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Capítulo: 43

O vento quente fazia as garotas suarem, afinal estavam sem a proteção das árvores, que há muito haviam ficado para trás. O único barulho que escutavam eram o dos corvos que cantavam hora sim, hora não.

Beunna sentiu a mão de Ludmilla em seu pulso e se virou, encontrando a expressão de medo no rosto dela.

-- Eu falei para pararmos, aqui acaba o matagal. é campo aberto. Não é melhor voltarmos? -- Ludmilla perguntou e brunna se virou para ela de vez.

-- Só estamos avaliando o perímetro. Você já pisou para lá antes?

-- Só de noite. É campo aberto, brunna, não gosto de, você sabe, chamar a atenção.

-- Ninguém vai tocar em você, eu prometo. -- brunna sussurrou, acariciando o rosto de Ludmilla. -- Não há ninguém por aqui, mas se houver temos armas.

-- Não sei... -- Ludmilla disse e brunna voltou a acariciar o rosto da maior sem se importar se as outras veriam ou não.

-- Como roubava comida na grande cidade se tem medo de sair em lugares abertos?

-- De madrugada. -- Ludmilla confessou e brunna suspirou.

-- Confia em mim, ninguém vai te descobrir. -- brunna pediu e Ludmilla mordeu seu lábio inferior, tendo a voz de sua mãe se repetindo em sua cabeça para não confiar em ninguém, que ela dizia isso para defendê-la, porém brunna sempre a tratara bem, não via razão para não confiar.

-- Quero meu striptease hoje. -- Ludmilla disse para descontrair e brunna riu.

-- Terá, sua safada. -- brunna disse em um sussurro.

-- Eu não. Ele. -- ludmilla disse, apontando para o meio de suas pernas.

-- Vem. -- brunna disse, seguindo as outras que já estavam no campo aberto. A menor sentiu os dedos de Ludmilla se entrelaçarem nos seus e ela soube que aquela era uma forma da maior se sentir mais segura.

-- E se ficarmos aqui nos agarrando enquanto elas vão? -- Ludmilla sugeriu. -- O mato aqui é bem mais alto do que ali, elas nem veriam.

-- Proposta tentadora, mas faz parte do meu trabalho.

-- Era parte dele quando vocês achavam que o vírus do ar impedia o cromossomo Y de ficar vivo. Hello! Olha só... -- Ludmilla disse, retirando o pinto para fora e fazendo brunna a olhar chocada.

-- Alguém pode ver, esconda isso! -- Exigiu.

-- Viu? O ar não mata ele, pelo contrário, ele está desfrutando do ventinho. -- Ludmilla disse, fechando os olhos e sorrindo.

-- Ludmilla Oliveira, se alguém mais ver seu pênis eu vou fazer questão de arrancá-lo.

-- Viu só, amigão? Possessiva. -- Ludmilla disse olhando seu pênis murcho enquanto ela o balançava.

-- Ela está tão caidinha por mim. -- Ludmilla disse com a voz mais fina, como se tivesse sido o pênis a reproduzir aquela fala.

-- Eu falo pelo seu bem, mas se leva tudo na brincadeira o tempo inteiro, fique sozinha com esse pênis caído então. Tenho mais o que fazer. -- brunna disse irritada e Ludmilla arregalou os olhos, guardando seu pênis rapidamente.

-- Não, desculpe! -- Ludmilla disse rapidamente, segurando seu braço.

-- Você toca seu pênis suado e vem pôr a mão em mim?

-- Você já pôs a boca e sabe que ele é limpinho, mas desculpe. -- Ludmilla disse, removendo a mão do braço de brunna de forma envergonhada.

-- Não pode levar tudo na brincadeira sempre, Ludmilla. -- brunna disse e Ludmilla assentiu suspirando.

-- Eu sei, desculpe. Só queria que entendesse que não faz sentido perder tempo queimando os corpos, bu. Esse tempo você poderia tentar achar o que tanto quer.

-- Eu sei. -- brunna confessou desanimada. -- Só não posso dizer a elas que já achei o bendito cromossomo Y e por isso tenho que continuar com isso.

-- Está bem. -- Ludmilla disse, entrando em campo aberto de dia pela primeira vez na vida dela. Brunna a olhou surpresa, percebera o medo nos olhos de Ludmilla, mas por ela a maior o enfrentou. -- Você vem ou não? -- brunna sorriu e assentiu.

-- Quem chegar por último nelas fica uma semana com a faxina. -- brunna disse assim que alcançou Ludmilla, disparando de correr e ouvindo a risada rouca no fundo a seguindo.

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