Volta às aulas
Caio passou uma semana maravilhosa com o pai, mas não estava completamente feliz porque sentia falta da Camila e, por mais que ele falasse com ela todos os dias, não era o suficiente porque ele queria vê-la e tocá-la, porém a menina sempre inventava uma desculpa mais esfarrapada do que a outra.
Caio acordou com o som do despertador e sorriu, pois, para ele, aquele dia era muito mais do que a volta às aulas, era o dia em que ele reencontraria com a Camila e se reentegraria à sociedade.
Minutos depois, Jorge bateu na porta do quarto do filho e disse: "Caio, acorda. Você não pode se atrasar para o primeiro dia."
Caio estava se secando no banheiro após ter tomado banho e respondeu para o pai com um sorriso no rosto: "Eu já estou me arrumando, pai."
"Tudo bem. Vou preparar o seu café da manhã." Jorge disse e sorriu porque percebeu o quanto o filho estava feliz.
Ao descer as escadas, Jorge viu a foto de Maria e deixou uma lágrima rolar livremente pelo rosto ao pensar o quando a sua mulher ficaria feliz ao ver o filho recuperado.
Jorge preparou o café da manhã do filho e logo o viu descendo as escadas correndo com um belo sorriso no rosto.
"Bom dia, pai." Caio disse assim que se aproximou do pai.
"Bom dia! Alguém acordou animado hoje, não é?" Jorge disse e sorriu.
"Não vejo a hora de ter a minha vida de volta, pai." Caio disse.
Jorge colocou a mão no ombro de Caio e disse: "Tudo vai voltar a ser como era antes, meu filho. Você verá." Caio sentiu o coração desparar e simplesmente respondeu ao pai assentindo com a cabeça.
Caio lavou a louça e disse: "Tchau, pai. Vou para a escola." Caio tinha um brilho no olhar impossível de não se notar.
"Filho, está cedo. Fica mais um pouco..." Jorge disse.
Caio disse, já com a mão na porta: "Não. Eu quero aproveitar esses minutos para conversar melhor com os meus amigos. Tchau, pai." Caio tinha pressa de recuperar o tempo perdido e retomar a vida que havia ficado parada quando ele foi para o hospício.
"Tchau, filho." Jorge respondeu.
Caio pegou o ônibus e logo chegou na escola. Ainda faltavam quinze minutos para as aulas começarem e ele queria aproveitar cada segundo que tinha para falar com seus amigos.
Tinha diversos rostos novos para ele, assim como havia muitos conhecidos. A cada pessoa conhecida em que ele caminhava na direção para conversar, via a pessoa se afastar.
Caio estava triste e estava tentando se controlar para não chorar porque já havia notado que o retorno dele para a sociedade não seria nada como ele estava imaginando.
Mas em meio a tanta dor, um sorriso brotou dos lábios dele porque viu a Camila chegar ao lado de um garoto que, provavelmente, seria o namorado dela.
Caio queria estrangular o garoto com as próprias mãos porque o menino estava ocupando o lugar na vida da Camila que deveria ser dele, mas, no fundo, Caio sabia que a culpa de não estar com ela era apenas dele e de mais ninguém.
Caio respirou fundo e foi em direção à Camila, mas se surpreendeu com um enorme grupo que fazia o mesmo. Todos estavam querendo falar com o tal garoto que, por sua vez, tentava dar atenção a todos com um sorriso irritante no rosto, deixando a única pessoa que não podia ser excluída da conversa: Camila. Ela estava triste por se sentir deslocada, mas estava disfarçando com um sorriso meio amarelado.
"Camila." Caio a chamou e sorriu.
A menina tirou os olhos do relógio e olhou para Caio. "Caio!" Camila disse com um lindo sorriso nos olhos.
Olhos estes que, por sua vez, ganharam um brilho especial ao vê-lo.
"Sai de perto da minha namorada, seu maluco!" O menino gritou ao vê-la conversando com Caio.
"Maluco, maluco, maluco..." Todos começaram a gritar.
"Daniel, ele só me disse - oi -" Camila disse com uma voz baixa e bem fragilizada.
"Dane-se! Lugar de maluco é no hospício e eu jamais vou deixá-lo se aproximar de você." Daniel respondeu em voz alta.
Caio se afastou deles, correu para o banheiro, se encarou no espelho e, envolvido em um repentino sentimento de raiva dele mesmo e do mundo, deu um soco no espelho, fazendo o mesmo quebrar.
Um menino o lançou um olhar assustado e Caio disse: "O que foi? Eu sou o louco do Caio Vidal! Sai daqui, porra!" O menino saiu correndo. Caio olhou para a mão cheia de sangue, a limpou, chorou, saiu do banheiro e foi direto para a aula, embora a sua vontade fosse de ir para casa e de nunca sair da mesma.
Caio sentou para assistir a aula, porém, como a professora estava atrasada, todos estavam conversando. Todos, menos ele.
Cassandra Mancuso, a diretora da escola, entrou na sala, fazendo com que um silêncio sepulcral fosse feito. Ela olhou para todos e disse: "A nossa querida professora de português teve um pequeno problema e não virá hoje, então este tempo será vago. Não façam bagunça porque as outras turmas estão tendo aula."
Cassandra colocou a mão na maçaneta da porta, virou para trás, olhou para o Caio e disse: "Caio Vidal, seja bem vindo de volta."
"Obrigado, diretora." O menino disse baixinho porque a tristeza não o deixava elevar a voz. Cassandra sorriu como resposta e saiu da sala.
Tão logo a diretora saiu, o barulho voltou a preencher a sala. Caio queria fingir que tudo que estava ocorrendo era apenas um pesadelo, então encostou a cabeça na cadeira e fechou os olhos.
Porém, a dura realidade o chamou, ou melhor, uma chuva de bolinha de papel jogadas na cabeça dele, o fizeram abrir os olhos e olhar para trás para ver se aquilo era realmente real.
"Ô, maluco... Como foi no hospício? Você é tão maluco que te expulsaram de lá?" Daniel perguntou.
"Pergunta para a vadia da sua mãe." Caio respondeu com raiva. Ele estava puto e louco para enfiar a porrada em Daniel, não se importando nem um pouco com as consequências.
"Não preciso porque posso perguntar para a minha namorada. Acha mesmo que ela te visitava no hospício porquê realmente gostava de você? Ela tinha pena de você, seu otário. Pena. Só isso." Daniel disse com um sorriso sádico nos lábios.
Caio pegou a mochila, colocou nas costas, olhou para Camila para ver se a menina tomaria alguma atitude e a viu apenas negar com a cabeça.
Caio pulou o muro da escola para sair da mesma, porém olhou para trás para ver se não estava sendo seguido. O rapaz tinha a esperança de que Camila correria atrás dele, mas isso não ocorreu.
Caio queria visitar os amigos no hospício para que eles o animassem com toda aquela loucura, mas não estava no horário de visita, então pegou o ônibus e voltou para casa.
"Caio? O que você está fazendo em casa a essa hora, menino?" Jorge perguntou assustado assim que o viu.
"Pai, deu tudo errado..." Caio disse e chorou nos braços do pai e lá permaneceu até se acalmar.
"O que aconteceu, meu filho?" Jorge estava com o coração apertado ao ver o filho desse modo.
"Eles têm medo de mim porque fui internato em um hospício. Foi isso isso que aconteceu, pai." Caio disse com um tom de voz um pouco elevado, subiu as escadas e foi para o quarto.
Horas depois, Caio ouviu a voz de Camila falando com Jorge e olhou o relógio para ver se passou do horário de tomar o remédio tarja preta porque certamente aquilo era resultado de uma alucinação, mas ainda não estava na hora de tomá-lo.
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Boa tarde, meus amores! ❤️
Capítulo um pouco maior como pedido de desculpas por ter colocado a história em hiatus. Prometo que agora teremos capítulo toda a semana.
O que acontecerá nesse encontro?
Semana que vem descobriremos!
Beijos 💋💋
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