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Capítulo: 3

Brunna se aproximou temerosa, porém valente o suficiente para ter sua arma apontada para a garota. Conforme chegava mais perto, via que ela vestia roupas femininas, porém bem largas nas peças de baixo. Brunna não entendeu, no entanto, não achava que tinha algo a ver com isso.

-- Por que está roubando nossa comida? -- Brunna questionou firmemente, sentindo a brisa fria da noite acariciar seu rosto e o vento fazer seus cabelos esvoaçarem.

-- Eu sentia fome, perdão. -- A garota proferiu. -- Antes de vocês chegarem eu tinha que andar vários e vários quilômetros por dia para achar comida. -- Confessou, encarando Brunna. Estava escuro, todavia, Brunna era capaz de enxergar as orbes castanhas lhe encararem.

-- Por que não pediu ajuda?

-- Eu... não podia. -- A mulher voltou a repetir, fazendo Brunna assentir, embora não houvesse entendido a razão.

-- Está sozinha? -- Indagou mais uma vez.

-- Sim. Há muitos anos. -- Ela disse, fazendo Brunna morder o lábio inferior.

-- Se eu abaixar esta arma, promete não fazer nada estúpido? Estou em um grupo de mulheres armadas, qualquer estupidez e não hesitarão em atirar em você.

-- Eu não quero machucar ninguém, senhorita. Perdoe-me se assim fiz parecer. -- A garota alegou, passando segurança para Brunna através de seu tom de voz.

-- Tem onde dormir? -- Brunna questionou, vendo a garota negar.

-- Durmo em árvores por aí.

-- Me acompanhe, você dormirá em uma cama macia hoje. -- Brunna pediu, vendo o medo transparecer nos olhos caramelo.

-- Não quero que ninguém saiba da minha existência. -- Brunna franziu o cenho.

-- E por quê? -- Perguntou curiosamente.

-- Só... não quero.

-- Não vamos te machucar, prometo. --  Brunna disse, vendo a morena franzir a boca em uma visível dúvida. -- Você precisa comer algo concreto, há quanto tempo não come algo direito?

-- Não sei. -- A garota respondeu seriamente e Brunna deu um passo lento a frente.

-- Como se chama?

-- Você primeiro. -- A garota disse na defensiva e Brunna riu.

-- Certo. Me chamo Brunna. -- Se apresentou. -- E você?

-- Ludimilla. -- A garota finalmente disse seu nome.

-- Então Ludimilla, vem comigo? Você estará segura conosco. -- A garota nada respondeu e Brunna deu mais um passo a frente. -- Do que tem medo?

-- Tem... -- Ela começou hesitante. -- Muitas de vocês aí? -- Perguntou e Brunna pensou um pouco.

-- Somos cinco, contando comigo. -- Replicou. -- Você poderá tomar um banho, comer e dormir em uma cama esta noite, não há razão para temer.

-- Certo. -- Ela respondeu assustada e Brunna abriu um sorriso, acenando com a cabeça para a moça segui-la.

Convidar uma estranha para dentro de seu trailer seria estúpido? Não quando ela não apresenta perigo algum, mas mesmo assim Brunna se perguntava o que havia dado nela para realizar tal convite.

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