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  A noite chega calorosa, falta alguns minutos para o Petiscagato. A quadrilha, vulgo Turminha do Oregon, se encontra na floresta atrás de uma grande moita. Dali consegue-se ter total visão da peixaria que um dia já fez gosto aos olhos, mas hoje é só um local que vende peixe com a pintura azul desgastada e um enorme e brilhante letreiro. Eles revisam o plano pela quinta vez:

— Primeiro passo? — Tico direciona suas palavras ao grupo enquanto observa do outro lado da rua o estabelecimento onde irá se realizar o assalto.

— Eu vou na calçada da peixaria e crio a distração, tenho um falso envenenamento. — Mia responde alongando as patas.

— Isso! Mas não falso, o mais realista que você poder, se necessário se envenene mas não comprometa o plano em circunstância alguma.

Mia concorda e volta a se alongar. Tico pergunta para Ravi o próximo passo, ele está mais exigente do que nunca já fora. 

— Eu entro ali, ali… ali naquela coisa brilhante…

— Peixaria — Tico responde asperamente e pede para Ravi prosseguir.

—Peixaria, tá. Entro na peixaria enquanto a Mia cria a distração megera dela, abro a porta da câmera fria com minhas grandes habilidades sensacionais e abro a porta para o Senhor, porque o Ravi abre portas para a sua vida! — Ravi pronúncia a última parte cordialmente como se estivesse em algum comercial.

Tico revira os olhos mas concorda com a parte sensata da explicação, Ravi volta a afiar suas garras. Tico começa a explicar o restante do assalto:

— Então eu entro. O Oregon dá o sinal para a Mia, ela volta aqui onde estamos e depois de algum tempo vocês dois — ele aponta para o Oregon e a Mia —, vão pela a porta dos fundos. Enquanto isso acontece eu e o Ravi enchemos as bolsas com os peixes e vocês levam para a Tormenta. 

— Espera, o que? Como assim o nosso buraco se chama Tormenta? — Ravi questiona totalmente indignado.

— Olha, aquela bola redonda no céu se chama lua né? 

— Não, acho que o nome é grande bola que ilumina... —  Oregon e Mia se fazem de desentendidos.

Buraco é o lugar onde eles cavaram durante os anos com o intuito de guardar os peixes, não serem roubados e não estragar com as temperaturas estranhas que Cascavel, cidade no interior do Paraná, costuma alcançar.

— Algum questionamento? — Tico volta a falar impedido Ravi de começar um enorme discurso dramático.

— Não, mas tenho uma conclusão — há um tom engraçado na voz de Oregon e um sorriso maroto —, e acho que todos vão concordar comigo. Se bem que é quase impossível não concordar com as minhas palavras de pura sabedoria, um monge teria inveja… — Tico faz um gesto com a cabeça motivando Oregon prosseguir seu raciocínio — O senhor é péssimo explicando. Sorte a nossa é que a gente ajudou a elaborar o plano.

Houve incessantes murmúrios de concordância. Se gatos pudessem corar Tico estaria igual um tomate, mas o máximo que ele fez foi abaixar as orelhas constrangido.

— Chega! — Tico rosna um pouco bravo — Oregon, você não vai se preparar para o assalto? — ele questiona a bola de pelos negros que está deitado na grama despojadamente.

Oregon solta um murmúrio e responde:

— Eu não preciso disso — ele está com os olhos fechados sentindo a brisa quente passando entre os seus bigodes —, estou sempre preparado, é só dar a ordem que Oregon mata no peito, missão dada é missão comprida. — o bichano sorri convencido com os olhos ainda fechados, ele está bem acomodado no lençol verde e fofo.

Ravi suspira pesado e se pronúncia antes que Tico possa protestar:

— Por que a gente não deixou ele morrer em? 

Ravi choraminga não falando sério (já que ele não imagina sua vida sem o seu parceiro de piadas) enquanto, agora, testa as suas mortais lâminas nos troncos de uma árvore. As árvores são tão inofensivas e essenciais para qualquer vida que habita na terra, nos traz tantos benefícios e na maioria das vezes são recompensadas sendo cortadas pela raiz, como se fossem uma erva venenosa, que a qualquer momento ela vai matar bilhares de pessoas com uma bomba nuclear e começar uma guerra onde toda vida inocente corre o grande risco de desaparecer a cada segundo como um passe de mágica.

Oregon escutando o comentário de Ravi tenta  defender-se:

— Ora, por que vocês não são nada sem mim. O Petiscagato é um plano simples mas sem a minha brilhante e geniosa mente vocês não teriam prosseguido para o segundo passo! O Tico é o meu álibi em carne e osso, esse plano faz parte de toda sua vida e ainda assim sem minha generosa ajuda ele estaria biruta de tanto bater a cabeça para passar do primeiro passo.

Mia que não gostava de se meter nas discussões infantis do grupo só observava a tamanha ousadia do Borralheiro Oregon, sendo que foi ela que teve a idéia do buraco. Ela odiava não ser reconhecida pelo o seu trabalho árduo e não admitia ser diminuída por puro capricho de inflar o ego de um gato!

— Senhor, permissão para matar o Borralheiro Oregon. — Mia chama atenção de Tico que estava aéreo perdido em seus pensamentos enquanto amarrava a corda que irá puxar os sacos de peixe em seu torso.

— Permissão concedida, borralheira Mia — então eles curvam a cabeça até a ponta de suas pata em forma de respeito.

— Corre. —Ravi tenta avisar enquanto prendia um sorriso em seus lábios.

 Só então Oregon percebe que Mia está olhando-o de forma sombria e com um sorriso amedrontador, a gata sabia como causar desespero em alguém muito bem. Ele começa a correr quando se dá conta que sua cabeça está em jogo, Sr. Oregon corre para o coração da floresta totalmente desajeitado. Mia está atrás dele concentrada em cada pedra que suas patas escuras tocam. A única vantagem de Oregon nessa corrida é a sua pelagem que se mescla ao meio do breu da noite, mas ele não conhece a floresta tão bem quanto a felina siamês atrás dele. Mia, como uma de suas missões, foi encarregada de mapear a floresta e agora ela tem o conhecimento de cada molécula daquela área.

 Os dois bichanos usam e abusam de suas elasticidade, velocidade e visão noturna. Na escuridão total, eles não vêem quase nada, mas são capazes de enxergar com muito pouca luz (o equivalente a algo entre 40 e 50 porcento a mais que os humanos), eles conseguem ter mais aproveitamento da pouquíssima iluminação que a lua cheia lhes proporcionam. Isso acontece devido aos cones e bastonetes (que os felinos, ainda por cima, têm três vezes mais que os humanos).

Mia a cada segundo que passa ganha mais e mais velocidade enquanto Oregon tropeça em vários galhos diminuindo sua avidez. O Borralheiro Oregon usa todo seu físico para sair da vista de Mia, ele olha para trás permitindo nitidamente observar se tem alguém em sua volta, já que os gatos têm uma visão de mais ou menos de duzentos graus. Ele começa a achar que despistou-a quando sente um forte impacto nas suas costelas tirando totalmente o ar de seus pulmões. Se tivesse alguém observando perceberia a mistura de cores que a pelagem dos dois se transformou enquanto rolavam brutalmente pelo o arvoredo.

— Você está morto! — Mia diz com suas garras á mostra no pescoço do Oregon que arfava por ainda não conseguir respirar direito. — quatro a três, perdedor! — eles já haviam brincado antes e a pontuação estava em empate, bom, agora Mia assume a liderança.

***

 Como previsto, a Borralheira Mia fazia o seu papel com grande maestria, como se de fato tivesse ingerido algum veneno, ela estava salivando e tendo espasmos musculares que só ela sabia como estava conseguindo fazer aquilo. Oregon e Ravi olhavam embasbacados para a Borralheira que desempenhava o seu papel com total perfeição. Com os seus miados agudos e sofridos ela consegue atrair a atenção das pessoas que frequentava o estabelecimento e, o alvo principal: o dono.

— Pronto, Ravi sua vez. — Mia avisa enquanto uma roda de pessoas se tumultuam em sua volta.

 Os gatos são seres misteriosos e considerados semi-deuses por egípcios, na verdade eles tinham motivo para isso. Os Felis catus conseguem ter a incrível habilidade de se comunicar pela mente com quem estão conectados, no caso os Borralheiros conseguem se comunicar entre si a quilômetros de distância, claro se o ouvinte e o comunicador permitirem ter acesso aos seus pensamentos.

— Certo, hora do show. —  Ravi responde arranhando o chão em posição de ataque.

 Ele entra na peixaria como um vulto. Dentro do estabelecimento tem vários quadros de marinheiros e pescadores com os maiores peixes pregados nas paredes amarelas, podemos dizer que o dono não tem bom gosto para decidir cores. Distraído Ravi acaba batendo a cabeça em um vaso de plantas Kalanchoe, ele resmunga algo indecifrável e segue rumo a porta do frigorífico. Quando ele olha a temperatura que está dentro da sala cheio de peixes seus pelos laranjas se eriçam. 

— Gente…? — Todos responde "o que" aflitos ansiando que algo deu errado. — Por que aqui nesse treco está marcando menos quatro graus? — ele diz baixo enquanto tenta abrir a fechadura com as suas garras.

— Por Anúbis Ravi!! Isso é sério? É um frigorífico! — Oregon responde sério enquanto Tico que espera na porta dos fundos da peixaria respira aliviado por não ser nada grave.

— Ravi não curte muito o frio…

— Abre logo essa porta, Ravi! — Tico ralha com Ravi que já tentou abrir a fechadura com todas as suas garras de suas patas e não está obtendo sucesso.

Irritado, Ravi bate sua cabeça na imensa porta de ferro que começa a se abrir lentamente envolvendo com uma brisa congelante o corpo magro do gato de pelos laranjas. Frustrado com ele mesmo por não ter percebido que a porta estava aberta ele sussurra a seguinte frase "eu só posso ter comido peixe podre quando eu nasci!"

— A porta está aberta, agora vou abrir a segunda para o Senhor. E alguém sabe o por quê essa peixaria abre de noite? Pelo o grandioso conhecimento que eu tenho dos humanos sei que eles preferem carne vermelha como boi, porco e carneiro. E alguns são iguais coelhos, preferem grãos e coisas verdes e eu super apoio eles né, porque eles poteticamente são corretos, eles não comem animais e isso é bom… A pergunta é: quem compra peixe de noite?

— É Quaresma, as pessoas que seguem a religião cristianismo católica não comem carne vermelha durante esses quarenta dias como penitência e respeito, algo assim. — Oregon responde antes que Tico insultasse Ravi, 

  Sr. Oregon era o mais sábio do grupo em relação às questões humanas, ele ficou sabendo da Quaresma quando invadiu uma missa e teve que se esconder atrás de uma imensa cortina pois gritaram que o demônio estava ali para corrompê-los e teve que ficar lá escondido até acabar a cerimônia. 

 Ravi dá o seu primeiro passo e ao tocar o piso frio com suas almofadinhas rosadas percorre um arrepio pelo seu rabo. Querendo logo alguma alma viva além da dele naquele espaço escuro e sombrio cheio de peixes que ele nunca teve o prazer de experimentar, ele tenta correr até a porta dos fundos fazendo o escorregar pela a fina camada de gelo que se formou na plataforma do frigorífico e acaba deslizando pela a sala, até bater a cabeça em uma porta de novo, só que dessa vez a porta está trancada.

— Quem foi o rato traiçoeiro que colocou essa porta aqui?

— Borralheiros… — Mia interrompe Ravi que estava meio desnorteado, mesmo que fosse pelas as linhas abstratas do pensamento dava para perceber que seu tom era completamente aflito — Eu não sei se vou conseguir segurar eles por muito tempo. Eles até ligaram para um tal de veterinário!

— Ela tem que sair dali agora!! Abre essa logo essa porta Ravi! — Oregon absorve a aflição, o veterinário pode querer acabar com o seu suposto sofrimento.

 Antes de abrir a porta Ravi imita Oregon resmungando de um jeito indecifrável.

— Está aberta. Sentiu saudades Senhor? — Ele diz para Tico que balança a cabeça negativamente.

— Sem enrolação, amarra essa corda em sua cintura e enche os sacos com os peixes. — ele entra no frigorífico sem dar um mínimo sinal de incômodo com o imenso ar gélido que paira na câmera fria.

 — Tigre Dourado chamando Jaguar Negro pshh. Repito Tigre Dourado chamando Jaguar Negro pshh. — Ravi tenta se conectar com Oregon pelo os apelidos que se deram em uma missão que fingiram ser agentes secretos com.

— Jaguar Negro na escuta pshh.

— Tenho sérias dúvidas que o Águia Prata seja um robô ou extraterrestre, pshhh.

— É sério que você me chamou para isso Ravi?! Anúbis tenha piedade de sua pobre alma.

— Eu tô falando sério Oregon…

 Tico interrompe Ravi dizendo para Oregon "sua vez". O Borralheiro então, joga um objeto roliço de vidro do telhado que ao atrito com as cerâmicas mosaicas se estilhaça em milhões de resíduos afiados. Enquanto os humanos se distraem surpresos e a procura do indivíduo que fez tal ato a Borralheira, Mia, se esgueira sorrateiramente voltando a moita e a escuridão que acolhe-a silenciosamente. Mia não contaria a eles nem se fosse obrigada a comer mil ratos podres, mas, um dos cacos de vidros havia adentrando em seu olho direito e estava ofuscando sua visão e causando uma dor insuportável e sua cabeça latejava como se seu cérebro não estivesse mais cabendo em seu crânio. Uma gota de sangue cai de seu olho e se espalha na grama.

"Não comprometer o plano em circunstância alguma!"

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N/a: Essa é a primeira parte do plano Petiscagato então preparem os corações para os próximos capítulos.

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