Dois
Dois dias se passaram após a reunião do restaurante.
Foi por volta das 10h da manhã que o cadillac eldorado repousou no 'estacionamento verde'. E dali chegou o sujeito agraciado pelo noodles chinês.
Era uma fábrica. Os charutos gigantes pairados no céu soltavam aquela fumaça arretiada, e a volta já havia se tornado cinza.
O sujeito pegou suas coisas antes de partir. A maleta, o chapéu feito à linha vermelha, e o revólver.
Passos firmes, o olhar crítico e as sobrancelhas cerradas, balançava o jaleco sobre o frio da manhã, e subiu então as escadas pra adentrar o local.
Foi no balcão da recepção que parou.
Sobre a atendente lindamente apontada ali sentada, leu-a sobre o retiro lento de sua chapeleta. Apoiou-se na bancada e balançou a cabeça como forma de cumprimento. Colocou a mão por dentro da jaqueta em velocidade marcante e aprontou os seguranças.
Um cartão foi dado a ela, e o sorriso provocativo do homem incomodou a dupla ali dentro. Foi um teste.
Foi lhe dado um momento, e a retirada da secretária.
Deu uma boa olhada pelo corpo magro e o balanço arquétipo da mulher, pra então fazer uma careta e retirar seu cigarro.
Tragava, sentado em uma cadeira genérica, sobre pernas cruzadas e o olhar descontraído para o segurança ao seu lado. Ele tinha um desejo.
- Sr. Jacobstown? - a mulher apareceu sobre a porta de vidro em mosaico, roçou de seu corpo a frente da escrivaninha do loiro e, conscientemente, se inclinou - Aqui.
Disse manhosa e o sorriso malicioso.
- Obrigado. Srta. Maddy - ele tocou de seu queixo, e seguiu-a sobre o mesmo sorriso arqueado de antes. Fitou o homem que observava o policial ao lado, e pigarreou chamativo - Sr. John Doe! Venha! Venha! - estavam novamente no escritório do loiro, com o sorriso destacado e o olhar brilhante - Quer um café?
- Sim.
Fez da operação sobre a térmica pouco ao lado.
- Percebeu que essa conversa não existe?
O loiro tirou um cigarro da gaveta. Depois, acendeu para o homem, e sorriu.
- É.
- Aqui - pegou então um documento amarelo queimado da mesma gaveta - Leia e suma com isso. Agora, irei resumir o que acontece aqui - apoiou-se em sua mesa, com o sorriso sempre presente - Controlamos o mal gerado pelas muitas tecnologias descontroladas dessa nossa sociedade! Eu e você, nós dois, somos agentes do bem, e protegemos os cidadões do ruim gerado por cientistas malvados e a ganância descabida - discursou quase letal e os braços que balançavam - É aí que você entra. Entendeu?
Apontou por fim para a ficha que o homem estudava.
Continha 4 fotos diferentes, duas com, e duas sem seu alvo.
- Quero ouvir a notícia hoje a noite, estando em casa sobre meu filho de um lado e a minha mulher do outro. Que tal?
O brutamontes fitou-o sorridente, a boca acentuada para um lado apenas.
- Certo.
Era uma casa normal americana no Chelsea, bairro de Manhattan. Muito difícil chamar atenção por razões externa.
O homem, à mesa da cozinha com o cigarro sobre os lábios, analisou melhor os retratos.
Foi só no terceiro cigarro que se pôs a ler das notas e observações abaixo em linhas sobre as informações gerais do alvo.
"Theodore Bice Mackenzie", dizia nos dados do homem. "58 anos. Diretor de uma rede de medicina teoricamente legal de Kips Bay (você sabe aonde é, não é, sr. John Doe?). Começou a fazer sucesso com uma campanha única em cartazes de toda Central Park. Após isso, seus clientes aumentaram, e aumentaram sobre um pretexto interessante. Sr. Mackenzie e sua equipe foram os criadores de uma cura para a catarata."
Neste momento, o homem tossiu irônico. Voltou logo a ler.
"Sei que parece patético e vilânico, sr. John Doe. Mas isso é mais uma vigarice comum americana. E o pior é o fato de tudo isso ser muito bem elaborado."
Folheou a dupla de folhas e continuou sua leitura com o quarto cigarro na boca.
"Você tem 2 objetivos aqui. Matar sr. Mackenzie e, depois, coloque abaixo seu laboratório. Você é seu chefe aqui. Faça o que quiser" riu mais uma vez "E não espere consequência, tudo no final será um botijão de gás que, incoerentemente explodiu, e acabou matando toda a equipe de 12 membros talentosos da área de milagres médicos. Procure pelo Buick no estacionamento nas redondezas. A chave vem junto da sua esmola."
Com o fim do relatório e o começo da tarde que chegava sobre a cidade, ele calmamente terminou de seu cigarro, colocou de seu chapéu de aba rubra, e retirou-se.
Kips Bay já estava à tona novamente, após a breve pausa do almoço e algumas trocas de turnos.
O cadillac do sr. John Doe parou um pouco após o prédio do sr. Mackenzie.
Ali dentro, confirmou o local com seu papelado no banco do passageiro. Depois, por trás de seu próprio banco, pegou de seu revólver, as balas, colocou no jaleco espesso e fitou o buick ao seu lado.
Do envelope cheio de dinheiro, retirou a chave, e saiu de seu carro.
No porta-malas, havia uma larga bolsa negra em um zíper. Dali, pegou algo que nunca antes havia visto, e além disso, uma nota em papel amarelo.
"Olá, você. Estes 'bombons', que, por agora podemos chamar de 'argila', são para inúmeras missões de inúmeros outros agentes igual você. E isso aqui é um papel escrito pelo dono do carro" ele analisou o carro e grunhiu "Sim, não é pra destruir meu carro. Enfim. Pra usar o negócio, junte ela a uma superfície lisa e segure. A argila gruda, então você não precisa simplesmente jogar uma granada sem pino em outras 10 em um salão. Depois, aperte a minutagem que você quer, e garanta não estar no lado quando a secundagem terminar. Boa sorte." Ele então leu a assinatura e tossiu esclarecido.
John Doe analisou o equipamento, alisou os números sobre a tela, e parecia se encontrar em um filme de ficção. De novo encarou o prédio, e sobre o manto quente em meio ao frio, colocou mais 4 'argilas' sobre os bolsos de dentro, e acendeu o último cigarro da hora.
Estava sobre uma porta de grades, um segurança de boné verde, o aspecto pálido e mal cuidado.
- Bom dia - ele cumprimentou, e o aceno do sujeito fez ele logo entender ser um homem silencioso - O que precisa? - na mesma hora que perguntou, a figura agilmente colocou a mão no bolso de trás, e retirou ali, um cartão do tratamento de catarata - Certo.
Disse por fim. E na visão de John Doe, a reação lenta sobre a ação incomum sua em pegar um cartão logo no bolso de trás, lhe deu a entender o nível da segurança do recinto.
Agradeceu em outro aceno, e lentamente entrou na clínica.
Era tudo claro. Em lajotas picoteadas sobre traços de pedra preta e branca, quase como uma televisão em estática. Paredes cor creme, e a luz que estonteava.
Havia uma secretária no final do corredor austero, que escrevia em um datilógrafo e os óculos redondos que não acompanharam os olhos.
- Boa tarde, senhor - sorriu, fria - Veio aqui pra um tratamento com o Sr. Mackenzie?
- Aham - grunhiu, olhando o lado subsequente que se formava no trajeto de 'L' - Aonde?
A mulher suspirou.
- Você pode me mostrar os documentos que comprovam que veio aqui por fontes confiáveis? Por que senão, pedirei que se retire. Sem, ou com seguranças.
Se encararam por poucos segundos e ele grunhiu.
Saiu pelo mesmo corredor que entrou, fechou a porta em mosaico e fitou o guarda ali colado na grade.
Tirou o revólver. Atirou.
Voltou correndo pra dentro e a mulher em sua mira.
O sangue já se derramava sobre o chão quando ele parou diante a dupla de corredores.
À esquerda, apontava e trilhava sobre passos lentos e garantidos.
Da porta se abrindo, apontou, viu sua presa. Atirou.
Correu pra dentro da sala, com a porta se escancarando do outro lado. Garantiu ver o lugar vazio, e apontou pra um segurança que jazia sobre o vão entreaberto.
- Parado!
Ele gritou, e John Doe não tinha paciência.
Foi no quarto tiro, que Mackenzie percebeu ter algo errado.
Ali no terceiro andar de seu prédio, anotava cálculos inúmeros sobre o quadro negro e sua enteada que tratava de ideias uniformes para novas soluções.
No quinto disparo, que seus olhos curados da própria doença que tinha pego, voltou-se para a porta do alçapão, e fitou a garota.
- São tiros! - grunhiu, em respiração pesada - Aonde está a chave pro duto de emergência?! Procure, Kelly! Procure!
O segundo andar provinha de um conjunto desconexo de escadas. E ali se encontrou no que parecia uma agência de telemarketing. Inúmeras meses entrepostas sobre paredões de madeira fina, sobre munerações em placas e papelados todos jogados ao chão. Tudo estava aparentemente abandonado, e os trabalhadores já fugiram pra fora.
Teve tempo de recarregar de sua arma antes de fazer uma breve varredura por debaixo das mesas.
Na mesa n°20, estava lá um coitado homem franzino de rosto complexo.
Um olhou o outro, e o sorriso de John Doe sumiu da visão do trabalhador, cegado pelo brilho de seu revólver.
E disso, o choro das mulheres expuseram sua localização, e a crueldade se estampou sobre cada passo pesado do invasor.
- Meu Deus! O que está acontecendo?! - a enteada indagou, apavorada - É uma chacina?!
Uma sequência quase interminável de tiros terminou, enfim. Uma bomba foi colocada ali, e John Doe demorou pra entender o sistema de botões.
20 minutos foi proposto pelo assassino, que passou pelo recinto afim de procurar o 3° andar.
Uma outra escadaria procediu, e o laboratório estava lá. Havia exatos 12 figuras ali, já rendidas e de braços levantados.
Bancadas de compostos químicos muitos, que produziam pílulas arredondadas e um estoque aglomerado de caixas que jazia lá no fundo do lugar.
- N-não temos nada! - a mais corajosa das médicas chiou - É só um trabalho! Não é?!
Eles confirmaram, e o revólver engatilhou com o cão puxado, o olhar castanho do assassino que não brilhava pela luz branda do laboratório.
- Mackenzie.
Ele tossiu o nome, e eles se entreolharam assustados.
Todos, sem exceção, apontaram pra baixo, em uma estante claramente movida inúmeras vezes, e o tapete mascado que já perdeu até de sua cor.
- Agora nos deixe ir!
Um deles gritou, e o cano estourou o rosto do homem. Fez todos se abaixarem quase ao mesmo tempo.
- Quietos - ele pediu, rouco. Pegou das bombas e ajeitou-as. Colocou mesa por mesa, ironicamente pisou nas mãos de um e chutou o rosto de outro. Ajeitou as bombas em 10 minutos - Quietinhos.
Empurrou o armário com força e raiva, arrastou em uma mão pra frente e jogou do tapete pra longe. Um porão.
Abriu e desceu degrau por degrau o revólver apontado. Mentalmente, ainda, restava 9 minutos da outra bomba acionada no escritório.
Uma sala de estudos minúscula. Mesas e quadros negros, livros que se espalhavam aos montes, e um velho homem morto ali no chão, manchando as folhas de seu sangue.
Um suicídio, parecia, e um duto aberto que poderia passar um garoto jovem ali dentro.
O olhar confuso parou no velho senhor de novo. O quadro apagado às pressas, e algo deslocado que incomodava o atirador. Ignorou.
Foi aos 4 minutos da primeira bomba, que retornou ao seu cadillac eldorado. Antes de entrar no carro, após passar o tumulto fora do recinto, cobrindo de seu corpo pelo chapéu, percebeu o carro vizinho sumir do lado de seu veículo, e uma tosse dele ligar o carro logo após.
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