🐹Sete 🦅
- Desse jeito vou me acostumar a ser carregada. - Sana brincou rindo. - É sério, Dahyun, eu já posso andar.
- Mas não deve abusar. É melhor só se manter em pé hoje e, bem, amanhã voltar a andar. - Dahyun disse, se lamentando internamente por ter que parar de carregar Sana nos braços, daquele jeito tão próximo.
Sana obedeceu, sendo colocada no chão somente quando estavam dentro do trailer científico. Os olhos de Dahyun viram as luzes roxas e ela franziu o cenho.
- Desse jeito não vai descobrir nada. Por que não colocam uma luz branca que dá para ver melhor? - Dahyun perguntou e Sana riu.
- Temos outros tipos de luzes aqui que são para determinadas coisas. Não vou explicar a fundo, mas elas facilitam nosso trabalho.
- Oh. - Dahyun disse, vendo Sana colocar o óculos de proteção e luvas brancas. - Vou assistir algum espetáculo feito por você?
Dahyun perguntou e Sana sorriu.
- Quer um espetáculo? - Sana indagou.
- Com certeza. - Dahyun disse se afastando um pouco e Sana voltou a sorrir.
- Preste bem atenção então. - Sana disse, misturando dois líquidos dentro de um recipiente. Os olhos de Dahyun brilharam ao ver bolhas de várias cores saindo de lá dentro e flutuando no ar.
- Que incrível! - Dahyun expressou
sorrindo, se aproximando da mesa. - Se eu fosse cientista ou química ou qualquer dessas profissões, eu ficaria fazendo coisas assim o dia todo. - Dahyun disse animada, olhando de relance para Sana.
- Eu amo química. - Sana disse,
olhando as bolhas no ar.
- Estão acabando. - Dahyun disse ao ver
a quantidade de bolhas diminuir e logo
pegou os frascos que Sana havia pego e jogou mais dentro do recipiente.
- Dahyun, não! - Sana exasperou, porém era tarde demais. O líquido do recipiente começou a fervilhar e logo um gritinho agudo foi ouvido por Dahyun, pois exatamente como um vulcão em erupção, espuma branca foi jorrada para cima.
Sana nunca odiara tanto a gravidade, afinal, se subiu, desceria.
E realmente desceu, lambuzando ambas de espuma branca. Sana echou os olhos tentando manter a calma, afinal todo o ambiente estava sujo, inclusive as pesquisas mais avançadas dela e de suas amigas.
- Oops? - Dahyun disse, olhando para Sana sem jeito, com um sorriso arrependido.
- Eu juro por tudo que eu mais amo, Dahyun.... - Sana disse lhe fitando. - Que você não vai sair desse lugar enquanto não me ajudar a limpar tudo.
- Eu ajudo. - Dahyun disse rapidamente, passando os dedos pelo óculos protetor de Sana para remover a espuma. - Melhor assim, não?
- Olha o estado que estamos. - Sana disse, removendo o óculos protetor e olhando para seu próprio corpo.
- Se eu disser que está linda diminuiria sua raiva? - Dahyun perguntou mordendo o lábio inferior com uma careta, mas se arrependeu ao sentir o gosto de sabão.
- Você não sabia. - Sana disse. - Só não
volte a tocar em nada sem que eu permita.
- Posso tocar no chão? - Dahyun perguntou rindo. - Sabe, para limpar... - O olhar mortal que Sana lhe lançou a fez calar a boca.
Não era hora para gracinhas.
+++
- Você deveria se sentar. - Dahyun disse, vendo Sana se mexer inquieta, provavelmente seu tornozelo estava doendo.
- Não vamos acabar nunca se eu ficar parando. - Sana disse e Dahyun suspirou.
- Me perdoa? Eu não deveria ter mexido no que não é da minha conta. - Dahyun pediu.- Eu só queria mais bolhas. - O riso tantotempo escasso ecoou dentro do lugar. Era de Sana, quem se abaixou e, se rendendo à dor, se sentou no chão, encostando-se na bancada.
- Você precisava ver sua cara de desespero. - Sana disse, vendo Dahyun se sentar ao seu lado no chão e jogar espuma em seu rosto.
- Não ria de mim. - Dahyun disse com veemência, porém esboçava um sorriso.
- Não fui eu quem gritou feito uma mulherzinha.
- Qual o problema nisso? Eu sou uma mulherzinha. - Sana disse sorrindo antes de jogar espuma no rosto de Dahyun.
Se arrependeu quando viu Dahyun abaixar a cabeça e levar uma mão até os olhos.
- Oh, meu Deus, perdão. - Sana pediu, vendo os olhos de Dahyun ficarem mais irritados e ela mal conseguir abri-los. - Não passe a mão, piorará. Espere aqui. - Sana pediu, se levantando e indo, mancando, até o lado de fora, voltando em instantes com um balde nas mãos.
A maior se sentou ao lado de Dahyun novamente e retirou um pano fino lá de dentro, se inclinando e o passando com delicadeza nos olhos da maior, segurando seu rosto com a outra mão.
- Não volte a pôr as mãos nos olhos. - Sana pediu docemente, afundando o pano na água limpa antes de passá-lo outra vez nos olhos de Dahyun com cuidado.
Dahyun relaxou o corpo instantaneamente ao sentir a dor indo embora.
Os olhos verdes finalmente se abriram, ainda meio irritados, porém sem resquícios de sabão e Sana suspirou ao fitá-los tão de perto.
- Está melhor? - Sana perguntou, passando a outra ponta do pano na testa de Dahyun, impedindo de cair mais espuma em seus olhos.
- Sim, obrigada. - Dahyun proferiu, sentindo o pano deslizar por todo o seu rosto. A menor prendeu a respiração quando viu Sana fitar sua boca, contornando, vagarosamente, seus lábios com o pano.
- Novinha em folha. - Sana disse, um pouco mais baixo do que o normal ao perceber que, subitamente, se sentia nervosa.
- Esqueceu de limpar aqui. - Dahyun disse em um quase sussurro, pegando o pano e o deslizando pelos lábios de Sana antes de aproximar ainda mais seu rosto do dela e fitar seus olhos castanhos, que a olhavam de forma intensa e penetrante.
Sana engoliu em seco e, por impulso, umedeceu os lábios, vendo Dahyun imitar o gesto e logo em seguida fechar os olhos. A maior sentiu seu coração acelerar ainda mais ao agir sem pensar, roçando seus lábios nos de Dahyun e fechando seus olhos para se entregar ao momento.
- Acho bom ser sério, porque se você me bipou essa hora da noite à toa... - A voz de Tzuyu invadiu o ambiente, parando ao ver a bagunça que estava o lugar e Sana se assustou, abrindo os olhos e indo para trás rapidamente.
Tzuyu não pôde ver o quase beijo, pois elas estavam atrás da bancada e, bem, Sana deu graças a Deus por isso.
- Que merda houve aqui? - Sana ouviu Tzuyu perguntar e sabia que levaria um sermão daqueles.- São três anos de trabalho perdido, Sana, tres anos. - Tzuyu disse irritada.
- Eu realmente sinto muito. - Dahyun não sabia.
- A culpa foi minha, na verdade. Quis brincar um pouquinho e não expliquei que...
- Não defenda esse ser humano. - Tzuyu disse quase vermelha de raiva. - Eu mal posso olhar para ela.
- Sinto muito. - Dahyun disse, se escondendo atrás de Sana ao ver Tzuyu dar um passo à frente.
- Eu não quero você aqui dentro. - A loira disse furiosa. - Três anos jogados no lixo.
- Talvez não prestasse o que estava fazendo. Às vezes estão procurando no lugar errado. Três anos e não deu em nada não me parece algo produtivo. - Dahyun disse inocentemente e Sana fechou os olhos ao ver Tzuyu prender a respiração.
- Dahyun, cale-se. - Sana pediu baixo.
- Dê o fora. Anda! Já! - Tzuyu gritou, apontando a saída para Dahyun - E você trate de limpar tudo isso.
- Ela está me ajudando, estou machucada. - Sana disse, vendo Tzuyu suspirar e se aproximar mais de Dahyun.
-Veja bem... - Tzuyu disse, afastando Sana e apontando o dedo no estômago de Dahyun - Você tem até o amanhecer para ajudá-la e depois dê o fora. - Ela disse e Dahyun assentiu freneticamente.
- Ela parece um monstro assustador. - Dahyun disse assim que Tzuyu saiu dali. - E ela é enorme. - Sana gargalhou ao ouvir aquilo.
- Ela sabe ser assustadora. - Sana disse, se virando para Dahyun.- E também sabe interromper momentos... - Dahyun que olhava para a porta até então, voltou a olhar para Sana.
- Ah é? - Dahyun perguntou, sentindo seu corpo tremer de ansiedade e de medo ao mesmo tempo, afinal estava entrando em um jogo perigoso.
- Sim, se lembra onde havíamos parado?
- Sana perguntou, mordendo o lábio inferior e Dahyun suspirou.
Que se danasse o mundo, que idiota evitaria beijar aquela mulher linda?
- Bem aqui. - Dahyun disse com a voz ligeiramente mais rouca, prensando Sana na bancada antes de acariciar seu rosto e colar suas bocas.
Sana gemeu de satisfação ao sentir a língua de Dahyun invadir sua boca e fincou os dedos na camisa dela, puxando mais o corpo de Dahyun para perto de si. A menor manteve o espaço suficiente para Sana não sentir nada ali embaixo, mas quando Sana arranhou suas costas por cima da blusa ela se afastou lentamente.
Não correria o risco de as coisas esquentarem e seu membro dar sinais de vida.
Sana deu-lhe mais um selinho e olhou em volta.
- Vamos porque ainda temos trabalho. - A menor disse sorrindo e Dahyun assentiu.
Pela primeira vez ela se sentiu estranhamente triste por não poder ir mais a fundo com alguém.
E não era sobre a falta de sexo que ela estava se lamentando.
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