Capítulo 2
16 de Fevereiro de 1975
22:14 p.m.
Tudo saía conforme o plano, Itachi já estava seduzindo Karui e prestes a levá-la a um lugar mais discreto do Hotel para depois roubar seus documentos, jóias e dinheiro. Já Hinata não estava com pressa, mesmo sendo seu 'trabalho' não havia nada de errado em se divertir um pouco naquele casino luxuoso com jogos, bebidas e dança.
Se sentou no banquinho macio do balcão onde o Bartender estava e levantou um dedo para chamar a atenção do homem, vários outros magnatas a comiam pelos olhos desde que se sentou ali, mas dispensou todos eles.
Uma bebida lhe foi servida e então Hinata arqueou uma sobrancelha.
— Eu ainda não fiz o meu pedido — falou com a voz doce.
— O homem ao lado que pagou — o bartender apontou para o lado e a moça virou o rosto para saber quem era o atrevido da vez.
Um homem de cabelos loiros bem arrumados sorriu de leve, erguendo seu copo com uma bebida claramente muito cara e piscando um dos olhos azuis. Hinata riu divertida e recusou a bebida falando em seguida para o barman:
— Devolva isso para ele e me dê uma cerveja preta, da mais cara. E pague uma para aquele homem também — Hinata falou e assim o outro fez.
Quando trouxe sua cerveja e depois entregou para o homem de cabelos loiros, ele olhou de modo confuso e então Hinata ergue sua bebida do mesmo modo que ele havia feito antes, piscando logo em seguida. Segundos depois, o loiro se sentou ao seu lado fazendo seu perfume amadeirado impregnar suas narinas.
— Por que recusou minha bebida? — Ele perguntou com um timbre arrepiantemente sexy.
— Uma mulher também pode tomar a mesma bebida que um homem e oferecer também uma, não acha? — Sua postura era ereta mesmo sem um encosto para suas costas e sua voz tinha o mesmo timbre sensual que o dele.
Hinata adorava jogar com idiotas.
O homem sorriu sem mostrar os dentes e tomou de sua bebida, as orbes peroladas encararam o relógio caríssimo no pulso do outro e não pensou duas vezes em ter aquele objeto para si. Sorriu internamente vendo ali uma oportunidade de depenar aquele pato.
— Não conheço você, sua primeira vez neste casino? — Perguntou para descontrair.
— É tão óbvio assim? Não sou muito fã de jogos, mas há uma primeira vez para tudo, certo? — Ele respondeu — Me chamo Sonne e você?
— Sonne? Sabe que seu nome é sol em alemão, não sabe? — Hinata questionou, divertida.
— Então além de linda, sabe falar alemão?
— Alemão, português, japonês e polonês — exibiu para o loiro dando um gole de sua bebida.
— Bom, então me diga o seu nome, mulher cheia de talentos.
— Se você se chama Sonne, me chame de Mond.
— Então eu sou o Sol e você a Lua? Seria o destino? — O rapaz brincou.
'Vamos Naruto, chega de paquerar! Os guardas já vão invadir o casino, fique em posição!'
A voz falou dentro do ouvido do loiro e sua pose mudou completamente, Hinata percebeu isso mas não sabia o porquê.
— Bom, Mond, vou deixar você com a sua bebida e irei gastar todo o meu dinheiro neste casino — Se levantou, arrumou seu terno e passou as mãos nos cabelos loiros curtos — Espero nos encontrar mais vezes.
Antes dele ir embora, Hinata puxou levemente seu braço e o trouxe mais perto de seu corpo, colando suas bochechas e sussurrando as palavras sem deixar de segurar o braço do loiro.
— Espero que sim, querido — sussurrou em seu ouvido e todo os pelos do corpo de "Sonne" se arrepiou e esquentou.
Ela se levantou e saiu dali, carregando o relógio que antes estava no braço do homem, agora preso em seu pulso.
Hinata se dirigiu até onde estava sua 'vítima' pronta para pôr seu golpe em plano. Sasuke passou por trás de seu corpo e sussurrou rapidamente em seu ouvido antes dela se aproximar de Gaara.
— Eu vi você com aquele loiro, eu vejo tudo, Hinata. Foque no seu trabalho.
— Ciúmes, amorzinho? Ele me rendeu um belo relógio de cinco quilates — respondeu ainda sem olhá-lo e com um pequeno sorriso — Isso faz parte do meu trabalho.
— Bom saber que você está se aproveitando está noite, porque quando chegarmos, vou dar um trato em você — as palavras saíram arrepiantes em seu ouvido com o hálito quente cheirando a bebida alcoólica e morango.
Hinata deu de ombros e começou a andar até onde o ruivo estava jogando, algumas pessoas estavam ali com peças que simbolizavam o dinheiro sobre a mesa e várias numerações marcadas na mesa junto a uma roleta dizendo o número vencedor.
A morena passou por detrás dele e em seguida se sentou ao seu lado e apontou o dedo no número 17.
— Eu apostaria neste — falou e em seguida sorriu para o outro.
— E por que eu deveria confiar em seu palpite? — Gaara perguntou.
Hinata, sem respondê-lo, pegou uma de suas peças e pôs sobre o número desejado, a roleta girou e caiu certamente sobre o número 17 que havia escolhido, todas as peças foram em direção a Gaara e ele a olhou, surpreso.
— O que você é? Uma vidente? — indagou. O interesse ficando crescente e então ela riu divertida.
— Talvez eu seja seu amuleto — mordeu levemente os lábios inferiores em um sorriso, deixando o outro hipnotizado.
Pronta para falar algo a mais, um grande estrondo se fez presente e três pessoas daquela cassino se levantaram com armas, entre elas estavam Sonne, o homem loiro que havia conversado minutos antes.
— TODO MUNDO PARADO, POLÍCIA DE LOS ANGELES! — Elas gritaram e o caos foi instalado.
Todos começaram a correr e Hinata procurou seus parceiros, achando eles com uma cara de pavor. Itachi deu sinal com as mãos e então Hinata se levantou e sacou a arma que estava escondida debaixo do vestido longo e luxuoso.
Sasuke atirou primeiro em direção aos policiais e então um tiroteio começou sem parar enquanto todos gritavam em desespero e tentavam sair dali, mas outros agentes entraram e barraram o elevador.
— Vamos sair daqui, rápido! — Sasuke falou já reunido com os outros dois que atiravam loucamente sem acertar ninguém e nem ser acertado.
— Shisui está lá embaixo, mas não há como sair! — Gritou Itachi em meio ao caos de pessoas correndo sem rumo e atropelando umas as outras.
— Mate quem atrapalhar nosso caminho! — ordenou.
— Mas tem muitos policiais, Sasuke! É suicídio! — Hinata falou apavorada. Era um risco que corriam em todos os golpes, mas nunca havia realmente dado errado.
— Chega de papo, vamos! — Itachi ordenou e então eles começaram a correr.
Itachi abria caminho em meio da multidão enquanto Sasuke e Hinata atiravam para afastar as pessoas e os policiais, aquilo estava um grande desastre. Uma mulher loira vestida com roupas caras atirou no ombro de Hinata, mostrando ser uma dos agentes disfarçados.
Um grito saiu da morena com a dor, mas não parou de atirar na direção da loira sem parar, queria matá-la sem dó.
O seu companheiro a ajudou a atirar e as balas acabaram de sua arma, então ele retirou outra de seu terno e voltou a atirar mais uma vez. O sangue escorria pelo braço da morena e a sensação de dormência naquela área já era tomada.
Itachi atirou nos policiais que barravam o elevador e então eles entraram em desespero, apertando o botão da garagem várias vezes. A porta se fechou, mas ainda ouvia os tiros em direção deles, o elevador começou a descer e então Hinata se sentou no chão, pondo a mão no ombro ferido, se sujando mais ainda com seu próprio sangue.
— Mas que merda! — Itachi falou irritado — Você tem que aguentar mais um pouco Hinata, Shisui vai o mais rápido possível pra nos socorrer.
— Ele tem que ser rápido, não é por isso que ele é o piloto de fuga? — Hinata brincou.
— Já está fazendo até piadinha? Então está ótima! — O Uchiha mais velho comentou.
— Calma anjo, você vai ficar bem — Sasuke falou pondo a mão no rosto dela que suava e tremia totalmente.
Medo percorreu pelo corpo de Sasuke apenas com a hipótese de perdê-la, doía apenas de cogitar viver sem Hinata, afinal, eles estavam juntos desde sua infância.
Assim que o elevador se abriu na garagem, Sasuke carregou Hinata no colo e começou a correr até o carro enquanto outros policiais se aproximavam.
— Sasuke, eu feri meu braço, não minhas pernas.
— Te carregar me faz parecer mais heróico — falou com aquele sorriso torto no rosto ainda correndo enquanto ela revirava os olhos.
Itachi sentou no banco do passageiro enquanto Sasuke colocava Hinata dentro do banco de trás e se sentou ao lado dela.
— Puta merda! O que aconteceu? — Shisui falou desesperado ao ver Hinata sangrar.
— Dirige a merda do carro! — ordenou os três e assim Shisui fez.
O carro fez um grande barulho para sair da garagem, o que chamou a atenção dos policiais que logo começou os seguir. Shisui trocava de marcha e movia o volante com rapidez e precisão, mas parecia que as viaturas chegavam mais pertos a cada nova curva. Duas viaturas perseguiam eles e Shisui não parava de acelerar, se dava para ouvir o som do pneu derrapar a cada curva e a marcha sendo trocada com brutalidade. As ruas estavam um breu e vários carros transitavam por estarem no centro de Los Angeles, era praticamente impossível fugir dos policiais que antes eram dois, agora haviam se tornado em quatro.
Poderia ser impossível, mas não a Shisui. Ele conhecia todas as ruas de Los Angeles e os horários de pico que dificultariam sua passagem, em quase uma hora de corrida com o carro para despistar os policiais, eles conseguiram chegar no esconderijo.
A porta foi aberta com brutalidade e todos que estavam ali se assustaram com Sasuke carregando Hinata no colo e o sangue pingando pelo vestido longo.
— Meu Deus! O que aconteceu?! — Sakura perguntou assustada.
Sasuke colocou Hinata sentada no sofá enquanto ela segurava o próprio braço como se ele fosse cair a qualquer momento.
— Cala a boca Sakura e trás a caixa de primeiros socorros! — ordenou e assim ela fez.
Madara apareceu ali e foi em direção à jovem baleada.
— Saia Sasuke, eu cuido disso — Falou autoritário e o outro não questionou.
Com um pano molhado, Madara limpou o sangue que escorria em abundância e depois pegou uma pinça, enfiou na carne viva e começou a procurar pela bala enquanto Hinata gritava de dor. Lágrimas desciam de seu rosto apavorado. Ela sentia que Madara cutucava com a pinça a procura do objeto enquanto machucava sua pele, ao localizar a bala ele rapidamente a tirou.
Jogou um líquido que parecia queimar sua pele e mais um grito foi dado em desespero, mas o pior estava por vir, todos olhavam sem sequer piscar para toda aquela cena. Madara pegou uma agulha e uma linha preta, esterilizou e depois começou a perfurar o pequeno buraco em seu ombro.
— PORRA MADARA! — Gritou fechando os olhos e Sasuke fez o mesmo sem conseguir olhar aquilo enquanto os outro não desviava o olhar.
— Pronto — ele avisou depois de longos minutos de tortura.
Suspiros de alívio saíram de todos ali, mas Madara ficou mais sério. Ele se levantou e foi em direção a Fugaku com os passos pesados.
Todos ali sabiam que algo de ruim iria acontecer, era dever de Fugaku avaliar todo o perímetro, dizer quantos guardas tinham e toda a ficha criminal das pessoas ali. Mas o que ninguém esperava era que Madara desse um soco na cara de Fugaku, fazendo ele cuspir sangue.
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