O sanatório
"O senhor deve vir conosco para ser discutido certos trâmites ao que diz respeito a internação." Um dos homens disse para Jorge.
"Eu irei." Jorge disse.
Camila sentiu-se tonta, após tudo o que ocorreu e sentou-se no pequeno degrau que tinha em frente à casa da família de Caio.
A menina já não tinha mais lágrimas para chorar e o coração antes apertado, deu lugar ao vazio, como se tivesse um espaço que apenas Caio pudesse preencher, mas ele não iria porque foi arrancado dela pela própria mente traiçoeira que ele agora possuía.
Após tanto chorar, Camila secou as lágrimas e viu o fatídico momento em que Maria abaixou a cabeça, deu um passo em falso e caiu desacordada.
A menina gritou desesperadamente por Jorge que já estava entrando na ambulância. "Eu tenho que resolver assuntos burocráticos, além de conhecer o local onde meu filho vai ficar e os médicos que cuidarão dele. Avisa para Maria que eu voltarei assim que eu puder." Jorge disse de modo apressado para a garota.
"Ela caiu no chão. Acho que desmaiou devido à emoção. Eu ia te pedir ajuda porque não sei o que fazer." Camila estava completamente desesperada.
Jorge nada disse, foi correndo até a amada e o homem que havia falado com ele o acompanhou.
Ele viu que a mulher dele estava muito gelada, colocou o ouvido no coração da mesma em um ato desesperado, mas nada ouviu. "Maria, acorda! Por favor, não me deixe! Eu te amo! Acorda..." Jorge começou a chorar.
"Me deixa examiná-la, por favor." O homem disse com um tom de voz irritantemente calmo. Jorge assentiu com a cabeça, mesmo já sabendo o que o homem diria a seguir.
"Ela está morta." O homem disse, confirmando-se, infelizmente, as suspeitas de Jorge. Jorge a pegou no colo e começou a chorar, enquanto os curiosos ali parados se aglomeravam mais e mais como se aquela cena trágica fosse um filme e não uma triste realidade.
"Cuida do enterro da sua esposa e depois venha para o sanatório para conversarmos sobre o seu filho." Jorge assentiu com a cabeça e viu a ambulância partir. No fundo, ele queria acreditar que tudo aquilo não passava de um pesadelo que ele estava tendo, que nada tinha realmente acontecido, mas ele sabia que havia sido real.
"Eu matei a minha mulher porque eu sabia que ela tinha problemas cardíacos e que de maneira alguma poderia se exaltar e ao invés de dar o calmante para o nosso filho, a fiz vê-lo saindo daqui em uma camisa de força." Jorge começou a chorar.
"Você não a matou, ela já tinha problemas de saúde e você fez o que julgou ser certo para o seu filho, então não se culpe." Camila disse com lágrimas nos olhos. Jorge abraçou Camila.
"Vai para casa. Mais tarde eu te ligo com os detalhes do enterro." Jorge disse, Camila assentiu com a cabeça e foi para casa.
Jorge acertou todos os detalhes do enterro, ligou para Camila e para outras pessoas por quem Maria tinha um certo apreço e se encaminhou para o hospício. Ele visitou as acomodações, viu o filho deitado na cama dormindo por estar sedado, tratou a respeito de valores e pediu para que o filho pudesse estar presente durante o enterro da mãe e a autorização foi concedida.
No dia seguinte, Caio acordou no sanatório e assim que percebeu onde estava, ele começou a gritar: "Eu quero sair daqui! Eu não sou louco!"
"Todo maluco diz que não é, então é melhor dizer que é, se quiser sair daqui algum dia." Leonardo, um paciente do sanatório falou alto para que Caio pudesse ouvi-lo, já que ele estava em outro quarto.
"Falou o maluco que está há seis anos neste palácio cinco estrelas." Paulo gritou.
"Calem a boca! Assim eu não consigo ouvir a minha voz interior!" Marcos gritou.
"Ela sempre diz para você matar a todos. Por que ainda precisa ouvi-la?" Matheus o questionou.
Ouvindo aquela interação toda, Caio sorriu. Parecia que ele tinha encontrado uma maravilhosa família de loucos.
"Que bom que você se acalmou porque tem visita." Carlos, um funcionário do sanatório, disse assim que entrou no quarto de Caio.
Caio o seguiu até uma sala, onde viu o pai e o abraçou com força. "Pai, me tira daqui, por favor! Eu não sou louco, eu não sou." Caio chorou em meio ao desespero.
"Você vai ficar aí para o seu próprio bem. Eu preciso te contar algo que aconteceu enquanto você estava na ambulância sendo levado para cá..." Jorge respirou fundo porque dizer o que aconteceu fazia tudo se tornar real e fazia a dor vir à tona como se ele estivesse revivendo aquele fatídico momento.
"Conta, pai. Estou ouvindo." Caio percebeu que algo de muito ruim e sério havia acontecido, mas não sabia o quão ruim seria.
"A sua mãe morreu, meu filho. Ela teve um ataque cardíaco fulminante."
"Eu a matei, pai? Se eu não tivesse tido aquele surto, o senhor não teria chamado a ambulância e ela estaria viva." Caio disse com lágrimas nos olhos.
"Você não a matou, a doença que ela tinha a matou. O diretor permitiu que você pudesse participar do enterro. Será daqui há algumas horas. Peguei uma roupa que você possa se trocar." Jorge abraçou o filho com força.
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Boa tarde, meus amores! ❤
Que capítulo triste este. Em poucos capítulos teremos muita ação!!
Beijos 💋💋
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