Hell's Club
"Carta para o meu vizinho: - Para aquela menina de classe média, moradora de Glendale, se mudar para Los Angles já seria considerado como uma grande aventura, mal sabia ela que ao chegar no condomínio Costa do Sol, ela iria se deparar com o vizinho, cuja a intensa beleza é capaz de mexer com a sanidade de qualquer mulher e o olhar dele... Ah, o olhar... Aqueles olhos cor de mel penetrantes invadiram a minha alma sem pedir permissão, fizeram com que o meu coração disparasse, minhas pernas ficassem moles e com que algumas perguntas tomassem conta de minha alma aflita: o que aqueles intensos e obscuros olhos já vivenciaram?Por que eu sinto que ele me deseja como se eu fosse uma presa, mesmo sem termos trocado uma única palavra sequer? Por que ele desperta os sentimentos mais animalescos dentro de mim?Por que com uma única cruzada de olhos eu sinto que pertenço a ele? O meu misterioso e belo vizinho é um daqueles enigmáticos fatos da vida, onde a razão não possui espaço e tudo o que entra são intensos e inexplicáveis sentimentos, nos quais eu sinto a necessidade de desbravar, afim de descobrir se tudo o que já sinto por ele é pura utopia, ou se de fato, posso por assim dizer, que ele é a minha alma gêmea. Me depararei com a resposta mais cedo ou mais tarde, porém, sendo positiva ou negativa, sinto que nenhuma aventura criada pela minha imaginação será como esta, haja vista que eu de fato a viverei. Ah, meu doce vizinho, quem de fato tu és e o que acontecerá quando estiveres em minha vida? A intensidade de seus olhos correspondem com a vida em que teremos juntos? Será que você é o herói que eu nunca escrevi em meus livros?-"
"Porra, eu sabia! Ninguém resiste ao charme de Richard Foster!" Gritei eufórico, após ler o que ela escreveu.
Entrei no notebook para pesquisar no Google o nome dela, pois precisava descobrir se realmente ela escreve livros, ou se era apenas um modo de dizer e me surpreendi ao descobrir que ela ficou conhecida ao escrever o livro: - Nate Bake: matar ou morrer – que depois se tornou um filme e deve ter sido justamente devido a este abençoado dinheiro que ela pôde comprar a casa no meu condomínio, se tornando assim, a minha visinha.
Comprei um e-book do livro dela e resolvi dormir para poder ir na boate.
Acordei ao som irritante do meu despertador. Após tudo que o Mattew me contou, não me sinto disposto a ir na boate hoje e não preciso, já que sou o dono, porém devo ir para mostrar para ele que tudo aquilo não me abalou.
Tomei banho, coloquei a camisa nova que eu comprei, fiz um lanche, peguei o meu carro e dirigi até a Hell's Club, o meu paraíso na terra.
A minha boate conta com vinte seguranças. No andar de baixo, tem dois grandes banheiros: um feminino e outro masculino, conta com uma enorme pista de dança, possuí dois conceituados DJ's, um bar e alguns lugares para sentar. Já no andar de cima, possui uma pequena pista de dança, muitos lugares para sentar, um bar com as bebidas mais caras, dois banheiros de porte médio: um feminino e outro masculino, o meu lugar secreto e a sala da administração.
Ser dono de uma boate não significa apenas conseguir ficar com a maioria das mulheres que eu desejar e nem tão pouco beber todas as bebidas que eu quiser sem precisar pagar. Ter um negócio é ter que aprender a administrá-lo ou a pagar alguém para isso e como eu não confio em ninguém, pois não quero que o meu negócio afunde e nem que alguém me roube, preferi cuidar da administração eu mesmo.
Eu contrato e demito funcionários, encomendo as bebidas e petiscos, pago todas as contas, além de lidar com eventuais problemas que possam vir a ocorrer no âmbito administrativo.
Coloquei a escuta no ouvido e disse: "Andrew, estou entrando na boate. Me encontra na sala da administração, por favor." Ele é o segurança chefe da boate. Subi para a ala vip, vi que felizmente o Mattew ainda não havia chegado e sorri de alivio.
"Richard, meu marido!" Ashley me abraçou assim que me viu.
Coloquei a escuta no modo em que podia ouvir o Andrew, mas que ele não me podia, respirei fundo e respondi: "Ex-marido, Ash.".
"O que fazíamos quando éramos casados que não fazemos agora, Richard?" Ela cruzou os braços e começou a bater o pezinho.
Fingi que estava pensando na resposta. "Essa é fácil! Nós morávamos na mesma casa e eu era fiel a você porque tínhamos um compromisso, mesmo que fosse de mentira."
"Nunca foi uma mentira para mim." Ela disse, fazendo biquinho tal qual uma menina mimada.
Respirei fundo, baguncei o cabelo, cocei a barba e perguntei: "O que você quer? Tenho que ir para a sala da administração resolver uns problemas que surgiram." Estava me sentindo um pouco incomodado com o rumo da conversa.
"Espero que seja algum problema mesmo. Você já usou da mesma desculpa várias vezes para poder transar comigo." Ela me lançou um sorriso malicioso e me deu um beijo no canto da minha boca.
"Você espera? Quantas vezes eu tenho que te dizer que não temos nada de sério um com o outro? Eu apenas me divirto com você e não sinto nada além de um enorme carinho e consideração por você devido ao ano passado, mas é só isso."
"Isso me é suficiente, Richard.". Tudo que eu queria é que ela me esquecesse, pois não quero machucá-la.
"Já estou na sala te esperando, senhor." Andrew me disse através da escuta.
Troquei o modo da escuta e respondi: "Estou indo para aí, Andrew.".
"Depois a gente se fala." A dei um selinho por pura força de hábito e saí de lá, a deixando com um sorriso bobo.
Entrei na minha sala e vi que o Andrew estava me aguardando em pé. Desliguei a escuta e disse: "Pode sentar, se quiser.".
Ele sentou, desligou a escuta e me olhou atentamente. "Eu quero que você faça o pré-cadastro de uma mulher chamada Sharon Jones. Provavelmente ela não virá hoje, mas eu quero que você dê um recado para os demais seguranças assim que sair desta sala: após habilitar a pulseira dela, não é para cancelar no mesmo dia como vocês fazem com as meninas que eu escolho na pista e sim habilitar a validade da pulseira como vitalícia e deixá-la no modo gratuito. Alguma dúvida?"
As pulseiras Vips têm validade de um mês e o cliente paga as mensalidades para atualizar a validade da mesma, sendo a primeira paga assim que a pulseira é habilitada e as demais numa data pré-estabelecida pelo cliente no momento da ativação da pulseira.
Os clientes Vips possuem uma cota mensal de consumo que se for extrapolado, deverá ser pago a parte no ato do consumo, já os clientes da pista não possuem pulseira e pagam pelo dia que forem e pelo o que irão consumir.
"Consumo gratuito também? Desculpe a curiosidade, mas o senhor vai casar com ela?"
"Exatamente e se alguém cobrar qualquer coisa dela, eu irei demitir. Não vou casar. Por que me perguntou se eu iria?" Indaguei com uma curiosidade nítida na voz.
"A única mulher que possui estes benefícios que o senhor quer dar para a Sharon é a sua ex-mulher." Ele deu de ombros.
"Ela é apenas uma amiga." Disse, mesmo sabendo que não preciso justificar os meus atos para ele.
"Como a Ashley?" Ele arqueou a sobrancelha.
"O que você disse?" Perguntei com um tom de voz sério, afinal, ele é o meu empregado e não o meu coleguinha e, por tanto, me deve respeito.
"Me desculpa, senhor. Transmitirei as suas ordens aos demais seguranças agora mesmo. Posso me retirar?" Ele gaguejou temendo que eu o demitisse.
"Sim, pode." Sorri. Andrew soltou todo o ar que havia prendido e saiu da minha sala.
Senti vontade de ficar naquela sala pensando no meu irmão e em tudo que eu havia descoberto, mas eu sei que não devo me esconder do Mattew e por isso respirei fundo e saí da sala.
Mattew não estava na boate, pelo menos não na área vip, o que me foi um grande alivio. Queria sair da boate, mas sabia que seria melhor que ele me visse quando ele chegasse, por isso eu fiquei.
Liguei a escuta e disse: "Andrew, verifica para mim se o delegado Mattew Grimms já entrou na boate, por favor.".
"Ele ainda não possui registro de entrada, senhor. Deseja que eu diga que o senhor está o procurando assim que ele entrar?"
"Não, obrigado. Quero apenas que me anuncie a chegada dele, por favor. Quanto ao que conversamos na sala, você já falou com os outros seguranças?"
"Farei o que me pediu. Já os deixei cientes, senhor." Ele disse.
"Obrigado." Respondi e coloquei a escuta no modo em que apenas eu poderia ouvi-lo.
Ashley estava dançando com um advogado chamado Jimmy Gates, sorri ao vê-la dançando e me encaminhei até ao bar, onde bebi diversos drinks. "Acho que o senhor já bebeu demais e deveria parar." Patrick, o barman disse.
"Eu pago o seu salário e você não é pago para achar nada e sim servir." Fui grosso, eu sei, porém tudo que eu menos precisava era de alguém censurando os meus atos.
"Desculpa, senhor." Ele engoliu em seco e me serviu novamente.
Meia hora depois, eu já estava bêbado e acabei por perguntar: "Patrick, digamos que uma pessoa que você ama morresse e depois de alguns anos você descobrisse quem foi que matou, se você pudesse, mataria o assassino para se vingar?"
Eu era bandido, mas sempre evitei matar pessoas, porém no caso do Mattew eu ainda estou avaliando a possibilidade e o álcool sempre me faz pensar um pouco melhor.
Se eu matá-lo e for preso? Lutei tanto por esta vida aqui... Mas o Ryan é o meu irmão e eu sinto que devo vingá-lo a todo o custo, então ainda não sei o que farei, porém posso afirmar que ele não sairá livre dessa.
"Iria na policia para que o prendesse e jamais sujaria a minha mão o matando. Por que está me perguntando isso, senhor?" Patrick me questionou, pois estranhou a minha pergunta.
O problema é que eu não posso de modo algum ir na policia, mas sinto que preciso me vingar para honrar a memória do meu amado irmão, ou seja, o conselho indireto dele não me serviu de nada.
"Parabéns! Você passou no teste psicotécnico. Eu estou abordando os funcionários e fazendo perguntas sortidas para saber como eles agiriam em determinadas situações. Só te peço para que não comente com os outros porque eu ainda não fiz com todos." Menti. Afinal, o que mais eu deveria fazer mediante a enrascada em que me coloquei? Estou bêbado, mas não sou burro!
"Pode deixar." Patrick sorriu como se eu tivesse o dado um aumento, tamanho o orgulho que ele sentia de si mesmo. Sorri de volta.
"Aí está você!" Ashley sentou ao meu lado.
"Estou aqui há muito tempo, mas você não notou porque estava se divertindo com o babaca do Jimmy Gates." Sorri para ela.
"Ciúmes, Richard Foster?" Ela sorriu.
"Não sei o que é isso, querida. Você é livre para fazer o que desejar, mas eu apenas disse a verdade: o cara é um babaca."
"Então mostra para este babaca como se beija uma mulher, mostra." Ashley chegou bem perto da minha boca e disse baixinho.
"Não estou com cabeça para isso hoje." Disse com um tom de voz sério.
"Deixa eu te relaxar..." Ela tentou me beijar, mas eu virei o rosto.
"Já disse que não quero, porra!" Falei mais alto do que deveria e ela saiu aos prantos, me fazendo me sentir culpado.
Enquanto decidia se ia atrás dela ou não, o Andrew falou comigo através da escuta: "O Mattew Grimms acabou de entrar na boate.".
Troquei o modo da escuta para que ele me ouvisse também e respondi: "Obrigado." Troquei para o modo anterior.
Me levantei para ir atrás dela, mas estava um pouco tonto devido à bebida e desisti da minha ideia inicial que era a de correr e resolvi andar o mais rápido que podia para alcançá-la. Segurei na mão dela e disse: "Ash, me desculpa..."
Ela virou, sequei uma lágrima que corria pelo rosto dela e a beijei desesperadamente. Não, eu não a amava, porém estava me sentindo culpado por ter gritado com ela e estava a usando para não ter que encarar o Mattew, mas não deu certo.
"Está belíssima hoje, Ashley Perry." Mattew fez questão de falar com ela, fazendo com que automaticamente a minha mão se fechasse para dá-lo um merecido soco.
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Boa tarde, meus amores! ❤
O que acharam do texto que a Sharon escreveu?
O que vocês estão achando da relação do Richard com a Ashley? Furamente postarei um capítulo somente sobre isso.
Que lugar secreto ele possuí na boate?
Ele vai bater no Mattew?
Beijos 😗😗
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