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Capítulo único


O teatro vermelho.

É tão patético
Esse teatro
Vivo ou morto você é o espetáculo.

Apaguei as luzes do meu palco, saí de mansinho no segundo ato. E ninguém notou o silêncio que reinava, ao som dos aplausos que minha mente, nada sóbria, imaginava.

Estou absorvendo cada mínimo detalhe, cheiro, sons e emoções. Os aplausos são sem dúvidas o mais esperado momento para a maioria dos atores. Mas eu não pretendo esperar por eles. Foram tardes e noites de ensaios árduos​. É a peça do ano, a mais aguardada, com platéia lotada e ingressos esgotados. A noite promete ser, literalmente, um grande espetáculo.

Meus pés estão com bolhas e algumas estouram conforme eu caminho. Mas eu nem resmungo mais, apenas sinto o cansaço e a energia torturante que emana das pessoas.
Ouvi conversas abafadas sobre meu noivado, ou melhor, meu término. Parece que as pessoas não tem muito o que fazer por aqui, além de contar a vida uns dos outros por aí.

A luz fraca e avermelhada que vem do palco faz meu estômago revirar.

Minha cabeça lateja e eu só quero deitar e dormir.

- Juliana, você está me ouvindo? Pare de beber isso! - Disse Samantha, abanando minha cara do nada.

- Sim, sim. Você dizia que preciso entrar depois da música de Natal. - Respondi mal humorada.

- Sim, eu disse isso! Há uma hora atrás!! Por Deus! Onde tá com a cabeça? Ja chega! Você está f-o-r-a! Entendeu?? FORA!  - Gritou Sam, a ruiva histérica, se afastando de mim.

  Respiro fundo e fecho os olhos, que já estão transbordando d'água​ só pelo jeito que aquelazinha me tratou. Tudo bem, eu já não pretendia ir mesmo.

- Que ridículo... - Resmungo, secando o rosto.
  Vou em direção a primeira porta que vejo e me tranco. Nem percebi, mas é meu próprio quarto - camarim.

Estou suando frio e meu nervosismo está me deixando extremamente irritada. Um ódio repentino me controla e dou socos na porta vermelha. Me encosto nela e engulo a vodka que deixei no chão.

Vermelho ao meu redor, vermelho nos bancos, tapetes, nas cortinas... Até nos meus trajes? Quem foi o idiota que decorou tudo dessa cor?

  Enjoada e atordoada, tropeço em meus confusos passos​. Descabelada, desesperada e limitada a um pequeno espaço quase vazio, tão apertado quanto meu coração.

  Ligo a antiga vitrola, meus cansados pés descalços e úmidos dançam sob minhas lágrimas, a nossa canção.

"Há uma mulher que acredita que tudo o que brilha é ouro
E ela vai comprar uma escadaria para o paraíso
E quando chegar lá, ela sabe que, se as lojas estiverem todas fechadas
Com uma só palavra ela conseguirá o que foi buscar

E ela vai comprar uma escadaria para o paraíso

Há uma placa na parede, mas ela quer ter certeza
Pois você sabe que às vezes as palavras são ambíguas
Numa árvore perto do riacho, há uma ave cantora que canta
Às vezes todos os nossos pensamentos são inquietantes

Isso me faz pensar
Isso me faz pensar

Eu sinto uma coisa ao olhar para o oeste
E meu espírito chora por estar indo embora
Em meus pensamentos, eu vi anéis de fumaça atravessando as árvores
E as vozes daqueles que ficam olhando

Isso me faz pensar
Realmente me faz pensar

E sussurram que em breve, se todos entoarmos a canção
Então o flautista nos levará à razão
E haverá um novo dia para aqueles que resistirem
E a floresta irá ecoar com risadas

Se houver um alvoroço na sua sebe
Não se assuste
É só a chegada da primavera
Sim, há dois caminhos que você pode seguir
Mas a longo prazo
Ainda há tempo para você mudar de direção

E isso me faz pensar

Sua cabeça está cantarolando e não vai parar
Caso você não saiba
O flautista quer que você se junte a ele
Querida senhora, está ouvindo o vento soprar?
E você sabia
Que sua escadaria está no vento sussurrante?

E enquanto seguimos pela estrada
Com nossas sombras maiores do que as nossas almas
Vemos uma senhora que todos nós conhecemos
Que emite uma luz branca e quer mostrar
Como tudo ainda vira ouro
E se você ouvir com muita atenção
A canção enfim chegará até você
Quando tudo for um e um for tudo
Ser constante e não ser errante

E ela vai comprar uma escadaria para o paraíso "

Patético.

  Mas tão cruel, minha boca salgada e molhada foi beijada por desejo infiel.

  A maldade daquela deusa, a Culpa, me amarrou da cabeça aos pés.

Unhas vermelhas, cortinas vermelhas, porta vermelha... Meu pulso também?

Viro a garrafa de uma vez, derramo mais do que um gole, molhando meu corpo inteiro. Minha garganta fecha, queimando​ como fogo. Deito meus olhos em gozo e me deleito com a desgraçada dor que sinto por todos​ os lados.
Olho para o meu bolso, a lâmina afiada, tão sedutora é um convite a paz tentadora. Ela me observa calada e fria. Coloco - a em cima da penteadeira, iluminada por pequenas luzes, também vermelhas.

  Já não suporto mais atuar sorrisos e alegrias​, quando sou somente tristeza.

  Arranhando o chão, chuto cuspindo sobre minhas decepções e euforias.
Minhas mãos manchadas e calejadas socam e batem em tudo pela frente.
Meu cabelo rosa, está​ espalhado em tufos pelo chão, eu arranquei e nem percebi. Destruo o camarim e tudo ao meu redor, como se fosse a minha vida inteira. Derrubo vasos e flores, perfumes e abajus, gritando sem parar.

  Existe certa satisfação e paz na destruição, ou melhor, após a destruição.

Não está sentindo?

Eu destruí meu paraíso, transformei em puro caos. Estou quebrada e vazia. Mas não devia ser assim...

Respiro bem mais calma, saboreio meu choro e sorrio para o espelho. Ele que tanto me fez sofrer, está sorrindo de volta, tão falso quanto meu último papel no teatro.

Pego o batom vermelho e passo nos meus lábios inchados, borrando tudo. Com raiva esfrego o resto do batom pela cara inteira, fazendo uma lameira. E fico como uma palhaça, louca e maníaca.

- EU TE ODEIO!!!!! - Berro, socando e quebro o espelho.

Com olhos vermelhos me jogo ao chão, junto aos cacos de vidro e de mim mesma. Outro gole ardente e uma coragem desmedida me possuí, pego a lâmina em desespero e pinto o chão de vermelho, como as cortinas, unhas, mãos... Chão?

"Minha morte será meu último ato. Sem súditos e sem platéia como a peça desta noite. Sem aplausos no meu fúnebre final."

O sangue saindo do meu pulso é de uma cor forte e viva. Aproximo meus lábios e sinto o gosto amargo. E um desejo insano de sobreviver me consome, como labaredas de vodka queimando no estômago. Levanto tropeçando, meus sentidos banguncados pelo álcool não ajudam nem um pouco. Abro a gaveta e enrolo uma blusa qualquer ao meu pulso aberto. Minha visão está toda embaçada. Estou suando frio novamente. Soluçando deito na poltrona preta, pra variar, e abraço o travesseiro de alguém que partiu, após eu partir seu coração.
 
Olho para o teto e observo a tinta vermelha descascando, caindo como neve.  Neve na véspera de natal, neve sangrenta... E neve como a do dia ao qual nos conhecemos.

A neve chove sob meu corpo molhado de sangue. Sangue quente, vermelho e vivo.

Por enquanto.

...

- A música acima é de autoria da banda Led Zeppelin.

Oizinho, tudo bem?
Esse pequeno ( minúsculo) conto, trata de um assunto de... bêbados! Nada contra, também tô nesse time! Kkk
Brincadeiras a parte, para quem não entendeu e muita gente não me entende, snif, trata - se de um texto sobre valorização, principalmente amor - próprio. Espero que tenham gostado!

P.s Dá uma espiada no vídeo lá em cima, da cantora Aurora, essa música trata do mesmo assunto do conto e é maravilhosa!

Um beijo e um queijo!

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