- 26 -
_ Marco_
"Estou voltando da minha corrida pelas montanhas, ainda são apenas quatros horas da manhã, o céu ainda está sombrio e se tem uma neblina densa ao redor das árvores, mesmo com a neblina consigo observar os pais da Mercy colocando suas bagagens no porta mala do carro.
Sem pensar muito vou em direção a eles, quando me aproximo o senhor Carter sorrir gentilmente. Desde que ele chegou a nossa alcateia, nossa segurança ficou melhor, suas estratégias são invejáveis, posso apostar que sua única fraqueza é sua família, por elas, ele é capaz de fazer tudo.
- Senhor vai viajar? - digo ofegante por causa da corrida.
- Isso não é hora para crianças estarem acordadas. - diz enquanto bagunça meus cabelos.
- Eu já tenho quinze anos. - resmungo.
- Vou fazer uma viagem, mas a Mercy vai ficar com a sua família. - diz me encarando. - Cuida bem dela, sei que ela é muito apegada a você. - diz sorrindo. - Agora melhor voltar para sua casa antes que seu pai te encontre. - diz sério.
- Faça uma boa viagem. - digo sincero.
Ele parece distante enquanto arruma suas malas, diria que está preocupado, sua esposa em nenhum momento se esforçou em conversar conosco, ela sempre ficou muito em casa, e as poucas vezes que se socializou foi com a minha mãe, mas ainda assim acredito que ela seja uma boa pessoa, só está assustada ainda com tudo.
Volto a caminhar pelo lado oposto a minha casa, decidir fazer mais uma caminhada antes de ir para a escola.
- Alguma coisa está errada. - diz alguém de repente ao meu lado.
Me viro assustado para encarar a dona da voz.
- Porra Molly! Você me assustou. - digo inspirando fundo.
- Você achou era um fantasma? - diz sorrindo.
- Claro que não, fantasmas não existem. - digo sério. - Você não devia está aqui, seu pai vai brigar com você. - digo sincero.
Molly pertencia a outra alcateia, se alguém a encontrasse aqui seria uma baita confusão.
- É aí que tem alguma coisa errada. - diz caminhando ao meu lado. - Ontem seu pai foi conversar com meu pai, parece que fizeram uma espécie de acordo que envolve mandar a gente para outro país. - diz pensativa.
- Espera aí por que isso de repente? - digo confuso.
- Você não percebeu ainda? A sua alcateia está se mudando Marco, e seu pai propôs uma bela ajuda financeira para minha alcateia, vamos morar em outro país. - diz preocupada. - Eu deveria estar feliz, afinal o Todd também vai estar lá, mas a Mercy vai ficar aqui sozinha sem a gente. - diz entristecida.
- Você tem certeza que ouviu isso da conversa entre nossos pais? - digo inquieto.
- Eu não iria inventar uma história dessa. - diz irritada. - Eles estão preocupados com alguma nova ameaça, mas não chegaram a citar nada disso, acho que eles perceberam que eu estava espionando. - diz desanimada.
Realmente gostaria que fosse apenas a imaginação da Molly.
***
Quando volto da minha caminhada o sol já está sob o céu azul, entro em casa e vejo Mercy sentada nas escadas, seus olhos estão vermelhos, provavelmente ela chorou muito ao se despedir do seus pais.
- Marco vá se arrumar logo antes que você chegue atrasado no colégio. - diz mamãe dentro da cozinha. - A Mercy vai passar alguns dias com a gente.
Ela me encara por momento enquanto limpa suas lagrimas.
- Oi. - digo sorrindo.
- Oi. - sussurra entristecida.
De alguma forma estranha eu odiava vê ela triste, era assustador não ver seu olhar distante, como se nada fosse mais importante para ela.
- Eles vão voltar logo tampinha. - digo me sentando ao seu lado nas escadas.
- Não. - diz séria sem me encarar. - Eles nunca mais vão voltar. - diz enquanto deixa mais lágrimas escorrer pelo seu rosto. "
Observo distante a grande fogueira que ilumina todo o amplo jardim, Watson conseguiu encontrar um espaço perfeito para colocar a extensa mesa, em que vai ser servido o jantar. Aparentemente o céu estrelado está ao nosso lado, a lua está tão bonita assim como as estrelas, se fechar os meus olhos posso sentir o cheiro suave da grama nascendo e das arvores ao redor, posso sentir paz ao meu redor por um curto momento.
- Você não deveria está lá com eles?. - diz Garrett enquanto tira um cigarro de dentro do seu terno.
- Ainda me sinto um intruso na minha própria família. - digo pensativo.
- Vai se tornar um intruso se continuar fazendo as coisas sozinhos, até quando vai se punir por algo que não estava no seu alcance?. - diz inquieto.
- Watson e Lizzy, posso quase escutar seus pensamentos "Por que não salvou a Molly?", Matt e Mark " Por que não confiou em nós?" Mercy " Por que você voltou?". - digo frustrado. - Todos ainda seguem sem suas respostas, é isso que me faz um intruso. - digo sincero.
- Pelo visto vão continuar sem suas respostas. - diz enquanto observa o céu. - Você não vai conseguir esconder por muito tempo a marca. - diz me encarando. - Você está morrendo. - diz sério.
- Eles não precisam saber disso. - digo sério. - Tudo que precisam agora é de segurança para criarem seus filhos com tranquilidade. - digo sincero.
- Você não quer o perdão deles por compaixão. - diz pensativo.
- Vou enfrentar o Eros sozinho, não vou esperar ele nos encontrar. - digo determinado.
- Esqueceu que único que está enfraquecido é você e não ele. - diz sério.
- Não importa.
- Vocês me cansam, depois que isso tudo acabar vou querer férias dos Lincoln. - diz num suspiro.
Observo Garrett, ele é o único que ainda posso confiar sem me preocupar que ele vá interferir nas minhas escolhas.
- E onde você vai dessa vez? - digo observando o céu.
- Escócia, tenho uma casa por lá vou ficar alguns anos longe do radar de vocês. - diz sincero.
- Devo me preocupar? - digo pensativo.
- Claro que não. - diz num suspiro. - Estou ficando velho, preciso de algum lugar para descansar os ossos, Escócia é lugar perfeito para isso. - diz sincero.
Não discordo do seus planos de sumir por um tempo, afinal ele sempre esteve disponível para nós. Imagino que ele realmente esteja ficando velho, Garrett foi meu mentor durante as primeiras fases da disputa pela supremacia, e após isso ainda cuidou e treinou a Watson, imagino que ele seja um vampiro milenar.
- É melhor ir ajudar antes que a Watson comece a reclamar. - digo indo em direção a fogueira.
Garrett continuou fumando antes de voltar comigo.
Observo as crianças brincando com Mark, enquanto Matt está assando alguns hamburguês, Mercy está sentada entre Lizzy e Danneffer, Logan está entregando algumas cervejas e Zac está empenhado a ensinar Molly sobre a linguagem de sinais.
- Ela aprende rápido. - diz Logan observando Molly e Zac.
- Sim, ela é muito inteligente. - digo enquanto aceito a cerveja que ele me oferece. - Como conheceu a Mercy? - digo de repente com uma certa curiosidade.
Logan volta sua atenção ao lugar em que Mercy estar e sorrir.
- Ela era a soldada mais nova do meu esquadrão, quando ela conseguiu encontrar nossa organização, eu pensei "não vou ser babá dessa garota". - diz sorrindo. - Mas eu estava errado, ela é uma força natureza então quando a vi chorar pela primeira vez, ela estava te amaldiçoando por ter a feito esperar por tanto tempo. - diz sincero. - Ela entrou para os Corvos Prateados apenas para manter o Mike em segurança, ele foi o único que a amparou quando você não a reconheceu como sua companheira.
Tento me lembrar quem é esse Mike, mas não consigo me recordar, porém me sinto irritado ao saber que ela escolheu se arriscar tanto por esse cara, e ainda me sinto um lixo saber que ela fez tudo por esse Mike por que eu a deixei.
- Isso aconteceu numa época tumultuada, quando Mercy fez dezesseis anos eu estava em outro continente, fazendo uma prova infernal em busca da supremacia. - digo sincero.
- E valeu a pena se tornar o Supremo? - diz intrigado.
Bebo um pouco da cerveja para ganhar tempo para refletir sobre sua pergunta.
- Sim, se tivesse outra chance eu faria tudo de novo, porque não me importa se no fim eu vou ficar sozinho com meu maldito trono, contando que eles estejam livres de quaisquer ameaças. - digo sorrindo ao observar toda minha família se divertindo com um simples jantar com os amigos.
Logan deixa escapar um suspiro e sorrir me encarando.
- Vocês dois são estupidamente parecidos. - diz voltando a observar a Mercy.- Mas espero que vocês tenham em mente, que o John merece ter os pais presente em sua vida, não sejam egoístas. - diz sincero enquanto se afasta.
- Você tem alguma foto da Mercy daquela época? - resmungo inquieto.
Logan parece surpreso com minha pergunta. Ele tira sua carteira do bolso traseiro da sua calça e tira de lá um pequeno papel e me entrega. Quando eu viro o papel vejo a fotografia, não consigo reprimir meu sorriso ao ver a garota de cabelos curtos com mechas verdes, ela está usando roupas escuras e um boné preto, ao seu lado tem um garoto com um braço sob seus ombros, ambos estão sorrindo, ao seu redor tem o Logan com cabelos curtos também junto com Zac.
- Posso ficar com essa foto? - digo sem jeito.
- Claro.
- Esse cara com ela é o Mike? - digo intrigado.
- Sim, eles dois eram bastante apegados. - diz Logan pensativo.
Encaro novamente a foto e começo a ter a sensação de já ter conhecido esse cara.
Antes que eu possa fazer mais perguntas, sinto algo puxar a lateral da minha calça, olho para baixo e vejo seus intensos olhos azuis.
- Papi..- diz sorrindo enquanto abraça minha perna com seus pequenos braços.
John estava crescendo rápido, seus dentes já estão quase todos nascidos e em pouco tempo já deve começar a trocar pelos dentes permanentes, sinto uma estranha felicidade em ouvir ele me chamar de pai, ou me procurar quando está chorando, me sinto bem ao ver que ele se sente seguro ao meu lado mesmo eu não sendo digno do seu amor.
Me abaixo o suficiente para pega-lo em meus braços e aproveito para deixar a cerveja com o Logan que já está de saída.
- Está com fome?. - digo enquanto tiro do meu bolço da calça um tsuru e entrego a ele.
- Naum. - diz rapidamente.
Ele agarra ao passarinho de papel e o encara como se fosse a coisa mais fascinante.
- Está pronto pessoal! - grita Wat chamando atenção de todos.
A extensa mesa rapidamente vai ganhando pessoas ao seu redor, Matt tira propositalmente a cadeira do Mark que acaba caindo desajeitado, Wat começa a falar o quanto são infantis, Hannah, Lizzy e Mercy começam a falar sobre as tortas da Danneffer, Luke, Garrett e Cinco conversam sobre as cervejas dos pubs que já chegaram a frequentar, Agnes e Danneffer estão conversando com Logan e Heitor, Zac e Molly continuam empenhados em se comunicar apenas por sinais, Denzel e Olivia conversam distraídos.
- Olhe bem para eles John, essa é sua família, não importa o quão longe eles podem estar, isso não vai significar que você estará sozinho, porque sempre que você precisar deles, eles vão te amparar, e quando você estiver grande eu sei vai fazer o mesmo por eles. - digo num sussurro observando seu olhos atenciosos a todos ao redor da mesa, como se ele realmente estivesse entendendo o que estava falando. - Nunca se esqueça que você é amado. - digo deixando um beijo nos seus cabelos.
Me aproximo com ele ainda em meus braços, antes mesmo de me sentar seus tios já estão disputando sua atenção.
- Deixa ele comer com o tio Logan. - diz Logan pegando-o dos meus braços.
Me sento próximo a Molly, e então todos começam a se servir enquanto as conversas fluem com facilidade, uma rara noite tranquila que estamos todos juntos.
- Queria propor um brinde aos amigos que aumentam essa família, não somos uma alcateia, mas somos acima de tudo uma família graças aos amigos leais que temos. - diz Mercy levantando sua garrafa com cerveja.
Todos acompanham sua atitude e brindam entre si.
- Vamos destruir aquele maldito, ninguém vai acabar com nossa família. - diz Watson determinada.
Todos concordam com ela.
****
Após o jantar as crianças foram para sala onde Mark instalou um jogo para eles, Sully e John estão dormindo no quarto da Molly onde fica o berço do John e tem a babá eletrônica.
- Aproveitando que estamos todos aqui, Romeu não conseguiu o Dragão de safira, as bruxas mudaram a localização do cofre dos tesouros de guerra. - diz Lizzy preocupada.
Estamos ao redor da fogueira, esperando encontrar uma solução para criar munições para combater o exercito do Eros.
- Onde está agora? - diz Wat.
- Em Helheim a prisão de segurança máxima das bruxas, Romeu conseguiu apenas rouba a planta dessa prisão, e provavelmente eles já aumentaram a segurança, imaginando um possível ataque após o roubo da planta. - diz Lizzy séria.
- Ótimo se invadir o Conselho das Bruxas já era arriscado, uma prisão é impossível. - diz Wat.
- O que vamos fazer? - diz Mark preocupado.
- Vamos roubar. - diz Mercy determinada.
- Não tem outra opção? - diz Matt esperançoso.
- Eu já tentei intervir com no Conselho Geral, mas não tive apoio, não temos outra opção a não ser roubar. - digo sincero.
- Os tesouros de guerra devem estar no núcleo da prisão. - diz Logan pensativo.
"Se as bruxas escolheram a prisão para esconder o tesouro de guerra, é por que mudaram suas estratégias de segurança." - diz Zac preocupado.
- Zac está certo, por que colocar algo tão valioso dentro de uma prisão? - diz Mercy. - Eu posso apostar, que elas vão usar as próprias presidiárias para defender os tesouros de guerra, em troca de redução da pena. - diz pensativa.
- Mas se for isso, não aumenta a chance de uma rebelião? - diz Danneffer confusa.
- Sim aumenta a chance, porém só se as celas liberadas forem de bruxas que tiveram seus poderes restritos, isso evita fugas e rebeliões. - diz Luke.
- Nessa missão não vou ser de grande ajuda. - diz Lizzy entristecida. - Não posso pisar na prisão de Helheim, elas achariam minha localização rapidamente, por causa da marca do rito de passagem do meu antigo clã. - diz preocupa.
Então Lizzy junta seus pulsos e lentamente forma traços dourados ao redor dos seus pulsos, mostrando sua marca do seu clã
- Todas as bruxas carregam suas marcas assim que nascem, uma espécie de batismo, Denzel não tem essa marca por ser híbrido então as bruxas não conseguem distinguir sua presença. - diz pensativa. - Para entrar nessa prisão vocês vão precisar de bastante poder para enfrentar as bruxas além de uma boa distração. - diz Lizzy
- Da distração eu cuido. - diz Logan sorrindo.
- Eu posso cuidar de um bocado de bruxas em até um certo raio de distância. - diz Watson.
- Eu cuido da fuga após o roubo. - diz Garrett.
- Nessa missão é melhor a Agnes não participar. - digo sério. - Eros ainda pode conseguir rastreá-la fora dessa propriedade. - digo sincero.
- Odeio concordar com você, mas realmente a Agnes ainda está em treinamento. - diz Mercy.
- Tudo bem, eu fico aqui cuidando das crianças. - diz Agnes.
- Também quero ficar aqui com as crianças. - diz Hannah.
- Temos três dias para elaborar uma forma de invadir aquela prisão. - diz Mercy. - É um bom prazo para gente estudar a planta do lugar, afinal não sabemos exatamente onde está os tesouros de guerra. - diz pensativa.
- Não concordo em você participar dessa missão. - digo sério. - Mas é claro que não sou seu pai, então você vai fazer o que quiser. - digo enquanto ignoro seu olhar irritado. - Só lembre do John, ele precisa da mãe viva. - digo sincero.
- Eu sei me cuidar. - diz irritada.
- Você ainda não percebeu que está começando a usar o chamado da luna. - digo a encarando.
- O que é o chamado da luna? - diz confusa.
- Quando a gente participou daquela disputa de quebrar os cristais, você se transformou e uivou Mercy, aquilo não foi um simples uivo. - digo sério.
- Eu também sentir algo diferente, parecia que eu estava perdendo o controle da minha forma lupina. - diz Mark pensativo.
- Eu também sentir, achei que foi só minha impressão. - diz Agnes confusa.
- Também senti, foi como se tivesse surgido uma urgência em protegê-la e então senti que estava perdendo o controle da minha forma lupina. - diz Matt impressionado.
- Isso que vocês sentiram foi o chamado da luna, apenas a luna suprema tem esse poder, é por isso que é tão importante matar a luna suprema quando se assume a supremacia, porque somente ela consegue convocar todos os lobos em qualquer distância, eles perdem suas consciências e obedecem apenas a luna suprema, esse poder torna a luna uma ameaça ao alfa supremo. - digo sério omitindo a outra informação sobre o fato da luna suprema existir.
Do outro lado da fogueira vejo Garrett manejar sua cabeça em desaprovação da minha omissão de informação.
- Então eu não vou me transformar em lobo é simples. - diz séria.
- Você é malditamente teimosa. - digo forçando um sorriso.
- Seja qual for esse chamado, não pretendo usar de maneira alguma. - diz determinada. - Não quero fazer parte da sua supremacia. - diz séria.
- Então daqui a três dias vamos a Helheim. - diz Matt pensativo. - O melhor a se fazer hoje é descansar. - diz encerrando nossa pequena reunião.
Todos parecem concordar com ele, e rapidamente entram na mansão. Fico de fora ainda observando o restante da lenha queimar.
***
Quando a fogueira enfim se apagou restando apenas as brasas, observo a Mercy se aproximar de longe posso sentir sua irritação.
- Por que não me disse antes sobre o chamado da luna? - diz intrigada.
- Não sei, acho que fiquei com medo de você desaparecer outra vez. - digo pensativo.
- O especialista em sumiço aqui é você. - resmunga irritada.
Sorrio enquanto encaro o vasto céu escuro iluminado pelas estrelas.
- Essa é a única coisa na qual me arrependo. - digo sincero.
- Não acredito em você. - diz séria.
- Também não acredito em você. - digo sorrindo. - Até hoje você não me contou sobre a família biológica do John. - digo intrigado.
Observo ela ficar mais na defensiva.
- Não importa, quando isso acabar o John e eu vamos embora, antes que ele tenha qualquer memória de você, ele não precisa de um pai. - diz séria.
De alguma maneira suas palavras me atingi, imaginar minha vida sem acompanhar o crescimento daquela criança me assusta, assim como me impressionou o sentimento que me surgiu quando ele me chamou de pai pela primeira vez, nunca imaginei conhecer àquela sensação, é como se todos meus problemas fosse reduzidos a pó e apenas ele importa agora, seus sonhos, sua felicidade, sua segurança, tudo isso de repente se tornou minha maior preocupação.
Por um momento entendi o que os meus irmãos sentem.
- Você vai se encontrar com o Mike? É ele o pai do John?. - digo tentando disfarça minha angustia.
Ela parece surpresa ao citar o nome desse cara, não me restando dúvidas de que ele é realmente o pai do John.
- Não importa quem é o pai do meu filho, ele só não precisa de você na vida dele. - diz determinada. - Ele não merece crescer com a incerteza de que você vai realmente ficar permanentemente na sua vida. - diz sincera.
Infeliz ela está certa, não posso garantir que estarei presente na vida do John.
- Nunca cheguei a imaginar uma família com você. - digo sincero. - O John foi algo totalmente inesperado. - digo pensativo.
- Desde a primeira vez que te vi imaginei uma vida toda com você. - diz sorrindo entristecida. - Eu era tão patética. - diz encarando seus próprios pés.
- Não, você era apenas uma criança com uma paixão platônica. - digo me aproximando ficando ao seu lado.
- Me apego a essa justificativa. - diz me encarando.
- Sabe o que eu mais gostava das suas declarações exagerada? - digo pensativo. - Quando era dias chuvosos, você ia até meu quarto e dormia na minha cama dizendo que eu tinha cheiro de verão, você sempre odiou os dias chuvosos. - digo perdido em meus pensamentos.
- Eu não me lembrava disso. - diz num sussurro. - Marco não podemos continuar assim..
- Como se nada tivesse acontecido eu sei..
- Não quero que todas nossas discussões termina comigo nua e seu pau envolvido. - diz irritada. - Não estamos apaixonados. - diz convicta.
Seguro minha vontade de sorrir ao encarar seu rosto corado.
- Você tem certeza disso?. - digo sério. - Por que toda vez que eu te vejo ainda posso ver o seu mesmo olhar de quando você se declarava, ainda posso sentir seu amor Mercy. - digo sincero. - Eu amo a maneira que você me ama, amo a maneira como você me olha como se eu fosse realmente uma pessoa boa, foi tudo isso que me fez notar o que estive negando esse tempo todo, eu amo você Mercy. - digo sincero.
- Se você sabe disso então por que finge que não me deixou esperando Marco, eu tive que mentir tantas vezes. - diz irritada. - Eu posso até ainda sentir algo por você, mas esse amor não supera meu rancor. - diz séria. - Eu não quero viver na insegurança de que um dia você vá desaparecer sem explicação, eu não preciso disso, nem eu e nem o John. - diz inspirando fundo. - Você acabou com todas nossas chances ao escolher sua supremacia. - diz séria. - Não existe um futuro seguro com você. - diz com um sorriso entristecido.
Ela está certa eu nunca iria garantir um futuro feliz e seguro, é por isso que nunca me permitir imaginar uma família com ela. Observo ela se afastar voltando para dentro da casa, me deixando sozinho com a vasta escuridão da noite.
Ignoro a dor latejando no minhas costelas onde está a marca, nesse exato momento estou me sentindo malditamente miserável ao ponto de querer chorar, não quero morrer sem ter a chance de amá-la verdadeiramente, não quero deixar o John, mas agora nada disso importa mais.
Continua...
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Gente primeiramente desculpa pelo erro do capítulo, eu tinha postado o capítulo pelo notebook só que aí encerrei aba de pesquisa muito rápido, acho que não deu tempo de carregar a publicação do capítulo, após isso eu viajei e tava plena achando que vocês já tinham lido o capítulo rsrs
Próximo capítulo vai ser um bônus geral.
E para quem tá ansioso pra ver a Wat em ação, preparem as pipocas que ela vai lutar :)
Obrigada pela leitura, bjs até breve ;)
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