"Caio Vidal." A psicóloga o chamou, fazendo o coração do rapaz acelerar e a mente dele lamentar por não poder usar o poder da hipnose e sair de lá como se ele nunca tivesse entrado, tal qual os vampiros fazem. Porém Caio não era um vampiro e sim apenas um menino como todos os outros.

Jorge o arrastou até a sala da mesma, chamando a atenção dos demais que estavam no consultório. "Eu não sou maluco e me recuso a entrar aí dentro!" Caio gritou, cruzou os braços e ficou o tempo todo de cabeça baixa, pois se recusava a olhar para àquela que ele julgava como louca porque trata malucos no consultório.

"Mas é claro que não é, pois se fosse, estaria em um sanatório agora e não em um consultório." A moça sorriu e Caio resolveu encará-la porque muito embora ele ainda estivesse contrariado por estar lá, ficou aliviado por ela não considerá-lo como louco.

"Prazer, Caio! Sou a Daniela Dantas, sua mais nova psicóloga e amiga. Você poderá me contar o quiser que eu te ouvirei sem te julgar e te ajudarei da melhor forma possível." Daniela sorriu e estendeu a mão para Caio que a deu um largo sorriso por achá-la parecida com a Bella Swan do filme Crepúsculo e apertou a mão dela para cumprimentá-la.

"O som do meu nome nos lábios dela fez algo estranho ao meu corpo. Se meu coração batesse, estaria acelerado." Caio disse para a psicóloga. Ele parecia estar hipnotizado ao estar diante do que ele pensava ser a sósia brasileira perfeita da personagem Bella Swan.

"Como assim, se o seu coração batesse? Você está vivo!" Daniela tentou ignorar o que o paciente quis de fato dizer com a frase, ou seja, que ele havia gostado dela de um outro modo, e se ateve mais na falta de sentido da frase.

"Ele só te disse uma frase do filme Crepúsculo. Às vezes eu penso que de fato esse menino tem um parafuso a menos e que acredita que é realmente um vampiro!" Jorge colocou a mão na cabeça de Caio e a balançou.

"Pai!" Caio reclamou e a Daniela sorriu discretamente.

Caio se xingou internamente por ter destruído o plano que havia criado no primeiro minuto em que colocou os olhos naquela mulher.

"Vamos, Caio." Daniela disse, olhou para a sala e para o belo rapaz que estava na frente dela. Caio respirou fundo e assentiu com a cabeça.

"Nós podemos acompanhá-lo?" Maria perguntou.

"Claro que pode, afinal, ele é menor de idade. Porém, seria preferível que eu conversasse a sós com ele porque a maioria dos pacientes se sentem coagidos na presença dos pais e dão respostas inverídicas, além de não contarem tudo que sentem por medo da reação dos pais."

"Então nós vamos esperar aqui, mas eu posso contar o motivo pelo qual eu trouxe o meu filho aqui antes da consulta começar? Talvez o que eu te conte pode ajudar no seu tratamento." Maria disse.

"Claro, vamos conversar!" Daniela sorriu. Maria entrou no consultório, enquanto Caio e Jorge ficaram esperando do lado de fora.

Maria resumiu tudo o que estava ocorrendo com o filho rapidamente e logo Daniela o chamou para a consulta que durou uma hora.

"Então, doutora?" Jorge perguntou assim que viu Caio saindo.

"Seu filho realmente tem o que se configura como desvio emocional e é muito comum na faixa etária em que ele se encontra, porém com vocês evitando que ele veja a saga Crepúsculo, juntamente com o meu acompanhamento duas vezes por semana, ele ficará bem logo. Admito que, de inicio ele não aceitará isso muito bem, podendo ficar um pouco exaltado e por isso, seria bom que o dessem um calmante, pelo menos até este período de adaptação."

"Pode deixar, doutora. Vamos marcar a próxima sessão para a quarta." Jorge disse.

"Obrigada!" Maria sorriu.

"De nada. Até quarta, tchau!" Daniela disse olhando para os três.

"Tchau." Os pais se despediram, mas Caio permaneceu em silêncio.

O problema para ele já não era mais as consultas em si porque ela o fazia lembrar da Bella Swan, mas sim não poder mais ver os filmes que ele tanto amava.

Caio estava chateado consigo mesmo por não ter conseguido fingir ser um menino normal, mas a psicóloga se tornou uma distração tamanha para Caio que ele não conseguiu ser ninguém além de Edward Cullen.

Maria marcou a próxima consulta para quarta feira,  em seguida, eles entraram no carro e pararam numa farmácia para que a mesma comprasse o calmante para o filho. Poucos minutos depois já estavam em casa.

"Vocês não vão tirar os meus filmes de mim porque eu não vou deixar!" Caio gritou assim que chegou em casa.

"Meu filho, é para o seu bem!" Maria disse em meio às lágrimas.

"Meu bem? Vocês acham que eu estou maluco? Eu vou ficar maluco de verdade se eu ficar sem os meus filmes!" Caio arregalou os olhos como se fosse um louco.

"Maria, confisca os DVDs do Crepúsculo." Jorge pediu enquanto segurava o filho e Maria assim o fez.

"Maria, pega o calmante e me dê aqui." Jorge pediu. Maria o deu e logo viu o filho ficar calmo. Jorge colocou o filho na cama, cancelou a internet e retirou o celular dele.

Caio dormiu profundamente, até que depois de algumas horas, acordou e logo procurou o celular que estava no bolso da calça, porém viu que não estava mais e rapidamente entendeu que os pais haviam confiscado.

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Boa tarde, meus amores! ❤

O que será que o Caio vai aprontar agora que ele descobriu que está sem celular? Só lendo semana que vem para descobrir.

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