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Prólogo

16 de Fevereiro de 1975
Domingo, 8:45 a.m


Havia excitação no olhar, um brilho mágico pelo perigo que estava prestes a se meter. Amava a sensação da quase morte, ou da sensação de se pôr em risco e se safar no final.

Era quente, a pele queimava contra a própria roupa enquanto os dedos tamborilavam no volante do carro. Olhou de esgueira ao retrovisor, o coração pulou na garganta assim que ouviu os tiros sendo disparados e então apertou com força o volante outra vez.

A porta do carro se abriu em frenesi, a garota que se sentou ao lado do motorista jogou as sacolas no banco de trás e gritou:

— Mete o pé, Sasuke!

E assim ele fez. Um pé no acelerador e as mãos trocando a marcha do carro, indo em ré para chegar na estrada.

A mulher tirou a máscara que usava e os cabelos longos e negros voaram com o vento que invadia a janela do carro, o sorriso estampava sua face juvenil, assim como o rosto de Sasuke que se adornava de um sorriso travesso.

Ela atirou outra vez na direção dos policiais armados enquanto Sasuke se manobrava para ir o mais longe possível das viaturas que brilhavam em azul e vermelho.

— Não coloca o rosto pra fora, ficou doida!

— Eles não conseguem me enxergar direito, querido — sorriu — Não se preocupe, Sasuke, não é minha primeira vez roubando.

A voz desdenhou em brincadeira.

— É claro que não.... — sussurrou, virando o veículo abruptamente em uma curva perigosa — Você gosta da sensação, não é Hinata?

Ela olhou para trás afim de conferir se estavam longe o bastante dos demais policiais e, assim que teve a certeza de não encontrar nenhuma luz vermelha, direcionou toda sua atenção a Sasuke mais uma vez. Depositou a arma no porta luvas e de lá retirou um boné no qual colocou em si.

— Adoro estar prestes a morrer junto de você, querido — Ela se apoiou sobre ele, sem se importar dele estar dirigindo, e lhe deu um beijo. Arrastou seu nariz no pescoço dele e beijou a pele para logo voltar a beijar seus lábios novamente.

— Você está me deixando de pau duro — revelou em risos — Vamos logo trocar de carro, tem um estacionamento aqui perto.

E em poucos minutos, roubaram outro carro com tamanha facilidade costumeira de realizar o ato. Hinata pegou as sacolas cheias de dinheiros enquanto Sasuke guardava as armas no porta luvas do outro carro. Ela trocou sua jaqueta por um casaco de pelos marrons e deu o boné para Sasuke o usar. Quando ligaram o carro e saíram em estrada à frente, voltando ao caminho que fizeram, viram as viaturas com as sirenes ligadas indo em direção contrária das deles.

Hinata gargalhou, juntou as mãos no rosto de Sasuke e o beijou mais uma vez.

— Idiotas, todos eles!

— Esse foi seu recorde de tempo em roubo de banco pequeno, Hinata. Estou realmente surpreso.

Ela apoiou as pernas ao alto conforme ascendia um cigarro.

— Madara fez questão de cronometrar tudo que eu faço em um banco antes de realmente estar no banco — revirou os olhos — Um saco, mas valeu de alguma coisa.

— Com certeza, sim.

E entre beijos e tragadas no cigarro, voltaram para seus esconderijos. O casal não trabalhava sozinho, eles tinham uma quadrilha muito bem equipada e preparada para coisas muito piores. Aquele era um roubo pequeno, sabiam se virar sozinhos. Mas os roubos de verdades, os sérios e perigosos, precisavam de todos da equipe. Quase uma família diria Sasuke.

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