A fuga
"A faca caiu. Eu peguei tudo que estava no cofre, mas agora preciso de ajuda porque tem uns buracos se abrindo na parede e eu estou com medo de ver o que têm neles quando eles se abrirem totalmente." Leonard disse com uma voz tranquila, mas sei que no fundo ele devia estar apavorado.
"Você vai ter que pegar o cabo que está na sua mochila para subir até o teto, empurrar o duto de ar e engatinhar até a saída que dará justamente no banheiro do quarto do Yure. Você tem dez segundos até virar uma peneira." Kalel disse e Leonard tratou de fazer o lhe foi dito. Espero que ele consiga.
Dez segundos depois, milhares de tiros foram disparados de dentro da sala.
"Vamos ter que agir agora para proteger o Leonard. Vamos no quartinho pegar as nossas armas, Mark. " Disse.
"Estou bem aqui e não vou fazer nada para ajudar ninguém. " Mark cruzou os braços.
Coloquei a arma na cabeça dele e disse: "Ou você vai ajudar, ou eu te mato agora!"
"Você como sempre, muito persuasivo." Mark disse e revirou os olhos em protesto. Sorri para irritá-lo.
Dean estava com uma 38 escondida na cintura e já estava à postos apenas esperando para começar a troca de tiros.
Fui para o quartinho com o Mark e pegamos a mala com as armas porque se tratando de máfia, quanto mais armas melhor. Mas não podemos nos respaldar no número de armas porque podemos morrer do mesmo modo.
Sei que morreria como uma lenda, porém, pela primeira vez eu não tenho medo da morte e sim de perder a mulher da minha vida.
"Eu vou entrar para ajudar e vou deixar a Ashley com o Nikolai." Kalel disse.
"Obrigado, Kalel. Se a Ashley se machucar, eu vou te matar, Nikolai." Disse.
"Isso se você sair vivo daí, Richard Foster. Mas sim, a protegerei." Nikolai respondeu. Iria respondê-lo, porém como a máfia começou a atirar, tive que ignorá-lo.
Minutos depois, Mark já estava baleado. Ele resolveu se proteger em uma das paredes, mas continuou atirando, afinal, ou é ele, ou os mafiosos.
"Já levou bala, Mark? Sabia que eles iriam te matar e que me poupariam o trabalho." Disse com um belo sorriso nos lábios.
"Se eu sair vivo dessa, juro que te mato depois." Mark respondeu.
"Tenta a sorte." Ri e ele me ignorou.
"Cheguei, cara." Kalel disse.
"Bem na hora." Disse.
"Achou que eu ia perder toda essa diversão?" Kalel sorriu, enquanto atirava.
Após uns dez minutos, Leonard havia se juntado a nós e estava ileso, porém não sei por quanto tempo, já que estava sendo o alvo principal, por estar portando a mochila com toda a fortuna da máfia.
Cerca de três horas trocando tiros, todos estavam mortos, exceto o chefe da máfia e o irmão dele que não compareceram à guerra e nós, milagrosamente, não havíamos sido atingidos, exceto o Mark, mas com ele eu não me importo.
"Vamos sair daqui, porém vamos ter que tomar cuidado porque faltam dois que estão escondidos, provavelmente, para nos surpreender." Disse para todos eles.
"Eu não consigo andar." Mark disse.
"Por mim, pode ficar aí mesmo." Leonard disse.
Respirei fundo e, contrariando o meu desejo mais profundo, disse: "Dean, pega ele aí, por favor." Eu posso ter o meu lado negro, porém por algum motivo, ainda teimo em fazer o que é certo.
"Só porque você está me pedindo." Dean disse e eu sorri como forma de agradecimento.
Quando chegamos na porta da mansão, o irmão do chefe da máfia começou a atirar e tivemos que trocar tiros. O que só piorou quando os seguranças se juntaram à eles.
"Eu vou te proteger ao máximo, já que está ferido, Mark. Porém, se você não atirar para ajudar, juro que deixo eles te matarem." Dean disse com um tom de voz sério.
"Por que todos querem me ver morto?" Mark perguntou com um ar irritante de inocência no ar.
"Por que será, não é mesmo?" Kalel disse, porém Mark preferiu ficar em silêncio. E, graças à ameaça do Dean, nos ajudou atirando nos seguranças.
Após algum tempo, conseguimos matar todos os seguranças. Olhei satisfeito ao ver que todos eles estavam mortos, mas ao ver que o Yure se aproximou para me matar, iria atirar nele, porém, Dimitre, que estava atrás do Leonard, pronto para matá-lo, sem que o mesmo tivesse percebido, deu um grito desesperado e até eu que não sei muito de russo consegui entender o que ele quis expressar.
"Está esperando o que? Mata logo ele!" Mark gritou.
Lembrei do meu irmão e não consegui matá-lo, por isso apenas dei um tiro na mão que ele estava portando a arma e a peguei enquanto ele gritava de dor.
"Vamos sair daqui." Disse para eles que me olhavam embasbacados por não ter matado nenhum dos dois.
"Você sabe que estamos sem máscara e que se você os deixar vivos, eles irão atrás de nós depois, não sabe?" Mark disse com um temor evidente na voz.
"Sei, mas eu não mato irmãos porque conheço a dor que é. Estarei pronto quando eles forem atrás de mim e sei que vocês também estarão." Disse. Mark me lançou um olhar de reprovação que eu prontamente ignorei.
Dimitri apenas me olhou e sei que ele estava confuso com a minha decisão, tão confuso que poderia ter atirado, mas não o fez.
Chegamos no carro e entramos no mesmo." Nikolai, vamos pegar as nossas coisas no hotel e de lá vamos para o local onde o jatinho está porque certamente não poderemos passar a noite aqui na Rússia." Disse. Sem dizer uma única palavra, Nikolai correu o máximo que pôde.
Agora eu vou voltar para casa e, finalmente, salvarei a minha mulher.
"Você é maluco! Vamos todos morrer, Richard Foster!" Mark gritou.
"Deixa de ser mulherzinha, Mark. Nós daremos um jeito nisso. Como está a sua perna?" Perguntei.
"Acho que vou ter que amputar!" Mark respondeu e, em seguida, gritou de dor. Como ele é exagerado!
"Eu vou arrancar a bala para você assim que chegarmos no avião." Respondi com uma voz tranquila. Não sou sádico, mas, estava me divertindo com o sofrimento dele.
"Você está brincando, não é mesmo? Eu vou morrer até lá!" Mark estava realmente desesperado.
Tirei o casaco do Mark, fazendo com que ele arregalasse os olhos e me perguntasse? "Você está fazendo o que?"
Não respondi nada e simplesmente arranquei uma das mangas do casaco de tecido mais fino que ele estava usando e amarrei com força na perna dele para estancar o sangue. "Isso vai te manter vivo até chegarmos no jatinho para eu te custurar." Disse.
"Costurar? Como se eu fosse um peru em dia de Natal? Não toque em mim, seu açougueiro!" Mark gritou.
"Ou é isso, ou você morre, mas você tem direito de escolher..." Sorri.
"Pode fazer." Mark disse, enquanto revirava os olhos.
"Eu não acredito que eu roubei a máfia russa! Porra!" Leonard gritou e riu como um louco.
"Fez um ótimo trabalho, meu amigo." Sorri.
"Vocês sabem que estão todos mortos, não sabem?" Nikolai nos olhou através do espelho retrovisor, enquanto fazia a pergunta.
"Nós daremos um jeito. Ninguém aqui vai morrer! Vamos entregar a Alexandrita, salvar a Sharon e depois pensar em um plano." Estava apavorado, porém tentei não transparecer.
"Aconteça o que acontecer, eu quero que saiba que foi uma honra para mim ter feito novamente uma missão com você, meu amigo Fantasma." Kalel disse.
"A honra foi minha, Kalel. Não teria conseguido nada disso, se eu não estivesse com vocês. Muito obrigado mesmo." Disse e eles sorriram em resposta, exceto o Mark que revirou os olhos em protesto.
"O que vamos falar para a Abby?" Ashley perguntou.
"Ela sabe que todos nós usamos armas para proteção pessoal. Vamos dizer que o burro do Mark deixou a arma cair e que ela disparou sozinha e atingiu a perna dele. Diz que estamos indo porque ficamos com medo dos médicos não acreditarem na nossa versão dos fatos." Respondi e a Ashley assentiu com a cabeça.
"Richard, todos nós sobrevivemos, no final das contas... Você quer o seu anel de volta? " Ashley perguntou. Ela mal conseguiu me olhar nos olhos.
"Não. Ele é seu agora." Respondi e sorri de leve.
"Mas e a Sharon? Ela certamente não vai gostar disso e eu estou te dizendo porque eu não gostaria nenhum pouco." Ashley disse.
"Ash, a Sharon é problema meu e você não tem que se preocupar com isso. Certamente ela não vai se importar, pelo contrário, vai ser eternamente grata por você ter salvo a vida dela." Disse.
Ashley abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pelo Nikolai: "Chegamos." Ele disse. Ashley preferiu ficar em silêncio e eu não a estimulei a continuar o assunto.
"Mike, fica aqui porque ninguém pode te ver deste modo. Eu vou arrumar as suas coisas, não se preocupe. Vamos todos arrumar as coisas o mais rápido e voltar para o carro. Alguém avisa a Abby e ao Adrian sobre a nossa volta à Los Angeles para que eles arrumem as coisas também."
"Eu aviso a Abby. " Dean sorriu de modo malediscente e eu assenti com a cabeça.
"Eu aviso o Adrian, cara." Kalel disse.
"Obrigado, Kalel." Sorri de leve.
"Obrigado, Richard por se voluntariar. Mas sei que está fazendo isso só para não se meter em confusão." Mark disse e sorriu de leve.
"Lógico que é por isso. Jamais seria um ato de bondade." Pisquei para ele e saí do carro.
Entrei no hotel como um furacão e arrumei minhas coisas, em seguida, arrumei as do Mark e entrei no carro.
"Mark, você está bem?" Abby perguntou com um tom de preocupação na voz.
"Eu pareço bem para você?" Mark revirou os olhos em protesto e a Abby corou porque ficou constrangida.
"Se você a responder dessa forma hostil novamente, eu juro que te mato." Dean disse enquanto apertava o local do tiro, fazendo com que o Mark gritasse de dor.
"Você está me entendendo? Me responde se estiver." Dean disse.
"Estou." Mark gaguejou e a Abby suspirou com a atitude do Dean.
"Cadê a porra do Adrian?" Gritei porque estava nervoso, pois queria evitar a todo custo que a retaliação por parte da máfia fosse feita naquele instante.
Sim, eu sei que a máfia só possui dois integrantes no momento, sendo que um deles recebeu um tiro na mão em que atira, e que perdeu todos os seguranças, mas eles devem ter inúmeros aliados e eu não quero e não posso guerriar neste momento.
Ashley botou a mão no meu ombro com o intuito de me acalmar e eu respirei fundo. Cinco intermináveis minutos, o Adrian apareceu e disse: "Desculpem o atraso. Podemos ir, Nikolai." Nikolai assentiu com a cabeça e acelerou o máximo que pôde.
Nos despedimos do Nikolai e entramos no jatinho. "Se tudo der certo, chegaremos em Los Angeles às 19h." Adrian disse e eu assenti com a cabeça.
"Deita aí, Mark. Eu estou morrendo de sono, então vamos fazer isso logo." Disse com um tom de voz bastante irritado.
"Calma aí, seu açougueiro! Você, por um acaso, sabe o que está fazendo?" Mark perguntou. Ele estava temeroso.
"Você saberá quando eu terminar. Agora deita aí." Disse.
Dean devia estar mais impaciente que eu porque empurrou o Mark, o fazendo deitar na cama mesmo contra a vontade dele. Mark gritou de dor.
Respirei fundo e disse a temível frase: "Tira a calça."
"Meu pau não entra em cu de macho." Mark riu e eu dei um soco na cara dele.
"Vou te deixar morrer aí, então e vou dormir agora." Disse.
"Me desculpa pela brincadeira, cara." Mark forçou um sorriso. Ele sabe que ninguém mais ali faria aquilo por ele.
"Se fizer mais uma brincadeira, eu te deixo para morrer." Disse e ele assentiu com a cabeça.
Peguei o uísque no frigobar e disse para o Mark: "Bebe o uísque de uma vez só, por favor." Entreguei o copo e assim ele fez.
"Toma o kit de primeiros socorros, Richard." Ashley disse.
Nossas mãos se tocaram me causando um arrepio esquesito. "Obrigado, Ash." Respondi e ela sorriu de leve.
Mark estava com uma febre alta, o que é normal, já que ele levou um tiro. Assim que retirei a bala, Mark desmaiou, mas não antes de quase me deixar surdo com o grito que ele deu.
O custurei e peguei um balde d'água para acordá-lo, mas Leonard me impediu ao colocar a mão no meu braço. "Richard, vamos ver o que tem no celular dele primeiro. Eu vi a senha dele quando ele desbloqueou o celular no carro. "
Peguei o celular dele, Leonard colocou a senha e assim que desbloqueou, vi que uma das notificações era uma mensagem de WhatsApp do Mike que estava escrito: - Ele morreu? Espero que não porque quero que ele tenha aquela supresinha que preparei para ele. -
Leonard e eu nos entreolhamos e um clima de tensão se instaurou no ar. "O que será que ele está armando?" Leonard me perguntou, mesmo sabendo que não o podia responder.
Era mais um pensamento alto advindo da curiosidade que havia se aguçado nele do que uma pergunta direcionada a mim. De qualquer modo o respondi: "Não sei. Mas temos o nosso plano e iremos mantê-lo até ao fim."
"Acha que devemos torturá-lo? Garanto que ele fala! " Leonard sorriu maledicente.
"Por mais que essa ideia me agrade muito, só iremos nos encontrar com o Mike no dia seguinte porque precisamos estarmos bem dispostos para fazer o que iremos fazer e é tempo o suficiente do Mark falar para o Mike que nós sabemos do plano e ele mudaria tudo para pior. " Respondi.
"Você tem razão." Leonard respondeu.
"As baixinhas não precisam cochichar baixinho porque eu ouvi tudo que vocês falaram, pois o espertão do Leonard continua com a escuta." Kalel disse assim que se aproximou de nós dois.
"Porra, Leonard." Gritei.
"Desculpa." Kalel sorriu sem graça, desligou e tirou a escuta do ouvido.
"Vocês clicaram na porra da mensagem?" Kalel perguntou.
"Não sou burro." Respondi e pude vê-lo respirar aliviado.
Coloquei o celular dele no lugar e joguei um balde de água fria no Mark que acordou assustado olhando de um lado para o outro e repetindo essas duas frase: "Mamãe, eu morri? Estou no céu?"
"Puta que pariu!" Eu, Leonard e Kalel falamos juntos.
Mandei mensagem para o Whatsapp do Mike. - Estou com a Alexandrita. Podemos no ver amanhã de manhã? -
-Prefiro de tarde. O que me diz de 14h? Estou impressionado com a sua atuação! Vai ter alguém que vai gostar de saber que conseguiu a Alexandrita.- Mike prontamente respondeu.
- Para mim está perfeito, mas não te entregarei nada se não tiver outra prova de vida da Sharon. De que você está falando? - Perguntei, mesmo sabendo que ele não me responderia.
- Você terá a prova de vida. Com relação a sua pergunta, será uma surpresa. - Visualizei, mas não respondi nada.
Mandei mensagem de Whatsapp para o grupo que eu criei: - A segunda parte do plano será amanhã às 14h. Ashley, você não irá, nem que eu mande o Dean te amarrar no cama! -
Todos mandaram mensagens dizendo que estariam lá, menos a Ashley. Tomei banho e assim que saí do banheiro para trocar de roupa, vi a Ashley deitada na minha cama.
"Porra, Ashley! E se eu tivesse saído pelado?" Falei mais alto do que deveria porque fiquei irritado.
"Não tem nada aí que eu não tenha visto ou tocado." Ashley mordeu os lábios, me deixando excitado. Peguei uma roupa e voltei para o banheiro para colocá-la.
Assim que coloquei, sentei ao lado dela na cama e esperei que ela me dissesse o motivo de ter vindo no meu quarto.
"Só vim aqui porque eu não consigo dormir com a Abby gemendo te tesão e com o viado do Mark gemendo de dor. Aqui você mal ouve os barulhos. Escolheu o melhor quarto." Ashley disse.
"Pode dormir na cama que eu durmo no chão." Respondi.
"Somos adultos e podemos dividir a mesma cama, não podemos? Em falar em cama, é mais fácil eu prender o Dean nela do que ele me dizer o que fazer porque ninguém me dá ordens." Porra, como ela fica sexy quando dá uma de mulher de atitudes.
"Podemos sim, Ash. Mas você não irá amanhã." Disse com uma voz firme na voz.
"Quer apostar que eu vou?" Ash perguntou enquanto tirava a roupa na minha frente, ficando apenas de lingerie, me impossibilitando de responder qualquer coisa porque não conseguia raciocinar. Vou ter que pensar em um plano B quando eu acordar...
"Me empresta uma camisa sua? Deixei a minha mala no meu quarto."
"Claro." Gaguejei enquanto a olhava quase nua na minha frente.
Peguei uma camisa e dei para ela. Ash entrou no banheiro, tomou banho e saiu do banheiro com a minha camisa no corpo. Porra, como ela fica sexy com a minha camisa!
"Boa noite, Richard Foster." Ela me deu um beijo no meu rosto.
"Boa noite, Ash." Disse.
Deitei ao lado dela e tive uma sensação de culpa, como se tivesse traído a Sharon, mesmo que nada tenha acontecido.
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Boa tarde, meus amores! ❤️
Que surpresinha que o Mike está preparando para o Richard? Quem vai gostar de saber que o Richard conseguiu a Alexandrita?
A máfia vai contra-atacar?
O que será que o Richard realmente sente pela Ash? Amizade, mera atração, ou mais do que isso?
Já estamos nos capítulos finais do livro, infelizmente. ☹️
Beijos 💋💋
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