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Os filósofos antigos acreditavam que nada poderia explicar o amor. A psicologia tinha a resposta para esta questão; e para entendê-la, primeiro deveria ser entendida a diferença entre paixão e amor.

Paixão é quando os níveis de ocitocina e vasopressina estão altos no cérebro. Um sentimento gostoso, porém momentâneo. O amor é maduro e equilibra os altos níveis de dopamina. Uma certeza constante para toda a vida.

E existe a obsessão.

Nada na vida de Charlie Evans Petrov parecia fazer diferença naquela altura. Sua vida era um fragmento indistinguível espalhado em milhares de pedaços. Lá estava ele, na solitude de sua mente, tentando conectar todas as peças. E neste jogo, havia duas versões deste quebra-cabeça:

Aquela que Alexander Petrov lhe contou e o que seu raptor insistia em dizer.

Apesar de serem versões distintas, em um detalhe elas coincidiam. Charlie aparentemente era um psicólogo vindo do Reino Unido em busca de um sonho após a morte de sua mãe. Ele também era herdeiro de uma das máfias mais perigosas da Rússia.

Até aqui, tudo bem. A história virava de ponta cabeça quando os caminhos se dividiam em dois. Aquele onde ele, na verdade, era noivo de Alexander Petrov e juntos comandavam a máfia, porém o inimigo acabou envenenando sua mente com mentiras até transformá-lo em louco; e aquele onde o filho da família Makarov era o amor de sua vida e seu protetor.

No fim, tudo o que ele conseguia pensar sobre a situação era como ele se meteu nessa bagunça interminável.

Os pensamentos vagavam por sua mente atordoada enquanto encarava o próprio reflexo no espelho da suíte.

Lembrava-se claramente dos dias agonizantes na clínica psiquiátrica. O tratamento de choque, os gritos, as marcas de sangue. Afastou as memórias pesadas balançando a cabeça. Não as queria por perto; Charlie queria sobretudo paz.

Como poderia ter paz quando havia sido capturado por um mafioso louco que jurava de pé junto ser o amor de sua vida?

Leonid Makarov. Este era o nome dele.

Puxou a porta do banheiro, se deparando com o quarto chique onde fora colocado mais cedo. Na verdade, era uma suíte presidencial, contudo para Charlie soava como uma jaula de ouro.

A janela horizontal dava visão para os arranha-céus brilhantes de Moscou. Buzinas de carros e vozes eram ecos distantes para Charlie. Caminhou até a porta. Ao invés de girar a maçaneta, apoiou as costas na superfície de madeira.

Obsessão. Era esta palavra que representava perfeitamente os sentimentos de Leonid em relação a Charlie. Como psicólogo, isto não era aconselhável. Certamente um sujeito que ele deveria manter distância.

Então, porque o nome dele soava tão doce? Porque sabia distinguir o gosto dele mesmo o odiando? Porque tinha sonhos envolvendo ele? Porque ele?

Não saberia responder nenhuma dessas perguntas. A única certeza que Charlie tinha no momento era que Leonid estava do outro lado da porta.

Estaria louco caso admitisse poder sentir as mãos de Leonid atravessando a porta e envolvendo sua cintura em um aperto de urso. Mais louco ainda seria confessar reconhecer o perfume daquele desgraçado pairando pelo quarto.

Charlie estava completamente enlouquecido.

Apoiou a nuca na porta e surpreendeu-se ao poder sentir a respiração quente e ofegante de Leonid sobre a pele arrepiada de seu pescoço.

Seriam aqueles sentimentos, memórias perdidas ou delírios inoportunos?

Enxergava aquelas sensações como algo viscoso e profano no qual ele não conseguia se livrar, pois de alguma forma era atraído até ele. Se envolvia naqueles sentimentos culposos e não entendia o porquê.

Conseguia visualizar em sua mente Leonid parado do outro lado, com as mãos apoiadas no vão da porta, esperando pacientemente que a maçaneta girasse e ele pudesse entrar, finalmente. De alguma forma, sabia que ele usava calça escura de alfaiataria, blazer sob medida e uma camisa social branca prestes a ser manchada de sangue a qualquer momento.

A imaginação era um perigo. Quando se deu conta, a superfície da porta não era a única coisa dura naquele quarto. Tapou com as mãos o volume formado na cueca, a única peça que Charlie estava usando, e seguiu até a cama, envergonhado.

Aquela noite seria longa.

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Desde que fora jogado naquela suíte, as refeições eram deixadas próximas à porta. Charlie suspeitava que Leonid era o responsável por esse cargo. Jamais ousou ultrapassar o vão e correr pelo corredor. Charlie vira muitos filmes de terror para ter certeza que este plano jamais daria certo.

Abriu a porta, agarrou o prato e voltou a fechá-la rapidamente. Sentou-se na beirada da cama e começou a comer o macarrão à milanesa.

Uma coisa era certa: as comidas eram deliciosas. Sempre saborosas e com aparência cara. Charlie detestava ostentação, mas às vezes era bom aproveitar as oportunidades da vida, mesmo se elas viessem em forma de sequestro.

Quando terminou de comer, voltou até a porta e a abriu, deixando o prato no chão do lado de fora. O corredor continuava sem um sinal sequer de vida.

— Não custa tentar.

Deixou a porta aberta e seguiu à frente pelo corredor. O piso de cerâmica era preto e refletia perfeitamente as coxas desnudas de Charlie. Haviam outras portas para quartos diferentes. Uma delas estava entreaberta. Um perfume forte e atrativo vinha da fresta.

Curioso, Charlie aproximou-se e entrou no cômodo. Assim como sua suíte, aquela era elegante e exageradamente cara em todos os detalhes. Um ilustre transparente pendia do teto e refletia as luzes vindas da enorme janela próxima a cama de casal. As portas do closet estavam arreganhadas, com roupas largadas no vão.

Caminhou hesitante até o closet e pressionou o interruptor, acendendo as luzes de seu interior. A vista era insana. Um corredor sem saída com várias prateleiras contendo roupas sociais, sapatos, camisas e armas.

— Isso é loucura... — Charlie olhou para as armas das quais ele não saberia nomear nenhuma.

As mangas dos blazers roçavam na pele nua de Charlie. O cheiro característico daquele perfume continuava muito evidente em cada peça de roupa, como se estivesse impregnado no tecido.

Era estranho ver armas e vestes tão misturadas, o que não deveria ser novidade para um mafioso como Leonid, que provavelmente tinha cada uma delas como parte de seu visual do cotidiano.

Se pôs de joelhos ao avistar gavetas abaixo das prateleiras inferiores. Abriu uma delas e deparou-se com cuecas. Todas pretas.

— Incrível como todo psicopata gosta de preto — seus instintos de psicólogo se elevaram.

O perfume ainda pairava mesmo dentro daquelas gavetas. Apanhou uma das cuecas e sentiu a textura macia deslizar por seus dedos.

Sentia-se errado. Não deveria estar naquele quarto, fazendo aquele tipo de coisa. Mas aquele sentimento que Charlie tanto negava continuava pairando por sua mente. Algo no perfume e nas coisas dele chamavam sua atenção e enchiam seu cérebro de dopamina.

Aproximou a cueca de suas narinas e cheirou profundamente. Não conseguia conter sua imaginação pervertida. Por um momento, desejou ser o tecido macio e elástico que abrigava aquele pau.

Conseguia sentir vestígios de algo viril e rígido. Se perguntava como sua mente conseguia detalhar tão perfeitamente as partes íntimas de seu sequestrador. Sentiu-se culpado, um completo traidor. Se Alexander Petrov fosse seu marido, porque ele estava no closet de um estranho?

O nariz de Charlie roçava de cima para baixo sobre o tecido da cueca de Leonid Makarov. Fechou os olhos, imaginando loucuras. A ereção de Charlie continuava intacta sob o estímulo de suas perversões mais íntimas.

Passos despertaram sua atenção. Largou a cueca no chão e se levantou em um pulo.

Alguém havia entrado no quarto. 

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