A médica de maluco
Caio acordou com os olhos vermelhos e severas olheiras devido ao pouco tempo em que dormiu. Tomou banho, se arrumou para ir à escola e desceu para tomar café da manhã. "Caio, você dormiu?" A mãe perguntou com um tom de preocupação na voz.
"Acho que umas duas horas." Caio bocejou assim que terminou de responder. Jorge e Maria se entreolharam, mas nada disseram.
Caio tomou um café bem forte, pegou uma maçã e deu um beijo no rosto da mãe antes de se encaminhar até a porta. "Menino, volta aqui e come direito!" Maria disse em voz alta.
"Não posso porque hoje eu estou um pouco atrasado. Tchau, mãe. Tchau, pai." Caio saiu apressado sem ao menos dar tempo para os pais o responderem.
Caio definitivamente não estava preocupado com o atraso e sim com não conseguir sentar perto de Camila na aula, pois precisava colar da menina na prova de matemática.
Caio entrou na escola, parou na porta da sala de aula, verificou onde todos estavam sentados e assim que ele viu um lugar vazio atrás de Camila, sorriu e sentou no local.
Camila virou de costas para poder falar com o rapaz que ela tanto amava, ignorando por completo a professora que já estava em sala dando aula. "Oi, Caio." A menina sorriu e tocou de leve na mão do rapaz que a correspondeu com um leve sorriso.
"Bom dia, Camilinha! O futuro não está gravado em pedra. As circunstâncias mudam. Pelo menos, as circunstâncias estavam do meu lado e eu consegui sentar do seu lado para colar na prova de matemática." Caio citou uma frase de Edward Cullen, personagem principal do filme Crepúsculo, e a completou. Camila logo desfez o sorriso ao notar que ele só estava feliz ao vê-la por causa da prova.
Camila se assustou ao sentir algo batendo na sua cabeça. "Ai!" A menina colocou a mão na cabeça e em seguida virou-se para frente para verificar o que a atingiu. Caio reprimiu um possível riso.
Camila viu que se tratava de um giz. "Camila Queiroz, por um acaso eu me tornei invisível?" Lourdes, a professora de português, a questionou.
"Desculpa, professora." A menina pediu em um tom de voz baixo e ficou totalmente envergonhada.
"Continuando..." A professora foi em direção à Camila, pegou o giz e tornou a dar a aula.
Na aula seguinte, Caio conseguiu colar toda a prova de matemática da Camila e a entregou dez minutos depois que a amiga com a certeza de que tinha tirado um dez, uma vez que a amiga era um gênio naquela matéria.
As horas passaram-se e Camila teve cada vez mais certeza de que os pais do Caio não o contaram nada sobre a conversa que ela teve com eles no dia anterior, pois sabia que se eles tivessem contado, Caio não estaria falando com ela como se nada tivesse acontecido e ela torcia internamente para que ele nunca descobrisse porque para ela, mesmo que ela jamais pudesse ter o amor dele, apenas por tê-lo ao lado dela como amigo, já a fazia feliz.
Caio voltou para casa e os pais estavam esperando por ele na sala. "Oi, mãe!" Caio sorriu e a deu um beijo no rosto.
"Oi, pai!" Caio sorriu e se direcionou para a escada a fim de assistir mais uma vez o filme da saga Crepúsculo no notebook.
"Caio, antes que você pense em se trancar no quarto, nós iremos dar um passeio agora." O pai disse com um tom de voz categórico.
"Para onde, pai? Eu não quero ir!" Caio cruzou os braços.
"Para o psicólogo. Você vê repetidas vezes os mesmos filmes, mal come, mal dorme, se veste como os vampiros da saga, fala as mesmas frases que eles, faz as mesmas expressões faciais. Meu filho, isso não é normal!" O pai colocou as duas mãos no rosto de Caio enquanto enumerava tudo que estava ocorrendo com o rapaz.
Caio deu um passo para trás para se desvencilhar do toque do pai e perguntou para a mãe com lágrimas nos olhos: "Mãe, você também acha que eu estou ficando maluco?".
"Você não está ficando maluco, meu amor! Mas você precisa de uma ajuda especializada." Maria começou a chorar e a sentir fortes dores no peito, mas disfarçou.
Caio negou com a cabeça e sem falar nada, abriu a porta de casa e saiu correndo sem rumo, Jorge foi atrás do filho e minutos depois voltou com o mesmo imobilizado, o colocou contra a vontade no carro, ligou o rádio e foi até o consultório da psicóloga.
Caio saiu do carro a força e foi para o consultório da psicóloga praticamente arrastado pelo pai. Maria queria que tudo tivesse sido feito de outra forma, mas sabia que o filho jamais aceitaria ir para um psicólogo.
Chegando no consultório, Maria se direcionou até a recepcionista e disse: "Boa tarde. Eu marquei uma consulta para o meu filho, Caio Vidal, neste horário."
"Espera só um pouquinho porque ela já está terminando com um paciente e vai atendê-la." A recepcionista a deu um sorriso educado que foi igualmente recíproco pela parte de Maria.
Maria foi em direção ao marido que a olhava como se a estivesse questionado e disse em um tom de voz baixo: "Ela pediu para esperarmos enquanto a psicóloga finaliza a consulta com o outro paciente." Jorge assentiu com a cabeça, Maria sentou para esperar e Jorge permaneceu em pé, segurando com uma certa força o braço de Caio para garantir que ele não fugisse.
O paciente saiu sorrindo da consulta e Caio, após ver a reação do pobre coitado que se conformava em ser taxado como louco, bufou em resposta.
No tempo em que ele estava esperando para ser chamado, pensava em possíveis estratégias para não voltar mais lá e concluiu que se ele se comportasse como um entediante garoto normal durante a terapia conseguiria se livrar da mesma.
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Boa noite, meus amores! ❤❤
O que será que o Caio vai aprontar com a psicóloga? Semana que vem iremos descobrir.
Beijos 💋💋
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