, tenha morrido naquele dia.
Estava na piscina, pelo outro lado do lago do jardim, quando os dois estouros ensurdeceram os 10 guardas e ele mesmo.
O russo pegou um totem em forma de makarov. Um brilho dourado que simbolizava poder.
Enquanto isso, a correria do atacante começou a parecer menos dispersiva do que o ato de invasão. Adentrou o palácio, e estava com um dos revólveres na mão, a machete na outra, o silêncio devido de um caçador.
O quarto morto foi um azarado que apontava seu revólver para o lado errado. Irônico pensar ele ter escutado algo, e ignorar por tolice. Sentiu a machete cravar o lado direito da face.
John Doe era, de verdade, um homem de sorte. Seu jeito de encontrar os russos parecia até piada. Ainda dentro do palacio, só foi percebido no terceiro ali dentro, e acertou perfeitamente o peito do sexto com a .38.
Todos além do invasor falavam russo. E era claro ouvir os berros roucos do dono da mansão.
Junto de Acatchenko, havia 4 outros homens, os mais envelhecidos e experientes cães de guerra.
O Romeno tinha uma malandragem de rua muito mais marcante que qualquer russo ali dentro. Quando matou o sexto, na cozinha, planejou o que apenas os injustos e travessos fariam em uma situação complicada igual aquela. E a sorte veio pra sua nuca quando o visitante era nada mais nada menos que o próprio Acatchenko que passarelou ao lado do fogão.
O gás estava todo ali. As bocas liberavam aquele método fuleiro. E John Doe, quando viu o primeiro vulto, pegou um simples papel, o isqueiro, jogou, e correu pra fora do lugar.
Foi uma explosão. E os gritos foram o sucifiente pra servir de distração pra ele sair pelo lado da piscina.
Havia alguns outros perdidos por ali, um pouco assustados demais para guardas de um líder russo. Morreram sem misericórdia pelo invasor.
A partir daqui, houve uma guerra de um homem só.
Com a escopeta e o revólver, um lugar altamente estratégico, tudo foi apenas paciência e estudar a lógica do inimigo.
Sr. Blood, dois anos mais velho, dez anos menos saudável, parou em uma das casas supostamente de domínio de seu alvo. Ao lado do nome da rua, pegou o livreto, anotou, e partiu para sua farra noturna.
Foi mais de 1 semana inteira de espera, e a catalogação das ruas.
O que incomodou John Doe foi o fato do motorista ter debandado de Ohio há muito.
Foi na madrugada de seu passeio, que sr. Blues partiu com seu buick para outro lugar. Deixou o assassino ali, abandonado em Columbus.
Talvez sr. Blood ficasse ainda mais irritadiço, caso não tivesse o aviso intimista do magricela por baixo do cubiculo proposto ao homenzarrão. "Há um transporte pra você nos arredores do centro da cidade. Se divirta em encontrar o diabinho." E após o aviso garranchado sobre a letra em emendas, o desenho do carro. E ainda junto da arte, a chave do veículo jazia ali, doado para ele.
Foi no segundo dia de estadia da cidade, que encontrou o possante. Um Hudson cor sangue. Era chamativo, quase tanto igual aquele Buick.
As idas e vindas enfim terminou no segundo domingo. Quando em uma das locações supostas da presença do alvo, era de uma mansão. E no começo da tarde, uma infestação de pessoas recheava toda a rua. Uma festa.
De noite, com o Hudson vermelho estacionado ao meio fio, duas quadras à distância e o binóculo sobre os olhos, que achou seu alvo.
O loiro era o centro das atenções. Chegou ainda sobre um carro inglês e chamtivo aos olhos da mulherada. Foi acompanhado tanto pelos convidados quanto pela dezena de guardas. O cigarro que tragava era o último daquele momento.
Com o chapéu afundado sobre a cabeça, infiltrou-se naquela multidão divertida.
Era um povo alternativo. Vestiam roupas da moda. Os penteados brilhavam, e os perfumes incomodavam o nariz de sr. Blood. Além disso, um jingle animado divertia o povo pela letra sacana, humilhava as mulheres e fazia gargalhos nos homens. De toda forma, havia um circulo inteiro apenas de dança casual, uns agarrados nos outros, circulando ali dentro em paparicos.
O alvo, certamente, era o foco da balburdia jubilosa. Ali no centro, dançava com uma linda ruiva de lindos cabelos selvagens. Seu sorriso fez até mesmo John Doe fita-la sobre raras pretensões de amor.
Em um lugar parcialmente estratégico sobre a escada, analisava todo o tumulto, toda a farra. Percebia que o Elleroy era um talentoso pé de valsa, e seu olhar era analítico para com as mulheres.
Iria ele tirar um cigarro da japona quando uma morena pegou de sua mão, e o puxou pra dentro do circulo.
Não foi exagero a dança parar pra fitar o homem mal cuidado, de barba inteira se tornando enroscada.
Seu olhar também era assasino, o rosto abaixado e olhos arregalados. Tossiu, pegou a mão da mulher, com o cenho ainda achatado, e provocou um novo estilo de dança.
Todos o acompanharam. Era uma valsa italiana. Um sapateado que seu domínio chamava atenção. O rádio parecia flutuar, e as palmas divertiam tudo e todos. Àquele momento, todo o salão dançou em tentativa de imitar aquele mendigo boa pinta.
Mesmo o CEO, ainda charmoso, se sentia invejoso. Sua tentativa de imitar os movimentos precisos e firmes da bossa itálica eram nulas.
Quando ocorreu a troca de casais, e a morena foi pra longe de ser vista pelo brutamontes. A ruiva, o totem chamativo do alvo foi proposto pelo homem.
Os olhos azuis pararam nos castanhos, e decorreu de se tornar ali, um certo tipo de atração europeu da festa, e a música do rádio que impulsionava a diversão.
Nada quis dizer que sr. Blood se esqueceu de sua missão.
Não imaginou que iria provocar a morte de seu alvo sobre seu talento nato da dança ensinada pelos homens com quem trabalhou.
Justamente na troca de casais, esperava pelo momento em que se encontrava, e Elleroy fintava-o sobre o olhar invejoso, um ao lado do outro com novas duplas.
Foi quando o loiro tirou os olhos do crápula, que o revólver foi retirado, e a cabeça do homem foi estourada sobre um disparo crítico.
O chapéu foi posto no mesmo momento, afim de esconder o rosto marcante seu. Olhou para os lados pra analisar a reação dos guardas que atravessavam o amultuado desesperado. E trocou disparos com dois deles.
Matou um pra afugentar pelos cantos da casa. No jardim, sobre o escuro e a japona negra, foi perdido diante o matagal selvagem da área.
Logo, o Hudson deu-se partida, o possante vermelho saiu na surdina pra longe do bairro.
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