Capítulo 28
*Aviso*
❌❌❌
Pode haver gatilhos por menção à abusos verbais, psicológicos e físicos.
Se alguém estiver passando por algo parecido, tente contar para alguém muito próximo de você que possa te ajudar e se não tiver essa pessoa, ligue para os seguintes números:
100 Direitos Humanos
180 Central de atendimento para a mulher
181 Disque Denúncia
Continue firme
♀️♂️
Boa Leitura!
Castiel
Suspiro cansado, olhando meus dedos.
Estava exausto de ter que esconder tantas coisas, de ter que fingir ser forte o tempo todo.
Encaro os olhos de mel preocupados a minha frente.
Brendon era especial. Era diferente, incrível e perfeito demais para mim. Eu não podia mais ficar longe dele e nem queria. Lembro do que Brian havia me dito. Sobre eu subestimá-lo. Talvez ele tenha razão. Brendon sempre se mostrou uma pessoa forte, destemida e decidida.
Na verdade eu estava atordoado com o que havia acabado de ver. A face contrária de Brendon. O eu dele que jamais pensei que um dia veria. Mas estava admirado também. Se mostrou um homem forte, corajoso e mesmo eu tendo sentido receio pela surpresa, me sinto seguro, como se eu nunca mais precisasse me sentir fraco com qualquer outra coisa. Que poderia me apoiar nele para tudo, e isso, me fazia ter mais certeza do amor que tinha por ele.
Sorrio triste, levando minha mão para seu rosto, acariciando.
— Eu conheci Jackson na escola. Ele também jogava no time, como o capitão, e tínhamos alguns amigos em comum, então conversávamos de vez em quando. — Começo e sinto seu maxilar apertar, como também vejo sua mão entrelaçando junto a minha, beijando-a e deixando perto de seu rosto. — Eu sempre fui mais tranquilo, quieto, e feliz. Meus pais sempre foram pessoas incríveis para mim, não tinha do que reclamar e na época ninguém sabia da minha sexualidade e muito menos a dele, na verdade eu nunca imaginaria que ele gostava de homens. Eu não era tão diferente como sou hoje, por fora. Mas... Eu não sei como, Jackson foi se aproximando mais e fui me apaixonando aos poucos. Descobri que era recíproco e namoramos escondidos. — Desvio meu olhar.
Lembrar era difícil, desgastante e ao mesmo tempo humilhante. Depois de tanto tempo tentando esquecer e seguir em frente, teria que enfrentar tudo novamente.
Sinto Brendon apertar minha mão em sinal de encorajamento.
3 anos atrás
— Hey, o que foi? O que aconteceu? — Digo, assim que entro na sala vazia, onde Jackson estava. Ele não havia falado comigo desde ontem e parecia muito bravo.
— Nada que você precise saber. — Bufa e revira os olhos. Sinto o impacto das palavras. — O que foi? Porquê está me olhando assim?
— Olha o jeito que está falando comigo, quer que eu te olhe como?
— Ah Castiel, para de ser chato, você é insuportável. — Me calo com a frase. Hoje fazíamos um mês juntos e gostaria de passar um tempo com ele.
— Ah, claro, entendi, então não vou te perturbar mais. — Eu não sabia muito bem como reagir ou o quê falar. Não conseguia entender o porquê disso. Me viro, saindo da sala mas sou impedido por ele.
— Hey, esquece isso, foi mal. Estou em um dia péssimo. Essa semana está horrível pra mim. — Me viro, suspirando e assentindo.
Afinal, foi a primeira vez que me disse isso.
[...]
— Para, Jackson, isso machuca! — Peço pela décima vez.
Estávamos deitados no sofá de sua casa, com ele em cima de mim, enquanto beliscava minha barriga. Começou como algo fraco em uma brincadeira, mas a dor estava começando a ficar quase insuportável. Não era a primeira vez que brincávamos assim.
— Castiel, você é muito fraco. — Ele para, se afastando com raiva. Me sento chateado, já que não tínhamos mais um tempo descontraído, e havia estragado tudo, de novo.
— Eu não sou fraco, sabe disso. Faço exercícios físicos sempre com o meu pai. Você que estava me apertando forte demais. — Ele revira os olhos.
— Se você não estivesse gordo, não doeria. — Franzo o cenho confuso. Ele sai, falando que eu deveria emagrecer, já que depois que começamos a namorar, há quatro meses, eu havia engordado muito.
Olho para meu corpo. Eu já havia emagrecido uns três quilos. Talvez eu tenha engordado tudo de novo. E acho que ele está certo, eu realmente estava me sentindo mais cheio, ultimamente.
[...]
— O que foi? — Digo, assim que passo pela porta de casa, encontrando Jackson, na calçada me esperando. Ele fazia uma careta de desgosto.
— Nada não. — Assinto, entrando no carro, só assim dando um pequeno selar em sua boca. Mas ele continuava com a mesma cara. Repito a pergunta. — Nada, é que você tá estranho, não sei. Acho que essa roupa não ficou legal.
— Entendi. — Fico calado, pensando.
Eu havia demorado um bom tempo me arrumando, e até coloquei uma roupa com tons mais claros, já que ele vivia dizendo que só usava preto, e que não combinava comigo.
— Estou quase tirando a minha CNH. — Digo um pouco empolgado.
— Isso é bom. Mas tem certeza que vai conseguir?
— Como assim?
— Bem, é que você quase nem dirige e não é muito bom nisso.
— Eu sempre dirigi. Sou melhor com motos, mas também sou bom com carros. — Ele de ombros e resolvo dizer nada.
— Realmente ficou feio. — Diz depois de um bom tempo calados. Me encolho no banco.
— Tá, você já disse isso.
— Porquê tá bravo? Só disse a verdade.
— Okay. Tá bom.
— Então porquê está com essa cara?
— Eu tô normal.
— Chegamos. — Bufa.
Saímos do carro, encontrando seus amigos e alguns dos meus, na festa que Jake dava, já que ele e Jackson eram muito amigos.
— Não fica muito longe. — Sai, sem esperar resposta.
— Cass! — Kate me grita, se jogando em meus braços. Sorrio. Sentia falta da minha melhor amiga. — Caralho, você tá muito gato. — Ela rir. — Emagreceu bastante, mas continua lindo. — Agradeço. — Sinto sua falta, amigo. Você se afastou. — Assinto, triste, dizendo que também sentia e muito. — Mas esquece isso, como vai o namoro?
— Ah, vai bem. Normal. — Ela me olha por um bom tempo.
— Tem certeza? — Assinto sorrindo. — É que sei lá, já faz muito tempo que estão juntos e mesmo assim ninguém mais sabe sobre vocês. Eu sei que você odeia isso.
— É, mas não tem mais tanta importância assim.
— O quê? Porquê? Você sempre disse que queria se assumir. Não entendo, você sabe que seus pais sempre te apoiam e aqui a maioria das pessoas não tem a mente fechada, Cass. Além do mais, isso sempre é muito importante. É sobre sua vida, sobre você.
— Eu sei. É só que Jackson não se sente pronto pra isso, então vamos esperar mais um tempo.
— Castiel, já vai fazer dois anos que estão juntos! — Dou de ombros e escuto Jackson me gritar chamando, antes que eu pudesse responder. Peço desculpas e ela me olha triste, me dando as costas e se misturando entre as pessoas.
— Vamos beber, cara. Você está sóbrio demais. — Jackson sorrir, colocando seu braço em meu ombro, me puxando de uma forma um pouco bruta e entregando um copo de bebida.
Ele sabe que não gosto de bebida alcoólica. Odiava quando ele ficava perto de seus amigos. — Porquê estava conversando com ela? — Diz baixo em meu ouvido. Franzo o cenho.
— Ela é minha amiga. — Ele firma mais seu aperto e sinto meu pescoço dolorido.
— Ela não é sua amiga, sabe que ela sente inveja de você, da gente. Só você que ainda não entende isso. — Fico quieto, pois já havia cansado de debater sobre isso.
— Castiel, vem cara, vamos andar um pouco, faz tempo que não te vejo. — Danny se aproxima, me puxando pelo braço. — Desde quando você bebe? — Sorrio, seguindo meu amigo que também era do time, quando me viro para trás, vejo o olhar que Jackson sempre fazia, quando não gostava de algo, em aviso. Fico nervoso com aquilo e me concentro para não começar a transparecer.
[...]
— Vai começar com isso de novo? — Digo irritado.
Não era a primeira vez, nem a segunda e muito menos a terceira. Nada do que eu fazia ou falava adiantava alguma coisa. Eu não consigo entender porquê ele era assim ou pensava essas coisas. Eu não sabia mais o que fazer.
— Isso? Ele estava dando em cima de você, Castiel.
— Não. Ele não estava. Jake é hétero e você sabe disso. Ele é um dos seus melhores amigos, Jackson e um dos únicos que sabem sobre nós.
— Você acha que me engana? — Pega meu braço com força me fazendo soltar um gemido com a dor.
Estávamos em frente da minha casa, um pouco escondidos pelos arbustos. Eu havia acabado de sair, já que tinha recebido uma mensagem sua de que queria falar comigo.
— Claro que não. Para com isso, tá me machucando.
Jackson era um pouco maior que eu e mais forte também. Não tínhamos tanta diferença de força e tamanho, mas agora, agora me sinto tão fraco e pequeno perto dele. Coisa que eu não era. Nunca havia sido.
Não era a primeira vez que acontecia algo assim.
— Para de fingir, eu sei que você estava gostando, eu vi você rindo e dando moral pra ele. — Seu aperto se torna mais forte. — Já disse que não quero você perto dele.
— Se você nunca acredita no que eu falo, porquê estamos juntos ainda? — Sinto meus olhos lacrimejarem.
— Você é meu, Castiel. Você acha mesmo que tem capacidade de arranjar outra pessoa? Olha pra você, sem mim, você é um nada. — Ele me solta com brutalidade e sai dali, me deixando incrédulo.
Não era a primeira vez que ele falava isso.
Mas doía, nunca deixou de doer e não consigo entender o porquê de ainda estar com ele, desta forma. Entro em casa, chorando e indo direto para meu quarto, agradecendo por estar sozinho.
[...]
— Eu já disse que aconteceu absolutamente nada! — Sou levado para o jardim da casa de algum amigo de Jackson, onde estava ocorrendo mais uma de tantas festas que eles davam. — Eu nem converso direito com seus amigos mais.
Ele me solta, me fazendo cair no chão de cascalhos, me machucando.
Merda, porquê eu ainda continuava com isso?
Me levanto, com dores pelo corpo todo e sinto as lágrimas saindo sem que eu quisesse. Ele se vira para me encarar e sinto medo com seu olhar. Respiro fundo.
— Diferente de você que estava quase beijando aquela garota!
Sinto a dor em meu rosto da força de seu punho. Coloco a mão no local e cuspo o sangue de minha boca.
— Já disse para você calar a boca! — Suas mãos me puxam pelo colarinho. — Você viu errado, sabe disso! Para de inventar coisas e se fazer de coitadinho. A culpa de tudo isso aqui é sua. Você sempre acaba com tudo.
Me solta, dizendo muitas outras coisas que estava cansado de ouvir. Eu já havia quase decorado cada uma de suas palavras, de seu enredo. Mas quando disse que tudo também era culpa de meu pai, por eu ser do jeito que sou, e de que ele também deveria receber uma lição. Meu sangue ferveu e parecia que minha mente havia voltado a trabalhar, assim como meu corpo. Fui para cima dele, desferindo socos em seu rosto.
— Você é doente, não eu! — Grito, parando de bater nele. — Nunca mais me ameace, ou a minha família, escutou? — Ele parecia com mais raiva. — Nunca mais quero te ver. Falar com você. Acabou tudo entre nós e esquece que eu existo.
Sua raiva parecia maior, então sou empurrado para trás e com a surpresa, não tive como me defender de toda sua agressividade contra mim. Meu corpo, rosto, cabeça. Tudo. Foram seu alvo. Por um momento, eu achei que fosse morrer, quando por poucos segundos eu não consegui ter mais consciência de alguma coisa.
— Você nunca vai se livrar de mim, Castiel. — Para, se abaixando a minha frente. — Você não sabe o que está dizendo. Você nunca sabe. — Suspira se sentando ao meu lado. — Está vendo o que acontece quando me obriga a fazer isso? Eu não gosto de ser assim com você, bebê. Mas eu nunca entendo porque você faz isso. É sempre assim, nunca me ajuda. Vem, vou cuidar disso. — Me levanta, nos levando até seu carro.
Eu não conseguia me mexer direito. Tudo doía. Eu estava tão confuso e ao mesmo tempo com tanto medo. Mas a única certeza que eu tinha, era que eu morreria se continuasse com isso. Lembro de meus pais e o quão preocupados eles estavam comigo, por ter mudado tanto. Eu não entendia o porquê ou do quê eles estavam falando, mas agora eu sabia que não estavam errados.
Fiquei na casa de Jackson por um tempo, até que as marcas pudessem ser escondidas facilmente. As aulas haviam acabado já algum tempo e não podia mais ficar ali. Precisava ir embora. Pego todas as coisas que havia deixado, nas outras noites que vinha para cá e volto para casa. Mando uma mensagem para Jackson depois que passei alguns dias o ignorando, dizendo que tudo havia acabado entre nós.
Primeiro eu tive que lidar com todas as mensagens ofensivas, depois as ameaças, seguida de desculpas. Os áudios chorando, as ligações e por último as promessas de que nada mais daquilo voltaria acontecer.
Nunca seria a última vez.
Ignorei. Não queria mais, não podia. Não sei como eu estava conseguindo fazer isso, mas a medida que o tempo passava, minha mente ia se clareando mais. E o ciclo de ligações, mensagens e áudios continuavam durante várias semanas. O vi perto de casa quando fui pegar as correspondências, se não tivesse entrado tão rápido ele me alcançaria. Respiro fundo várias vezes afim de me acalmar. Bato o olho nas cartas e vejo um selo importante em uma delas. Vou para meu quarto a abrindo e deixando as outras no batente da escada. Leio e releio várias vezes a frase em que havia sido aceito na universidade de Wisconsin. Não era um lugar muito grande como Illinóis. Madison, também era muito pequena comparada à Chicago, onde vivo.
Penso em Kate, já que só havia me inscrito por causa dela, por a mesma sempre querer conhecer onde os pais se conheceram e se apaixonaram. Ela já deveria ter chegado por lá, pois sabia por terceiros que havia sido aceita também. Deixo a carta de lado. Nem sabia mais o que queria fazer.
Meu celular começa a vibrar incessantemente e o pego por tanta insistência e curiosidade. Fico surpreso com as mensagens de amigos me mandando prints e conversas, de supostos perfis fakes meu em diferentes redes sociais, até mesmo em aplicativos de relacionamentos, tanto hétero quanto LGBT.
Uma pessoa se passava por mim, falando coisas obscenas e nojentas. Em outras, alguém dizia que eu era uma pessoa abusiva e sem moral alguma. Logo vejo uma mensagem de um número diferente e quando abro, a raiva me consome e começo a chorar por não poder aliviar de outra forma.
Jackson deixava claro que havia feito tudo isso e que acabaria com minha vida se não voltasse com ele. As palavras eram horríveis e eu mal podia acreditar no que ele estava fazendo.
Dias se passaram e eu não podia mais sair de casa sem ter medo de que alguém pudesse me encontrar ou até mesmo ele. Minha vida realmente estava acabada e eu destruído. Não podia mais sair e meus pais cada vez mais preocupados por não saber o que estava acontecendo. Eu estava surpreso por eles ainda não estarem sabendo.
Denunciar e pedir proteção não adiantavam e as mensagens continuavam. Pego uma blusa com capuz e saio. Compro um chip novo em uma conveniência perto de casa, quando estava prestes a entrar, sou puxado com brutalidade, dando de cara com Jackson. Eu estava com tanta raiva, que a única coisa que fiz foi bater nele.
Dava cada socos e empurrões enquanto ele tentava pedir desculpas, que nem eu me reconhecia mais.
— Me deixa em paz! — Grito, parando com aquilo.
— Me desculpa, bebê, nunca mais farei isso de novo, eu prometo. É que você me faz ficar com raiva e sabe que quando fico assim eu não consigo pensar direito. — Rio incrédulo.
— Sai da minha vida! Eu não aguento mais Jackson, entenda. Eu não te quero mais! — Digo com toda minha força e posso ver seu olhar mudar, para aquele que eu conhecia muito bem, aquele que me paralisava e me dava calafrios.
— Você não faz ideia do que está falando! — Grita me jogando na parede e me segurando ali. — Você sabe que nunca vai ficar sem mim. Eu não vou te deixar.
— Eu te odeio!
Sinto seus murros em meu rosto e estômago. Desta vez por menos tempo que antes. Mas tão horríveis quanto. Ele para me olhando.
— Ver se pensa melhor e quando eu voltar, quero outra resposta. — Sai, me deixando ali.
Me levanto com um pouco de dificuldade e entro subindo a escada. Eu precisava ir embora, precisava fazer alguma coisa. Talvez meus pais nunca me perdoariam, mas eu precisava ir para longe.
Travo a respiração, quando os passos pesados soam pelo assoalho da escada, até chegar em minha porta, já que meu pai teria de passar em frente para ir ao seu quarto.
[...]
Agora
— Eu era tão ingênuo naquela época. — Suspiro o olhando, depois de não o fazer desde que comecei a contar.
Nossas mãos ainda estavam entrelaçadas e não conseguia decifrar seu olhar marejado. Eu me sentia tão envergonhado por contar coisas tão complicadas para mim. Não consegui contar tudo, pois tem coisas que talvez eu nunca teria coragem de dizer. Eu estava com tanto medo do que Brendon, esteja pensando, do que ele poderia achar de tudo isso. Medo de que no fim, tudo seria em vão.
— Fugi. — Continuo. — Escolhi essa universidade para que pudesse recomeçar. Sempre soube que uma hora ou outra ele acabaria me encontrando, mas ainda tinha esperanças de que isso não acontecesse. — Brendon abaixa a cabeça e aperta minha mão a beijando. Gesto que me fez encostar nossas testas. Meu coração erra uma batida, sentindo o calor do afeto.
— Eu sinto muito por tudo isso, meu anjo. — Diz com a voz embargada.
Aproximo mais meu corpo do seu e passo meu rosto pelo seu, em uma carícia e me enfio em seu pescoço, sentindo seu cheiro suave que sempre me conforta de alguma forma.
— Aquela vez que nos encontrou pela primeira vez naquela loja, também foi o dia em que ele retornou pra minha vida. Na verdade, eu já sabia que ele estava me vigiando, já o via algumas vezes, então não foi tão surpreendente.
— E mesmo assim me deixou entrar na sua vida. — Ele diz, acariciando meu rosto com a outra mão.
— Sim. Eu deixei. Eu não sei porquê, mas você sempre foi diferente pra mim. — Sinto seu corpo mexer em uma risada, contido. — Então, quando ele me ligou aquela vez, que fui conhecer seus pais...
— Espera. — Me interrompe, me fazendo o olhar. — Então quando atendeu aquela ligação esquisita, era ele? — Assinto.
— Eu não faço ideia como ele descobriu meu número. Descobriu sobre você e me ameaçou. Eu realmente ia ficar na minha, mas seu irmão veio me perguntar sobre ele, dizendo que o estava ameaçando achando que era você e entenda, Brendon... Eu não podia ficar com você, depois de saber que ele realmente poderia te fazer algo.
Brendon respira fundo, passando a mão livre em seu rosto e fica de olhos fechados por algum tempo. Abaixo a cabeça, esperando.
#BoaTarde^^
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