- Já sei do seu segredo, agora me diz seu sobrenome. - Sana suplicou.

- Ganho o que em troca? - Dahyun
perguntou e Sana a olhou franzindo os olhos.

- Chantagista de uma figa. - Sana disse,
retirando outra amostra de sangue de Dahyun.

- Kim - Dahyun disse, vendo Sana a
fitar confusa. - Este é meu sobrenome.

- Jura? - Sana perguntou e Dahyun
assentiu. - Desculpe estar fazendo isso de novo, só preciso me certificar de que o ar não está te contaminando. - Sana disse, acariciando os cabelos de Dahyun antes de remover a agulha de seu braço.

- Devo descansar? - Dahyun perguntou e
Sana assentiu. - Vai me preparar algo gostoso para comer? Você prometeu.

Dahyun disse, sentindo-se um pouco tonta devido a quantidade de vezes que Sana havia retirado sangue dela aquele dia.

- Vou preparar sim. - A maior disse. - Não vou mais tirar seu sangue esta semana.
Odeio te ver pálida desse jeito. - Sana disse e Dahyun sorriu.

- Estou te conquistando, Minatozaki. Tenho certeza. - Sana riu e puxou Dahyun pela mão, ajudando-a a ir até o trailer dela e logo a colocou em sua cama.

- Durma, logo eu volto. - Sana disse e Dahyun assentiu, fechando os olhos pelo evidente cansaço. - Vou te preparar algo forte mais tarde. - Sana disse. Ela se abaixou ao lado da cama e ficou encarando Dahyun por alguns segundos.

Um sorriso invadiu seu rosto de pura gratidão. Dahyun estava lhe ajudando em troca de nada. Por livre e espontânea vontade. A mão da maior foi, involuntariamente, até os cabelos de Dahyun, acariciando e sentindo os fios sedosos entre seus dedos. Ela se inclinou e roçou seus lábios nos da menor. Como sentia falta daquele toque. Ocorrera uma única vez, mas ela jamais pôde tirar aquele beijo de sua mente.

Sem pensar muito ela pressionou os lábios nos de Dahyun, sentindo a textura macia antes de se afastar e voltar para o trailer científico.

A primeira coisa que fez foi digitar o nome "Kim Dahyun" na tela de seus arquivos.

Kim Dahyun, 25.

Não pareado (a).

Sexo indefinido.

Desaparecido (a)

"Será que haveria mais desaparecidos pelo mundo a fora?" Sana pensou.

Sana procurou sua própria ficha e alterou os dados sobre ela e Jihyo, no quadro vazio, que antes o nome da outra garota ocupava, Sana se atreveu a colocar o nome de Dahyun.

Genética compatível.

Sana sorriu ao ler aquilo, Claro que não tinha nada demais, até porque no de Jihyo dava o mesmo resultado, aquilo só servia para mostrar que com o cromossomo faltante seria muito fácil a reprodução.

Ela balançou a cabeça quando viu o que estava fazendo. Não podia! Não deveria estar romantizando uma vida com Dahyun, afinal, aquilo implicaria em uma leva considerável de problemas.

+++

- Vamos até a cidade semana que vem? - Sana perguntou, se sentando ao lado de Dahyun, que estava deitada sobre sua cama.

- Para quê? - Dahyun indagou.

- Precisamos te comprar algumas roupas.
Sou maior do que você e tudo te aperta.
Sem contar que você precisa experimentar calças e bermudas.

- Não tenho dinheiro. - Dahyun disse
enquanto acariciava a própria barriga.

Havia terminado de comer e estava mais do que satisfeita.

- Não perguntei isso. - Sana disse e
Dahyun negou.

- Não quero abusar. Já estou ficando aqui de favor.

- Não é de favor, você me ajuda nos afazeres daqui, cozinha para mim sempre e ainda doa sangue e espermatozóide. - Sana disse e Dahyun a olhou com dúvida.- Por favor...

- Só porque é impossível dizer não para você com essa carinha. -  Dahyun disse e Sana sorriu.

- Você está tão linda hoje. - Sana disse suspirando. - Digo, agora está corada. Não está tão pálida quanto uns dias atrás.

- Você não tem mais tirado meu sangue por esses dias. - Dahyun disse e Sana desceu seus olhos para a mão da outra, que brincava com o cós da cueca.

- Os shorts que servem em você logo secarão e não vai mais precisar ficar só de cueca. - Sana alertou.

- Não ligo de ficar só de cueca. Está muito calor.

- Mas eu ligo. - Sana disse e ia se levantar, porém a mão de Dahyun segurou seu braço.

- Por quê? - Dahyun perguntou e Sana prendeu a respiração.

- Porque fico sem graça. - Sana confessou. - É inevitável olhar. Não estou acostumada com pênis no mundo. - Sana disse e Dahyun assentiu.

- Certo. - Dahyun disse se sentando e segurando a mão de Sana antes de depositar um beijo sobre o dorso da mesma. --Vou ficar aqui embaixo do lençol para você não ficar envergonhada, tudo bem? - Sana a fitou e assentiu erguendo a vista para olhá-la.

- Você ainda pretende ficar virgem para sempre? - Sana não resistiu em perguntar. Essa pergunta habitava sua mente havia dias. - Tipo, não se envolver com ninguém...

- Eu me envolveria com você. - Dahyun foi sincera, vendo Sana a olhar surpresa.
- Mas aparentemente você não me quer mais, então...

- Por que acha isso? - Sana perguntou.

-.Eu tenho um pênis. - Dahyun disse como se fosse mais do que suficiente aquele argumento.

- E eu uma vagina. Preciso de um argumento válido. - Sana disse. - Você quem fugiu de mim e não o contrário.

- Fugi porque não podia deixar você saber que eu tinha um pênis. Me beijando do jeito que você beijou seria fácil acordá-lo, mesmo se ele estivesse em coma. - Sana riu, porém a batida na porta a fez se afastar.

- Conversamos depois?

- Não pretendo ir à lugar nenhum. - Dahyun disse apontando para as roupas que vestia e Sana assentiu, indo até a porta.