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Capítulo 19 - Trajetória

"Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar"

(Astronauta de Mármore – Nenhum de nós)

Era uma sexta-feira, a última antes do início das aulas noturnas no curso técnico de administração e um mês e meio antes de seu tempo no passado ser encerrado. Regina havia decidido saciar naquele dia mais uma curiosidade: ver Tiago mais jovem.

Ela sabia que ele já estava de volta de seu intercâmbio e sorria entusiasmada dentro do ônibus, imaginando como ele seria aos vinte anos.

A rua em que a sogra morava era exclusivamente residencial, porém desembocava numa avenida de comércio. Regina escolheu vigilar na padaria que ficava da esquina, sentou-se numa das mesas de plástico e passou algumas horas lendo um livro e consumindo um suco. Enquanto o movimento não era intenso, os funcionários não a incomodaram, entretanto, em torno das 17h, quando a happy hour começou, ela teve que abandonar seu posto. Durante toda a tarde não havia presenciado nenhum movimento na casa de Tiago e sabia que deveria ir embora, pois em breve Brigite telefonaria cobrando seu retorno, mas era quase incapaz de desistir.

Regina fez um acordo consigo mesma de que daria apenas uma volta no quarteirão, caminhando devagar, e depois iria para casa. Na segunda volta, lutando contra a amargura, observou um carro estacionando. Sentou-se na guia do outro lado da rua e fingiu arrumar os cadarços do tênis, mas foi impossível não desviar os olhos para o rapaz de cabelos escuros que descia do veículo. Ela estava um pouco distante, porém jamais deixaria de reconhecê-lo e seu coração jamais deixaria palpitar de um modo diferente na presença dele.

Tiago e um outro garoto falavam alto da calçada:

— Meio–dia.

— Uma hora!

— Vocês estão doidos? — a motorista de cabelos vermelhos colocou a cabeça na janela aberta — sabadão! Feijuca com pagode no Salve Jorge, às duas!

Regina sorriu, se lembrando do lugar citado. Tiago adorava aquele bar e os dois o frequentariam com assiduidade.

Tiago deu a volta no carro e, se inclinando, deu um beijo rápido na boca da garota:

— Combinado.

Regina apoiou os antebraços nos joelhos e suspirou, um pouco enciumada, um pouco encantada com a cena.

Quando o carro se afastou ela ainda observou os dois prováveis amigos conversarem por alguns minutos, sem distinguir sobre o que falavam. Tiago estava mais magro e vestia uma camiseta bastante feia, com a gola deformada, provavelmente resultado de seu último ano aprendendo a lavar a própria roupa. Por outro lado, ele gesticulava do jeito que ela tanto conhecia e usava uma barba por fazer que ela só tinha visto em fotos e que o deixava bem atraente.

Sua vontade era atravessar a rua correndo e se jogar nos braços dele, roubando-lhe um beijo. O aquecimento de seu corpo e o sorrisinho travesso foram interrompidos quando o rapaz desconhecido puxou Tiago pela mão e o beijou na boca.

— Você tá doido? — Tiago deu dois passos para trás e apontou na direção da casa — Minha mãe!

— Afe Tiago, fala sério! Você acha o que?! Vê se cresce!

O rapaz de afastou e Tiago abriu o portão, entrando rapidamente.

Regina continuou boquiaberta e assistiu o rapaz olhar para trás ao chegar na esquina. Talvez tivesse esperanças de que Tiago não tivesse fugido dele.

Ela sabia que o marido era bissexual, entretanto nunca o tinha imaginado assim tão promíscuo, ou confuso.

E foi por isso que decidiu que no dia seguinte estaria no bar mencionado pela garota dos cabelos vermelhos. Quem sabe ele daria uma chance para Regina também.

Mentiu para Brigite dizendo que sairia com Sabrina e mentiu para Sabrina dizendo que sairia com suas primas. Sim, ela até poderia ter chamado a melhor amiga, ou Ingrid, ou até mesmo Babí para acompanhá-la, mas não estava com a menor vontade de incorporar a adolescente inocente naquele dia.

Colocou um vestido de malha que ia até os joelhos, uma sandália de salto plataforma, ajeitou os cabelos, fez uma maquiagem leve e seguiu em direção ao bar.

O lugar estava cheio, porém ela conseguiu sentar num banco, para consumir um suco de maracujá que já era tão bem preparado quanto seria em dez anos. Por volta das três horas, Tiago e seus dois amigos, ou mais do que isso, entraram no lugar. Regina passou quase uma hora observando o trio à distância. Eles riam, comiam, batucavam na mesa e de vez em quando Tiago e a garota trocavam um beijo.

Regina planejava trombar com o futuro marido quando ele finalmente se rendesse à suas necessidades fisiológicas e tivesse que ir ao banheiro. Ela não fazia ideia do que diria, ou o que faria, porém precisava estar perto dele. A curiosidade de ouvir sua voz e rever sua covinha era maior que qualquer pensamento racional.

Para o êxtase dela, Tiago começou a caminhar em direção ao balcão, fazendo seu coração bater desesperadamente feliz. Ele debruçou bem próximo à ela, aguardando ser atendido. Regina não conseguia parar de olhar para ele, que percebeu a insistência e virou o rosto na direção dela, sem sorrir:

— Tá tudo bem?

— Ã hã... Eu só fiquei encantada... curiosa... Com seu... — ela não conseguia pensar em nada coerente para completar a frase.

Ele franziu a testa e se virou para frente, para pedir um copo com gelo ao bartender.

— Eu só achei você uma graça. — Ela disse por fim, quando ele pegou o copo.

Os olhos de Tiago correram de cima abaixo pelo corpo de Regina, mas ela sabia que aquele não era um olhar de desejo, era sim um olhar de desprezo:

— Obrigado... Volta daqui uns cinco anos.

Ela deu risada:

— Sete e meio. — não resistiu e acabou por tocar o braço dele, que por sua vez chacoalhou a cabeça e se afastou:

— Afff.

Regina cobriu a boca não conseguindo parar de rir, mesmo ele tentando ser um escroto, ela não sentia raiva. Apesar de ainda querer se jogar em seus braços e transar até a exaustão, sabia que isso não iria acontecer naquela tarde já que ele não estava interessado em conhecê-la.

Ao longe notou os outros componentes da mesa de seu futuro marido olhando-a, desconfiados.

Pagou pelo suco e saiu do bar, de ótimo humor. Tiago ainda não estava pronto para ela, contudo a interação com certeza tinha valido a pena e seria mais uma história divertida para contar a ele no futuro.

Durante as semanas seguintes, quase todo dia Regina saia mais cedo de casa para a aula e fazia uma parada na rua em que Tiago morava. Com receio de ser reconhecida e acusada de perseguir o rapaz, ela se escondia atrás de uma árvore ou carro e muitas vezes conseguia espiá-lo chegando ou saindo de casa. Numa delas ele estava com a namorada ruiva, outras duas com o amante, uma vez estava com os dois, porém, em todas as outras ele estava sozinho e cabisbaixo.

Em alguns momentos ela quase ia ao seu encontro, ao menos para poder tocá-lo de leve, trombar com ele, roçar as mãos, convidá-lo para tomar um café sem açúcar, mas resistiu. Tiago ainda estava evoluindo para se tornar o homem maravilhoso que ela conheceria em dois mil e nove e não queria estragar a imagem que tinha dele.

As aulas do curso técnico de administração começaram na primeira segunda-feira de fevereiro, sem muito entusiasmo, afinal, na semana seguinte seria o feriado de carnaval. Os professores se apresentavam, explicavam o conteúdo programático e acabavam dispensando a turma mais cedo.

Como o piloto automático havia parado de funcionar, Regina teria que prestar atenção em tudo e reagir genuinamente a cada acontecimento. O que era bom, assim ela teria com o que se ocupar naquela reta final da viagem.

Ela quase não se recordava daquele curso, essa era a verdade. Talvez porque havia durado apenas um ano e meio, talvez porque passava boa parte do tempo sentindo saudades dos colegas do ensino médio e toda a intimidade que tinha com eles, talvez porque o mesmo período seria marcado por tragédias, ou talvez porque estava mais interessada em Tariel.

Disso ela se recordava bem. No final de março a colega de sala, Luciana, a apresentaria a seu vizinho, um rapaz da outra turma. Regina acharia Tariel muito bonito e, não querendo que o relacionamento se tornasse apenas amizade como havia acontecido com Diogo, ela pediria o contato dele e ambos conversariam por icq durante apenas uma semana antes de ficarem pela primeira vez.

Tariel também seria a pessoa que a apoiaria após o choque do falecimento de Guilherme, e após o acidente de Roberto e Ivan, o que fortaleceria ainda mais a relação. Em julho ele a convidaria para a comemoração de seu aniversário e, mesmo sem um pedido oficial, a apresentaria como namorada aos outros convidados. Seria uma surpresa positiva para Regina e o começo de um relacionamento de três anos.

Luciana sentou ao seu lado logo no primeiro dia:

— Oi tudo bom? Tá perdida? Eu também. Menina, voltar a estudar depois de sete anos é tão estranho. Mas você tem cara de novinha, acabou de se formar no colegial?

— Isso... — Regina sorriu divertida com o jeito acelerado da mulher.

Se recordou que, da primeira vez, estava morrendo de medo de não saber fazer novas amizades, porém Luciana mostraria a ela que a vida adulta não é um bicho de sete cabeças e que existem pessoas incríveis em todos os lugares.

Ela tinha vontade de abraçar a mulher que ainda não havia parado de falar, rir e chamá-la para saírem juntas, do mesmo jeito que fariam com frequência no futuro. Luciana tomaria uma taça de vinho e Regina um suco de tomate ou então, juntamente com seus maridos e filhos, eles passariam um final de semana acampando.

Acampar era uma das tantas coisas a que Luciana a apresentaria. Apesar de ser vários anos mais velha, as duas se dariam muito bem, despertando até mesmo o ciúmes de Sabrina.

— Tá tudo bem Rê? Posso te chamar de Rê?

— Tá tudo ótimo Lucy... Posso te chamar de Lucy? — A amiga odiava o apelido, mas não custava tentar mais uma vez.

— É...

— Não, né? Tudo bem.

A futura amiga para sempre, era uma mulher morena, em torno de 25 anos, casada e com um filho. Havia adiado começar uma faculdade por diversos motivos e agora tinha decidido testar um curso técnico antes de mergulhar em algo que poderia se arrepender.

Regina não se recordava de ter se sentido assim da primeira vez, porém sorriu ao perceber que admirava Luciana.

Era domingo de carnaval e Regina havia combinado de ir até a casa de Sabrina e de lá ambas iriam para o churrasco de aniversário de Andrei. O calor estava intenso, por isso ela se permitiu colocar um shorts jeans e uma blusinha preta sem mangas, torcendo para que não houvesse uma chuva de verão no final da tarde.

Ela estava ciente da possibilidade de cruzar com Guilherme, entretanto não imaginou que o encontraria deitado no sofá assistindo televisão, vestindo apenas uma bermuda.

Depois de cumprimentá-la, Sabrina voltara a lavar a louça do que deveria ter sido seu café da manhã:

— Rê, me enrolei... Vou tomar um banho voando, juro!

— Ã hã... — Regina permanecia parada entre a porta da cozinha e a da sala.

Guilherme, sem mudar de posição no sofá, a observou com um sorriso sedutor e fez um sinal com um dedo "vem cá". Sentia-se incapaz de tirar os olhos dele, porém conseguiu negar o convite com a cabeça e perguntar para Sabrina:

— E seus pais?

— Foram na casa da minha vó... Ou da minha tia, nem sei.

— Hum...

Ele se sentou no sofá, liberando algum espaço e dessa vez disse alto, olhando para a televisão:

— Senta aí Rê, a Sabrina atrasou né? Normal.

— Isso, bate um papo com o Gui que eu preciso de dez minutos! — A amiga correu e entrou no banheiro.

Assim que ouviram a porta trancar, ele girou novamente o rosto na direção da loira:

— Gostei do shorts.

— Gostei da camiseta.

Ele riu da brincadeira e levantou o braço direito, oferecendo a mão para ela.

— Vem ver de perto.

Racionalmente Regina sabia que não deveria tocá-lo, que isso poderia piorar ainda mais seja lá o que ela estava alterando, entretanto, quase um ano sem sexo estava afetando seu julgamento.

Sua mão foi se levantando devagar enquanto ela deu dois passos e se aproximou do sofá, em seguida umedeceu os lábios e engoliu, sentindo muita sede de repente. Ao tocar a ponta dos dedos de Guilherme foi como se uma corrente elétrica tivesse passado entre os dois, e o rapaz a puxou de uma vez para junto dele. Regina deu mais um passo desajeitado e caiu sentada no sofá, apoiando uma mão no peito nu dele.

Com a aproximação dos olhares, ambos ficaram imóveis por alguns segundos.

A mão de Guilherme que ainda segurava a dela, foi se libertando aos poucos para ser apoiada em sua cintura e ele aproximou um pouco mais o rosto.

Regina o olhou lascivamente e se inclinou para frente, encostando os lábios aos dele. De olhos abertos eles começaram um beijo lento, se provocando, se analisando...

E o corpo de Regina se acendeu, desejando por mais. Ela esticou ambas as pernas por cima do colo de Guilherme e o puxou pela nuca, fechando os olhos.

Apoiou as unhas na pele dele e foi descendo uma das mãos vagarosamente. Guilherme riu e a segurou, antes que alcançasse o umbigo.

— Que foi? — Ela murmurou em seus lábios.

— Cócega.

— É, vamos chamar de cócega.

Ele arregalou os olhos e ía fazer algum comentário malicioso, porém ela o trouxe novamente para junto de si, continuando o beijo.

Ouviram o som do chuveiro se fechando e, num estremecimento, Regina encolheu as pernas e se levantou, rindo, ajeitando a própria roupa. Guilherme pulou para um canto do sofá, colocando uma almofada no colo.

— Dois minutos! — Sabrina abriu a porta e correu para o quarto, enrolada numa toalha.

Regina seguiu para o banheiro, sem olhar para trás. Verificou o rosto corado no espelho embaçado e tentou se acalmar, molhando a nuca com água fria. Ainda bem que tiveram pouco tempo porque ela não sabia se era capaz de se controlar se a situação fosse outra. Ajeitou os cabelos e saiu trocando um breve olhar com Guilherme.

— Tchau...

— Falou.

— Vamo? — Sabrina abria a porta.

— Vamos.

Ela ainda sentia o corpo pegando fogo e agradeceu por faltar apenas um mês para o final do feitiço.

Durante a tarde se proibiu de pensar no que havia acontecido.

Quando conectou o icq naquela madrugada, havia um recado de Guilherme, que naquele momento estava off-line.

sonolento 23:32: Quando a gente vai repetir a dose?

charmed 00:38: Eu tô namorando.

Mentiu. Mas ela sabia que era o que aconteceria em poucos meses, com Tariel. E era melhor que as coisas seguissem conforme o original. Ela não cederia mais à tentação de ficar com Guilherme. 

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