Capítulo 15
Boa Leitura!
Castiel
— Porra, você não disse que não sabia jogar!?
Connor exclama indignado, quando foi a minha vez de colocar as cartas na mesa redonda em um perfeito Royal Flush, pela terceira vez na noite. Sorrio fechado, pegando o dinheiro, enquanto os outros caras faziam uma mistura de risos e indignação.
— Blefe. — Dou de ombros. Escuto a risada alta de Brendon ao meu lado.
— Brendon! — Eric exclama.
— O que, eu também fui tão enganado quanto vocês. — Dá um gole na cerveja.
— Mas você é rico, porra. — Todos riem com a cara emburrada do avermelhado. Franzo o cenho.
Ele não era?
Quer dizer, o cara pilota uma Harley.
— Cala a boca. — Nega com a cabeça, ainda rindo.
— Tanto faz. — Eric, se levanta, pega sua jaqueta a colocando. Encobrindo o braço esquerdo cheio de tatuagens. — Vamos para o clube. Ao menos quero perder dinheiro, me divertindo.
Os acompanho.
— Você foi incrível, anjo. — Brendon diz, divertido. Estávamos apenas nós dois dentro do carro. Sorrio mínimo. — Porque não disse que sabia jogar?
— Eu jogava sempre que podia, com o meu pai, mas parei depois que me mudei, há uns anos. — Ele assente. Agradeço por não dizer mais nada, durante todo o caminho.
Estávamos em um tipo de clube underground, onde qualquer tipo de pessoas se encontravam. As músicas eram boas, o ambiente escuro e a bebida melhor ainda. No centro havia um tipo de ringue, onde aparentemente lutadores batiam um no outro por dinheiro.
O local era grande, com dois andares, o segundo onde nos encontrávamos agora, havia seguranças por todo o lado se misturando na escuridão. Em baixo, as pessoas dançavam parecendo não se importar com o que viesse a acontecer depois. Por mais estranho – e um pouco assustador -, que pudesse parecer, era bonito, sofisticado.
Suspiro, olhando para Brendon, sentado em uma mesa perto do bar à onde eu estava, que sorria amplamente. Seus olhos transmitiam o quanto estava feliz e eu gostava disso, gostava de ver o brilho que ali ficava. Seus cabelos escuros jogados para cima, as três pintinhas sequenciais em seu pescoço – diferentemente de seu irmão, que era na bochecha, porém quem não prestasse muita atenção nem perceberia -, me fazia querer afundar meus lábios ali e não sair mais, as duas presas entre os dentes deixava seu sorriso mais lindo, enquanto falava.
Ele conversava empolgado com Connor e Eric - como Eden e Brian sumiram entre as outras pessoas -; nunca poderia imaginar que ele gostasse desse tipo de local, e eles pareciam tão familiarizados que era até surpreendente. Quando passamos por lugares escuros e estranhos para chegar, eu havia ficado um tanto atordoado, mas com um aperto de mão e um “tá tudo bem” seguido de um beijo discreto no pescoço, eu sabia que realmente estava.
Abaixo a cabeça sabendo que um sorriso involuntário havia aparecido. Um leve empurrão nos ombros me faz olhar Ariel sentado ao meu lado. Ele se aproxima e me afasto mínimo, me fazendo olhar para Brendon ser um ato mecânico. Quando percebo, mudo minha postura, me inclinando mais para perto.
— Vocês ficam bonitos, juntos. — Diz próximo ao meu ouvido, somente assim para eu conseguir escutar. Ao entender suas palavras, me afasto um tanto constrangido. Assinto.
— Ele disse algo sobre... Nós? — Ariel sorrir, me observando. Inclino a cabeça para tentar entender o motivo.
— Não precisou. — Bebe um gole de sua bebida.
Só agora me dando conta do que havia acabado de acontecer, faço o mesmo, um pouco atordoado.
Ele não havia contado que estávamos namorando?
Olho mais uma vez para ele. Nossos olhares se cruzam, desvio sentindo o dono do par de covinhas nas bochechas, voltando a se aproximar.
— Ele é o tipo de cara que só vai fazer ou falar algo, se ambos estiverem de acordo. — Fito os olhos verdes-claros ao meu lado. — E bem... Vocês dois não são nem um pouco discretos. Com par de alianças e tudo. — Sorrio soprado, passando meu dedo na aliança preta. — Brendon, também não é o tipo de cara que sabe esconder quando gosta de alguém.
— Eu também não estava tentando esconder, de qualquer forma. — Dou de ombros, escutando uma risada de sua parte.
— Consigo ver.
Antes que eu pudesse responder algo, um aperto mínimo em minha cintura faz meu coração acelerar por segundos, antes de perceber Brendon, atrás de mim, me fazendo relaxar. Ele sorrir.
— Vamos lá embaixo um pouco?
Assinto, me levantando e dando uma olhadela para Ariel, que sorria.
Após alguns passos, sinto o calor familiar de suas mãos contra a minha, me guiando entre os demais, a aperto, sentindo uma onda gostosa passar por meu corpo.
Descemos a escada que dava acesso para a parte lotada da boate, seus olhos castanhos mel me encaram, quando paramos. Seu corpo se aproxima, com o sorriso amplo em seus lábios me deixando absorto com a sensação quente deles, nos meus.
Sua mão direita adentrando em meus cabelos, a outra apertando minha cintura, as minhas fazendo o mesmo, trazendo-o para perto, colando seu corpo ao meu.
Me sinto levado por ele em um balance lento, mesmo sabendo que o ritmo da música é totalmente o contrário, nossas bocas ainda juntas, sentindo o gosto da bebida e os grunhidos soltados, se misturando a melodia tocada.
A falta de ar nos faz parar, respiração entrecortada e sorrisos nos lábios molhados, inesperadamente se torna tudo mais consciente. Escuto a batida conhecida de Arctic Monkeys soar pelo o local, seus beijos agora indo em direção ao meu maxilar e adentrando ao meu pescoço, me fazendo querer mais. Aperto sua cintura mais forte o trazendo para perto, quanto fosse possível.
O sussurro rouco de sua voz, sendo dita junto ao refrão da letra, fez meus pelos se arrepiarem de uma forma intensa.
— Are you mine!
Ele estava afirmando, não perguntando, diferente da sentença real.
Puxo seus cabelos o fazendo me olhar, seus olhos castanhos mel estavam tão escuros, mesmo com a escuridão do ambiente e as luzes coloridas, eu conseguia enxergar. Em outro momento eu me sentiria desconfortável com tal afirmação, entretanto não era o caso, e ele não estava de um todo errado.
Sorrio mínimo antes de beijá-lo outra vez tão forte quanto podia.
***
Consigo abrir a porta com certa dificuldade, ainda podia sentir seus lábios em meu pescoço, enquanto adentramos em minha casa.
Fecho a porta atrás de mim, empurrando Brendon, com uma certa violência contra ela. Ele me olha com um sorriso sacana nos lábios, faço o mesmo, grudando meu corpo ao dele, sentindo o quanto me queria, por cima de sua calça. Sorrio pouco, apertando seu membro e um leve gemido baixo de sua parte é solto.
Grudo meus lábios nos seus, mas diferentemente do que pensei, sua reação foi outra.
Suas mãos seguraram meu rosto, nos afastando mínimo, seus olhos estavam vagando por todo o ambiente e sua respiração pesada. O fito, confuso.
— Anjo... — Sussurra, me olhando de novo. — Tem alguém aqui.
— Como é? — Franzo o cenho, confuso.
Brendon, vaga seu olhar cauteloso. Ele parecia diferente, seu olhar era outro e o maxilar trancado. Nunca o tinha visto tão na defensiva, nem quando estava jogando.
Ignoro seu jeito intimidador e me desvencilhando de seu toque, me volto para o resto da sala. A analiso bem, não encontrando nada diferente, a não ser a luz da cozinha, ligada.
Eu não havia a deixado ligada quando saí. Disso tinha certeza.
Aliás, como ele sabe que tem alguém?
Escuto um pequeno barulho na cozinha, não evitando uma leve onda de insegurança em pensar quem poderia estar ali, e apenas uma pessoa vinha em minha mente. Dou alguns passos antes de ser impedido, com o aperto firme em meu pulso.
— O que está fazendo? — Brendon estava ao meu lado, com uma feição séria, me fazendo pensar que nunca achei que o veria daquela forma.
— Vou ver o que é isso. — Digo o óbvio.
— Não, você não vai. — Isso não foi um pedido, podia ver. Seu olhar estava duro, assim como sua voz. — Eu vou, você fica aí. — Molho os lábios, incomodado.
— Eu não sou uma donzela em perigo, Brendon. — Digo firme. Ele suspira.
— Eu sei meu anjo. — Sua voz suaviza, ao contrário de seu rosto. — Mas provavelmente eu tenho mais experiência nisso.
Experiência?
Antes que eu pudesse contra argumentar, Brendon sai em direção a cozinha. Vou atrás, irritado, mas algo me chama atenção, no canto do sofá. Havia duas malas médias, ali.
Merda!
Xingo, reconhecendo-as. Rapidamente passo pela a porta, encontrando Brendon parado, encarando as duas pessoas - que eu menos esperaria em ver -, sentadas em a ilha de mármore, retribuindo um olhar assustado.
— Mãe. Pai? — Os olhos azuis de minha mãe me encontra e um sorriso nos lábios vermelhos, surgem.
Ela estava praticamente da mesma forma que antes, quando a vi. Os cabelos loiros, amarrados em um coque elegante, igualmente com suas roupas e sapatos de salto. Se levanta, vindo até mim, me dando um abraço apertado.
— Olha como você está lindo, querido. — Puxa meu rosto para um beijo na bochecha. Retribuo.
Encaro Brendon, quando ela se afasta, com as mãos nos bolsos e um pouco sem graça, mas havia uma mistura de alívio ali.
Ela vai até ele.
— Acho que não nos conhecemos. — Chama sua atenção, que sorrir. — Prazer, eu sou a Margot, e este é meu marido, Miguel Parker. — Ela o abraça e Brendon faz o mesmo.
— Muito prazer em conhecê-los, senhor e senhora Parker. — Minha mãe se solta, ele vai até meu pai, que se mantinha em pé, observando. Estende a mão o cumprimentando. Meu pai hesita por um segundo, mas logo a pega. Arfo surpreso, com sua reação. — Sou Brendon Winter.
Eu estava surpreso demais, apenas por meu pai estar aqui. Não tinha contato algum com ele, há uns três anos. Não depois da briga que tivemos, quando saí de casa. Eu sentia tanta sua falta, éramos melhores amigos, antes de tudo acontecer.
Gostaria de perguntar como eles haviam entrado, mas lembrei da cópia da chave que tinha feito para minha mãe, quando veio me visitar, ano passado.
— Oh... Como os advogados Winter’s? — A mulher questiona me fazendo mudar de foco para Brendon. Ele assente.
— Eles mesmos. — Sorrir desajeitado, me olhando. — São meus pais.
Fico por um momento aturdido.
Como não tinha pensado nisso antes?
Quer dizer, o sobrenome Winter não é muito comum e o que tinha, era de advogados muito famosos, não apenas no ramo. Não deveria ter ficado tão surpreso, já que a onde ele mora e a Lamborghini luxuosa que dirigia, não era para alguém “comum”.
— Bem, somos arquitetos, nada tão importante. — Minha mãe rir.
— Qualquer profissão é algo importante. — Brendon retribui.
Desvio minha atenção para os olhos escuros de meu pai que me encarava ao mesmo tempo. Seus cabelos negros e lisos ainda estavam como me lembrava, apenas alguns fios brancos nas laterais. Sua postura séria e o estilo despojado como o meu, ainda estavam lá, mas estava um pouco mais magro que antes, os músculos que antes eram maiores mesmo para um homem de quarenta anos, estavam bem menores.
Ele era tão bonito quanto minha mãe.
Eu sempre gostei de nossa semelhança, não só na aparência. Sempre quis ser como ele, quando mais novo.
— Castiel. — Sua voz grave me chama.
— Hey, pai. — Sorrio triste.
— Bem... — Brendon se pronuncia, talvez notando a tenção. — Eu já vou indo. — Sorrir. — Foi um prazer conhecer vocês, até um outro dia.
— Tchau, querido. — Minha mãe sorrir e meu pai apenas acena.
Brendon, vem até mim e seguimos para a porta. Vejo seu olhar confuso, não sabendo o que fazer. Sorrio mínimo, tomando a iniciativa em beijar seu rosto. Sorrir aliviado.
— Tchau, anjo. Amanhã te ligo. — Acaricia meu rosto. Assinto e o vejo partir, depois de um leve selar nos lábios.
Respiro fundo, voltando para a cozinha, sabendo que uma longa conversa me esperava.
#BoaNoite^^
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